L.O.C.A. é a pedida perfeita para qualquer momento do seu dia, e aqui nós listamos 5 razões para você assistir esse filme incrível
Se você acompanha as resenhas do Entretê, sabe que a resenha de L.O.C.A. é um post imperdível. Mas caso você ainda não tenha se convencido de que esse filme merece muito a sua atenção, nós decidimos listar 5 motivos que vão te convencer que esse é o melhor filme para te acompanhar nos momentos mais complexos da existência afetiva como mulher.
Segue o fio com a gente!
Um filme para as manas
L.O.C.A. é um filme feito para as manas, e isso não se discute! Ser mulher já é complicado demais em uma sociedade cheia de poréns e acasos, com um esquema patriarcal forte e uma afronta dolorosa à existência feminina como um todo.
Tudo nosso é mais difícil: seja menstruar, arrumar um emprego, ter um bom salário bom, engravidar, ou pior (e a sociedade que grita: Ave Maria!), dizer que não queremos nada disso. Mas dizer que se está sofrendo por amor, seja em qual relação for, tem sempre o apelido carinhoso que recebemos: louca.
E por que não aceitar a alcunha? A Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor (L.O.C.A.) resolve a questão com cuidado, em uma roda feminina, cheia de apoio emocional e dores compartilhadas. Estar apaixonada não é como ser alcoólatra, mas quem ama em excesso não tem o perdão por estar doente, tem apenas os olhares tortos e as risadinhas. Mas a dor de amar pode ser sim uma doença, tanto quanto a dependência química, já que causa dependência emocional.
Mas o roteiro quebra esse tabu! Ele é feito para debater sobre a cooperação feminina, sobre a capacidade de enfrentar barreiras e sobre o peso de se ver dentro de uma relação que não agrega nada, mas que continua existindo. L.O.C.A. também traz o debate sobre até onde podemos ir e o que podemos fazer em relação ao que sentimos, que nos unir é muito mais valioso e que está completamente bem em sermos loucas de vez em quando.
Se não vai machucar ninguém, por que não podemos ser sinceras sobre nós mesmas e sobre as nossas relações? Por que não podemos expor todos aqueles boys lixo que entram no nosso caminho? Por que não podemos sentir sem sermos apelidadas de malucas?
Comédia romântica, sim!
Se você é uma pessoa fã das comédias românticas e não quer mais ver aquelas cenas clássicas de filmes adolescentes dos Estados Unidos, com líderes de torcida e enredos clichês, cheios de grandes demonstrações de amor (e longe de nós reclamar disso, afinal de contas quem não ama um Heath Ledger cantando em uma arquibancada de escola?), L.O.C.A. é o seu filme ideal.
Além de grandes doses bem feitas de comédia sem soar pastelão, tem aquela porcentagem perfeita de romance para te conquistar do início ao fim. E não tem cenas grandiosas de amor, só tem cenas grandiosas de pagamento devido contra homens que se orgulham de ser apenas garanhões. O roteiro é o pagamento de uma dívida histórica contra o patriarcado, em todos os corpos, cores e vozes.
Tem romance sobre pessoas novas e antigas na vida das protagonistas, além de pessoas que também merecem uma segunda chance para amar. Esse também é o primeiro filme a não deixar barato para os bad boys, e deixar claro que se o cara parecer safado, falar como um safado e se comportar de forma misteriosamente safada, então mana, sua intuição está certa: ele é um safado. Mas nem todo homem é canalha, e talvez seja bom tirar as máscaras desses corpos femininos que sangram pelo amor bandido há anos, e olhar com sinceridade para pessoas diferentes, em relações diferentes.
Olhar para essas trajetórias já é mais do que motivo suficiente, e com um romance fofinho a gente se apaixona ainda mais, né?
O discurso racial
Se você leu a resenha especial do Dia da Consciência Negra aqui no Entretê, sabe que Falando de Amor é um filme sobre o discurso da mulher preta em uma sociedade que empurra a branquitude na guela de quem se recusa a ouvir os discursos e gritos da comunidade preta, tão ridicularizada e marginalizada ao passar dos anos.
Mas L.O.C.A. não está nem aí para quem pensa assim. O filme coloca figuras pretas de força e representatividade e fora do cenário das favelas (que é muito recorrente nas obras audiovisuais brasileiras), o que é muito importante.
No papel de mulheres fortes e donas de negócios próprios, temos Rebeca (Roberta Rodrigues) que é uma das protagonistas do filme, e temos a chefe de Manoela (Mariana Ximenes), interpretada por Cris Vianna.
Enquanto Rebeca tem um desenvolvimento melhor, e é colocada como uma amiga fiel, chefe bondosa e pessoa de grande senso de observação, a personagem de Cris Vianna tem um destaque bem menor, mas em seus poucos minutos de tela apresenta uma mulher racional, gentil e justa. E isso tem muito impacto na narrativa.
O Brasil é um país majoritariamente preto (quer você queira ou não), e por isso suas belezas e empoderamentos precisam ganhar destaque sim em obras de ficção. L.O.C.A. faz esse favor, e coloca um discurso de mulheres brancas que são guerreiras que trabalham muito para conseguir um mínimo de reconhecimento, enquanto aquelas mulheres pretas, que provavelmente ralaram o dobro que as brancas, já chegaram onde queriam estar naquele momento de suas vidas. A chefia preta deveria ser uma realidade muito mais retratada nas artes, e o filme foi justo com esse lugar de fala.
Nacional, nacional, nacional
De uns anos para cá, temos consumido muito mais filmes nacionais, e por isso o cenário tem se expandido ainda mais a cada dia que passa. Não podemos negar que graças a Paulo Gustavo (1978 – 2021) e sua inesquecível dona Hermínia, o cinema nacional saiu do grande reconhecimento por dramas imperdíveis e alcançou status em outras áreas e gêneros.
Depois que decolamos nessa veia artística, nada mais nos segurou, e L.O.C.A. é mais um doce acréscimo ao infinito catálogos de filmes que o Brasil fez muito bem.
O filme não tenta criar uma narrativa ilusória sobre a nossa cultura, e fala muito sobre os pontos fortes de uma sociedade que só tem a crescer ainda mais no hall cinematográfico. Usando e abusando de contextos extremamente brasileiros, como as festas em estilo baile funk, as reuniões nos telhados planos das casas e as cores quentes e vivas, L.O.C.A. é cuidadoso com todas as histórias e vivências brasileiras, e abraça a nossa singularidade cultural com carisma, reforçando que o cinema brasileiro pode ter começado a se expandir com Paulo Gustavo, mas seu legado vai seguir crescendo e nossas histórias vão continuar sendo contadas com graça, charme e originalidade.
Ninguém derruba um Brasil cheio de cor!
Dá para assistir agora
Por ser uma produção feita para o Telecine, L.O.C.A. está disponível na plataforma e pode ser visto de onde você estiver, como estiver e quando quiser.
Presente na première do Telecine, o filme tem destaque relevante e chama a atenção pelo enredo, pelo contexto, pelas histórias contadas e pela facilidade de acesso. Sem contar que facilita e democratiza o prazer pelo cinema nacional.
Então você pode se sentir acolhida pelas vivências femininas bem rapidinho (inclusive, agorinha!), com um único clique no seu acesso ao Telecine, mas antes de correr e assistir L.O.C.A., queremos que você continue a nossa lista e, para isso, te esperamos nas redes sociais do Entretê: Twitter, Insta e Face.
*Crédito da foto de destaque: Divulgação