Resenha | Um Crush para o Natal: um clichê romântico nada romântico

Um Crush para o Natal é o primeiro filme gay natalino no catálogo da Netflix e é uma graça 

Um Crush para o Natal é a nova estreia natalina da Netflix, e dessa vez a aposta é sobre um casal gay, o que o torna o primeiro filme de romance gay de natal. Mas a produção não é apenas isso! A narrativa é um clichê romântico que consegue fugir do clichê sobre casais gays.

Contando a história do Peter (Michael Urie), a trama fala sobre como ele sempre está sozinho, especialmente no natal, e como isso deixa a sua família preocupada de que ele passe o resto da vida sem um amor. Mas nesse natal era para ser diferente, porque ele tinha um namorado.

Seu melhor amigo, Nick (Philemon Chambers), pega seu namorado na mentira e conta ao Peter sobre isso, o que cancela os planos de casal feliz nas festas de natal, e meio desesperado para que sua família o deixe em paz, Peter pede ao Nick para fingir ser seu namorado durante o natal.

Parece um plano terrível, e de fato é, mas tudo corre de uma forma surpreendente e a gente ri e se apaixona por eles dois, além de se apaixonar pela família do Peter.

Um clichê romântico

Foto: divulgação

Como dá para imaginar, Um Crush para o Natal usa do clichê do casal para as festas de fim de ano para nos apresentar um casal irresistível, e funciona. Peter e Nick são feitos um para o outro e desde o começo do filme a gente se apaixona pela química deles, por sua amizade e seu companheirismo, e rezamos para que eles percebam o quanto se amam.

O fato de eles morarem juntos em Los Angeles, dividindo as contas enquanto tentam encontrar um amor para si mesmos, só deixa tudo ainda mais interessante!

A proposta do namoro de mentira é velha, a gente já faz as contas de quantos erros isso pode causar, mas na verdade as coisas tomam um rumo surpreendente e o plano que torna outros filmes geniais e incríveis (como A Proposta e Um Match Surpresa), nesse se torna apenas fofo e inesperado. 

Um não clichê gay

Foto: divulgação

Quando pensamos em produções LGBTQIA+, pensamos em complicações familiares e complexos sociais. Assim como pensamos em melhores amigas mulheres na equação e em como vai ter drama sobre sexualidade, mas não em Um Crush para o Natal.

A família do Peter é carinhosa, amiga e o apoia, e passam todo o tempo desejando que ele se case e seja feliz com a pessoa que escolher para si. Suas irmãs o apoiam, seus sobrinhos crianças entendem a homossexualidade com naturalidade (ainda bem), seus cunhados realmente gostam dele, seu pai conspira a favor dele e Nick, sua mãe tenta a todo custo o unir a alguém e suas sobrinhas adolescentes são os cupidos perfeitos para o tio que tanto amam. Existe uma cumplicidade amorosa na relação familiar, não temos que lidar com a dor de homofobia em cena e podemos nos divertir com cenas fofas e engraçadas sem querer chorar por medo, dor e preocupação.

As amizades também são exclusivamente gays, o que torna o filme ainda mais diferenciado em uma realidade na cultura pop, já que os amigos gays são sempre segunda trama ou, se são responsáveis pelo protagonismo, sempre existem em um universo feminino.

Existe muita leveza na trama, e o nosso sonho de relações homoafetivas naturalizadas e abraçadas é atendido, e isso nos faz ver uma luz no fim do túnel e a possibilidade de não ter mais tanto preconceito em famílias heteronormativas

Todo o resto

Foto: divulgação

A gente ama um clichê e já deixamos claro que isso tem de sobra, mas também temos uma entrega maior do que essa em cena.

Com uma química linda, Peter e Nick formam um par apaixonante e querido, e ficamos esperando por mais e mais cenas entre eles, desejando que sintam aquela química toda que nós estamos vendo do outro lado da tela.

A dinâmica familiar também convence, reunindo um elenco inesperado como Kathy Najimy, Barry Bostwick, Jennifer Coolidge e Jennifer Robertson. Quem imaginaria que carreiras tão distintas se encontrariam em uma comédia romântica tão clichê? Menos pela Jennifer Coolidge, claro, porque ela é a rainha coadjuvante de comédias românticas.

Os cenários também são incríveis, apesar da simplicidade que aparentam. A casa da família de Peter é aconchegante, o pequeno teatro local é charmoso e as ruas são uma graça à parte, que apesar de serem pouco exploradas pelo roteiro, abraçam nossos corações carentes de paisagens de cidades pequenas.

O final é delicado, e segue uma estrutura leve e graciosa, sem escândalos sobre o casal: esse é um filme sem dramas, o que já é mais do que suficiente para nos conquistar. Nada de triângulo amoroso (só é triângulo se existem chances de amor com a segunda opção), nada de relacionamento frustrado que devastou o protagonista e nada de indecisão permanente entre o casal. Só é lindo e suave!

Passar a época do natal com um filme tão bom é de encher os olhos.

Agora que você já sabe a nossa opinião sobre esse filme tão lindo, vem contar pra gente as suas impressões sobre ele também! Estamos esperando por você nas redes sociais:  Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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