Em 1997, três irmãos loirinhos de Oklahoma dominaram o mundo com uma música que ninguém sabia cantar direito
Você se lembra de onde estava quando ouviu MMMBop pela primeira vez? Talvez tenha sido no rádio do carro, no programa da MTV, ou no CD que alguém ganhou de presente. O que importa é: se você viveu os anos 90, aquela música de refrão indecifrável faz parte da sua memória afetiva.
E agora, em abril de 2025, MMMBop completou 28 anos. Vinte e oito. Sim, a gente envelheceu — mas adivinha? O Hanson não desapareceu. Muito pelo contrário: os três irmãos seguem juntos na estrada, com uma carreira longa, estável e bem diferente da imagem de ídolos teen que os lançou ao estrelato.
Três irmãos, um sonho precoce e muito talento
Antes da fama mundial, os irmãos Isaac, Taylor e Zac Hanson já faziam música desde pequenos. Cresceram em Tulsa, Oklahoma, em uma família grande e musical, ouvindo clássicos do rock, do R&B e da Motown. Inspirados por artistas como The Jackson 5, The Beatles e Otis Redding, começaram a cantar juntos ainda crianças.
Em 1992, quando tinham apenas 11, nove e seis anos, respectivamente, começaram a se apresentar localmente e lançaram dois álbuns independentes — Boomerang (1995) e MMMBop (1997), que trazia uma versão embrionária da música que mudaria suas vidas.
Foi só depois de assinarem com a Mercury Records, em 1996, que veio o estouro global: MMMBop. Agora produzida por Dust Brothers (os mesmos de Beck e Beastie Boys), foi lançada oficialmente como single em abril de 1997, e rapidamente virou um fenômeno internacional.
O auge do sucesso (e do assédio midiático)
Com o lançamento do álbum Middle of Nowhere, o Hanson virou mania. O disco vendeu mais de dez milhões de cópias no mundo todo. O trio estampou capas de revistas, participou de todos os talk shows possíveis, lotou arenas e viu seus clipes rodarem sem parar na MTV. No Brasil, a febre foi tão grande que eles chegaram a se apresentar no Domingão do Faustão.
Mas, junto com o sucesso, veio o peso da fama precoce. Eles tinham entre 11 e 16 anos, e de repente, estavam no centro da cultura pop mundial. Para muitos, MMMBop era só mais um fenômeno descartável — e os críticos logo tentaram colocá-los na mesma prateleira de outras bandas adolescentes fabricadas na época. Só que o Hanson era diferente.
O que quase ninguém viu: a transição
Ao contrário de muitos artistas que surgem jovens e se perdem na fama, os Hanson sempre tiveram uma visão clara de carreira. Em 2003, após anos de disputas criativas com gravadoras, eles tomaram uma decisão ousada: romperam com o sistema das majors e criaram seu próprio selo, a 3CG Records (Three Car Garage), com base na cidade natal.
Foi o começo de uma nova fase. Independentes, passaram a lançar discos autorais, com liberdade criativa total. Os temas ficaram mais adultos, os arranjos mais sofisticados e o público mais maduro. Fãs que cresceram com eles seguiram acompanhando — e novos ouvintes foram chegando aos poucos, pela força do boca a boca e das redes.
Entre os álbuns dessa fase estão Underneath (2004), The Walk (2007), Shout It Out (2010), Anthem (2013) e Red Green Blue (2022), que trouxe uma proposta diferente: três EPs solos dentro de um álbum, cada um liderado por um dos irmãos, mostrando seus estilos e influências pessoais.
E onde eles estão em 2025?
Hoje, aos 44 (Isaac), 42 (Taylor) e 39 anos (Zac), os irmãos continuam tocando juntos — e não só sobrevivendo, mas prosperando. Todos são pais (Taylor tem sete filhos!), administram uma comunidade global de fãs e ainda organizam eventos próprios, como o Hop Jam Festival, em Tulsa, que mistura música e cerveja artesanal (sim, eles também têm sua própria cervejaria).

Além da música, os Hanson participam de ações beneficentes, campanhas sociais e seguem produzindo conteúdo com regularidade. Não dependem mais de grandes hits — e talvez nem queiram. O foco, hoje, é longevidade e conexão real com o público.
E o legado de MMMBop?
Mesmo que você não acompanhe mais a carreira deles, o impacto cultural de MMMBop é inegável. A música foi regravada, remixada, viralizou em memes e até virou trilha de filmes e comerciais. O curioso é que, por trás do refrão leve e grudento, a letra fala sobre algo mais profundo: a efemeridade da vida e dos relacionamentos.
Em uma entrevista recente, Zac comentou: “As pessoas acham que MMMBop é só uma música feliz, mas é sobre como as coisas importantes são passageiras, se você não cuidar.”
Em 2022, eles lançaram uma versão mais reflexiva da música ao lado da banda britânica Busted — uma releitura que deu nova camada emocional ao hit.
No fim das contas…
O Hanson passou por muita coisa nos últimos 28 anos. Foram de fenômeno teen a banda independente consolidada, de capas de revistas adolescentes a referência cult. E o mais impressionante é que nunca se separaram — sempre estiveram juntos, crescendo, criando e se reinventando.
Se você ainda lembra de cada sílaba de MMMBop, é porque aquela música marcou mais do que uma fase: marcou uma geração. E os Hanson, 28 anos depois, seguem provando que talento, consistência e laços de família valem muito mais do que 15 minutos de fama.
Você se lembra dessa música? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê – Instagram, Facebook, X – e nos siga para atualizações sobre a indústria do entretenimento.
Leia também: Os melhores trios do pop
Texto revisado por Angela Maziero Santana