Anna abriu o jogo sobre sua carreira e trajetória na música, quais são as suas referências e ainda contou sobre as surpresas para o futuro
Anna não é só uma cantora. É assim que podemos resumir a versatilidade e os múltiplos talentos da artista. Só para ilustrar, ela canta, dança, interpreta e ainda quer aprender a dublar. Ou seja, tem pouca idade mas já ostenta uma bagagem de dar inveja. Para o Entretê, ela falou sobre tudo: início da carreira, referências, ancestralidade, single novo, planos para o futuro…
Vocês já entenderam, né? Para conhecer e saber mais sobre Anna, confira a entrevista completa!
Entretetizei: Anna, a sua carreira profissional na música começou depois da sua participação no The Voice, em 2016? Como foi sua história com a música e quando soube que esse era o caminho que queria seguir?
Anna: Na verdade, eu trabalho com música desde os 13 anos, canto desde os três e danço desde os seis. A atuação veio um pouco depois, aos 13 também, mas eu realmente não lembro de um momento da minha vida em que eu não sabia o caminho que queria seguir. Costumo dizer que eu já nasci artista! O bichinho da arte me picou lá na barriga da minha mãe e acho que eu realmente não conseguiria seguir de outra forma.
Entrei no The Voice com 16 anos e foi aí que ganhei maior projeção na minha carreira, então considero um grande divisor de águas. Ao mesmo tempo, estava me formando como atriz e passei a trabalhar bastante com teatro musical, uma outra grande paixão minha, sempre fazendo shows em paralelo e nunca mais parei. Tô super feliz com o meu momento atual, em que posso finalmente compartilhar essa outra faceta minha que sempre esteve aqui: o autoral pop!
E: Qual foi sua maior inspiração, a maior referência, desde que começou a cantar?
A: Olha, essa pergunta sempre me pega! Eu fui uma criança que ouvia absolutamente de tudo e acho que foi essa mistura que contribuiu tanto pro meu artístico de hoje. Tenho muitas referências, muitos ídolos e artistas que admiro, então acabo aprendendo um pouquinho com cada um deles, e aí vejo como isso se aplica na minha ótica, no meu trabalho e na minha verdade.
E: Quando foi que você percebeu que, além de cantar, poderia atuar e aumentar seu leque de possibilidades no mundo artístico?
A: Assistindo Disney Channel! Acho que a escola de amante de pop da geração 2000 acabou sendo essa galera. Eu sempre fui apaixonada por interpretar as canções, achar um significado para aquela letra e comunicar isso pra plateia. É uma das partes que mais me preenchem: passar uma mensagem. Fui uma criança muito comunicativa, expressiva, adorava interpretar papéis, antes mesmo de saber o que era isso.
E High School Musical foi minha epifania quando criança! Eu lembro de estar assistindo e pensar “Caraca! Eu posso fazer isso também!”. Aí descobri o mundo Broadway, teatro, cinema, e foi um caminho sem volta. Comecei a estudar na hora.
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E: Você é uma artista completa: canta, dança, compõe, atua, dubla… Tem mais alguma coisa que desperta seu interesse e que você gostaria de fazer ou incorporar no seu repertório?
A: Obrigada! Olha, a dublagem é uma área que eu estudo, mas ainda não trabalhei no meio, então me desperta muito interesse. Sou apaixonada! E se tem uma coisa que eu não abro mão é do estudo constante. Acredito que não só a evolução vem daí, mas as possibilidades também. Sou muito curiosa, então tenho vontade de aprender o máximo de coisas que eu puder dentro da minha área.
E: Quando pesquisamos por Anna Akisue nos streamings, encontramos as músicas que você interpretou no The Voice. Os seus singles lançados recentemente já estão com o novo nome artístico, Anna. Qual foi o motivo dessa transformação? Conta pra gente como foi esse processo.
A: Entre muitas reuniões com a minha equipe, decidimos que seria interessante comunicar para o público que algo novo estava por vir, algo que sempre esteve em mim, mas que nunca foi apresentado para o meu público, e foi assim que decidimos seguir apenas como Anna. A Anna representa o protagonismo da minha artista pop, sob minhas várias facetas como artista.
E: É mais comum ver diversidade em produções do audiovisual hoje em dia. Mas nem sempre foi assim. Para você, o que significa ser nipo-brasileira em um mercado que está começando a dar mais espaço e visibilidade para artistas amarelas?
A: Como mercado e indivíduos, estamos começando a entender a importância da representatividade, mas ainda estamos muito longe do que deveria ser, ainda mais considerando tamanha diversidade racial do nosso país. Ser nipo-brasileira no mercado artístico pra mim é lutar diariamente por espaço e representatividade e tomar posse de um lugar que também é nosso.
Mas acredito que a verdadeira mudança só vai acontecer quando rolar a conscientização em todos os setores, front e backstage. Aqui no Brasil, o entendimento de que existem outras identidades raciais que não só brancos e pretos ainda é pequeno. Então falar sobre ser amarela e ocupar esses lugares de protagonismo em diferentes áreas do mercado é também uma maneira de conscientizar as pessoas.
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E: Você se expressa não só com a voz mas também com o seu corpo nos clipes das suas músicas, e isso é fantástico, porque bate de frente com a fetichização que as mulheres asiáticas sofrem. A dança te ajudou a enxergar essa questão em algum momento?
A: Muito! A dança tem muitas linguagens, né? E em cada uma delas eu pude conhecer e reconhecer o meu corpo de diversas maneiras diferentes e também entender como a movimentação do meu próprio corpo interfere diretamente na forma que eu sou interpretada pelo outro. A fetichização da mulher amarela foi construída em cima de um estereótipo, nascido de um histórico de violências, e, por essa ótica, somos vistas como inocentes, submissas e sem vontades próprias, quase como uma boneca.
O trabalho corporal apresentado em Chá foi feito de uma forma que batesse completamente de frente com isso. Busquei, junto com a coreógrafa Laure Courtellemont, trazer movimentos fortes, precisos e de grande impacto. Movimentos que gritassem tomada de decisão, poder e força, que, junto à letra, construíram a mensagem que eu queria: uma mulher forte, confiante, que sabe o quê, quando e como quer. Não somos o seu fetiche.
E: Chá é o seu single mais recente, uma parceria com o Sucre. Compartilha com a gente como foi compor e gravar essa música.
A: Eu e o Sucre temos uma sintonia muito grande quando se trata de música, então foi um processo super divertido e leve. Chá é uma música que aborda a liberdade sexual feminina, um tema que eu amo falar. E o processo de chegar na linguagem foi muito divertido. Em um dia de estúdio, falei pra ele da minha vontade de falar sobre isso, e começamos a jogar palavras pra fora e, em seguida, ele puxou um blues no violão. Quando a gente se deu conta, Chá estava escrita! E em blues! Um dia eu mostro essa versão, que eu amo!
E: Além disso, de alguma forma, Chá remete às suas origens ou ao seu processo de descoberta como artista?
A: Eu acredito que um artista nasce em grande parte a partir das suas vivências e na sua ótica sobre o mundo. Eu nunca fui uma pessoa tímida, inocente ou quieta na minha vida no geral, e falando sobre liberdade sexual, eu sempre fui muito livre e segura do que eu gosto ou não. E Chá sou eu dizendo isso.
Já no clipe, consegui trazer um pouco da minha ancestralidade japonesa através da cenografia, algo que, por muito tempo, tentei me afastar, por conta das microagressões diárias. Isso contrasta com a música, que segue numa linguagem brasileira. Sinto que me apoderei e bati no peito, sabe? Eu sou nipo-brasileira e me orgulho dessa minha misturinha.
E: Será que você pode adiantar as próximas novidades? Tem EP vindo por aí?
A: Tudo o que eu posso dizer é que tem muita coisa f*** tomando forma, ainda pra esse ano, isso eu garanto! Eu não gosto de me limitar a nada, então podem pirar nas possibilidades.
E: Por fim, deixa uma mensagem para as leitoras do Entretê que (ainda) não te conhecem e também para os seus fãs!
A: Queria agradecer imensamente a todo mundo que tá comigo, me apoia, incentiva e fortalece todos os dias. Obrigada de coração por todo o carinho que vocês têm comigo e com a minha arte! Vocês não imaginam a diferença que isso faz pra mim. E pra quem ainda não conferiu meu trabalho, fica aqui o convite! Vou amar conhecer vocês! Já me manda uma DM falando o que você achou, pra gente conversar. Ah! E os boatos são que quem me acompanha fica mais gostoso a cada dia!
E aí, já sabia tudo isso sobre a Anna? Conta pra gente! E segue o Entretetizei também, no Instagram, Twitter e Facebook, pra ficar por dentro de outras matérias imperdíveis do entretenimento!
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*Crédito da imagem de destaque: Entretetizei