Zélia Duncan está deitada, abraçando um violão e sorrindo

Conheça Pelespírito, novo álbum de Zélia Duncan

Em Pelespírito, nos deparamos com canções que nos fazem sentir aconchegados, através dos sentimentos mais profundos da artista

Zélia Duncan apresenta Pelespírito, seu mais novo álbum, gravado 100% em home studios e que celebra as quatro décadas de ofício, além de marcar seu retorno à Universal Music. “Ele é um desejo de ser um pequeno documento meu. E eu adoraria que ele pudesse mapear um pouquinho o momento das pessoas também. Porque as músicas têm isso. Elas pertencem a quem as ouve, a quem se apodera delas”, disse a artista sobre seu novo projeto.

Zélia escolheu transformar suas dúvidas e dores em música, num momento inimaginável que o mundo está vivendo: o necessário distanciamento físico, a (compreensível) dificuldade de inspiração, a triste realidade do atual cenário político-social, as perdas, as inúmeras perdas… que se transformaram em um belo disco, composto por 15 canções emocionantes e que tocam o coração, no mais profundo sentimento.

Na imagem, está a capa de Pelespírito, em azul e vermelho
Capa de Pelespírito | Divulgação: Universal Music Brasil

 

Pelespírito é fruto de um encontro musical profundo com o poeta e produtor pernambucano Juliano Holanda, ao lado de quem Zélia compôs todas as faixas que figuram no disco. “Meu novo encontro com o Juliano foi um acaso. Eu compus com várias pessoas durante esse tempo. Parceiros amados e queridos, como Ana Costa, Xande de Pilares, Lucina, Marcos Valle, Ivan Lins… Tem sido incrível, mas, num certo momento, eu e o Juliano nos conectamos de uma maneira muito profunda, porque ele teve uma disponibilidade muito grande para mim e vice-versa. Esse álbum também é um diálogo meu com ele, que mora em Recife. A gente não se viu e começou a compor por WhatsApp e a coisa fluiu de uma maneira absurda”, revela Zélia.

Nessas 15 canções tão íntimas e confessionais, Zélia passeia por ritmos como folk e country (Viramos pó?), rock´n´roll (Nas horas cruas), sertanejo nordestino e pantaneiro (Tudo por nada) e blues (Sua cara tá grudada em mim). Além disso, no álbum a cantora propõe perguntas (Onde é que isso vai dar?, O que se perdeu?), faz declarações de amor (Nossas coisinhas e Sua cara), acenos e homenagens, com mensagens de empoderamento (Você rainha); e fecha o álbum deixando explícita a sua crença de que tudo vai ficar bem (Vai melhorar).

Zélia Duncan aparece sentada sorrindo em uma escada; ela veste camiseta preta e calça quadriculada
Divulgação: Denise Andrade

De fato, a escolha dos títulos e a maneira como o álbum “evolui”, se encontra com tudo o que estamos passando em nosso país, como se Palespírito fosse um verdadeiro abraço em todos os brasileiros e brasileiras que carecem de atenção e carinho em tempos tão sombrios.

Coletiva de imprensa com Zélia Duncan: inspirações, desafios e um bate-papo com a imprensa brasileira

Além desse lançamento especial, jornalistas brasileiros tiveram a oportunidade de conversar com Zélia Duncan, em um coletiva de imprensa virtual que aconteceu na tarde de terça-feira (25), com a participação da artista, profissionais de diversos veículos – entre eles, o Entretetizei – e representantes da Universal Music Brasil, companhia ao qual Zélia lançou discos como Sortimento (2001), Eu Me Transformo em Outras (2004), Pré Pós Tudo Bossa Band (2005), entre outros.

O print de tela mostra uma reunião virtual com Zélia Duncan e profissionais do jornalismo
Coletiva virtual com Zélia Duncan | Divulgação: Entretetizei

 

Durante o evento, Zélia conversou sobre variados temas relacionados ao novo álbum. Tivemos a oportunidade de questioná-la sobre os principais desafios enfrentados pela cantora, já que o álbum foi produzido em home studio, de uma forma bem caseira –  como vemos no clipe oficial de divulgação – e com pouco contato com outros profissionais. Zélia nos respondeu, contando que realmente foi um grande desafio, pois ela teve que aprender a manusear diversos equipamentos necessários para a produção de um disco, mas que, por outro lado, foi interessante, já que todo esse processo proporcionou que aprendesse algo novo.

Ainda assim, Zélia também nos contou que o processo de produção de cada canção foi como o ato de parir um filho – e chegou a comentar que, como mulheres, o Entretetizei entenderia muito bem, já que, apesar de doloroso e trabalhoso, “parir” seu álbum trouxe um novo sentido para sua vida, um novo “ser”, algo para seus fãs.

Conheça um pouco mais as canções de Pelespírito

Pelespírito vem acompanhado de canções que nos fazem voar, refletir e nos sentir aconchegados, por uma artista que expõe, através de palavras, seus sentimentos mais profundos.

A seguir, você conhece um pouco mais sobre cada faixa dessa poesia musical. Cada uma genialmente escritas:

  1. Pelespírito – É o nome do álbum e o nome da música que abre o disco. Essa letra foi feita num espasmo, de uma só vez, o que nem sempre acontece. Eu estava num momento especialmente difícil, física e emocionalmente. Eu sempre tenho à mão um lápis e um papel e quando comecei a escrever “Tô pele e espírito / tô por um fio dessa minha blusa”. E tudo o que eu escrevia era exatamente o que eu estava sentindo. Nenhuma vírgula foi mudada, nenhuma palavra. E assim a gente abre o disco, porque eu acho que essa música dá o tom do sentimento todo. E aí entra o Webster Santos, um músico muito sensível e que me conhece muito, que assina a produção comigo e o Juliano. O Webster foi muito especial nas suas intervenções, o que deixou a música toda sensorial.
  2. Onde é que isso vai dar? – Ela é explicitamente para esse momento. Mas tem uma particularidade que eu adoro. Ela é literalmente um diálogo meu com o Juliano. Foi muito intensa a nossa relação para construir essas músicas. Eu imprimi 15 nesse álbum, mas são muito mais do que isso. Um dia, a gente tinha feito uma música que a gente estava feliz de ter feito e ele me mandou uma mensagem dizendo que estava feliz de estar compondo e que isso estava sendo bom pra ele nesse tempo. E aí eu escrevi para ele: “Te digo o mesmo. Isso me provoca”. Ele me provoca e eu adoro desafios. O Juliano é também um poeta. Ele mandava umas frases para mim, eu devolvia com outras e isso ia virando coisas, estrofes… E assim a gente foi construindo o diálogo nessa música, que é tão especial para mim. Essa é umas das músicas que me fez querer fazer o disco.
  3. Tudo por nada – Essa foi a última música a ser gravada, aos 46 do segundo tempo. Porque nesse processo todo a gente não parou de fazer música. E aí apareceu essa. A letra, que é minha, surgiu primeiro. Na ocasião, eu estava assistindo na internet a Marcia Tiburi, uma amiga querida que admiro profundamente, que estava falando umas coisas tão interessantes. E ela começou a falar sobre como é importante que você sinta alguma coisa para poder ajudar os outros. Tem que começar em você esse sentimento. E aí, de novo, eu peguei o papel e comecei a escrever a letra, que diz “preciso doer pra te estender a mão / se eu não me vejo, te ignoro”. Fui seguindo nessa ideia e aquele sentimento ficou forte pra mim. Eu mandei para o Juliano, que entrou com uma melodia meio sertanejo nordestino, mas também ficou um pouco pantaneiro. O Webster fez uma viola que vem debaixo para cima. É uma faixa muito vistosa, com viola e violão, que eu não consegui deixar de fora. Mesmo porque o refrão dela diz: “quando eu digo ‘vem’, é porque eu também vou”. Acho que isso que afirma as coisas é a minha cara. Eu quero cada vez mais me comprometer com as coisas e achei que essa música era um pouco isso. E ela está logo no começo do disco porque eu quero dizer rapidamente.
  4. Vou gritar seu nome – Ela uma das três músicas “fofas” do disco. Curioso porque sempre tem uma pontinha de tristeza. Eu sempre acho que as coisas tristes não são necessariamente bonitas, mas quase sempre as coisas bonitas têm um pouco de tristeza, a meu ver. Nesses tempos então… esse é um disco onde sempre tem uma pontinha de tristeza para mim. Embora essa música tenha uma leveza, ela está falando do futuro (“Talvez o futuro nos espere com flores”). Esse é um desejo que parte de uma tristeza, mas vira um desejo bom. Tem uma coisa que eu adoro no começo dela é o acordeom do Léo Brandão. Eu tentei, pelo menos numa faixa, trazer esses músicos que estão comigo há tanto tempo e que são tão importantes para mim, como o Léo, que toca teclado e acordeom na minha banda. Já o violão é meu. Quase em todas as faixas começaram com a minha voz e o violão. Esse é o cerne do álbum. É uma música que tem a pretensão de ser um pouco um parquinho de diversões, um sonho. É mesmo um sonho.
  5. Nossas coisinhas – Essa é uma música absolutamente especial pra mim. Eu fiz para a Flavia, minha companheira. As músicas têm esse negócio de servir para todo tipo de situação se você se identifica com elas. Por exemplo, uma das primeiras pessoas para quem eu mostrei essa música foi uma querida amiga minha, que ficou ouvindo com a filhinha dela. E eu fiquei muito emocionada com isso, porque a música já estava se transformando, porque ela fala sobre “as nossas coisinhas de meninas”. E a minha amiga brinca com a filha quando elas estão sozinhas dizendo “vamos fazer as nossas coisinhas de meninas, vamos conversar, fazer o que a gente quiser”. E é sobre isso que a música diz também. No meio da pandemia, eu estava voltando de uma situação superdifícil e pensei: “Eu preciso tanto agradecer a essa pessoa que está aqui comigo, cuidando tanto de mim”. É muito pessoal. E quanto mais pessoal, mais é universal descobrir isso como compositora. Essa é uma faixa em que eu toco violão sozinha. Os meninos acharam que a melhor tradução para ela era essa. Ela emociona as pessoas, é muito amorosa. E a gente ama essa música.
  6. Viramos pó? – É a outra pergunta que tem no disco. Tem uma coisa importante que eu estou tocando violão e cantando, mas todo o arranjo dessa música foi feito pelo Christiaan Oyens, meu parceiro, meu compadre, meu amor, que hoje mora em Londres. Todos nós gravamos as nossas partes em nossas respectivas casas, sem podermos nos encontrar. E o Christiaan mandou de Londres as coisas e a gente se emocionou muito. Quando ele me mandou, ele disse que gravou muito emocionado. Sempre com o bom gosto dele, o Christiaan trouxe uma viagem diferente para o disco. Aliás, na faixa Onde é que isso vai dar?, você sente que tem uma viagem ali. E ele fez todos aqueles sons. Essa música também fala muito sobre esse momento, que tem essas perguntas pra fazer e que a gente espera poder responder. Ela é um country, que é bem a nossa cara. O disco está todo folk, de modo geral.
  7. Raio de neon – É outra das músicas “fofinhas”, gostosas do disco, acredito, que também tem um delicioso arranjo do Christiaan. Tem um solo de guitarra daqueles que eu adoro, que está te falando uma coisa. Não apenas um solo que está mostrando habilidade. Ele está contando uma história com a melodia. Essa é a única música que foi feita poucos dias antes de a gente fechar de vez e entrar em isolamento. Mas é interessante como ela já fala sobre essa situação. Porque já tinha um clima muito ruim no Brasil desde… nós sabemos quando (risos). Então já estava um clima muito difícil no país quando entramos nessa fase do vírus. A gente já estava contaminado com outros vírus. Vírus de ódio, de uma polarização muito perversa. E essa música fala disso também. Ela vem para aliviar, porque é uma música suave, mas também está falando de um momento um pouco triste. Mas ela é alegre.
  8. Nas horas cruas – É o rock´n´roll do disco, que também fala da situação mais explicitamente, que fala sobre ficar em casa. “Quais são as armas que usamos dentro de casa, nas horas cruas, sem nada?” Eu escolho o amor. E você?
  9. Sua cara – Outra música que nasce extremamente confessional e pessoal, porque eu a fiz para o meu pai. Perdi meu pai em dezembro de 2020. Meu pai morava em Rio Claro e eu estou em São Paulo. Então, fui de carro até a cidade dele algumas vezes. Numa dessas ocasiões, eu voltei e fiz essa letra, que diz “a sua cara tá grudada em mim”. Então, ela virou um blues. Eu também toco sozinha. Estou feliz de tê-la feito. É uma música emocionante do disco.
  10. Passam – Foi uma das primeiras músicas que eu fiz com o Juliano Holanda, ainda sem saber que ia virar disco. Quando a gente fez, eu senti um ‘pancadão’ e disse: “ importante essa música pra mim”. Foi num momento também difícil, que eu estava chateada com um monte de coisas, coisas que tinham falado, tanto que no final dela eu falo “Nos querem sem palavras / mas todos passam”. Essa é umas das músicas que chegaram para reforçar o fato de que eu comecei a desconfiar que aqui isso ia virar um disco.
  11. O que se perdeu? – Essa é uma música bem diferente do disco. Ela é esse diálogo meu com o Juliano. Eu fiz as letras muitas vezes pensando nele, na nossa conversa. “Seu remédio meu / Meu remédio seu / Sua cura, minha cura / O que se perdeu?”. Também tentando pensar onde que a gente adoeceu. Onde a gente adoeceu emocionalmente, no discurso, socialmente… por que é que estamos tão doentes assim? Por que para enfrentar uma doença a gente escolheu esse vazio todo, esse vazio de pensamento? Essa música começa numa conversa minha com o Juliano e termina numa música que quer falar pra todo mundo.
  12. Eu e vocês – É uma balada bem simples e que se propõe a ser bem simples mesmo. A gente estava tão agoniado que começamos a conversar sobre fazer uma música que acalmasse o nosso peito um pouco. E eu, como todos os meus colegas – tenho certeza – com essa abstinência do palco, de gente perto pra poder tocar, trocar, ouvir a reação das pessoas… É muito difícil essa parte. É a parte difícil das lives que a gente faz, porque é o nosso trabalho. Mas é uma coisa que nos deixa muito cansado de imaginar como seria se fosse. Eu estou fazendo 40 anos de carreira. São quatro décadas de contato com o público. E, de repente,  esse corte. Então, Eu e vocês fala também disso. Ela começa falando “Uma daquelas pra suavizar a alma / Uma tranquila / Pra reconquistar a calma”. E o refrão fala diretamente para o meu público: “Vontade de cantar / Num coro essa canção / Com voz de coração. Eu e vocês”. Nada substitui eu e vocês. Vocês e eu juntinhos. Antes de eu gravar essa música,  eu a mandei a para a Elba Ramalho. E pensei: “ossa, isso é a cara da Elba, que é uma mãezona!”. Ela ouviu e imediatamente se identificou. E ela batizou o álbum dela com os filhos de Eu e Vocês, que saiu bem antes do nosso, mas como um prenúncio de uma boa sorte para essa música, que é simples e que eu acredito que vai chegar muito fácil até as pessoas.
  13. Eu moro lá – Ela é um pouco diferente do resto do disco. O Webster Santos está tocando nela toda, é bem a praia dele, uma música suingada. E, outra vez, eu fiz essa música para o Juliano. Ele e a Mery (sua esposa) moram num lugar que tem uma vista incrível, aberta, tem mar… teve uma época em que eu vi algo na internet sobre o nordeste. Sou filha de baiano, sou nordestina também e tenho muito orgulho disso. E eu fiz essa música como uma declaração de amor pelo lugar de onde a gente vem. E eu estava pensando dele. “Eu moro lá porque tem o horizonte e um monte de céu pra olhar”. Só que aí eu comecei a pensar que eu falo de um rio. Não era o Rio de Janeiro exatamente. Eram os rios que nós temos nas nossas cidades. Mas como eu sou do Rio, é claro que isso vai ficar também marcado. Não me importo. Como eu me mudei para São Paulo, ficou parecendo que eu fiz essa música só para o Rio. Não foi isso, mas eu adoro pensar que também é. Na verdade, Eu moro lá, tem a ver com o Brasil. O Brasil que a gente quer, que não é esse em que nós estamos vivendo hoje. A gente quer um outro Brasil. A gente quer virar o disco pra recomeçar. O Brasil nunca foi um lugar justo, nunca foi um lugar igual. A gente sempre teve grandes problemas por conta de abismo social, principalmente. Mas o Brasil que a gente entrou é um Brasil que é pior e mais difícil ainda. Então, eu moro lá. Eu moro lá naquele Brasil que eu vou buscar. Eu vou buscar!
  14. Você rainha – É uma música muito delicada do disco, cuja letra eu fiz para as mulheres que sofrem na pandemia violência, para as que até morreram – que não foram poucas – para as que estão trancadas com seus algozes, para as que não conseguem pedir socorro. E para as que conseguem pedir socorro. Para que elas saibam que elas sempre terão uma saída. E que nós, juntas, somos muito fortes e podemos nos ajudar. É um sinal para essas mulheres, para que elas saibam que não estão sozinhas.
  15. Vai melhorar – O disco se encerra com essa música. Por motivos óbvios. É o que a gente deseja, é o que a gente espera. A gente está vivo, a gente quer melhorar. “Vai melhorar / vem melhorar comigo / contigo  eu consigo melhor”. Desde o primeiro dia, eu venho dizendo (eu e tanta gente) que a gente só vai sair dessa situação toda juntos. Não dá pra sair em partes. Por isso temos que nos vacinar juntos. É coletivamente que vamos conseguir fazer uma coisa melhor. Vai melhorar, se a gente for junto. Nessa faixa eu conto com a participação especial de Ézio Filho no contrabaixo e percussão. Ele é diretor da minha banda há muitos anos e meu amigo querido.

No dia 19 de junho, às 21h, será realizada a live de lançamento do álbum Pelespírito, comemorando os 40 anos de carreira de Zélia Duncan. A live acontecerá no Teatro Prudential (com transmissão online) e os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla. Parte da renda será doada a uma instituição social atuante no combate à fome.

Clique AQUI e ouça agora Pelespírito, já disponível nas plataformas de música.

Obrigada, Zélia, por trazer esse acalanto ao coração, num momento em que necessitamos de um abraço. Sem dúvidas, Pelespírito chega no momento certo.

O que você achou de Pelespírito? E qual sua música favorita da Zélia Duncan? Conte pra gente tudo isso nas redes sociais do Entretetizei – Insta, Face e Twitter.

 

*Crédito da foto de destaque: Divulgação: Universal Music / Denise Andrade

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