Ainbo – A Guerreira da Amazônia fala de amizade, desmatamento e saque ao povo indígena, e vai conquistar todas as crianças do Brasil
Com estreia marcada para o dia 30 de Setembro, o filme Ainbo – A Guerreira da Amazônia tem uma linguagem suave e um tema inesperado para o público infantil, mas tira lágrimas, fazendo com que olhemos para a nossa floresta e a cultura indígena com ainda mais admiração e respeito. E com um pouco de temor.
Ainbo é órfã e cresceu na tribo de sua mãe, nos recantos mais secretos da Floresta Amazônica. Lá, ela alcançou os 13 anos sendo a melhor amiga da nova líder da tribo e aprendeu tudo que sabe sobre caçadas e lendas espirituais.
Mas com uma doença que tem se alastrado e infectado as pessoas e a floresta, Ainbo se vê obrigada a sair de casa e ir até os confins da sua terra natal para encontrar coragem, saúde para todos e paz de espírito.
A doença
Usando um linguajar maduro e temas sociais, o filme fala sobre cultura e preservação, criticando com vigor o desmatamento, o abuso dos povos locais e a cultura de dor e sofrimento que o povo branco está acostumado a reproduzir.
A fé local é apresentada com figuras animais e espíritos da natureza, e é fácil entender como a cultura local pode associar a crueldade branca com espíritos e energias demoníacas.
Ainbo se mescla com a própria floresta, suas crenças e percepções são baseadas em seu instinto, e dor e vingança também são temas abordados.
Um filme feito por brancos
É importante lembrar que o filme foi feito por brancos e tudo sofre por uma ótica um pouco problemática.
O roteiro sofre com pré-conceitos sobre a cultura indígena, os personagens carecem de profundidade histórica e real, e infelizmente, o tempo é muito rápido e mal desenvolvido. É problemático o conceito central do roteiro e o ritmo escolhido para a história.
Mas vale ressaltar que apesar das falhas de roteiro, que inclui um vulcão completo em terras amazônicas, a história emociona muito o público, é colorida e um tanto quanto cultural, o que faz com que as crianças se encantem e se apaixonem pela história toda.
A resposta do Entretê para esse filme é: não perca a estreia.
Apesar de alguns problemas e de ser importante lembrar que tudo ali foi feito por brancos, as críticas e os pontos de amadurecimento e reflexões são válidos para as crianças e podem conquistar qualquer público.
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação