asiático
Foto: reprodução/Entretetizei

Oriental ou asiático: qual termo usar e por quê?

Entenda a diferença entre esses termos, suas origens e por que a linguagem inclusiva faz toda a diferença quando falamos sobre culturas diversas

Sabe quando a gente fica na dúvida entre oriental ou asiático para falar de alguma cultura ou pessoa da Ásia? Parece que não faz muita diferença, mas esses dois termos têm uma carga histórica que muita gente nem imagina. E, de uns tempos pra cá, a palavra asiático passou a ser a preferida por quem quer ter uma comunicação mais respeitosa e inclusiva. Mas, por quê? Afinal, não dá tudo na mesma?

A resposta é: não! A escolha entre esses termos faz muita diferença para quem tem raízes asiáticas e, ainda hoje, enfrenta um monte de estereótipos e simplificações sobre suas culturas. E, vamos combinar, ninguém gosta de ser reduzido a um estereótipo, né? 

Por isso, bora entender o que está por trás de cada palavra, o que oriental carrega que torna seu uso complicado e como asiático reflete melhor o respeito pela diversidade desse continente gigante.

Entendendo de onde vem cada palavra

A palavra oriental é bem antiga, vem do latim orientalis, que quer dizer do leste ou do oriente. Esse termo era usado principalmente por europeus para descrever regiões que ficavam a leste do continente europeu, como Japão, China e Coreia. 

À primeira vista, pode até parecer uma descrição geográfica simples, mas a coisa é mais profunda do que parece. Oriental acabou se tornando um termo com uma carga cultural e política forte, associado à visão que os europeus tinham do que era diferente e exótico.

E é aí que começam os problemas. Durante os períodos de colonização, muitos povos asiáticos foram tratados como exóticos, misteriosos e até inferiores pelos colonizadores europeus. 

A palavra oriental passou a carregar essa ideia de que tudo o que vinha do Oriente era quase um mundo à parte, cheio de mistérios e que deveria ser desvendado pelo Ocidente. Esse olhar distorcido não só simplificava as culturas asiáticas como também as retratava de uma forma que não respeitava a realidade e a complexidade desses povos.

Por outro lado, o termo asiático é mais direto e neutro. Ele se refere ao continente de forma ampla e sem associações estereotipadas. Ele permite que as pessoas sejam vistas como indivíduos dentro de uma diversidade de culturas, línguas e tradições próprias. Usar a palavra asiático é mais respeitoso justamente porque ela não carrega toda essa bagagem de preconceito e exotização que oriental foi ganhando com o tempo.

Por que oriental pode soar meio estranho?

Vamos pensar: se você chama uma pessoa de oriental, está resumindo uma região com 48 países e mais de 4 bilhões de pessoas a um único termo. É como se todo mundo fosse igual, com a mesma cultura e os mesmos traços. Só que a gente sabe que não é assim. 

Quando você diz oriental, acaba colocando várias culturas ricas e diversas em uma única categoria, o que reforça estereótipos que podem ser bem prejudiciais. E ninguém gosta de ser simplificado desse jeito, né?

Nos Estados Unidos, na década de 1960, a comunidade asiática começou a questionar esse termo. Durante os movimentos pelos direitos civis, muitos ativistas passaram a reivindicar um olhar mais cuidadoso sobre a maneira como as pessoas asiáticas eram retratadas. 

Foi aí que o termo oriental começou a ser deixado de lado. Ele parecia reforçar essa ideia de um outro mundo exótico, o que dificultava uma visão mais humana e realista das culturas asiáticas. Em estados como Nova York e Washington, oriental chegou a ser banido de documentos oficiais, exatamente para afastar o termo de um contexto que era visto como desrespeitoso e até ofensivo.

Além disso, quando a gente parar para pensar no que o termo oriental evoca, muitas vezes ele ainda traz uma imagem clichê de pessoas de olhos puxados, com roupas tradicionais e ambientes que parecem saídos de um filme antigo. Esse tipo de imagem já não representa o que as pessoas da Ásia realmente são e acaba sendo uma simplificação que apaga a modernidade e a pluralidade dessas culturas.

Usar asiático é mais inclusivo e respeitoso

Por tudo isso, quando a gente fala de culturas ou pessoas da Ásia, usar o termo asiático é uma escolha muito mais respeitosa e inclusiva. Ele permite que a gente reconheça a pluralidade do continente sem reduzir tudo a uma visão simplificada. E, claro, asiático também evita aquelas associações antigas e estereotipadas que o termo oriental carrega até hoje.

Outro ponto importante é lembrar que a Ásia é um continente enorme, e falar asiático já abrange uma quantidade imensa de povos e tradições diferentes. Mas, se for possível, sempre vale a pena ser mais específico! Que tal dizer cultura coreana, costumes tailandeses ou gastronomia japonesa? Assim, a gente valoriza ainda mais as diferenças e singularidades de cada cultura dentro da Ásia, sem colocar tudo no mesmo pacote.

Inclusive, é interessante lembrar que a Ásia não é apenas China, Japão e Coreia. Cada país asiático é um mundo em si, com idiomas, tradições e histórias únicas. 

Por exemplo, temos a Tailândia, com seu famoso festival das lanternas e templos exuberantes, ou a Índia, com tradições complexas como o sistema de castas e cerimônias de casamento que podem durar dias. 

Nas Filipinas, a hospitalidade é uma marca cultural forte, e a Turquia, que também faz parte do continente asiático, tem uma herança cultural que mistura influências europeias e asiáticas, criando uma identidade única.

Então, além de usar asiático para uma comunicação mais inclusiva, ir um pouco além e citar o país específico de origem é ainda mais interessante. É um jeito de valorizar a diversidade desse continente e, de quebra, enriquecer nossa própria visão sobre o mundo, aprendendo algo novo sobre culturas tão diferentes e ricas.

O peso das palavras na construção do respeito

Pode parecer só um detalhe, mas a escolha das palavras que usamos importa muito. Quando optamos por asiático em vez de oriental, a gente demonstra que se importa com o impacto das nossas palavras e com as pessoas que elas representam. Isso é um jeito de evitar velhos estereótipos e de criar uma comunicação mais empática e respeitosa. Afinal, nossa maneira de falar sobre os outros diz muito sobre como enxergamos o mundo.

No fim das contas, entender essas nuances é um jeito de mostrar respeito. E vamos combinar, né? O mundo já está cheio de estereótipos e simplificações. Se podemos escolher uma palavra que mostra mais consideração pela diversidade, por que não fazer isso? 

Então, na próxima vez que for se referir a uma cultura ou pessoa da Ásia, lembre-se de optar por asiático. É uma mudança pequena que mostra um cuidado enorme com a forma como nos comunicamos e tratamos as diferenças.

 

Qual a sua opinião sobre isso? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

 

Leia também: Asiáticos não são todos iguais: vamos parar de generalizar e enxergar as diferenças

 

Texto revisado por Bells Pontes

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