Conheça algumas das estrelas brasileiras que têm raízes japonesas e lutam pela representatividade amarela na televisão e no cinema
Hoje, falar de representatividade no audiovisual é muito mais comum graças ao ativismo de inúmeros profissionais. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido, visto que foi somente no Oscar deste ano, em 2023, que a atriz malaia Michelle Yeoh venceu na categoria de Melhor Atriz, tornando-se a primeira asiática a ganhar o prêmio.
Anteriormente, em 1957, a Academia conferiu a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante à japonesa Miyoshi Umeki, a primeira artista amarela a receber a premiação, por sua atuação em Sayonara (1957). Além dela, a sul-coreana Youn Yuh-jung também foi vencedora na mesma categoria, em 2021, por seu trabalho em Minari — Em Busca da Felicidade (2020).
Por isso, neste 18 de junho, Dia da Imigração Japonesa no Brasil, o Entretê traz uma lista de 12 atrizes nipo-brasileiras, com o intuito de ressaltar o trabalho dessas mulheres que, além de talento, têm muito a nos ensinar sobre visibilidade e representatividade amarela. Confira!
1. Jacqueline Sato
A nipo-brasileira Jacqueline Sato estreou como atriz na novela Corações Feridos (2011), do SBT, mas ganhou notoriedade pelos seus trabalhos em Além do Horizonte (2013) e Sol Nascente (2016), ambos da Rede Globo. Ela também participou do filme 10 Horas para o Natal (2020) e protagonizou a série Os Ausentes (2021), da HBO Max.
Além de falar muito sobre representatividade amarela em seu Instagram, Jacqueline também é engajada nas pautas ambiental e da causa animal. Por isso, é embaixadora do Greenpeace Brasil e também é fundadora da House of Cats, associação que possibilita uma nova vida a gatos abandonados e em situação de risco.
+Entrevista | Jacqueline Sato fala sobre carreira e representatividade
2. Ana Hikari
A atriz Ana Hikari iniciou sua carreira na televisão quando protagonizou a novela Malhação: Viva a Diferença (2017–2018), da Rede Globo. Após, com o sucesso da temporada, entra para a série spin-off As Five (2020), que já tem segunda temporada disponível no Globoplay. A propósito, sua participação mais recente foi na novela Quanto Mais Vida, Melhor! (2021), também da Rede Globo.
Ana Hikari, assim como Jacqueline Sato, é ativa em suas redes sociais e também fala sobre o combate ao preconceito amarelo. Confira a participação dela no nosso quadro Te Entrevistei, em que falou sobre racismo, a importância da representatividade nas telas e o movimento Stop Asian Hate, que surgiu em resposta aos ataques sofridos por asiáticos de diversas origens durante a pandemia de Covid-19:
3. Bruna Aiiso
De ascendência japonesa e africana, Bruna Aiiso começou sua carreira no teatro em 2002, mas estreou na TV em 2010, como repórter do Globo Esporte de São Paulo.
Da mesma forma, sua primeira participação em novela foi em Bom Sucesso (2019), da Rede Globo, e, desde maio de 2023, integra o elenco de Terra e Paixão, também da Globo, fazendo o papel da personagem Dra. Laurita.
Para Bruna, entender e defender sua identidade tem sido uma questão importante na carreira, pois já sofreu discriminação por não ter apenas raízes asiáticas: seu pai tem ascendência nipônica e sua mãe é preta. Pelo Instagram, ela compartilha as vivências de uma pessoa mestiça e o quanto é importante conhecer e honrar suas origens.
Além disso, durante o isolamento da pandemia de Covid-19, ela promoveu a série de lives chamada BRASILEIROS, em que entrevistou artistas com ascendência asiática para falar de temas como mercado de trabalho, estereótipos amarelos, sexualização da mulher asiática, injúria racial, entre outros. Veja uma das entrevistas abaixo, com a cantora Anna Akisue:
4. Larissa Murai
Além de atriz, Larissa Murai é roteirista e já foi apresentadora de televisão. Ela não só começou a carreira aos 12 anos, no teatro, como já apresentou o programa A Floricultura da Nana (2009) do canal Playhouse Disney. Em 2014, ela interpretou a personagem Hana Massuda na novela Geração Brasil (2014), da Rede Globo.
Para este ano, Larissa fará parte de Um Ano Inesquecível — Inverno (2023), uma comédia romântica nacional baseada no conto Enquanto a Neve Cair, de Paula Pimenta. A história integra o livro best-seller Um Ano Inesquecível (2015), que também tem histórias das escritoras Thalita Rebouças, Bruna Vieira e Babi Dewet. Por fim, o longa faz parte de uma série de quatro filmes, um para cada estação do ano, e tem previsão de estreia para este ano no Prime Video.
5. Luana Tanaka
A atriz Luana Tanaka atuou em telenovelas como Araguaia (2010) e Morde & Assopra (2011), ambas da Rede Globo, e em séries como 3% (2016–2020) e Onisciente (2020), da Netflix. Ela também fez parte do elenco de Novo Mundo (2017), interpretando a Miss Liu, personagem inspirada na pirata chinesa Madame Ching.
Seus trabalhos mais recentes foram no filme Detetive Madeinusa (2021), em que interpretou a hacker Zuleide, e na série antológica Não Foi Minha Culpa (2022), do Star+, que retrata histórias de mulheres vítimas de violência.
Assim como publica sobre os trabalhos que faz, no Instagram ela também divide dicas de culinária vegetariana, hábito de vida que aprendeu com o pai desde a adolescência. Só para ilustrar, ela gosta tanto de difundir os benefícios da alimentação consciente que até já teve um projeto com uma amiga, chamado Blogueirinhas do Bem.
+Não Foi Minha Culpa: Alcione e Duda Beat dão voz à música de abertura da série
6. Raquel Higa
Raquel Higa é bailarina e atriz. Ela já foi integrante do balé do Faustão, no quadro Engana Que Eu Gosto, da Rede Globo, e tem formação em Teatro pela Escola de Arte Dramática da USP. Além disso, fez parte de musicais como Hi-5 — Cinco Sentidos e Cinderella, conforme compartilhou em seu perfil no Instagram.
A propósito, Raquel é integrante do Coletivo Oriente-se, um grupo de atrizes e atores de ascendência asiático-amarela que reivindica igualdade de oportunidades em produções audiovisuais e promove ações contra a discriminação étnica, permeada por estereótipos e caricaturas de pessoas amarelas.
Ela também participou da live BRASILEIROS da Bruna Aiiso e falou sobre temas como amarelitude, seu processo de autopercepção como asiática e fetichização da mulher asiática. Também abordou a realidade profissional como atriz nipo-brasileira, ou nikkei, termo em japonês usado para descendentes de japoneses nascidos fora do Japão:
7. Cláudia Okuno
Cláudia Okuno é atriz, fotógrafa e criadora de conteúdo digital, e só no TikTok é seguida por mais de 501 mil pessoas. Só para exemplificar, por lá, ela fala muito sobre preconceito amarelo e comenta situações cotidianas de como é ser nipo-brasileira, como nesse vídeo:
@clauokuno o tanto que eu rio com vcs não tá escrito #brasileira #português #japonesa #japonês #japa #nipobrasileira #BOATARDE
Enquanto cria vídeos na plataforma, ela se dedica à atuação, e já participou da série Spectros (2020), da Netflix, e do filme de comédia e aventura Acampamento Intergaláctico (2021). A propósito, ela está no elenco de Um Ano Inesquecível — Outono (2023), que também tem previsão de estreia no Prime Video ainda este ano.
8. Tatiane Takiyama
A dramaturga, bailarina e atriz Tatiane Takiyama é uma das artistas que mais fala sobre representatividade, diversidade e inclusão de artistas asiáticos. Tanto é que tem um perfil no Instagram chamado @noticias.amarelas, em que escreve sobre pautas amarelas e antirracismo.
Além disso, durante a pandemia de Covid-19, ela criou o Projeto Sekihan e arrecadou fundos para comprar absorventes a quem vive em situação de pobreza menstrual. Através de lives, Tatiane reuniu artistas para que elas pudessem apresentar seus trabalhos enquanto ajudavam a divulgar a causa. O nome do projeto faz referência ao arroz vermelho tradicionalmente servido no Japão quando as mulheres têm a primeira menstruação.
Veja um do posts do Notícias Amarelas, em que Tatiane explica o que é amarelitude:
https://www.instagram.com/reel/CgmK8cNswqJ/?utm_source=ig_web_copy_link
9. Malu Ogata
Malu Ogata é atriz e ganhou notoriedade quando participou de Verdades Secretas 2 (2022), da Rede Globo, interpretando o papel de Reiko. Na trama, ela retrata a única personagem asiática e dá vida a uma modelo iniciante obrigada a fazer o book rosa para sobreviver dentro da agência.
Embora Malu sempre tivesse vontade de seguir carreira artística, ela iniciou uma graduação em Jornalismo, visto que os pais desaprovavam sua intenção de ser atriz. Em virtude da participação na telessérie, hoje ela busca mais oportunidades e já se inscreveu em uma escola de teatro para se aprimorar e encontrar seu espaço no meio artístico.
Ao mesmo tempo, ela mantém o site Madrugando, em que posta poesias e pequenos textos de sua autoria. Pelo Instagram, ela compartilha sua rotina no pole dance, uma de suas paixões, e também faz vídeos enquanto canta e toca violão, uma vez que frequenta aulas de canto. Confira ela soltando a voz aqui:
https://www.instagram.com/reel/CpOG1kspneo/?utm_source=ig_web_copy_link
10. Yohama Eshima
Destaque na novela Travessia (2022), da Rede Globo, a atriz Yohama Eshima ficou conhecida pelo papel da investigadora Yone, que auxilia a delegada Helô (Giovanna Antonelli) na solução de crimes virtuais. Antes, ela participou de obras como a novela Amor Sem Igual (2020), da Record, e o filme Eike — Tudo ou Nada (2021).
Yohama tem origem japonesa, indígena e europeia e respeita suas raízes, mas entende a importância de se reconhecer brasileira. Nesse sentido, ela não quer ser conhecida como a japinha da novela, um dentre vários reforços estereotipados, que, infelizmente, ainda são muito comuns hoje em dia.
Além de falar sobre a importância da representatividade amarela e indígena, ela também aborda assuntos como budismo e maternidade atípica em seu Instagram. Isso porque, mesmo com o diagnóstico de insuficiência ovariana precoce, aos 27 anos, ela seguiu o sonho de ter um filho, o Tom.
https://www.instagram.com/p/CSfdHNDlTwo/?utm_source=ig_web_copy_link
11. Aya Matsusaki
Aya Matsusaki, ou simplesmente A Y A, é atriz nikkei e já fez parte do elenco de produções como o curta-metragem Bá (2015) e o longa Me Sinto Bem com Você (2021), disponível no Prime Video.
Ela sabe tocar os instrumentos japoneses wadaiko (tambor), koto, shamisen e kokyū (todos instrumentos de cordas). Atualmente, faz vídeos bem-humorados sobre situações da vida cotidiana com Leonardo Hwan, compartilhados em seu Instagram. Aliás, veja um deles aqui:
https://www.instagram.com/reel/ClWHpjBPWX6/?utm_source=ig_web_copy_link
12. Beatriz Diaféria
Com experiência no cinema e na televisão, Beatriz Diaféria já participou de produções como o curta-metragem Ressurgido (2022) e a série TERRADOIS (2017) da TV Cultura. Igualmente, tem muita vivência no teatro e desenvolve um projeto de contação de histórias chamado As Clês, em parceria com Junia Magi.
Em paralelo a seus trabalhos artísticos, Beatriz também participa do canal Yo Ban Boo, que relata, de maneira bem-humorada, a experiência de vida contemporânea dos brasileiros com ascendência asiática, seja japonesa, chinesa, taiwanesa, coreana, okinawa. Da mesma forma, eles compartilham informações extremamente relevantes pelo Instagram do canal, vale a pena conferir.
Dá uma olhada nesse vídeo em que ela e Tami Tahira, que tem origem japonesa e uchinanchu (okinawana), encenam, de forma cômica, uma situação muito corriqueira mas vista sob uma perspectiva inusitada, nos levando à reflexão sobre estereótipos e fetichização de pessoas asiáticas:
https://www.instagram.com/p/CoaoDmiK2EQ/
Já conhecia essas atrizes nipo-brasileiras? Acompanha o trabalho delas? Conta pra gente! E segue o Entretetizei no Instagram, Twitter e Facebook para não perder matérias incríveis do entretenimento!
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*Crédito da imagem de destaque: Entretetizei