Di lançou o primeiro álbum da carreira solo na última sexta e bateu um papo com o Entretê
Di Ferrero lançou na última sexta (6) seu primeiro álbum da carreira solo, 🙁 Um Bad, Uma Farra 🙂, que já está disponível em todas as plataformas digitais. Em entrevista ao Entretetizei ele contou tudinho sobre as 12 músicas que compõem o disco, suas inspirações e os detalhes das gravações com as parcerias.
O cantor e compositor de 36 anos está em carreira solo desde o fim da banda NX Zero, em 2018. A nova fase veio acompanhada de uma mudança para Florianópolis e dos inúmeros singles, EPs e duetos lançados nos últimos anos com IZA, Thiaguinho, Vitão, Rashid, Rael, Luccas Carlos e outros.
Faltava apenas uma coisa: um álbum de estúdio. Bom, agora não falta mais. Confira o papo do Entretê com o Di Ferrero.
🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 passeia pelo pop alternativo, além de trazer várias vertentes do rock. Um reflexo de tudo que Di vivenciou com o NX e mais ainda nesse período pós-banda, quando pôde diversificar sua linguagem sonora.
O disco foi elaborado em parceria com o premiado trio de produtores Dan Valbusa, Marcelo Ferraz e Pedro Dash, que formam os Los Brasileros.
Todas as músicas do álbum começaram a ser produzidas em 2021 e, segundo o cantor, cada uma surgiu em um momento. “Quando me mudei para Florianópolis, fiquei em um quarto de hóspede, na casa que eu tirei a cama, coloquei colchão do lado, o lençol do outro, pus uma mesinha de madeira que era uma mesinha de bar, um computador, um som e improvisei um estúdio e comecei a fazer música.”
“E eu fiquei me perguntando qual era o som que eu queria fazer, independente do que eu precisava entregar para alguém, do que as pessoas esperavam, tentei realmente fazer uma coisa que eu estava curtindo. Comecei a fazer umas músicas que me interessavam, que tem a ver com o meu lance lá atrás, desde a época do NX até umas coisas que eu experimentei na carreira solo, e eu comecei a fazer um esqueleto dessas músicas no computador”, lembra Diego.
Nesse período, Di decidiu que havia chegado a hora de começar a fazer um álbum. Então, ao invés de voltar para São Paulo, os produtores foram até Santa Catarina para compor tudo de onde ele estava.
“Pra mim é uma coisa muito grande, né? Eu já lancei vários álbuns, mas solo, é algo muito grande. Então eu estava num momento legal e eu estava gostando de estar nesse lugar, nessa coisa improvisada. E tudo foi surgindo. As letras já começaram a surgir em vários outros momentos”, afirma.
O quartinho em Floripa levou o cantor de volta à época do NX Zero e trouxe a segurança que ele precisava para começar a produzir o disco. “O cafofo me fez lembrar muito meu começo, que teve esse conceito de banda mais orgânico, e eu me senti mais seguro para lançar o álbum. Em algum momento da minha vida eu falei que precisava lançar um álbum solo e eu estava enrolando ou tipo esperando.”
O novo álbum chegou com tudo na última sexta e, de acordo com o cantor, todas as faixas terão um clipe. Além disso, Di Ferrero já tem shows marcados em São Paulo e também no Rock In Rio, que ocorre em setembro.
Bora para a história por trás do repertório?
Aonde é o Céu foi lançada em novembro de 2021 como o primeiro single de 🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 e chamou atenção pela letra. “Surgiu quando eu estava conversando com um amigo meu sobre cancelamento. Na verdade, estávamos discutindo e nessa discussão ele estava meio irredutível com o lance da segunda chance. A gente falando disso e eu disse: ‘Ah, já que você sabe tudo, me fala onde fica o céu, mapeia o caminho para chegar lá’. Eu gostei da frase, parei a discussão e corri para anotar.”
Já a faixa que dá nome ao álbum se trata da “insana arte de recomeçar”. Os versos sobre a vida ser um ciclo que não para, guardam uma curiosidade a respeito de Di, que costumava compor somente quando estava numa bad.
Recentemente, ele se ligou que criar em momentos de farra também pode resultar em muita música boa. “Eu falo que é melhor eu me arrebentar do que me arrepender, e de pôr a cara a tapa. Além de como eu estou me sentindo mais seguro agora, então Uma Bad, Uma Farra veio nessa hora e deu nome ao álbum.”
A leveza de seu disco de estreia vem muito dessa nova maneira de lidar com a arte, tanto que mesmo criticando a nossa atual realidade nas canções Polarizado e Fake Song, ainda é possível encontrar mensagens otimistas.
Sorte, que tem Tales de Polli, do Maneva, como coautor, é mais lenta, mas não destoa do restante do álbum. Enquanto a música Dilema tem uma proposta muito parecida com Sentença, do primeiro lançamento do Diego pós-NX.
Mas afinal, qual a faixa preferida do Di? Segundo ele, depende muito do momento e o de agora pede 🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 com o novo clipe que, inclusive, está disponível no YouTube.
“Tem um lance de dar a cara a tapa, de se mostrar e de recomeçar. Eu estou em um recomeço da minha carreira, é uma continuação na verdade, mas tipo, eu digo lá: ‘é melhor me arrebentar do que me arrepender’, ou seja, é melhor eu não deixar de tentar. Então ela está em uma hora muito boa e no momento é minha preferida”, destaca.
Alguém disse feat no álbum?
🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 conta com parcerias na faixas: Um Brinde, com participação vocal de Badauí, do CPM 22; Descansa, com Clarissa, que Di, literalmente, escreveu num trânsito caótico de uma hora; Intensamente, que foi produzida num dia de sol em Floripa e está bombando nas rádios desde fevereiro, é cantada com Vitor Kley.
Calma, que é um dos grandes destaques e foi inspirada nas melhorias que a esposa Isabeli Fontana trouxe para a vida de Di Ferrero, conta com o feat de Los Brasileros; e ainda temos Amanhã Quem Sabe, parceria com Júnior Lima.
Boatos de que vocês queriam detalhes sobre como foram as parcerias, pois então o Di contou tudo. Confira:
“Todos já eram meus conhecidos, tirando a Clarissa, que agora é muito minha amiga, mas antes eu não tinha conversado com ela, foi a única pessoa que eu conheci por causa do som.
Mas, por exemplo, o Vitor Kley mora perto de Florianópolis, ali em Itajaí, e já somos bem amigos e ele estava para me dar umas aulinhas de surf. E aí ele acabou indo para Floripa, levou os pais e a gente nem foi surfar, a gente ficou no quarto ouvindo as músicas, e eu chamei ele para cantar Sorte, que também está no álbum, mas ele falou: ‘Essa é legal, mas eu quero essa’. Então ele escolheu a outra, que é Intensamente, uma música que eu fiz pensando em festival, porque ela parece uma música que toca em festivais no fim do dia e, ironicamente, a gente marcou um Rock in Rio junto, eu e ele, e o show vai ser no no fim do dia, horário do pôr do sol, olha como são as coisas.
O Badauí, eu sempre quis fazer uma música com ele, com o CPM, que eu sou muito fã, e ele é um mentor pra mim. Como teve uma galera que não apoiou o NX, ele foi o contrário, ele sempre apoiou, desde o começo, artistas novos, bandas novas, até de dar o horário do show dele para o NX tocar em alguns momentos fodas. Então para mim é uma celebração, a música se chama Um brinde.
A Clarissa foi porque eu queria uma voz com timbre feminino, numa música que é uma conversa. E ela tinha tudo a ver porque a música é uma conversa e ela é do Rio, tinha o sotaque carioca com o sotaque de São Paulo, o papo casou.
O Júnior Lima é um amigo das antigas, ele é bem querido, respeito como músico, como artista, as bandas que ele já teve. A gente se conhece de outros rolês, eu sou vegetariano hoje muito por influência dele também. E ele é muito instrumentista, então, eu sei que ele toca muita bateria e ele deu um up na música. Ele tem uma cabeça de produção e tocou a bateria pensando em como colocar a música, que se chama Amanhã Quem Sabe, numa posição foda.
Los Brasileros são os caras que produziram o álbum. E essa música que se chama Calma, os caras produziram o álbum dos Los Brasileros, dois deles eram do Cine e eles tocam comigo na minha banda de tour, são dois caras do Cine e o baterista, que é o Peracetta. Então tipo, nada mais legal do que eles estarem no feat comigo no álbum”, conclui.
Evidências e Friends? Temos em uma 🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂
Di usou diversas referências ao longo de suas composições. Uma delas foi na música Amanhã Quem Sabe, em parceria com Júnior Lima, em que ele cita Evidências, de Chitãozinho & Xororó.
“Quando chamei o Júnior, a segunda parte ainda não tinha letra. E eu passei o réveillon com um amigo do meu enteado que é chinês, ele é de outra religião, é taoísta, ele não sabe rezar o Pai Nosso, então ao invés de rezar o Pai Nosso na virada do ano, a gente queria cantar algo que todo mundo sabia. E ele sabia cantar Evidências. Isso ficou na minha cabeça e a música fala sobre não negar as aparências, saber quem você é. Eu até falei ‘salve Chitão’ na música. Chitão, que é tio do Júnior, não é nem o pai dele. Mas é uma brincadeira que acabou ficando, porque essas coisas são legais.”
Até o seriado norte-americano Friends é citado em 🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 quando Di traz referências sobre casais raros e cita os personagens Rachel e Ross, além de John Lennon, dos Beatles, e a artista plástica Yoko Ono. “Calma, que é uma música que eu fiz para Isabeli mesmo, sobre ela ter me deixado calmo, porque eu sou geminiano, não paro de pensar, meio louco. Independente se estão juntos ou não, não é nem isso, é coisa rara, tipo: que loucura esses dois juntos.”
“Tiveram várias outras referências, mas de som, basicamente foi uma volta para casa, das bandas que eu ouvia no começo do NX, até as coisas que eu tentei fazer na minha época solo. Por exemplo, a primeira música, Twitt3r, ela tem um pouco de Red Hot nos versos mas no refrão tem um pouco de The Weeknd. Se é que isso é possível, tem essa junção”, explica.
Será que uma turnê nacional vem aí?
Os fãs mandaram perguntas sobre o novo álbum no Twitter do Entretê e, claro, o Di Ferrero respondeu.
“Beijo para o ‘Divino Ferrero’, Mandy e Aline, vocês são fodas, amo vocês! E eu estou na farra agora, mas é que o problema é que eu tô na farra mas não saí da bad e fui para a farra, eu tô na farra já faz um tempo. Então eu sei que alguma hora vai dar aquela bad, mas também, é como você enfrenta as coisas, a bad também é uma maneira mais romântica de enfrentar, porque ninguém é só farra o tempo inteiro, né. A gente só sabe o que é bom quando vem alguma coisa ruim”, refletiu ele.
“Então, o mais louco é que não é uma prévia, a música é isso mesmo, ela tem um minuto”, responde rindo.
“Eu quis fazer uma música meio Pennywise, umas bandas de hard core tipo NOFX, que eu gostava das antigas que tem músicas de um minuto e meio, um minuto. E aí eu ia continuar a música, mas eu achei que não tinha mais para onde ir depois dali, porque ela acaba em uma porradaria, mas a inspiração para essa música é que ela é bem visceral, de vomitar algum sentimento e acaba com uma conclusão que nós podemos derrubar o muro, que as pessoas enganam a gente, eu falo em uma parte meio com raiva de algumas coisas. Mas eu vou fazer a Fake Song II”, revela.
“Com certeza, já está até sendo marcado. Inclusive, todos os shows para frente do álbum que começam no começo de junho, são da turnê nova, então tem vários, tem várias capitais já, e eu vou anunciar mais alguns agora saindo o álbum. Salve nação!”
Ainda vem muita coisa boa!
Em mais de 18 anos de carreira, Di Ferrero já fez história na música brasileira e o novo álbum de estreia tem tudo para brilhar. Mesmo assim, ele garante que ainda tem muitos sonhos para realizar.
O cantor quer aprender Italiano e almeja fazer uma turnê internacional. “Eu queria um estúdio em uma casa na árvore, que é um sonho que eu tenho, além de fazer uma música em italiano. Fazer uma tour mundial, um Rock in Rio Lisboa, e continuar por lá para fazer uma tour pela Europa. Eu já fiz shows nos Estados Unidos e no Japão, e também já fiz shows sozinho lá fora. Mas eu realmente queria fazer uma tour, passar para os Estados Unidos, sair cantando na Califórnia, ir para o Japão e depois ir pela Europa, sabe? Eu ia pirar fazendo isso, até pela África, eu sei que na Angola a galera consome muito coisa do Brasil e por aí vai.”
Com o álbum lançado, o artista não cria expectativas, mas torce para que o Brasil inteiro ouça 🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 e marque presença nos shows.
“Depois de uma pandemia, eu só queria fazer show, que é o básico, a gente era feliz e não sabia. Então, essa era minha expectativa e ela já está se cumprindo, agora o resto que acontecer é lucro. Principalmente, colem no show, porque esse álbum foi feito para o ao vivo. As músicas todas foram pensadas no show. Algumas estão no tempo do pulo e outras pensadas para os momentos em que eu quero deixar a luz apagada. Então espero vocês no show!”
Ouça o novo álbum do Di no Spotify clicando aqui.
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*Crédito da foto de destaque: Instagram/@diferrero