Resenha | O Beco das Ilusões Perdidas: o livro que inspirou filme de Guillermo del Toro

A obra foi publicada originalmente em 1946 e acaba de ser lançada no Brasil pela Editora Planeta

O Beco das Ilusões Perdidas é um clássico norte-americano escrito pelo escritor William Lindsay Gresham. O autor utilizou dos próprios demônios para conceber uma trama repleta de trapaças, traições e outros temas que revelam o pior que existe dentro da mente humana. Em 2021, a história criada por Gresham ganhou a sua segunda adaptação para os cinemas: O Beco do Pesadelo, que no elenco conta com nomes como Bradley Cooper, Cate Blanchett, Rooney Mara e Willem Dafoe. A produção foi indicada a três nomeações do Oscar 2022, inclusive a de Melhor Filme. Já a primeira versão, O Beco das Almas Perdidas, é de 1947 e faz parte do Cinema Noir

A inspiração do autor para escrever o livro é curiosa. Entre os anos de 1938 e 1939, ele serviu como voluntário internacional na Guerra Civil Espanhola. Enquanto bebia com um colega, ouviu perplexo sobre uma atração de um parque de diversões itinerante. Tratava-se, ele conta, da decadência de um bêbado que arrancava cabeças de galinhas e cobras com os próprios dentes, tudo para ganhar mais um gole de bebida. 

Tarô e leitura de mãos

O Beco das Ilusões Perdidas contará a história de Stan Carlise, jovem que trabalha em um circo de variedades. Ao presenciar uma das apresentações do local, ele fica horrorizado, prometendo a si mesmo que nunca chegaria a tamanha degradação. Porquanto, ele começa a estudar os métodos dos artistas mais experientes do circo, e logo torna-se assistente no espetáculo de leitura de mentes

Ambicioso e muito inteligente, não demora para que o jovem comece a ganhar o próprio dinheiro com seus truques. Contudo, ele não poupa esforços ao enganar e trapacear, sempre com uma nova empreitada em mente. Assim, quando conhece uma misteriosa psiquiatra, acha que finalmente encontrou uma parceira à sua altura. Mas a mulher é muito mais perigosa que ele.

Os capítulos recebem o título das cartas do jogo de tarô. Assim, o primeiro capítulo chama-se O Louco e o último O Enforcado. Em toda a obra, existe uma dualidade muito forte. Isso porque os personagens afirmam que não acreditam nas questões sobrenaturais, mesmo que sejam a principal fonte de renda deles, mas deixam que as crenças pessoais afetem suas escolhas

Os labirintos da mente humana 

No decorrer da obra, o leitor é jogado dentro da cabeça caótica e atormentada de um golpista. O autor apresenta, então, um conto carregado de torpor, permeado por uma atmosfera sombria. O protagonista, Stan, tem momentos de lucidez e loucura, o que se reflete em passagens confusas e distorcidas do livro. Ele definitivamente não é um narrador confiável, cabendo ao espectador tirar suas próprias conclusões acerca dos eventos citados. 

O alcoolismo também é extremamente presente na história. Tendo Gresham sofrido com isso durante a vida, é impossível não notar a influência que o vício na bebida teve para a criação da obra. A doença é a causa e consequência da maioria das atitudes tomadas pelos personagens presentes no livro, outro fator que gera momentos embaralhados, em que sonho e realidade se misturam

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*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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