Diego Luri em colagem com seus personagens e trabalhos.
Imagem: divulgação/Acervo Pessoal/Entretetizei

Entrevista | Diego Luri celebra 10 anos no teatro musical em grande estilo

O artista multifacetado celebra uma década de carreira com a mesma versatilidade que apresenta dentro e fora das tábuas do teatro

 

Celebrar uma década de carreira com o mesmo currículo de Diego Luri não é para qualquer um. Das pautas jornalísticas aos protagonistas nos tablados, versatilidade é a palavra-chave para definir o talento do artista. As celebrações, além de revisitar os trabalhos, festejam a maturidade da carreira que coleciona textos e canções brilhantes. E que possuem uma coisa em comum, é claro, o ator multifacetado.

O amor nutrido desde a infância, pela versão infantil de Diego que assistia a musicais e shows de calouros na televisão, resultou no caminho que começou com peças de teatro na escola e na igreja e que levaram o artista às tábuas do teatro que o permitiram crescer como profissional. A vocação para o teatro musical, entretanto, dividiu espaço com o jornalismo, sua primeira formação. Mas logo o caminho dos palcos tomou todos os holofotes. Sorte a nossa poder presenciar a escolha e celebrar essa década em grande estilo!

Entre festejos, ensaios e apresentações, o Entretetizei conversou com o Pumba, Shrek, Sweeney Todd… ops! Com Diego Luri, o artista que dá vida a tantos personagens nos palcos pelo Brasil. Para comemorar os dez anos de profissão, fizemos dez perguntas ao ator, que exaltam a maturidade da carreira artística ao mesmo tempo que enxergam o homem talentoso por trás dos personagens. Uma viagem entre os sonhos e as conquistas de Luri. Vem conferir!

 

Carreira e ambições

Diego Luri no musical O Fantasma da Ópera.
Foto: divulgação/Nina Vettá

Entretetizei: Se você pudesse reviver um dos papéis que você pôde interpretar durante esses dez anos, qual seria?

Diego Luri: Amei ter a possibilidade de fazer Sweeney Todd substituindo o Rodrigo Lombardi em algumas sessões do espetáculo. Amaria igualmente poder viver novamente o papel em algum lugar do futuro.

E: Você acha que a sua carreira teve um ponto de virada ou as coisas foram acontecendo gradativamente? Se houve algum ponto de virada: qual seria? 

DL: Shrek foi, sem dúvidas, um ponto de virada. Foi meu primeiro grande espetáculo teatral e já atuando como protagonista. A partir de então, fui emendando um trabalho no outro e não saí mais do teatro musical. 

Diego Luri caracterizado como Shrek em cena.
Foto: divulgação/Marcos Mesquita

E: Entre romances, dramas, comédias, animações e clássicos atemporais, ainda existe algo que você não fez em cima dos palcos?

DL: Entre essas alternativas acredito que já tenha passado por todas. Creio que o desafio do diferente esteja além dos limites do teatro, talvez vivenciando mais o mercado audiovisual e o campo da dublagem, por exemplo. Assim eu poderia abordar esses mesmos gêneros sob uma outra perspectiva.

E: Ainda pensando em suas ambições… Nas tábuas do teatro ou não, você tem um papel dos sonhos que ainda não conquistou?

DL: Tenho alguns. Javert (Les Mis), Fantasma (O Fantasma da Ópera), Fera (A Bela e a Fera) são alguns deles. Tenho também vontade de viver alguns personagens de espetáculos mais recentes os quais pretendo produzir.

 

A face jornalística

Diego Luri em ensaio fotográfico.
Foto: divulgação/Nina Vettá

E: Tem algo que você sinta falta do jornalismo no seu dia a dia?

DL: Tem. Muitas coisas. Eu amo a prática jornalística. Sinto falta de contar histórias, transpor profissionalmente fatos em informação, mergulhar em diferentes assuntos. Contudo, acredito que o que mais sinto falta é fazer entrevistas, conhecer pessoas e conversar sobre assuntos que elas dominem, revelar o resultado desse bate-papo para uma audiência, compartilhar esse conhecimento. A gente aprende tanto com essas histórias. Essa curiosidade pelas histórias e modos de pensar dos outros ainda me acompanha, mas sinto falta de fazer isso de modo mais sistemático e público.

E: O que do Diego jornalista a gente consegue ver nos palcos?

DL: Acho que pouco. Em cena costumo estar imbuído de uma persona distante do meu “eu social”. Talvez a curiosidade em mergulhar nas camadas mais profundas do texto venha, em parte, do histórico trabalhando como jornalista e o resultado dessas pesquisas pode ser visto nos palcos, suponho.

 

Bastidores

Diego Luri caracterizado para o musical O Fantasma da Ópera.
Foto: divulgação/O Fantasma da Ópera

E: Seu preparo com certeza vai além dos vocais e do figurino. O que você faz para se manter pronto para cada papel em sua rotina diária? Tem algum segredo?

DL: O corpo é a nossa ferramenta. Manter bons hábitos de saúde sempre cai muito bem. Mas um exercício constante meu é o de observar, refletir sobre as pessoas e situações ao redor e buscar mergulhar em outras fontes culturais. O que a gente usa nos nossos personagens a gente busca dentro da gente, a partir de vivências, emoções, referências. Experimentar inflexões, explorar sua própria identidade e expressão, conhecer-se, por mais louco que possa parecer ajuda muito.

E: Como artista de musicais, você deve estar em contato com a música o tempo todo. Quais gêneros e artistas não saem do seu fone de ouvido?

DL: Eu trabalho com teatro musical e, por ser meu trabalho, quando busco relaxar e distrair eu fujo pra coisas bem distantes dessa área. Portanto, não há, praticamente, qualquer música de espetáculos nas minhas playlists. Eu ouço muita música velha, pra ser honesto. Geralmente do século passado, mas ouço desde pop internacional até samba-reggae, passando por chanson, baladinhas, R&B, blues, MPB. Depende do humor do dia.

A nomear alguns: Spice Girls, Zaz, Sixpence None the Richer, Lomepal, Caedmon’s Call, Cranberries, Stromae, Alanis Morissette, Tonho Matéria, Stevie Wonder, Cazuza, Djavan, Videoclub, Oscar Anton, George Michael, Clube da Esquina, Ella Fitzgerald, etc. É realmente eclético.

 

Um brinde aos próximos 10 anos!

Diego Luri em ensaio fotográfico.
Foto: Playbill/Marcos Hermes

E: Entre ensaios e apresentações, sua carreira deve caminhar junto com uma rede de apoio muito importante para você. Qual é o principal incentivo para investir na carreira mais do que especial que você construiu?

DL: Cada personagem que faço, cada história que ajudo a contar, me fazem mergulhar mais fundo dentro de mim mesmo. Esse processo de autoconhecimento e troca interpessoal profunda no ato de contracenar me motiva demais. É cutucar os próprios desconfortos até que se os possa dominar. Esse incentivo e essa motivação nascem de dentro. 

Mas, claro, ter pessoas que me incentivam a continuar perseguindo algo que me faz crescer é sempre bem-vindo. Neste contexto, eu destaco amigos e família, que vibram comigo e torcem a cada novo desafio. Difícil nomear sem incorrer no risco da injustiça. São muitos. E cada um especial a seu modo.

E: O que podemos esperar nos próximos dez anos de sua carreira?

DL: Espero que muito trabalho. Amo estar em atividade. Ficar parado me deixa doente. Não convivo bem com o ócio. Tenho alguns projetos em desenvolvimento na literatura, na internet, no campo da educação. Mas estou dando um passo de cada vez, porque estou aprendendo a duras penas que não dá pra carregar o mundo nas costas. Fora isso, estou sempre aberto a ouvir sobre novos desafios. Adoro me meter em coisas novas. Que venham os próximos dez anos! 

 

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Texto revisado por Kalylle Isse.

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