Entrevista | Fernanda Nia fala sobre Como Eu Realmente, escrita e desejos profissionais

A escritora dos romances Mensageira da Sorte e Nosso Lugar Entre Cometas está escrevendo um novo livro ainda sem previsão de lançamento

Autora e ilustradora brasileira, Fernanda Nia trabalha desde cedo com livros e quadrinhos. Ela é criadora do site e da série de livros de tirinhas e pequenos textos Como eu realmente. Além disso, a autora escreve histórias para o público jovem adulto, como os romances Mensageira da Sorte e Nosso lugar entre cometas, ambos publicados pela editora Plataforma21. Em entrevista ao Entretetizei, Nia falou sobre o processo de começar a escrever: “Eu estava sempre criando elas na minha mente, não sei se porque fui uma criança e adolescente que lia muito, e foi algo natural para mim o ato de começar a colocá-las para fora, no papel”. Ela também falou sobre ambições profissionais e projetos futuros.

Confira a entrevista completa de Fernanda Nia ao Entretetizei:

Entretetizei: Quem era Fernanda Nia antes do Como Eu Realmente?

Fernanda Nia: Sempre fui alguém que gostava de contar histórias, escrevendo e desenhando quadrinhos desde que era criança para meus amigos e professores — especialmente quando tinha alguma piada para contar. Ingressei na faculdade de Publicidade pois, na época, me parecia um caminho interessante para trabalhar com criatividade. Acabei não seguindo tanto para a área tradicional, nas agências clássicas, pois sentia falta de criar meu conteúdo autoral. E foi logo no ano em que eu estava me formando, em 2011, que comecei a publicar as tirinhas do Como eu realmente na internet. Mais de uma década depois e com já alguns livros publicados, me sinto honrada por ter conseguido continuar compartilhando minhas histórias com o mundo, de tantos jeitos diferentes.

E: Como foi a transição de trazer o seu trabalho na internet para os livros?

FN: Foi inesquecível! Primeiro porque foi um desafio interessante readaptar as tirinhas do site para um formato físico, com uma limitação de espaço diferente e a transformação da rolagem de tela em virada de páginas de papel. Segundo, e talvez isso tenha sido a mudança mais impactante para mim, foi que, com o livro físico, passei a participar de eventos literários presenciais. Meu contato com o público, que antes era completamente à distância, passou a ser próximo, com abraços e sorrisos sinceros, com os leitores me dizendo o que achavam das minhas histórias olhando nos meus olhos. São momentos muito empolgantes!

E: O que você prefere, ilustrar ou escrever?

FN: Ambos são métodos diferentes para um mesmo resultado — contar histórias. Então acaba que é algo muito de momento, de acordo com a necessidade criativa que eu tiver. Mas nos últimos anos tenho preferido contar histórias mais longas e em prosa escrita mesmo. Essas histórias são as que estão mais apertando meu peito e pedindo para sair no momento. Tenho ilustrado mais apenas para questões de trabalho, ultimamente.

E: Você teve incentivo para escrever o livro? Quais foram os mais importantes?

FN: Escrever um livro, costurando e remendando enredos e personagens com cuidado, depois editando, revisando, e revisando de novo, é uma tarefa árdua e que requer um investimento de tempo e esforço (sem falar psicológico, risos) muito grande. Quando estou em época de terminar uma história e preciso pegar menos trabalhos por fora, só tenho a segurança para fazer isso porque tenho uma família e marido que se dispõem a segurar a barra para mim, caso eu precise. Isso é um incentivo enorme, do qual sou eternamente grata, e reconheço ser um grande privilégio, porque não são todos os autores que têm uma rede de apoio emocional e financeira. Aliás, ainda emendo aqui um apelo para apoiarmos os autores nacionais, justamente para que todos possam contar suas histórias com dignidade e segurança! Além disso, tenho uma rede de apoio de autores amigos e minha agente, Mia Roman, que me incentivam infinitamente e são fundamentais para que eu consiga chegar ao final de qualquer história.

Foto: divulgação/Como Eu Realmente

E: Quais são seus maiores desejos profissionais?

FN: Que minhas histórias continuem chegando a cada vez mais leitores. Que eu tenha coragem e proficiência para trabalhar as ideias mais ousadas, que às vezes rondam o meu peito um pouco inseguras, sem saber como ou quando devem sair. E que, e esse é um desejo mais pragmático, que eu consiga uma renda com a escrita suficiente para me dar segurança para investir mais tempo em meus trabalhos autorais. 

E: Tem vontade de adaptar alguma obra literária sua para o audiovisual?

FN: Seria uma honra que qualquer uma delas fosse adaptada! Quando escrevo, idealizo tudo de uma forma bem visual — inclusive tento passar isso nas descrições —, e não foram poucas as vezes que leitores me disseram que, enquanto liam, imaginavam as histórias como se fossem um filme ou série. Me sinto lisonjeada!

E: O que te fez começar a escrever?

FN: Uma necessidade constante de contar histórias! Eu estava sempre criando elas na minha mente, não sei se porque fui uma criança e adolescente que lia muito, e foi algo natural para mim o ato de começar a colocá-las para fora, no papel. Quando tinha 13 anos, escrevi um livro de 60 páginas para o concurso literário do colégio, risos. 

E: Tem projetos literários para 2022?

FN: Estou trabalhando em uma nova história, mas ela ainda não tem previsão de lançamento. Sou uma autora que escreve um pouco devagar, tomando o tempo que eu achar que a história precisa tomar. Por favor, tenham paciência comigo, risos! Espero poder divulgar novidades o quanto antes. ☺

Foto: divulgação/O Barquinho Cultural

E: Quais são seus planos para o futuro?

FN: Isso é uma pergunta bastante difícil, risos. Como autora, pretendo continuar escrevendo e contando minhas histórias. Já no geral, bom, estamos saindo de uma pandemia mundial, ainda com um futuro meio incerto, tanto no âmbito da saúde, quanto no âmbito financeiro, quanto no âmbito político, então, por enquanto, pretendo só tentar me manter saudável e dar alguma condição e qualidade de vida para a minha família. Conseguindo fazer isso tudo, já estou feliz.

Foto: divulgação/@ComoEuRealmente

Favoritos da Nia

Não acho que tenho um autor, livro ou filme favoritos, pois os gostos são muito transitórios, atrelados a quem eu era e em que momento da vida eu estava quando consumia algo. Mas alguns nomes que me marcaram muito:  Li muito Meg Cabot quando era adolescente. Leio e admiro demais, até hoje, o autor Eiichiro Oda. Adoro a série de quadrinhos Saga. Adoro filmes do Studio Ghibli.  Recentemente fiquei obcecada pelas séries Vincenzo e The Americans.

Mania de leitora:

Paro a leitura em qualquer lugar — inclusive no meio de uma frase. Nunca espero terminar nem uma cena, quanto mais um capítulo. Na hora de retomar, volto um pouco e releio.    Quer acompanhar mais entrevistas como essa e saber as novidades do mundo literário? Acompanhe o Entretetizei no Twitter, Insta e Face!   *Crédito da foto de destaque: divulgaão/Fernanda Nia

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