Academia do Grammy Latino anuncia os ganhadores dos prêmios especiais

Luana Esperatti
26 ago 2022

Entre os homenageados deste ano estão Rosario Flores, Myriam Hernández, Rita Lee, Amanda Miguel, Yordano, Manolo Díaz, Paquito D’Rivera e Abraham Laboriel

Na manhã de ontem (25), a Academia do Grammy Latino anunciou que Rosario Flores, Myriam Hernández, Rita Lee, Amanda Miguel e Yordano receberão o Lifetime Achievement Award deste ano, como parte de sua apresentação anual de prêmios especiais. Além disso, Manolo Díaz, Paquito D’Rivera e Abraham Laboriel receberão o Prêmio de Curadores.

“As realizações coletivas desse extraordinário grupo de artistas e suas contribuições para a música latina são incomensuráveis”, disse Manuel Abud, CEO da Academia Latina da Gravação. “Será um grande privilégio homenagear essas figuras lendárias durante a Semana do Grammy Latino em Las Vegas.”

O Lifetime Achievement Award é dado a artistas que fizeram contribuições criativas de grande importância artística para a música latina e suas comunidades. O Prêmio de Curadores é concedido a pessoas que fizeram contribuições significativas para a música latina durante suas carreiras de maneiras diferentes da performance. Ambas as distinções são votadas pelo Conselho de Curadores da Academia Latina do Grammy.

Os homenageados serão celebrados em um evento privado como parte da Semana do Grammy Latino na quarta-feira, 16 de novembro, no Centro de Convenções de Mandalay Bay. Eduardo Osorio retornará como produtor executivo junto com a equipe de produção da Academia Latina do Grammy.

Confira os Homenageados do Prêmio de Realização Vitalícia 2022:

Rosario Flores (Espanha)

Desde o início de sua notável carreira, este fenômeno pop espanhol adicionou elegância e eufemismo a todas as suas performances, seja uma balada de rock, uma autêntica rumba catalana ou uma canção de amor alegre. Nascida em Madri em uma das famílias musicais mais icônicas da Espanha, começou a gravar música ainda jovem e desfrutou da tutela de seu irmão mais velho, o cantor/compositor Antonio Flores, em álbuns como o Siento de 1994. Um ano após sua morte trágica, a homenagem comovente de Rosário à sua memória, Qué Bonito, tornou-se um de seus maiores sucessos. Em 2002, um papel na obra-prima Talk To Her de Pedro Almodóvar mostrou sua versatilidade como artista, que também brilha em seu álbum mais recente, o exuberante Te Lo Digo Todo Y No Te Digo Na de 2021.

Myriam Hernández (Chile)

Uma das cantoras/compositoras mais influentes e comercialmente bem-sucedidas do Chile, Myriam Hernández surgiu no final dos anos 80 e deixou uma marca profunda na música romântica contemporânea. Após o sucesso de El Hombre Que Yo Amo, de seu álbum Dos, de 1990, La Baladista de América – como é conhecida carinhosamente – vem criando hit após hit graças ao seu estilo “amyrianado”, justapondo humores delicados e noturnos com a paixão inerente de sua entrega. Hernández colaborou com artistas respeitados como Gilberto Santa Rosa, Marco Antonio Solís, Cristian Castro e Paul Anka, além de se estabelecer como uma personalidade televisiva respeitada.

Rita Lee (Brasil)

Rita Lee é uma das cantoras e compositoras mais vendidas da história do Brasil, uma artista visionária cuja identidade sonora singular mescla balada pop, MPB, bossa e new wave. Ela começou sua carreira com a banda Os Mutantes, e gravou álbuns com a banda de apoio Tutti Frutti, incluindo o álbum Fruto Proibido, de 1975. Em 1979, ela lançou o lendário LP Rita Lee, em parceria com seu marido, o multi-instrumentista Roberto de Carvalho, e suas colaborações continuaram ao longo dos anos 80 com uma longa série de sucessos de rádio e shows esgotados. Nas décadas posteriores, ela começou a sair de sua zona de conforto com gravações acústicas como Aqui, Ali, em Qualquer Lugar, uma coleção de músicas ao vivo baseadas em covers dos Beatles.

Amanda Miguel (Argentina)

Nascida na província de Chubut, Argentina, Amanda Miguel estudou música em Buenos Aires, onde conheceu o cantor/compositor Diego Verdaguer, seu futuro marido e parceiro criativo. Com Verdaguer como produtor, Miguel lançou uma trilogia visionária de álbuns conceituais conhecida como El Sonido entre 1981 e 1984. Gravados em Los Angeles com os melhores músicos de sessão, os álbuns se conectaram com amantes de baladas tórridas, gerando sucessos massivos como Así No Te Amará Jamás. Em 1992 ela lançou Rompecorazones, uma excursão sofisticada ao território ranchera, seguida quatro anos depois pelo blockbuster pop Ámame Una Vez Más. Em uma carreira que agora abrange mais de quatro décadas, sua paixão pela música continua com sua turnê Siempre Te Amaré de 2022 com sua filha Ana Victoria.

Yordano (Venezuela)

O cantor/compositor venezuelano nascido na Itália Yordano infundiu a música latina com sua visão poética através de um songbook delicado e em constante evolução de pop cosmopolita, expressões idiomáticas tropicais e baladas românticas. Depois de se formar em arquitetura, começou sua carreira musical em 1978 como vocalista da banda Sietecuero. Seu segundo álbum solo, Yordano, de 1984, e a música Manantial de Corazón, fizeram dele uma sensação internacional. Seus LPs subsequentes ostentaram sucessos de rádio memoráveis, como Locos de Amor em 1988 e a canção de comentário social Por Estas Calles quatro anos depois. Em 2016, ele revisitou seu catálogo no El Tren de los Regresos, com participações especiais de Carlos Vives, Kany García e outros artistas proeminentes.

Homenageados do Prêmio Curadores 2022:

Manolo Díaz (Espanha)

Depois de uma carreira de décadas na indústria da música, Manolo Díaz investiu sua experiência como cantor, compositor e executivo de gravadora socialmente consciente em seu papel como vice-presidente sênior e agora membro do conselho da Fundação Cultural Latin GRAMMY, na qual atuou por mais de sete anos. Ele foi um participante ativo da onda do rock espanhol dos anos 60 em seu país natal como guitarrista do Los Sonor, e mais tarde escrevendo e produzindo sucessos para Los Bravos e Aguaviva. Nos anos 70, Díaz fez a transição para uma carreira respeitada como executivo musical na CBS, Sony, IFPI e UMG, trabalhando em estreita colaboração com luminares como Julio e Enrique Iglesias, Raffaella Carrá, Juanes, Carlos Vives e outros.

Paquito D’Rivera (Cuba)

Vencedor de nove Grammy e cinco Grammys, o saxofonista e compositor cubano Paquito D’Rivera enriqueceu a paisagem da música latina contemporânea com seu senso de humor e elegância artística. Foi membro fundador do supergrupo progressista cubano Irakere nos anos 70. Depois de uma mudança para os Estados Unidos em 1980, ele criou a Orquestra das Nações Unidas com o lendário Dizzy Gillespie, unindo estilos afro-caribenhos com jazz. Como solista, D’Rivera se apresentou com orquestras sinfônicas em todo o mundo, defendendo a inclusão de compositores latino-americanos no repertório clássico.

Abraham Laboriel (México)

Nascido na Cidade do México, Abraham Laboriel aprendeu guitarra pela primeira vez com seu pai antes de mudar para o baixo. Foi o compositor Henry Mancini quem aconselhou Laboriel a se mudar para Los Angeles em busca de trabalho de sessão, e depois de uma turnê internacional com o cantor Al Jarreau, ele cimentou sua reputação como um jogador tecnicamente soberbo que poderia se adaptar facilmente a qualquer estilo. Muito admirado na comunidade do jazz, ele trabalhou com grandes nomes como Ella Fitzgerald e Herbie Hancock, e também se tornou o baixista preferido de estrelas latinas, incluindo Julio Iglesias, Rubén Blades e José José.