Resenha | Medida Provisória e a problemática do racismo no Brasil

Protagonizado por Taís Araújo, Seu Jorge e Alfred Enoch, o longa chega aos cinemas no dia 14 de abril

Adaptação da peça Aldri Anunciação, o longa Medida Provisória chega aos cinemas no dia 14 de abril e traz a estreia de Lázaro Ramos como diretor nas telonas. O filme mostra uma distopia em que negros são enviados para países da África com o objetivo de reparar os erros cometidos após a abolição da escravatura no Brasil.

Foto: divulgação/Festival do Rio

Confira a sinopse do filme: 

Em um futuro distópico, o governo brasileiro decreta uma medida provisória, em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, provocando uma reação no Congresso Nacional, que aprova uma medida que obriga os cidadãos negros a migrarem para a África na intenção de retornar a suas origens. Sua aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitu (Taís Araújo) e pelo advogado Antônio (Alfred Enoch), bem como a de seu primo, o jornalista André (Seu Jorge), que mora com eles no mesmo apartamento. Neste apartamento, os personagens debatem questões sociais e raciais, além de compartilharem anseios que envolvem a mudança de país. Vendo-se no centro do terror e separados por força das circunstâncias, o casal não sabe se conseguirá se reencontrar.

Foto: divulgação/Festival do Rio

Minhas impressões

O texto conta a história de André e Antônio, primos que ficam confinados em casa, em um ato de resistência à medida provisória que determina a repatriação de pessoas com o número de melanina elevado.

Em 1h43min de duração, Medida Provisória é um filme que mexe com o coração do espectador até nos créditos, com imagens que misturam os atores do longa com referências pretas do mundo. A trama é um drama com toques de ficção científica e apresenta suas doses de humor com o personagem de Seu Jorge. Durante toda a história, aborda um tema importante e atual, com argumentos profundos, intensos e com respeito, fazendo com que quem assiste reflita sobre a sociedade em que vive.

Foto: divulgação/Festival do Rio

As atuações de Enoch, Araújo e Jorge nos mostram, no decorrer da história, uma montanha-russa de sensações, apresentando testemunhos de práticas racistas reais, mais conhecidas como racismo recreativo, e dá ao filme um tom de uma história que serve como um aviso para o que está por vir se as coisas não tomarem um rumo diferente.

Além dos protagonistas, outras referências negras da atualidade compõem o elenco, como Luana Xavier, Hilton Cobra, Emicida, Jéssica Ellen e Diva Guimarães. Assim, o fator emocional é ainda mais representativo e faz o espectador refletir e realmente entender sobre a problemática que o filme apresenta: o racismo estrutural que ainda vive em nosso país há 522 anos

Foto: divulgação/Festival do Rio

“Em uma cultura de morte, a sobrevivência é desobediência civil.”

Medida Provisória é uma produção bonita, enfática e dolorosa, tal como a realidade. Naquele futuro distópico, o mundo se parece com a sociedade atual e isso causa muito incômodo. Comentários feitos ao longo da trama contribuem para uma unidade e nos trazem situações desconfortáveis, isso se o espectador tiver o mínimo de consciência e respeito com a vida do próximo.

Foto: divulgação/TV Cultura

 

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*Crédito da foto de destaque: divulgação/Ingresso.com

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