Foto: Reprodução/Na foto estão, da esquerda para a direita, Flavio Tolezani, Gabriel Leone e Raquel Villar

Dom: elenco fala sobre os bastidores da nova série da Amazon Prime Video, que estreia dia 4 de junho

Em coletiva de imprensa, elenco e diretor de Dom falam sobre a criação da série e como surgiu a ideia de falar sobre Pedro Dom, um dos maiores criminosos do Rio

 

Alerta nova série! A Amazon Prime Video divulgou, no último dia 29 de abril, o teaser de sua mais nova série original, Dom. Criada e dirigida por Breno Silveira, a produção conta com Gabriel Leone, Flavio Tolezani, Isabella Santoni e Raquel Villar no elenco. 

Dom conta a história de Pedro “Dom” (Gabriel Leone), um rapaz de classe média e filho do policial Victor (Flavio Tolezani), que entra para o mundo das drogas muito cedo e se torna líder de uma das maiores facções criminosas no Rio de Janeiro. Baseada em fatos, Dom traz à tona a dura vida de quem perde um (ou mais) filho para o vício. 

Em coletiva de imprensa na última terça (25), o diretor, criador e produtor executivo da série, Breno Silveira, contou que a história chegou até ele pelo próprio Victor, pai de Pedro Dom, e ele decidiu que era uma história que valia a pena ser contada.

“Pra mim é muito emocionante falar aqui pra vocês. Foi nessa cadeira, há doze anos, que eu entrevistei o Victor. Ele bateu na porta da Conspiração e disse que tinha uma história muito importante pra contar. Eu lembro que eu não quis atendê-lo no primeiro momento e ele ficou na portaria por horas. Até que alguém falou que era importante eu ir falar porque ele não ia sair da portaria. E foi muito chocante escutar a história dele, no começo.

Eu senti que era uma história importante a ser contada porque, de alguma forma, a gente não está falando só sobre uma história de tráfico de cocaína. A gente está falando da entrada da droga no Brasil, da cocaína no Brasil. Ela modificou não só o Rio de Janeiro, que é o Rio de Janeiro que a gente tem hoje, mase modificou também as famílias. Eu tinha uma história ímpar. Um pai que, como um policial infiltrado, trabalhava no combate à droga e de um filho que virou não só um viciado desde os 15 anos até se tornar um dos bandidos mais procurados do Rio de Janeiro”, conta.  

Foto: Reprodução

A história de Pedro Dom

A história de Pedro Dom estampou os principais jornais da cidade por meses a fio em meados dos anos 2000. Aos nove anos de idade, Dom entrou para o mundo das drogas e passou a conviver com crianças usuárias em Copacabana. Aos 12, começou a roubar para sustentar seu vício, furtando itens de dentro de casa. Seus pais perceberam o que estava acontecendo e tentaram de todo jeito fazer com que o filho saísse do vício. Pedro Dom passou por tratamentos e clínicas de reabilitação, mas issoque não teve efeito. 

Em 2001, sua primeira sentença saiu e Pedro foi detido por porte ilegal de armas, mas por conta de um laudo médico emitido pelo Hospital Psiquiátrico Heitor Carrilho, que alegava dependência química, ele foi liberado pelo juiz e a decisão foi revogada logo em seguida quando sua mãe implorou para que ele fosse preso em um hospital penitenciário. Sem saber o que fazer, ela achou que preso ele ficaria longe das ruas e longe do vício, mas esse foi o início do fim para Pedro Dom. 

Foto: Reprodução/Na foto, Pedro Dom como era na vida real

Na prisão, ele conheceu criminosos de todos os tipos, desde ladrões e assassinos que, mais tarde, se tornaram seus aliados na quadrilha. Ele foi liberado em fevereiro de 2002, sob condição de voltar para tratamento, mas nunca apareceu. A partir daí, sua história no tráfico de drogas do Rio de Janeiro estava consolidada. Em 2004, Pedro Dom passou a liderar uma quadrilha especializada em assaltos em edifícios de luxo ao lado de sua, então, namorada, que distraía os porteiros para a quadrilha passar despercebida. 

Ele também ficou famoso por ser violento. Algumas vítimas descreveram aà época em que viveram cenas de horror como reféns do criminoso. Apesar de ser usuário viciado em cocaína, Pedro Dom não traficava a droga, mas integrava uma das facções mais perigosas do Rio, vivendo entre as favelas da Rocinha e do Complexo da Maré.

Em 15 de setembro de 2005, dias antes de completar 24 anos, uma operação foi montada na saída do Túnel Rebouças, no Rio Comprido, com o objetivo de prendê-lo. Porém, Pedro não aceitou ser levado preso e conseguiu fugir da emboscada. Na saída do túnel, ele ainda jogou uma granada para trás, ferindo o delegado da 22ª DP, Eduardo Clementino. Ele foi perseguido pelas ruas do Rio de Janeiro e capturado em um prédio na Lagoa, onde acabou sendo morto por policiais após reagir. Chegou a ser levado para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, mas morreu pouco tempo depois.

A série Dom

E essa história desenha muito a violência que o Rio de Janeiro se encontra hoje. A gente consegue entender um pouco isso. E de duas figuras antagônicas. (…) São dois lados da mesma moeda. Os dois eram viciados em adrenalina, tinham uma coisa muito forte nos caminhos, mas um era policial e o outro era bandido. Foi um longo tempo conversando com ele e depois o Tony Bellotto (escritor de Dom, lançado pela Companhia das Letras, em abril de 2020) se juntou e escreveu um livro sobre a história, que a gente usa. O próprio Victor escreveu um livro. 

Foram muitas histórias até chegar aqui. E eu estou muito orgulhoso dessa história. Muito orgulhoso da Amazon, da Prime Video ter embarcado nessa aventura. (…) Vocês não têm ideia do tamanho da emoção que é pra mim hoje estar contando essa história. Não é mais uma história de narco (tráfico), é uma história que, quem conseguir acompanhar e se tiverem outras temporadas, vai entender o tamanho do que quer dizer. Ela pode começar como um thriller, mas você vai entendendo aos poucos a importância dessa história”, conta.

Foto: Reprodução/Na foto, aparecem Gabriel Leone como Dom e Flavio Tolezani como Victor, pai de Dom

Escalado para viver o criminoso Pedro Dom, Gabriel Leone também compartilhou alguns momentos. 

“Têm muitos eventos que foram de alguma forma adaptados e a escolha foi que todos nós tivéssemos contato com essa história que chegou através do Breno, através dos roteiristas, mas as construções foram feitas muito entre nós, com possibilidade que a gente teve de filmar praticamente na ordem cronológica. E a gente foi conseguindo construir essa história juntos, um dia após o outro”, afirma Gabriel.

A série possui oito episódios de uma hora de duração cada e estreia no Brasil – e em mais 240 países – no dia 4 de junho, no Amazon Prime Video. Tanto o elenco quanto o diretor estavam muito animados e ansiosos para a estreia e todos estavam confiantes ao afirmar que é uma história interessante de ser contada e exibida, que tirará várias dúvidas sobre o que realmente aconteceu naquela época.

Estamos falando de uma história que tem muitas particularidades. Apesar dela ter terminado em tragédia, acho que o preço que cada um pagou pelas escolhas, eu sinto que eles viveram muito intensamente”, conta Breno.

“Eu acho que se você olha pra história e justamente pega pontos isolados e coisas assim, pode até soar como um pouco de glamourização ou alguma coisa assim, mas é o que a gente está falando, né. É algo tão profundo, tão denso, algo que o Victor falava com orgulho, mas ao mesmo tempo ele não tinha mais o filho do lado dele. Ele tinha consciência do quanto aquilo fez mal. A gente está falando de seres humanos. É muito difícil de julgar, sendo que de alguma forma passamos ou conhecemos alguém que passou por algo semelhante, então cada pessoa vai reagir de uma forma”, comenta Gabriel Leone.

Foto: Reprodução/Na foto, aparece Gabriel Leone como Pedro Dom ao lado de traficantes no Rio de Janeiro

É, e cada um deles pagou um preço muito alto pelo que escolheu na vida. A série não deixa essa história gratuita. A gente não tá (sic) fazendo apologia às drogas de jeito nenhum, até porque a gente entende exatamente isso, o preço que cada um pagou. O preço que o Victor pagou no combate às drogas foi dizer um dia pra mim , que a droga tinha que ser liberada porque não fazia nenhum sentido o que acontecia com a droga no Brasil, que corrompe, corrói, transformou a favela em outra coisa. A favela era samba, poesia. Ele viu essa transformação da favela com as drogas e viu o quanto era inoperante a violência em relação a ela. Você entende o lado do Victor, no final da vida, ele falou assim ‘o que eu fiz na minha vida foi enxugar gelo. Essa luta é ridícula, não vai ser nunca pela violência!’”, afirma Breno

Ela (a série) não faz apologia às drogas porque ela vai mostrar o quanto o Pedro sofreu com tantas internações, o quanto isso foi difícil. A gente está falando de verdade, tentando dar um passinho a mais de todas as séries que falam de tráfico, de drogas. Você vai entendendo um pouco mais onde ela socialmente afeta, apesar de toda a loucura que você pode viver e de todo prazer, ela tem um preço, termina.

Foto: Reprodução/Na foto, da esquerda para a direita: Flavio Tolezani, Breno Silveira e Gabriel Leone

Nossa ansiedade já está a mil para ver como Breno Silveira, Gabriel Leone, Flavio Tolezani, Isabella Santoni e Raquel Villar irão contar a história de Pedro Dom. 

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*Crédito da foto de destaque: Reprodução

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