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Henry Selick: 69 anos do maior diretor de stop-motion de Hollywood

Henry Selick, diretor de sucessos como Coraline e O Estranho Mundo de Jack, está fazendo 69 anos e nós decidimos comemorar a data

Texto escrito com a colaboração de: Bárbara Kazue e Mallú Amábili

Se você cresceu ouvindo que Tim Burton dirigiu O Estranho Mundo de Jack, saiba que essa é uma das maiores mentiras já contadas sobre o universo do stop-motion. Na verdade, Burton só roteirizou o longa, e a direção foi deixada para Henry Selick, que é genial quando tratamos desse estilo de animação. 

Para comemorar o aniversário dessa lenda, reunimos algumas coisas importantes sobre Henry e a sua direção memorável.

Parceria com Tim Burton

Henry Selick e Tim Burton no cenário de O Estranho Mundo de Jack
Foto: divulgação

A parceria nasceu com a produção inicial de O Estranho Mundo de Jack (1993), quando Tim Burton tinha o roteiro pronto, mas já estava envolvido demais com a direção do projeto de Batman: O Retorno (1992). Para não perder o timing do filme, Tim Burton convidou Henry Selick para a direção e, assim, o longa começou a ganhar vida.

Pouco depois, a parceria veio de novo, com a direção do filme James e o Pêssego Gigante (1996). Nesse novo filme dos dois, Henry Selick seguiu no papel de diretor, enquanto Tim Burton dava as caras como produtor do longa.

Os dois longas se tornaram clássicos das nossas infâncias, e títulos de grande importância na filmografia de ambos.

Vem aí a parceria Selick e Jordan Peele

Se você já admira o trabalho de Henry Selick e acha as produções um sucesso, se prepare para seu próximo lançamento. O diretor se uniu a ninguém mais, ninguém menos que o premiado Jordan Peele, responsável por obras inesquecíveis do terror contemporâneo, como Corra e Nós

Os dois se reúnem na produção do filme Wendell e Wild, que tem previsão de lançamento para 2022, na Netflix. O longa acompanha dois demônios irmãos e suas aventuras. A animação de comédia e terror também conta com o ator Keegan-Michael Key, que assina o roteiro ao lado de Peele, com quem também divide a dublagem dos personagens protagonistas.

Sucesso

As produções que tem o nome de Selick como diretor são sucessos garantidos. Coraline e o Mundo Secreto é um perfeito exemplo disso, que fez parte da infância da maioria das crianças da década de 2010 e de muitos adultos que se encantam com esse fazer terror sutil, voltado para o público infanto juvenil e que não perde os traços assustadores. Em números reais, o longa acumulou mais de 16 milhões de dólares no fim de semana de estreia e classificação de 90% no Rotten Tomatoes, site composto pela crítica especializada. Tamanho sucesso explica a indicação ao Oscar como melhor filme de animação em 2010.

Coraline dentro do corredor que liga sua casa com a casa da Outra Mãe
Foto: divulgação

Outra produção que dita o sucesso de Henry é O Estranho Mundo de Jack, de 1993, no qual conhecemos a cidade do Halloween e seus habitantes pra lá de peculiares. 

Um estilo único

Cena do filme O Estranho Mundo de Jack
Foto: divulgação

É importante lembrarmos que O Estranho Mundo de Jack, Coraline e James e o Pêssego Gigante – que são os trabalhos de maior destaque de Henry Selick – compartilham uma estética única. Assim como Tim Burton, Henry Selick gosta de usar tons mais escuros, enquanto utiliza bonecos com traços mais delicados.

Mas, apesar de usar de tons escuros em sua fotografia usual, é notável como o diretor admira e utiliza de cores vivas em diversas cenas, além de criar cenários coloridos que saltam aos olhos, sempre com muitas cores quentes, como amarelo, vermelho, laranja e tons de rosa chamativos. Vide seu impacto em O Estranho Mundo de Jack como exemplo. Diferente do que esperamos nas obras que são assinadas por Tim Burton em alguma coisa na produção, onde os tons fechados de preto, marrom e cinza são mais evidentes, Selick optou por fazer uma Cidade do Natal com muita vibração colorida.

Henry Selick com miniatura de Coraline
Foto: divulgação

Nossas celebrações para o aniversário desse diretor impecável terminam por aqui, mas queremos você lá nas nossas redes sociais (Insta,Face e Twitter), para compartilhar com a gente mais coisas sobre os filmes dele. Vem conversar!

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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Cinema Entretenimento Música Resenhas

Resenha | GRACINHA: Manu Gavassi comprova sua excelência em mais um projeto

Álbum visual de Manu Gavassi, GRACINHA, reforça a beleza interior da artista e afasta seus medos de forma potente e conceitual

GRACINHA, de Manu Gavassi, é uma aposta curiosa em uma carreira fásica. E o mais importante desse projeto é que tudo surgiu por meio de uma música, a homônima GRACINHA, que tem como centro da letra uma protagonista em uma viagem de autoconhecimento e descoberta bruta.

Ver as fases de Manu Gavassi, tendo sido a geração da revista Capricho e a geração que a viu cantar fino sobre amores complicados demais para uma paulistana sonhadora, nos torna a geração perfeita para apreciar o álbum visual e aplaudir de pé.

A sinopse de GRACINHA é a carreira de Manu Gavassi, preto no branco. Desde  uma aposta juvenil em um palco enfeitado para receber suas histórias até uma maturidade focada em rir de si mesma e brincar de casinha com seus próprios conceitos, Manu  continua em busca de melhorar seu autoconhecimento.

GRACINHA é um álbum visual cru, sincero e belo, com a excelência que Manu sempre esteve disposta a apresentar ao público, e revitaliza uma cena feminina que a cultura pop nacional ainda não aprendeu a consumir sem impactos.

A moda

Foto: divulgação

Vamos começar dizendo que o cenário já é uma viagem ao passado, o que reforça as escolhas de figurinos de todo o elenco. E não à toa, podemos afirmar. No palco do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais, que por acaso é o teatro mais antigo ainda em funcionamento na América Latina, Manu Gavassi dá vida a sua carreira de novo, mas em mutação.

Mas Ouro Preto não é a única história contada em cena – além da trama da autodescoberta, claro.

Repito: como a geração que a viu abrir as asas na época da revista Capricho, somos tendenciosas a analisar a carreira de Manu Gavassi como um eterno desfile de moda. Planos Impossíveis já tinha sido a primeira demonstração de que Manu Gavassi é um ícone fashion, entre todas as outras coisas que ela também é. E apesar de nem todas as modas de 10 anos atrás serem assim tão realistas nos dias de hoje, quando Manu surgiu com seu headband, seu arco de laço imenso e saia de tule com coturno, todas nós sonhamos em ser um pouco como ela: ousadas e estilosas.

E agora ela traz de volta sua essência na moda que já tinha surgido com força na época do BBB, mas se replica em massa nas câmeras de GRACINHA. Com cores mais claras para demonstrar submissão e delicadeza, e cores mais fortes para debater sobre os medos e o luto de existir dentro de uma personagem que está sempre fadada a morrer para se reinventar, Manu Gavassi revive também a nossa memória afetiva sobre sua força na cena fashion de toda uma geração. E claro, conta uma história com os figurinos, tão emocionante quanto a contada em cena.

Representatividade histórica

Foto: divulgação

A cidade de Ouro Preto é uma das cidades mais escravocratas do Brasil, e não é comum se pensar em colocar essa história tão íntima de Manu Gavassi nesse ambiente. Não apenas por ser paulistana e branca, mas porque remexer o peso histórico de lugares como Ouro Pretopode soar vão e irresponsável, quase impróprio.

E é nesse impacto estrutural que o conceito de Manu Gavassi se apresenta novato e limpo. Reafirmando a força preta naquele cenário, a história deixa claro que existe uma hierarquia preta que comanda aquele espaço, e nada mais justo.

É arrepiante o peso de termos uma figura preta e feminina tomando as rédeas da situação e escolhendo a hora exata em que o show deveria começar, como a rainha da sua terra, que honra seu povo e sua cultura ferida pelos anos de escravidão. Anna Luiah foi a escolha perfeita, sem dúvida.

GRACINHA abraça seu cenário e sua história dentro desse lugar, e presenteia representatividade, liberdade, e revida os senhores de engenho com figuras pretas em destaque, comandando as terras em que um dia foram escravizados. É de chorar e arrepiar!

O abraço da cultura preta local, com um elenco que apostou com força em representatividade, temos uma história de paixões que são imensuráveis, e apreciar Ícaro Silva tomando o papel de galã que sempre foi de direito da sua raça nos faz questionar qual foi o momento que a história decidiu continuar se esquecendo dessa beleza tão exclusiva dos descendentes de países africanos.

Arte em essência

Foto: divulgação

Reavaliando sua própria trajetória na indústria do entretenimento, Manu Gavassi vive a vida de GRACINHA, alguém que teme abandonar sua consolidação como bailarina submissa dentro do cenário artístico, mas que é muito mais do que podemos refletir por fora.

A beleza graciosa das sequências são cruas ao ponto de entendermos toda a história sem que uma palavra seja dita. Nós sentimos os pesos e as dores de GRACINHA, levantamos os olhos para não chorar com a sua inicial dor em não poder se recriar, de não poder deixar os sonhos de outras pessoas em virtude dos seus. E que peso emocional causaria isso se não a arte em sua essência mais pura?

Quando, na música Áudio de Desculpas (lançada quase um ano antes do projeto GRACINHA existir, e não tendo nada a ver com a ideia dessa nova fase), Manu disse que é difícil viver sem ela, a afirmação foi certeira. Quem somos nós sem a arte impecável e inominável de Manu Gavassi?

Inclusive, a estética de unir moda única, peso emocional e cenários históricos já veio da música Áudio de Desculpas, quando Manu Gavassi regressava de uma era mais pop na sua carreira e enfrentava seus demônios pessoais com uma forma de arte irreverente e singular.

E você, o que achou do álbum visual que a Manu Gavassi decidiu nos dar? Vem conversar sobre isso com a gente lá nas nossas redes sociais – Twitter, Insta e Face -, e se você ainda não assistiu, corre para apreciar essa obra prima na única plataforma digital que permite que contos de fadas sejam sempre contados de forma tão apaixonada: a Disney+.

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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Entretenimento Música Notícias

Nova campanha da Resso pode te levar para um show do Luan Santana

A plataforma oferece aos vencedores ingressos para shows gratuitos e três meses de assinatura Resso Premium

Atenção Luanetes de todo o Brasil! Agora você terá a chance de ganhar um par de ingressos para o show de comeback do seu ídolo, interagindo com sua música mais recente, na plataforma de música queridinha do TikTok. Incrível, né?

A Resso, em parceria com a Sony Music acaba de anunciar a campanha A ILHA, com Luan Santana. O concurso vai premiar quatro pessoas com um par de ingressos do novo show do Luan, nos estados de São Paulo ou Rio de Janeiro. Além disso, os vencedores também levam para casa três meses grátis da assinatura Resso Premium.

Gostou? Quer participar? Atenção para o regulamento:
Luan Santana na Resso
Foto: divulgação/Instagram @luansantana

Para participar, os usuários da plataforma – que devem ser maiores de 18 anos – precisam comentar no single ILHA, disponível na Resso, respondendo à pergunta: “Quem te salvou quando você estava quase se afogando no mar da vida e porque essa pessoa é sua ILHA?”. O comentário deve ter no mínimo 15 caracteres (sem contar a hashtag) e terminar com #quemésuailha.

Os quatro comentários mais curtidos serão premiados! Mas corra, porque o prazo é limitado: dia 6 de dezembro. Essa pode ser a sua chance de participar do mais novo show do príncipe do sertanejo, que esgotou todos os ingressos disponíveis para a venda já no primeiro dia.

O objetivo da campanha é quebrar o recorde de comentários já realizados em uma música na plataforma Resso em todo o mundo, que, hoje, gira em torno de 50 mil comentários. Sabemos que esse será um trabalho simples para a Família Luan Santana!

E então, o que você achou da campanha A ILHA? Já foi correndo fazer o seu comentário? Conta pra gente nas nossas redes sociais – InstaFace e Twitter –  e nos acompanhe para ficar por dentro de outras novidades do mundo do entretenimento.

 

 

*Crédito da foto de destaque: divulgação/Instagram @luansantana

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Entretenimento

Liga da Mata: série brasileira vence mais um festival

Produção nacional acumula mais 40 premiações em festivais pelo mundo

Liga da Mata acaba de aumentar ainda mais a sua sala de troféus. A série brasileira de animação, que transforma os personagens do folclore brasileiro em super-heróis para ensinar sobre a preservação do meio-ambiente, recebeu os prêmios de Melhor Animação e Melhor Pitching Internacional no NZ Webfest 2021, realizado na Nova Zelândia

Os troféus somam-se aos outros mais de 40 prêmios conquistados pela Liga da Mata ao redor do mundo, desde o seu lançamento em 2016. Ao longo destes cinco anos, a websérie já foi laureada em países como Estados UnidosInglaterraAustráliaItáliaAlemanhaJapãoÍndiaCanadáFrança Coreia do Sul, tendo sido indicado em mais de 90 festivais nacionais internacionais.

Dentre os prêmios vencidos pela Liga da Mata em 2021, destaque para festivais internacionais e nacionais como Seoul International Short Film Festival9th Fricine Festival Sócio Ambiental, Hong Kong Indie Film FestivalParis International IndiefestSeoul WebfestKalakari InternationalLos Angeles Independent Film FestivalBerlin International Film FestivalMostra de Cinema Infantil de Florianópolis e New York Independent Cinema Awards.

Além disso, somente neste ano a produção também concorreu nos festivais Rio WebfestMiami WebfestNew Jersey WebfestSanta Monica WebfestBogota WebfsestApullia WebfestDie Seriale, entre outros. Ou seja, a websérie tornou-se uma verdadeira referência brasileira no segmento para o mundo.

Liga da Mata

Foto: Divulgação

O projeto Liga da Mata surgiu em 2012, a partir de uma ideia de Sergio Kalili, então empresário do ramo de fantasias para festas. Preocupado com a destruição do meio-ambiente, Kalili viu nos personagens do folclore brasileiro como SaciCurupiraIaraBoto e Fulozinha um grande potencial para ensinar sobre a educação ambiental para crianças do ensino fundamental.

A partir dessa preocupação, ele escreveu o romance Liga da Mata – O Renascimento da Alma, com a intenção de criar um longa-metragem. Para isso, também desenvolveu uma websérie baseada na obra, utilizando alguns dos personagens do romance.

Desta maneira, nas histórias, os personagens do folclore brasileiro mostram aos espectadores verdadeiras características de super-heróis, vivendo diversas aventuras, sempre com temas que remetem à preservação do meio-ambiente, buscando um balanceamento entre os seres humanos e a natureza.

“Não podemos ficar mais de braços cruzados enquanto o mundo destrói o meio ambiente de forma irresponsável”, afirma Sergio Kalili, que também preside a Digital Brasil – Associação Brasileira de Conteúdo Digital.  Ele completa, ressaltando que “o projeto da Liga da Mata está em total acordo com a agenda ONU 2030, atendendo a diversos itens listados”.

 

Já assistiu a série? Conta para a gente lá nas nossas redes-  Instagram, Facebook e Twitter e fique por dentro de todas as novidades do mundo do entretenimento! 

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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Cinema Notícias

Turma da Mônica – Lições divulga novo pôster inspirado na Graphic MSP de Vitor e Lu Cafaggi

O segundo live-action da turminha chega aos cinemas em 30 de dezembro 

A Paris Filmes divulgou hoje (30) um novo pôster de Turma da Mônica – Lições, inspirado na graphic novel homônima, escrita e desenhada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. O pôster foi desenvolvido especialmente para os fãs da graphic, bem aquele fanservice que a gente gosta.

O filme, que conta  as aventuras da turminha do Bairro do Limoeiro, é uma adaptação da obra, e chega aos cinemas no dia 30 de dezembro deste ano. O live-action é dirigido por Daniel Rezende, mesmo diretor de Turma da Mônica – Laços, Bingo – O Rei das Manhãs e Ninguém Tá Olhando, e tem como produtora a Biônica Filmes, com co- produção de Mauricio de Sousa Produções, Paris Filmes Entretenimento, Paramount Pictures e Globo Filmes. A Paris Films e a Downtown Filmes assinam a distribuição do longa.

“Algo bem marcante em Lições é o crescimento dos personagens e dos atores. O filme traz isso para dentro da história, deixa nítido que eles também cresceram e para quem está acompanhando é muito legal poder crescer junto com eles. No primeiro filme estavam todos unidos para encontrar o Floquinho. Agora, cada um tem o seu próprio desafio. E o longa-metragem acompanha esses novos desafios enquanto eles passam pelo processo de crescimento. É um tema que eu e a Lu já havíamos inserido na Graphic Novel e que o filme deixa ainda mais evidente”, explica Vitor Cafaggi. 

Turma da Mônica - Lições
Foto: Divulgação

No filme, Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) se esquecem de fazer o dever de casa e fogem da escola. Mas nem tudo sai como esperado e os pais de Mônica decidem mudá-la de colégio. Mesmo fazendo novos amigos – Marina (Laís Vilella), Milena (Emilly Nayara), Humberto (Lucas Infante) e Do Contra (Vinícius Higo), a turminha sente saudade de estar sempre junta. Nessa nova e emocionante aventura, Cebolinha resolve bolar um plano infalível com Magali e Cascão para trazer a Dona da Rua de volta, mesmo que para isso precise recuperar o coelhinho Sansão para a amiga. Será que dessa vez o plano vai dar certo? 

Turma da Mônica – Lições
Foto: Amazon

No elenco também estão Monica Iozzi e Luiz Pacini vivendo os pais de Mônica, e Paulo Vilhena e Fafá Rennó interpretando os pais de Cebolinha. Além das participações especiais de Malu Mader como a professora da classe de Mônica, Isabelle Drummond dando vida à Tina e Augusto Madeira que será um professor de natação. O primeiro longa live-action, “Turma da Mônica – Laços”, levou mais de 2 milhões de espectadores ao cinema.  

Confira o trailer de Turma da Mônica – Lições

Ansiosos para ver a turminha nas telonas com Turma da Mônica – Lições? Conta pra gente! E para acompanhar as novidades do mundo do entretenimento, é só seguir a gente lá no perfil do Entretetizei no Insta, Twitter e no Facebook!

 

*Crédito da imagem de destaque: divulgação

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Cinema Música Notícias

West Side Story | Trilha sonora original será lançada em Digital & Dolby Atmos

O lançamento acontecerá no dia 3 de dezembro

A Hollywood Records anunciou recentemente as datas de lançamento da trilha sonora do filme West Side Story, dirigido pelo vencedor do Oscar Steven Spielberg, a partir de um roteiro de Tony Kushner, vencedor do Pulitzer Prize e do Tony Awards. Chique,né?! 

West Side Story foi adaptada para as telonas a partir do show original da Broadway de 1957. O filme conta a clássica história de rivalidades e do amor jovem dos anos 50’s, na cidade de Nova York. Produzido pela 20th Century Studios, The Walt Disney Company lançará a sua versão de West Side Story nos cinemas brasileiros no dia 9 de dezembro deste ano. O longa ainda conta com a coreografia original de Jerome Robbins, baseada na peça teatral libreto de Arthur Laurents, música de Leonard Bernstein e letras de Stephen Sondheim.  

Spielberg disse: “Eu dediquei este filme ao meu pai, mas foi o amor de minha mãe pela música, combinado com meu apetite insaciável de entender tudo sobre cinema, que me levou a começar a colecionar álbuns de trilha sonora de filmes quando eu era jovem. Eu adorei o álbum com o elenco de ‘West Side Story’, desde a primeira vez que o escutei. Quando criança, eu podia cantar cada uma de suas canções de cor – e eu as cantava, até esgotar a paciência de toda a minha família. A partitura parece que sempre fez parte de mim, e acredito que esta é a melhor música já escrita para o teatro musical. Minha sincera esperança é que os jovens de hoje descubram este álbum e se apaixonem por ele tanto quanto eu”.

 West Side Story
Foto: Divulgação

A trilha sonora original de West Side Story apresenta cerca de 21 músicas do filme e será lançada em configuração digital, assim como também terá um lançamento digital em Dolby Atmos Music (uma nova tecnologia que coloca o ouvinte dentro da música de forma especial, revelando cada detalhe da canção com clareza e profundidade). Todas as versões digitais estão prontas para o lançamento no dia 3 de dezembro.

Esta releitura conta com a participação das amadas estrelas de musicais Ansel Elgort (Tony), Ariana DeBose (Anita), David Alvarez (Bernardo), Mike Faist (Riff), Brian d’Arcy James (Officer Krupke), Corey Stoll (Tenente Schrank), Josh Andrés Rivera (Chino), com Rita Moreno (como Valentina, proprietária da loja da esquina onde Tony trabalha) e apresentando Rachel Zegler (María). Moreno – uma das únicas três artistas a serem homenageadas com o Academy, Emmy, Grammy, Tony e Peabody Awards (também atua como uma das produtoras executivas do filme). 

Gustavo Dudamel, renomado diretor musical da Filarmônica de Los Angeles, da Orquestra Nacional da Juventude da Venezuela e da Ópera de Paris, dirigiu a orquestra nas gravações. A música foi executada pela Filarmônica de Nova York com música adicional executada pela Filarmônica de Los Angeles. David Newman, famoso arranjador e maestro que já trabalhou em mais de 100 filmes, cuidou de ambos os arranjos, assim como de algumas regências. Dudamel disse: “’West Side Story’, para mim, como para todos nós no mundo da música, faz parte do meu DNA. Cada melodia nela é tão natural e fácil para qualquer pessoa processar. Naturalmente, pareceu certo trabalhar com a Filarmônica de Nova York, a própria orquestra de Bernstein, e fazer com que os músicos participassem do novo capítulo desta obra-prima”.

 Confira a trilha completa:

 

  1. Prologue
  2. La Borinqueña (Sharks Version)Performado por David Alvarez, Sharks
  3. Jet Song – Performado por Mike Faist, Kyle Coffman, Kevin Csolak, John Michael Fiumara, Patrick Higgins, Jets
  4. Something’s Coming – Performado por Ansel Elgort
  5. The Dance at the Gym: Blues, Promenade
  6. The Dance at the Gym: Mambo
  7. The Dance at the Gym: Cha-Cha, Meeting Scene, Jump
  8. Maria – Performado por Ansel Elgort
  9. Balcony Scene (Tonight) – Performado por Rachel Zegler, Ansel Elgort
  10. Transition to Scherzo / Scherzo 
  11. America – Performado por Ariana DeBose, David Alvarez, Ana Isabelle, Jennifer Florentino, Natalie Toro, Arianna Rosario, Ilda Mason, Jeanette Delgado, Annelise Cepero, Tanairi Sade Vazquez, Jamila Velazquez, Edriz E. Rosa Pérez, Melody Martí, Gaby Diaz, Juliette Feliciano,

Isabella Ward, Maria Alexis Rodriguez, Yesenia Ayala, Gabriela M. Soto, Sebastian Serra,

Julius Anthony Rubio, Ricardo A. Zayas, Yurel Echezarreta, Kelvin Delgado, Ricky Ubeda,

Carlos Sánchez Falú, Adriel Flete, Jacob Guzman, Carlos E. Gonzalez, David Avilés Morales, Andrei Chagas, David Guzman

  1. Gee, Officer Krupke – Performado por Kevin Csolak, John Michael Fiumara, Jess LeProtto, Ben Cook, Kyle Allen, Myles Erlick, Patrick Higgins
  2. One Hand, One Heart – Performado por  Ansel Elgort, Rachel Zegler
  3. Cool – Performado por Ansel Elgort, Mike Faist
  4. Tonight (Quintet) – Performed by Mike Faist, David Alvarez, Ariana DeBose, Ansel Elgort, Rachel Zegler, Jets, Sharks
  5. The Rumble
  6. I Feel Pretty – Performado por Rachel Zegler, Ana Isabelle, Ilda Mason, Annelise Cepero, Jamila Velazquez, Andréa Burns, Tanairi Sade Vazquez, Yassmin Alers
  7. Somewhere – Performado por Rita Moreno
  8. A Boy Like That / I Have a Love – Performado por Ariana DeBose, Rachel Zegler
  9. Finale 
  10. End Credits

 

O álbum da trilha sonora foi produzido por David Newman, Matt Sullivan e Jeanine Tesori, com produção executiva de Steven Spielberg e Kristie Macosko Krieger, com arranjos musicais de David Newman. 

 

Quem aí já vai garantir o ingresso pra assistir West Side Story? Conta pra gente! E para acompanhar as novidades do mundo do entretenimento, é só seguir a gente lá no perfil do Entretetizei no Insta, Twitter e no Facebook!

 

*Crédito da imagem de destaque: divulgação/ a Broadway é aqui

 

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Entretenimento Música Notícias Séries

Ivete Sangalo terá sua própria série pela HBO Max

A série documental Onda Boa Com Ivete contará com cinco episódios e tem estreia prevista para o início de 2022 

A HBO Max acaba de anunciar a série documental Onda Boa Com Ivete, estrelada pela diva Ivete Sangalo. Ao longo de cinco episódios, Veveta irá levar os fãs em um mergulho no seu processo criativo. A cada episódio, Ivete recebe outros músicos consagrados para um bate-papo e desenvolvimento de novas músicas. São eles: Agnes Nunes, Carlinhos Brown, Iza, Gloria Groove e Vanessa da Mata.

Natural de Juazeiro, na Bahia, Ivete Sangalo é cantora, compositora, multi-instrumentista e empresária. Com quase 30 anos de carreira musical, ela iniciou na década de 1990 como vocalista da Banda Eva, e em 2005, já em carreira solo, ganhou um Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras.

Onda Boa Com Ivete é uma produção Max Original com o intuito de reforçar a cultura nacional: “A Ivete Sangalo é um ícone da música brasileira atual e atrai toda a família com o seu carisma e estilo musical. A música e as parcerias artísticas estão no DNA desta série, que irá contagiar a todos“, diz Tomás Yankelevich, Chief Content Officer, GE, da WarnerMedia Latin America. Confira o pôster oficial de Onda Boa Com Ivete:

Onda Boa Com Ivete
Foto: divulgação/HBO Max

Nesta sexta-feira (3), o público poderá assistir, na íntegra e com exclusividade na plataforma, o primeiro videoclipe produzido durante as gravações da série documental. A música Mexe a Cabeça é uma composição de Ivete Sangalo, em parceria com Gigi, Ramon Cruz, Radamés Venâncio e Samir Trindade, que retrata a parceria da rainha com Carlinhos Brown. A canção é a primeira lançada pelo Iessi Music Label, selo da cantora, em sociedade com seu empresário, Fabio Almeida, e sua irmã Cynthia Sangalo. A distribuição é da Universal Music.

Com estreia prevista para o início de 2022, Onda Boa Com Ivete foi produzida pela Delicatessen para a HBO Max e está em fase final de produção. Para não perder nenhuma novidade da série documental da Veveta, fique de olho nas nossas redes Insta, Face e Twitter e fique por dentro de todas as notícias do mundo do entretenimento!

 

*Crédito da foto de capa: divulgação/Veja

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Entretenimento Música Notícias

Conheça Juca, o novo single de Bárbara Dias que homenageia seu avô

A música lançada na última sexta-feira faz parte do projeto intitulado Saudade

A cantora e compositora Bárbara Dias lançou na última sexta-feira (26) a música Juca, em homenagem ao seu avô que faleceu recentemente. A faixa faz parte do projeto Saudade, que mostra três tipos de saudade: a saudade romântica, a saudade do luto e a saudade de nós mesmos

Essa foi uma das músicas que mais tive dificuldade em construir. A letra é algo com que eu tenho mais facilidade e eu sabia o que queria dizer. Tem alguns pontos específicos de mensagens muito importantes e ao mesmo tempo tristes, mas é uma música feliz, ao passo que fala sobre a eternidade das pessoas que se fazem especiais. Essas pessoas nunca morrem. A produção tem diversos elementos que falam sobre ele: os pássaros, que ele sempre salvava dos gatos – a sanfona, representando minha vó, que já tocou na infância e as congas, porque meu avô era percussionista”, conta Bárbara Dias. Veja a capa de Juca:

Bárbara Dias Juca
Foto: divulgação

A primeira parte do projeto Saudade foi lançada há pouco tempo com Saudade de Você, música que fala sobre o seu relacionamento à distância. O single marcou o início do projeto que será encerrado em janeiro de 2022, com mais um lançamento tocante e especial para a artista.

Bárbara Dias coleciona parcerias de sucesso e se mostra cada vez mais forte em seu segmento, a nova MPB. Ela tem mais de dez anos na música e assina letras para artistas como 3030, As Baías, Clarissa, Rebecca, Outro Eu, Clau, Gabriel O Pensador, Rouge, Kelly Key, dentre outros.

Confira a letra de Juca:

Cheiro de café

Adivinha só quem chegou

Rindo no sofá

Sem medo do tempo

Você me diz, eu já vou

Logo mais o céu me leva

Ai, meu vô

Olha só…

Deus faz mesmo estrelas com os homens da Terra…

Você tá em tudo

Que eu vejo

Tá na força das ondas do mar

Tá no sol levantando lá fora tão cedo

Tá em mim

No meu jeito de rir e chorar…

Quem me dera

Se Deus não levasse de mim minha estrela na Terra…

Lá no azul, quiçá

Em outro cosmo encontrando as tuas asas

Você se deitou

E taí só de longe olhando tua casa

Eu te falei

Quem se faz poesia demora

Ai, meu vô

Olha só

Amores eternos jamais vão embora

Você tá em tudo

Que eu vejo

Tá na força das ondas do mar

Tá no sol levantando lá fora tão cedo

Tá em mim

No meu jeito de rir e chorar…

Quem me dera

Se Deus não levasse de mim minha estrela na Terra…

 

Você pode ouvir a música de Bárbara Dias aqui. E para ficar sabendo do lançamento da última parte de Saudade, fique ligado nas nossas redes sociais Insta, Face e Twitter.

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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Entretenimento Música Notícias

Retorno de Anahí? Cantora anuncia regravação de música do RBD com a banda Moderatto

Nossa eterna Mia Colucci irá regravar Nuestro Amor em uma versão rock, e a Universal Music México já fala em retorno da estrela

Isso não é um teste. Após vários rumores, Anahí acaba de anunciar que irá lançar uma colaboração com a banda Moderatto. E, para a alegria de todos os rbdmaníacos, a faixa será uma versão rock de Nuestro Amor, lançada pelo RBD em 2005. 

Ainda não foi confirmada uma data oficial, mas você pode fazer o pré-save da música aqui. Confira a capa do single Nuestro Amor, divulgada no Instagram de Anahí:

Anahí Nuestro Amor
Foto: divulgação/Anahí/Instagram

Tudo começou no fim de semana do Halloween deste ano, quando a diva postou uma foto com referências a uma maquiagem antiga usada por Mia Colucci e com sua marca registrada: a amada estrelinha na testa. Veja a foto: 

Anahí
Foto: divulgação/Anahí/Instagram

Depois disso, a loira passou a postar vários vídeos antigos de sua carreira, atiçando ainda mais o público para saber o que estava acontecendo. Há três dias, Anahí postou um outro vídeo borrado, porém, conseguimos ver que ela estava vestida com um top e uma saia de tule, roupas clássicas das turnês do RBD. Confira o vídeo: 

https://www.instagram.com/p/CWuIhF4Dwia/

Então chegamos ao dia de hoje (29). Any soltou a bomba da regravação da música, além de uma foto com o look completo e um boomerang da gravação. Veja:

Foto: divulgação/Anahí/Instagram

O mais emblemático de tudo isso foi o tweet feito pela Universal Music México. O perfil oficial da gravadora usou a frase “retorno de Anahí” e isso já foi o suficiente para colocar a colaboração nos assuntos do momento. Veja o tweet da Universal Music México:

 

Por enquanto isso é tudo que sabemos. Mas fique grudado em nossas redes sociais –  Insta, Face e Twitter – que a qualquer momento voltaremos com mais novidades.

*Crédito da foto de destaque: divulgação/Anahí/Instagram

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Entretenimento Latinizei

Latinizei | Clarice Lispector: as faces da ucraniana, indizível e centenária

No dia 10 de dezembro de 2021, Clarice Lispector completaria 101 anos e, sendo indispensável e insubstituível para a literatura mundial, conquistou espaço no Latinizei

ALERTA DE GATILHO: VIOLÊNCIA SEXUAL/ISTS/ANTISSEMITISMO/DEPRESSÃO

Estamos dentro de um apocalipse emocional nesses dois últimos anos, vivendo de sentimentos que não sabemos decifrar e dores que não podemos nomear, e como pessoas feridas: sentimos. Seria impossível sentir alguma coisa sem nome e não nos lembrarmos de Clarice Lispector, que foi escritora, jornalista e, antes de tudo isso, sentimentalista.

Essa mulher, que em breve completaria 101 anos de idade, foi alguém de alma intensa e olhar misterioso, e que roubou nossos corações ainda no berço – ou já maduros, caso você que está lendo isso seja uma alma mais antiga.

Clarice Lispector foi um trovão seco em meio a um mundo com chuviscos de verão e, inevitavelmente, estaria aqui no Latinizei em algum momento, colaborando com a nossa galeria de mulheres memoráveis.

Hoje abrimos as cortinas do palco para Clarice Lispector, a mulher que foi tudo, inclusive a matriz das escritoras brasileiras.

Nascida para salvar

Foto: divulgação

Nascida em 1920, na Ucrânia, Clarice Lispector poderia ser vetada no contexto intenso do Latinizei, que se propõe a reunir e experienciar mulheres latinas de uma forma crua, com base em suas histórias de vida e artes fortes. No entanto, por ser Clarice Lispector, ela é indispensável para esse espaço tão nosso: feminino e latino.

A escritora deu as caras no mundo, pela primeira vez, em uma pequena cidade ucraniana, mas não foi em paz familiar. Como você deve ter imaginado pelas contas históricas que fez, 1920 era um ano de guerras, fome e perseguições

Para entender como a criança nascida Chaya Pinkhasovna Lispector se tornou Clarice, temos que compreender que a perseguição aos judeus não é um crime exclusivo do antissemitismo nazista. E, nas terras do inverno, a família Lispector fugia desse sentimento carregado de rancor infundado contra o povo judeu, e tentava alcançar a liberdade.

Sua mãe, tendo sido violada durante as diversas invasões que aconteceram ao redor do mundo nos anos da Primeira Guerra Mundial, e tendo contraído sífilis desse abuso, deu à luz a Chaya, a terceira filha da família. Ao nascer, a menina Chaya, ganhou o peso de ser a criança que salvaria a vida de sua mãe. Já que, naquela época, o Leste Europeu alimentava o mito de que uma criança nascida de uma mãe infectada por uma doença venérea, seria capaz de salvar a vida da genitora. Obviamente, sabemos que isso não é possível, e depois de tanto fugirem e de terem passado pela Moldávia e pela Romênia, e finalmente se estabelecerem em Maceió, aqui no Brasil, a mãe de Clarice Lispector faleceu quando a filha caçula estava com dez anos.

Eis a primeira culpa que Clarice tomou para seus ombros: a origem carregada de dor e a perda da mãe por não ser a criança que a salvou da doença.

Em solo brasileiro e com esse enredo, já nascia a nossa Clarice Lispector, que seguia a ordem da família e era batizada novamente, abandonando o nome de berço, e se tornando Clarice.

Mais rica do que os ricos

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Vinda de uma origem humilde, o pai de Clarice Lispector batalhava todos os dias para poder sustentar a família e, quando chegou ao Rio de Janeiro, manteve vivo o sonho de mostrar ao mundo o grande valor das filhas, e com isso as incentivou a continuar seus estudos muito além do recomendado às mulheres naquele tempo.

É importante pensar que esse era o meio do século XX, com guerras assolando o mundo, ditaduras crescendo (em especial na América Latina), o antissemitismo sendo bem visto e a posição das mulheres ainda sendo tida como desimportante perante a sociedade. Mas Clarice e suas irmãs foram longe e ultrapassaram as barreiras financeiras, o que fez com que Clarice Lispector entrasse para a Faculdade de Direito da Universidade do Brasil.

O peso de ser Clarice Lispector dobrou sobre seus ombros, já que nesse momento de sua vida, a jovem Clarice se viu entre uma sociedade de classe mais alta que a sua, completamente elitista, branca (não havia nenhum outro judeu entre os alunos) e masculina (só haviam três mulheres em toda a faculdade).

Ter feito direito foi uma sombra em sua vida, porque ninguém pensa em Clarice como uma mulher das leis ‒ mesmo que provavelmente ela teria sido uma advogada imbatível. Os passos de Lispector no Rio de Janeiro pendiam muito mais para ser uma escritora do que uma senhora do direito.

Leitora voraz, Clarice Lispector conheceu e leu autores brasileiros e estrangeiros, como Machado de Assis e Fiódor Dostoiévski, assim como a brilhante romancista e tradutora brasileira, Rachel de Queiroz.

Nesse período, Clarice já corria entre jornais locais, apresentando e exibindo sua genialidade, ainda de forma tímida. Foi apenas em maio de 1940, com 19 anos, que ela começou a ganhar a verdadeira notoriedade que havia nascido para ter.

O Triunfo foi sua primeira obra conhecida, e emoldurou a morte prematura do pai, três meses depois da publicação.

Sendo órfã aos 20 anos, Clarice Lispector se viu ainda mais solitária, mas seguiu escrevendo. Com 21 anos, publicou Perto do Coração Selvagem, a obra que lhe rendeu o prêmio Graça Aranha de melhor romance.

Solidão feminina e latina

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Ainda como estudante de direito, Clarice Lispector conheceu o católico e futuro diplomata  Maury Gurgel Valente, com quem se casou em 1943. Temos que destacar aqui, como uma pequena nota no texto que, naquela época, o catolicismo não era usual entre o povo brasileiro.

Sendo esposa, Clarice partiu do Brasil com o marido para a Europa e se instalou em Nápoles, em 1944, onde se voluntariou para ser ajudante hospitalar. Por lá se responsabilizou em ajudar os brasileiros que lutavam na Segunda Guerra Mundial e chegavam feridos.

De Nápoles, Clarice e Maury seguiram para o resto da Europa, dando idas e vindas entre a Inglaterra e a França, e em 1946 ela publicou seu segundo romance: O Lustre. Com uma vida de cinco anos viajando sem parar entre os dois países, Clarice Lispector era um destaque brasileiro que pisava e bebia das inspirações parisienses, e refletia sua arte de forma única, mesmo em um ambiente tão marcado pelo peso de artistas fortes, como a Geração Perdida, que fez história na cultura mundial quando viviam uma vida boêmia na cidade luz, vinte anos antes. Finalmente se instalando em Berna (cidade Suíça), Clarice Lispector deu à luz ao filho Pedro.

Mas ela não se sentia completa longe do Brasil, e o papel de esposa de diplomata, silenciosa e escritora não lhe deixava feliz. A saudade de casa, da família e da sua origem étnica, a puxavam de volta para o nosso espaço tão tropical e acolhedor, e como mulher latina que era, sendo presa em um casamento que amordaçava seu amor pela escrita (vale lembrar que apesar de escrever nesse período e de ter a facilidade de não precisar trabalhar em nada mais porque seu marido a tinha colocado em uma posição social confortável, Clarice não exercia o jornalismo, que era sua paixão, e não publicava nada, além do seu romance de 1946), Clarice Lispector começou a ter sintomas depressivos mais intensos.

Na América errada e na América certa

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Já dedicada a escrever sobre o cotidiano feminino, a fúria do sentir e abordando temas como maternidade e existência feminina, usando da influência judaica do pai e alimentando sua sensação de não pertencimento, Clarice Lispector foi desenvolvendo um jeito único de escrever e de refletir sentimentos.

Então, pronta para descobrir novas faces de si mesma, Clarice se mudou com a família para os Estados Unidos, no início dos anos 1950. Nessa época, Clarice Lispector teve a publicação de A Cidade Sitiada (1949) e Alguns Contos (1952), que reunia uma coletânea de contos, e ainda do lado errado da bússola das Américas, Clarice dá à luz ao seu segundo filho, Paulo, em 1953.

No ano seguinte, seu primeiro romance (Perto do Coração Selvagem) foi traduzido para o francês pela primeira vez, e ainda teve a publicação com uma arte de Henri Matisse na capa.

E foi do lado errado das Américas que, em 1959, Clarice Lispector se divorciou do marido e finalmente voltou ao Brasil, indo direto ao Rio de Janeiro. De volta ao Rio, ela retomou sua paixão pelo jornalismo, e usou disso como sua fonte de sustento para ser independente.

A prova de que o Brasil era a sua América certa veio com o crescimento massivo de sua obra nos anos que se seguiram. Em 1960 ela publicou a obra Laços de Família, que foi abraçado e abençoado pela crítica, e que reúne contos cheios de acidez pessoal e de escrita intensa. No ano seguinte, Clarice Lispector voltou a brilhar, com o romance A Maçã no Escuro, que foi tão bem recebido que se tornou uma popular peça de teatro, daquele tipo que orgulharia o lado militante pelas artes que Pagu tinha.

Em 1963 veio o seu ápice na escrita, com o romance A Paixão Segundo G.H., que fala sobre como o cotidiano banal pode ser revolucionário, mesmo que seja repulsivo o momento que inspirou tal anarquia pessoal. E seria para menos? Esse livro relaciona a capacidade de uma barata em mudar os rumos de uma alma feminina.

O Brasil era a América certa de Clarice Lispector, e a mais óbvia paixão da autora pelo nosso pequeno mundo colorido se mostrou vivo nos seus artigos para o Jornal do Brasil, no fim dos anos 1960, quando escrevia sobre si de forma íntima e relatava sua existência no cotidiano da vida brasileira, mas sempre com delicadeza e com distanciamento de temas polêmicos. Foi nesse momento de sua carreira que seu nome ficou mais popular, apesar de seu reconhecimento como autora já ser mundial.

Um cigarro aceso

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Em 1966, por um acidente do destino, Clarice Lispector pegou no sono com um cigarro aceso, e as consequências foram devastadoras. Seu quarto ficou completamente destruído e a própria Clarice sofreu queimaduras seríssimas, sendo internada e tratada, mas ficando com permanentes manchas em grande parte de seu corpo, graças às diversas queimaduras que teve. Sua mão direita quase foi amputada nos dias que se seguiram, e por conta disso ficou permanentemente com a mobilidade e rapidez da mão direita afetada.

Ter passado por mais esse trauma fez com que Clarice Lispector se tornasse ainda mais solene e reclusa, afinal o acidente aumentou suas crises de ansiedade e intensificou sua tendência depressiva, causando ainda mais peso na sua escrita já intensa.

Vale lembrar que esse foi seu último grande acidente do destino antes das cortinas se fecharem, mas seu último livro ainda não tinha sido publicado.

O aclamado A Hora da Estrela, de 1977, veio no momento exato de sua vida, depois de anos (entre 1960 e 1970) escrevendo livros infantis e traduzindo obras estrangeiras, além de palestras que deu em universidades brasileiras. Apesar do impacto que a obra teve ao ser publicada, não teve nenhum glamour na sua escrita. A Hora da Estrela foi produzido em versos de cheques, papéis soltos e maços de cigarro, e faz uma análise ‒ provavelmente autobiográfica, como toda a sua obra ‒ do próprio passado da autora, quando migrou do Nordeste para o Rio de Janeiro.

Em 9 de dezembro de 1977, literalmente na véspera de seu aniversário de 57 anos, Clarice Lispector fechou as cortinas do seu grande palco, por culpa de um câncer, enquanto estava internada.

Seu enterro foi mais um mito da sua trajetória, já que Clarice Lispector foi enterrada com tradicionalismo ortodoxo judaico, envolvida em linho branco, e com o nome de batismo na lápide.

Ao lembrar de Lispector

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Clarice Lispector foi multifacetada, como autora, como mulher imigrante (tanto quando chegou no Brasil, e também depois como brasileira que não se encaixava em outras terras), como figura feminina dentro do judaísmo, como representante das consequências de uma saúde mental instável e como mulher solitária em seu casamento. Ela foi o palco de grandes tragédias, mas também foi a criação de grandes histórias, e todas nós, mulheres brasileiras, artistas, escritoras, jornalistas, mães e religiosas (seja na fé que for), temos uma pitada lispectoriana em nós. E como não ter, pergunto a você?

No seu pós vida temos que ressaltar o impacto de sua capacidade como linguista, já que falava português, inglês, francês e iídiche (língua judaica, que mistura idiomas).

Também precisamos lembrar da razão de Clarice Lispector ter se tornado uma aluna de direito. Apesar de não ter sido a advogada que poderia ser, todos a sua volta entenderam a escolha na época, afinal ela era reconhecida, desde a infância, por ser uma questionadora dos limites de direitos. Além disso, o trauma da memória emocional do pai ter sido preso durante a perseguição antissemita que sofreram no país natal, a transformou em uma mulher que queria revolucionar o sistema presidiário feminino.

Reconhecida como a autora do indizível, Clarice Lispector presenteia o leitor, em cada uma de suas obras, com observações profundas de momentos corriqueiros, dando olhos infantis e curiosos, que vivenciam experiências pela primeira vez, a adultos catárticos.

Se faltam palavras para descrever a Clarice mãe, a foto inicial do nosso texto te abraça com a delicadeza de ser uma mulher apaixonada pelos seus filhos, mas de silenciá-los do público pois não amava a ideia de autora e mãe se misturando e deixando frestas para invasão curiosa dos leitores. Em tempos de Instagram, Clarice Lispector provavelmente seria reclusa virtual, mas foi, sem dúvida alguma, a grande precursora da mãe que coloca o computador (a máquina de escrever, em seu tempo) no colo, na sala, junto de suas crianças, para admirar sua força e leveza, enquanto os deixa interromper suas fúrias de escrita.

Sem saber como nos despedir da memória que é ler ela a cada novo ciclo e nova obra que descobrimos, entendemos que Clarice Lispector não foi apenas singular: ela foi um movimento artístico inteiro.

O nosso Latinizei não precisa terminar por aqui! Nós estamos lá nas redes sociais – Twitter, Insta e Face -, ansiosas para conversar ainda mais sobre essa figura monumental e indispensável. Vem papear com a gente!

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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