Com 40 anos de carreira, a estrela mostra porquê se consagrou como rainha
No último sábado, dia 4, Madonna subiu ao palco na praia de Copacabana, para um público de 1,6 milhão de pessoas. Em um show gratuito, promovido pelo banco Itaú, a artista reviveu o melhor que existe na música pop e mostrou que, no auge dos seus 65 anos de idade, ainda possui o mesmo brilho e vigor da jovem que estrelou no VMA de 1984 com Like a Virgin.
O espetáculo foi trazido pelo banco Itaú, além de ter patrocínio da Heineken e apoio do governo estadual e da prefeitura do Rio de Janeiro. Próxima ao Cristo Redentor, a Rainha do Pop reuniu fãs de todo o país, inclusive estrangeiros, que vieram especialmente para prestigiar o show que encerrou a turnê mundial The Celebration Tour: vigésima turnê da artista que celebra seus 40 anos de uma carreira consolidada e repleta de êxitos – e escândalos.
Show fez parte da comemoração centenária do Itaú
A parceria entre o banco e a artista não se deu apenas pela certeza do sucesso, mas também pela longevidade vitoriosa que ambos representam. Eduardo Tracanella, CMO do Itaú Unibanco, explica, em nota no site oficial, que Madonna é uma das protagonistas da campanha de 100 anos, e também representa uma característica de pessoas e empresas atemporais, cujo legado impacta positivamente na vida de milhões de pessoas.
Evento chamou atenção de todos, de boomers à Gen-Z
A apresentação da artista também reacendeu as chamas de uma música pop que parecia estar apagada. Ver Madonna performar em cima de um palco com tanto afinco traz uma sensação nostálgica até mesmo para quem está a vendo fazer isso pela primeira vez. Nesse sentido, a magia de encantar – e chocar – um público que vai de adolescentes a idosos, com batidas que ultrapassam décadas, é algo surpreendente, e tal feito só poderia ser alcançado pela própria.
Desse modo, é inegável que a história de Madonna transcende gerações. Com uma carreira marcada pela quebra de estereótipos, a artista foi pioneira em tudo: na música, na liberdade de expressão, na luta pela emancipação da sexualidade e gênero; mas acima de tudo, por aqueles que se sentem representados por sua figura irreverente e poderosa.
Cantora simboliza quebra de estigmas e representa comunidade queer
Madonna é por si só uma transgressora em prol de sua própria soberania. Em uma sociedade que emana machismo e etarismo, a artista ainda sobe ao palco e sensualiza. Como dito pela própria artista na premiação Billboard Women in Music de 2016, “envelhecer é um pecado” – e este, assim como vários outros, aparenta ser um do qual a artista não tem medo de cometer.
Afinal, com 40 anos de carreira, é fácil dizer que Madonna pavimentou o caminho não apenas para as futuras cantoras do pop, mas também para todas as mulheres que a sucederam. E aqui, é necessário reiterar: não apenas mulheres. A comunidade LGBTQIA+ soma grande parte da legião de fãs da artista, e não à toa.
Artista foi uma das primeiras a lutar contra a desinformação sobre HIV
A Rainha do Pop é considerada uma das primeiras musicistas a apoiar abertamente vítimas da AIDS, em uma época onde a doença era considerada um castigo divino à homossexualidade. Nesse sentido, a intérprete de Live to Tell é a voz para aqueles que se sentem à margem da sociedade — e muito antes da homofobia e transfobia serem temas livremente debatidos em público.
Hits da estrela foram baseados na vivência de minorias nos EUA
Entretanto, a contribuição da performer para a comunidade queer supera a filantropia e a representação: esta é fonte de inspiração para seu trabalho. Seja em sua última turnê, onde trouxe o convidado especial Bob the Drag Queen – também conhecido como Caldwell Tidicue –, seja na origem de seu grande hit, Vogue.
A canção, considerada um dos marcos na carreira da performer, trata-se de um estilo de dança marcado por poses, mas além disso, é um movimento de identidade de gênero, de raça e de sexualidade. Originado nas comunidades LGBTQIA+, negras, latinas e periféricas dos Estados Unidos, ele surgiu dentro da Cultura Ballroom – uma forma de manifestação para pessoas trans afro-latinas que não se viam incluídas nos concursos drag da época.
Vogue furou a bolha na década de 90, quando, em meio à crise da AIDS, Madonna abraçou o movimento e se mostrou, de fato, engajada na luta contra o preconceito sofrido pelos portadores do vírus. Em sua última turnê, a artista performou a canção representando tal movimento, trazendo suas filhas Stella e Estere para brilhar no palco e celebrar a cultura ballroom, em um misto de baile, desfile e concurso.
Madonna deixa sua marca permanente na cultura da música pop
Dessa maneira, seja na sua versatilidade como artista, ou nas suas atitudes revolucionárias em busca do respeito pela igualdade de gênero e pela diversidade sexual, Madonna se faz imortal: suas músicas serão tocadas por mais inúmeras gerações e suas conquistas continuarão sendo usufruídas por todos aqueles que vierem depois.
Portanto, o legado de Madonna se consolida como símbolo da liberdade e do talento de alguém que permaneceu emplacando hits década após década, e que não apenas conseguiu se adaptar brilhantemente às mudanças na sociedade e na indústria musical, mas que também foi um dos grandes motivos para que elas acontecessem.
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Texto revisado por Luiza Carvalho