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Museu da Língua Portuguesa abre nova exposição celebrando a fala e os sotaques brasileiros

A mostra Fala Falar Falares será aberta ao público no dia 28 de março

Você já percebeu que para falar precisamos usar não apenas a boca, mas também outras partes do corpo como os pulmões, o cérebro e as cordas vocais? Além disso, já se perguntou por que as pessoas se comunicam de maneiras tão diferentes em diversos contextos?

A próxima exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa, localizado na Estação da Luz, em São Paulo, terá como foco a habilidade em manipular o som através do corpo, resultando na comunicação, com várias instalações e atividades interativas. A mostra tem como curadores a cenógrafa e cineasta Daniela Thomas e o escritor e linguista Caetano W. Galindo.

O corpo e a fala

Nas instalações da exposição é possível conhecer como a fala acontece no corpo, a partir da parte mais importante: a respiração. Para isso, os visitantes podem usar um microfone que capta apenas o som da respiração das pessoas ligado a uma projeção de luz para poder “ver” o som.

Em outra instalação, é possível ver imagens do comportamento do corpo humano internamente ao falar algumas frases, captadas por uma máquina de ressonância magnética.

Foto: divulgação/Wellington Almeida
A importância da diversidade

Segundo a diretora técnica da instituição, Roberta Saraiva, Fala Falar Falares é um mosaico de vozes e sotaques que celebram a diversidade do Brasil. No Museu da Língua Portuguesa, acreditamos que a língua é um espaço de encontro e de inclusão, onde todas as formas de falar têm seu lugar e sua importância”, se referindo ao objetivo da exposição, que é mostrar ao público como as diferentes formas da fala são importantes para as culturas de um povo.

Além da origem e da formação das palavras ao longo da história, os visitantes podem entrar em contato com os diferentes sotaques que temos em cada canto do Brasil, mostrando como o nosso país é diverso a partir do simples ato de poder falar.

Para isso, em uma das experiências é possível ficar em meio às telas de TV que representam 12 interlocutores de diferentes origens, que falam sobre suas relações com a língua, linguagem e os sotaques.

A diversidade do povo brasileiro também está explícita nos nomes dos nossos municípios, com alguns deles podendo ser ouvidos nos elevadores de acesso à sala e vistos nas paredes da exposição em um poema com cerca de 500 deles, escolhidos por Caetano W. Galindo.

Foto: divulgação/Wellington Almeida
Lançamento do livro Na Ponta da Língua, de Caetano W. Galindo

No dia 29 de março (sábado), o curador da mostra Fala Falar Falares lançará também seu mais novo livro, Na Ponta da Língua, que segue a mesma proposta da exposição, com processos históricos e evolução da língua portuguesa ao longo dos séculos, assim como a formação das palavras.

O evento será realizado no auditório do Museu da Língua Portuguesa no próximo sábado (29), com bate-papo e sessão de autógrafos, e é gratuito, assim como a visita ao museu neste dia.

Serviço

Duração da exposição: de 28 de março até setembro

Dias: de terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h)

Ingressos: R$24 (inteira) e R$12 (meia)

Visita gratuita aos sábados e domingos

Vendas pela bilheteria ou pela internet: Sympla 

Local: Museu da Língua PortuguesaEstação da Luz – São Paulo

Acesso pelo Portão A

 

 

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Texto revisado por Cristiane Amarante 

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Notícias Sem categoria Séries

Only Murders in the Building: Renée Zellweger é confirmada no elenco da 5ª temporada

Próxima fase da série também anunciou participações especiais de Christoph Waltz, Tea Leoni e Keegan-Michael Key

Novidade no set de Only Murders in the Building! Por meio das redes sociais, a Hulu confirmou Renée Zellweger no elenco da quinta temporada. 

Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre a personagem que será vivida pela atriz. Além disso, vale lembrar que Zellweger estrelou recentemente o filme Louca pelo Garoto (2025), continuação da franquia Bridget Jones.

Ela se junta a Christoph Waltz (Bastardos Inglórios, 2009), Tea Leoni (Jurassic Park lll, 2001) e Keegan-Michael Key (Super Mario Bros. O Filme, 2023), participações que já haviam sido anunciadas na próxima fase da série. Aliás, o trio de protagonistas — interpretado por Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez — também retorna para o quinto ano.

A produção da nova temporada começou nesta semana, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, mas ainda não há previsão de estreia na televisão e nos streamings. No Brasil, as quatro primeiras temporadas de Only Murders in the Building estão disponíveis no Disney+. 

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Leia também: Conheça o caso real que inspirou Uma Família Perfeita, novo sucesso do streaming

 

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho.

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Cultura turca Notícias Novelas Séries

Novos nomes chegam ao elenco de Eşref Rüya

Hanımağa, a matriarca da família, irá chegar na produção

 

O segundo episódio de Eşref Rüya (2025) foi exibido ontem e a produção estrelada por Çağatay Ulusoy e Demet Özdemir está ganhando novos integrantes no elenco. A dizi mais ambiciosa em termos de equipe e orçamento está com um cast incrível e três novos nomes irão aparecer nos próximos episódios: Neslihan Arslan (The Chance of My Life, 2022), Hüseyin Soysalan (North Star, 2019) e Aslı Saçar (Kalp Atışı, 2017).

Uma nova família irá aparecer na história. Aslı interpretará o papel de hanımağa (matriarca da família), Hüseyin será Nusret Ağa e Neslihan interpretará Nimet, a filha do casal. 

 

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Leia também: Resenha | Primeiras impressões do Entretetizei sobre Eşref Rüya

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

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Música Notícias

Linkin Park anuncia locais de shows no Brasil

Atual turnê da banda estadunidense tem datas confirmadas em São Paulo, Curitiba e Brasília; novas informações serão divulgadas ainda hoje (27)

Nesta quinta (27), a Live Nation divulgou as primeiras informações sobre o aguardado retorno de Linkin Park ao Brasil. Até o momento, a From Zero World Tour atual turnê mundial da banda tem passagem confirmada por três cidades do país em 2025.

As apresentações acontecerão no Estádio MorumBIS, em São Paulo; no Estádio Couto Pereira, em Curitiba; e na Arena Mané Garrincha, em Brasília. De acordo com a produtora de shows, mais novidades serão reveladas ainda hoje (27), às 20h (horário de Brasília), nas redes sociais. 

Enquanto aguardam o anúncio de valores dos ingressos e a abertura oficial das vendas, os fãs especulam outras possíveis datas na rota do grupo, incluindo Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Vale lembrar que a banda realizou dois shows no Allianz Parque, em São Paulo, em 2024.

Atualmente, Linkin Park promove seu novo álbum, From Zero. Esse é o primeiro lançamento da banda com Emily Armstrong, anunciada como nova vocalista em setembro do ano passado sete anos após a morte de Chester Bennington, que liderava o grupo desde 1999.

 

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Texto revisado por Alexia Friedmann.

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Cinema Notícias

Confira as 1ªs informações oficiais de Operação Vingança, longa protagonizado por Rami Malek

O longa da 20th Century Studios estreia em 10 de abril exclusivamente nos cinemas

Estrelado por Rami Malek, Operação Vingança chega aos cinemas brasileiros em 10 de abril. Com direção de James Hawes, o filme traz um novo thriller de espionagem como o público nunca viu. Confira abaixo tudo o que se sabe sobre o filme até agora:

Sinopse

Operação Vingança acompanha Charlie Heller (Malek), um brilhante, mas totalmente introvertido, decodificador da CIA que trabalha em um escritório no porão da sede em Langley e tem sua vida virada de cabeça para baixo quando sua esposa é assassinada em um ataque terrorista em Londres. Quando seus supervisores se recusam a tomar providências, ele decide resolver o problema com suas próprias mãos, embarcando em uma perigosa jornada pelo mundo para encontrar os responsáveis. Sua inteligência se torna sua arma mais poderosa para despistar seus perseguidores e conseguir sua vingança.

Veja o trailer:

Elenco

Operação Vingança é protagonizado por Rami Malek e Laurence Fishburne. O elenco conta também com Rachel Brosnahan, Caitriona Balfe, Jon Bernthal, Michael Stuhlbarg, Holt McCallany, Julianne Nicholson, Adrian Martinez e Danny Sapani.

Foto: divulgação/20th Century Studios

Por trás das câmeras 

Conhecido por seus trabalhos em Black Mirror (2011), James Hawes assina a direção de Operação Vingança, além de também trabalhar como produtor do filme. O roteiro é de Ken Nolan e Gary Spinelli, baseado no romance de Robert Littell. Nomes como Hutch Parker, Dan Wilson, Rami Malek, Joel B. Michaels e JJ Hook são produtores executivos do longa.

 

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Leia também: Cartaz oficial de Homem com H é divulgado

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

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Cinema Notícias

Saiba como foi a criação de Moana 2, que já é um sucesso no streaming

Filme obteve 27,3 milhões de visualizações ao redor do mundo em seus cinco primeiros dias na plataforma

“Em Moana 2, cada quadro que é visto na tela foi criado com muito cuidado, integridade e colaboração. Nós realmente queremos que nossas histórias celebrem e ressoem com as comunidades e culturas que as inspiraram”. Essas palavras, ditas pela diretora cultural do filme, Kalikolehua Hurley, resumem perfeitamente o espírito que permeou a criação da mais recente animação.

A equipe criativa por trás de Moana 2 se inspirou nas culturas das Ilhas do Pacífico, fazendo questão de representá-las de maneira respeitosa. Para isso, o trio de cineastas Jason Hand, Dana Ledoux Miller e Dave G. Derrick Jr. uniu forças com o Oceanic Cultural Trust (Conselho Cultural Oceânico), um grupo de especialistas que os orientou e também as equipes artísticas durante todo o processo de produção. O resultado é uma emocionante “carta de amor” ao Pacífico e às pessoas que lá vivem.

Confira o trailer:

Para a criação do primeiro filme, a equipe criativa embarcou em uma viagem de pesquisa nas Ilhas do Pacífico, na qual antropólogos, especialistas em cultura, historiadores e exploradores de Fiji, Moorea, Samoa, Taiti e outras ilhas, compartilharam experiências e conhecimentos. Essa viagem inspirou o Walt Disney Animation Studios a criar o Oceanic Cultural Trust, uma peça fundamental no processo de produção.

“O primeiro filme estabeleceu o padrão de excelência para o modo como trabalhamos com um conselho cultural criativo. A cada passo do caminho, eles ajudaram a informar não apenas as decisões que estávamos tomando na história, mas também o design das embarcações, das ilhas, das plantas, dos animais, dos figurinos”, explica Derrick, cuja família é descendente de samoanos.

Quando chegou a hora de colocar a sequência em ação, a equipe aproveitou toda a pesquisa do primeiro filme e, é claro, continuou a trabalhar com o Conselho. Assim como Moana – Um Mar de Aventuras (2016), a continuação de 2024 se destaca por sua atenção minuciosa ao que é visto, dito e sentindo em cada quadro.

Imagem: divulgação/Disney+

O Oceanic Cultural Trust

Nascida e criada na ilha havaiana de Oahu, Hurley atualmente dirige o Oceanic Cultural Trust. “Foi um desafio inspirador encontrar a cultura fictícia e única de Moana, porque nos inspiramos em um mundo que tem tantas culturas diferentes e distintas. É uma grande alegria trabalhar com o nosso Conselho para reunir as histórias”, comenta, acrescentando que a equipe é formada por especialistas que fizeram parte do grupo de consultores do primeiro filme, assim como por novos especialistas.

Para Hurley, a experiência de assessorar os criadores de Moana 2 ao lado do Conselho foi verdadeiramente inspiradora e divertida, mas, acima de tudo, conectou-a diretamente à essência de sua origem e cultura. Com relação a isso, ela observa: “A história em si está enraizada nos sistemas de crenças presentes nos povos do Pacífico. Desde pequenos, somos ensinados que a comunidade é tudo. Acreditamos que somos mais fortes como povo e podemos fazer muito mais quando trabalhamos juntos”. Assim, a jornada real e emocional de Moana no segundo filme cristaliza a crença que percorre toda a trama e, no que diz respeito à representação cultural, ressoa por sua profunda verdade: o oceano não nos separa, o oceano nos conecta.

Foto: divulgação/Disney+

Moana 2 chegou ao Disney+ depois de ter se estabelecido como o terceiro filme de maior bilheteria de 2024, ultrapassando US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais.O primeiro filme, Moana – Um Mar de Aventuras (2016), ultrapassou 1,4 bilhão de horas de streaming na plataforma, o que equivale a assistir ao filme mais de 735 milhões de vezes ou tocar Saber Quem Sou sem parar por mais de 50 mil anos.

 

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Leia também: Crítica | Moana 2 nos leva para mais uma aventura em alto mar, com música e adrenalina

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

 

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Eventos Música Notícias

Paula Toller leva Amorosa ao palco do Qualistage

Dia 29 de março Roberto Menescal fará participação especial

 

Paula Toller chega ao Qualistage com o show do audiovisual Amorosa no dia 29 de março. O repertório é composto por grandes sucessos, canções recentes e algumas surpresas. O espetáculo, que já foi assistido por mais de 500 mil pessoas, celebra quatro décadas de poder feminino na música brasileira levadas ao palco por uma das precursoras. Toller receberá no palco a lenda da MPB, Roberto Menescal, que contribui com o novo arranjo do hit Nada por Mim e o tocará ao lado da artista e sua banda.

“Esse show será muito especial. Além do repertório de grandes sucessos, teremos um convidado maravilhoso, a lenda Roberto Menescal, um símbolo da elegância da nossa música! Estou muito entusiasmada, espero todos lá”, diz Paula animada.

Toller construiu uma trajetória de 10 milhões de discos, CDs e DVDs nas casas dos fãs do Kid Abelha e de seu trabalho solo, junto a seis discos de ouro, um de platina e um de diamante. O repertório é uma antologia de toda sua carreira. Os incontáveis hits são apresentados agora com direção musical e arranjos do lendário produtor Liminha.

Foto: divulgação/Paula Toller

Feliz com o convite, Roberto Menescal conta: “Fiquei muito impressionado com essa turnê da Paula, em grande estilo, nunca esteve tão bonita e cantando como nunca cantou. Vou com muito prazer reencontrá-la e tocar esse arranjo novamente no Qualistage, que certamente será muito bem recebido. Viva Paulinha, viva! Você está fazendo uma turnê vitoriosa, estou muito impressionado com você e com seu trabalho. Um beijo grande e até lá”.

Grandes clássicos de 40 anos de carreira compõem o setlist, como Nada Sei, Lágrimas e Chuva, Amanhã é 23 e Como eu quero, e celebram a especial conexão da artista com seu público. A banda de Toller conta com Liminha (violão), Gustavo Camardella (violão e vocal), Pedro Dias (baixo e vocal), Gê Fonseca (teclados e vocal) e Adal Fonseca (bateria).

O audiovisual do show Amorosa foi gravado entre 26 e 27 de janeiro de 2024 no Vivo Rio, com ingressos esgotados. O emocionante espetáculo contou com as participações de Luísa Sonza, Fernanda Abreu e Roberto Menescal.

 

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Leia também: Cartaz oficial de Homem com H é divulgado 

 

Texto revisado por Layanne Rezende

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Cinema Resenhas

Quando chega o Outono: o cinema francês te pergunta: você vê além das aparências?

Um drama familiar intrigante sob a direção de François Ozon

Hélène Vincent e outros atores em cena de "Quando chega o Outono", filme francês.
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

Em um bucólico vilarejo da Borgonha, acompanhamos a história de Michelle, uma ex-prostituta com um passado em Paris que ressoa em suas tensas relações familiares, especialmente com sua filha Valérie. Assim, Quando chega o Outono nos convida a mergulhar nas complexidades dessas relações, marcadas por segredos, traumas e a busca por redenção.

Dessa forma, François Ozon tece uma narrativa densa e intrigante que nos confronta com a dificuldade de julgarmos o próximo, especialmente quando identidades e passados são complexos. O roteiro de Ozon não oferece respostas fáceis.

Ademais, a relação tensa entre Michelle e sua filha Valérie, o passado nebuloso de Michelle e o súbito envenenamento durante as férias do neto Lucas constroem uma atmosfera carregada de mistério e ressentimento. Somos levados a questionar a inocência e a culpa de cada personagem, em uma narrativa que se desdobra em camadas, sem entregar tudo de bandeja ao espectador.

Por outro lado, essa abordagem, embora possa incomodar os apreciadores de filmes mais lineares, é uma marca do cinema francês e, em particular, da obra de Ozon. O filme tangencia temas delicados sobre as complexidades das relações familiares, onde o passado de Michelle como prostituta se torna um elemento central, expondo as dificuldades inerentes a essas experiências.

Parece que criar filhos e suas dificuldades é o principal tema do momento, seja na série de destaque Adolescência, seja nas colunas de jornais ou em entrevistas do momento. A verdade é que esse desafio não é segredo pra ninguém, mas sempre gera debate e funciona.

Atuações marcantes: Hélène Vincent, Ludivine Sagnier e Pierre Lottin
Imagem que ilustra a crítica de cinema de "Quando chega o Outono", um filme que questiona as aparências.
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

Hélène Vincent como Michelle Giraud: Michelle é uma avó que vive em um vilarejo na Borgonha e anseia pela visita do neto, mas um evento inesperado com sua filha abala suas relações familiares e a traz de volta a um passado cheio de segredos. A atuação de Hélène Vincent é a espinha dorsal emocional do filme. Ela entrega uma Michelle multifacetada, transitando com sutileza entre a fragilidade de uma avó solitária, o peso de um passado mal resolvido e uma aura de mistério que nos mantém curiosos sobre suas reais intenções. Vincent evita qualquer clichê ao construir sua personagem, conferindo-lhe uma humanidade palpável, mesmo em seus momentos mais sombrios. Sua expressividade no olhar e nos gestos revela as camadas de uma mulher marcada pela vida, mas que anseia por afeto e aceitação. É uma performance madura e intensa, que ressoa mesmo após o fim da projeção.

Ludivine Sagnier como Valérie Tessier: Valérie é a filha de Michelle, cuja relação com a mãe é marcada por traumas e ressentimentos. Um incidente durante uma visita com seu filho desencadeia uma série de eventos que expõem as fragilidades e os nós dessa relação. Ludivine Sagnier, atriz que também brilhou em Swimming Pool – À Beira da Piscina, entrega uma Valérie que nos provoca reações fortes. A relação conturbada com a mãe, somada aos eventos que se sucedem, gera no espectador um turbilhão de sentimentos negativos em relação à personagem. A sensação é, por vezes, de um forte impacto emocional, tamanha a frustração e a raiva que sua postura e suas ações despertam. Em certos momentos, a vontade de “matar” Valérie é quase palpável, o que demonstra a força da interpretação de Sagnier em construir uma figura tão perturbadora e complexa.

Pierre Lottin como Vincent Perrin: Vincent é o misterioso filho de Marie-Claude que retorna à vila após sair da prisão. Sua presença enigmática e suas interações com Michelle adicionam uma camada de suspense à narrativa, levantando dúvidas sobre suas reais intenções. Pierre Lottin, como o misterioso filho de Marie-Claude, Vincent, equilibra a ambiguidade de seu personagem com maestria. Suas falas são carregadas de subtexto, e sua linguagem corporal, muitas vezes reservada, contribui para o suspense que paira sobre sua presença. Lottin encarna à perfeição a frase “você não é o que parece ser”. Cada olhar, cada silêncio de Vincent, nos faz questionar suas motivações e seu papel nos eventos que se desenrolam, mantendo a tensão da narrativa até o último instante.

Temas profundos: família, passado e o peso do julgamento
"Quando chega o Outono": crítica de cinema do drama francês que nos faz questionar se vemos além das aparências. Cena com Hélène Vincent como Michelle Giraud e Pierre Lottin como Vincent Perrin
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

Os principais temas de Quando chega o Outono orbitam em torno das complexas relações familiares, segredos do passado, maternidade, redenção e o peso do julgamento social. O filme também aborda, de forma implícita, a questão da prostituição dentro da esfera familiar, levantando a reflexão sobre a humanidade e os laços de pessoas que exercem essa profissão. A cena dos cogumelos, ponto central da trama, ganha uma camada extra de curiosidade ao sabermos que a premissa do filme nasceu de uma experiência real vivida por François Ozon em um jantar familiar, onde uma suspeita de envenenamento pairou no ar.

O legado de Maria Madalena e a referência com a sociedade
Hélène Vincent cortando cogumelos em cena do filme francês "Quando Chega o Outono". Crítica de cinema sobre as aparências e segredos.
Fotos: reprodução/Diaphana Distribution)

François Ozon, conhecido por sua versatilidade e filmes provocadores como Jovem e Bela, mais uma vez demonstra sua habilidade em explorar as nuances da psique humana e os tabus sociais. Em Quando chega o Outono, Ozon nos coloca em um constante conflito interno sobre a verdadeira natureza dos personagens e os rumos da história.

A escolha de iniciar o filme com uma missão e um sermão sobre Maria Madalena não é gratuita. Michele, de certa forma, é a nossa Madalena, uma figura com um passado mundano que busca aceitação e um recomeço. O diretor nos questiona: somos capazes de enxergar além do rótulo de ex-prostituta? Ozon, com sua sensibilidade característica, imprime essa reflexão em sua obra. A sabedoria contida no sermão ecoa ao longo da narrativa, nos lembrando da importância de não julgarmos pelas aparências.

Uma reflexão necessária sobre perdão e aceitação

Quando Chega o Outono se configura como uma cartilha sobre recomeços, sobre a necessidade de abandonar o julgamento e abraçar o direito a uma segunda chance. E se o retorno do fantasma de Valérie no clímax sugere algo, talvez seja a representação do fechamento de um ciclo de aceitação e perdão, mesmo que permeado por dor e sofrimento.

“Quando Chega o Outono” estreia nos cinemas em 27 de março, convidando o público a uma imersão em um drama familiar denso e reflexivo, que certamente gerará debates e discussões após a sessão.

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Texto revisado por Angela Maziero Santana 

 

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