O site de filmes Korean Screen consultou 158 críticos de 28 países para construir a lista de melhores filmes sul coreanos
A hallyu (conhecida como onda coreana) tem dominado a cultura popular durante os últimos anos e o audiovisual e a música são os grandes responsáveis pela sua popularização.
O cinema é um dos pontos fortes da cultura pop do país. Pensando nisso, o site de filmes Korean Screen fez uma pesquisa com 158 críticos de 28 países, para descobrir quais são os melhores filmes coreanos de todos os tempos. A lista conta com 100 produções, e você pode conferir ela inteira no site coreano.
O Entretê preparou uma matéria com o top 10, confira:
1. Burning (2018) – Lee Chang-dong
O quinto filme do diretor Lee na lista se encontra no topo, o melhor filme coreano já feito de acordo com nosso grupo de críticos. Lançado no ano anterior ao lançamento de Parasite (2019), que conquistou prêmios sem precedentes, Burning foi o candidato sul-coreano a Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar, mas não foi indicado. Agora, ele se encontra acima de Parasite em nossa pesquisa.
O filme acompanha o entregador Jong-su, sua amiga de infância Hae-mi e o enigmático Ben. Jong-su começa a desconfiar que Hae-mi pode estar correndo perigo nesta arrepiante e potente obra-prima de suspense e mistério.
2. Parasite (2019) – Bong Joon-ho
Uma sátira sombria que expõe a divisão de classes da Coreia e oferece uma experiência cinematográfica inigualável, Parasite ganhou quase 200 prêmios internacionais, incluindo quatro Oscars e a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2019. O filme conta a história de duas famílias em extremos opostos do espectro capitalista, a família Kim, em dificuldades, e o rico clã Park, que veem seus mundos colidirem.
Uma tempestade perfeita de um filme. Soberanamente dirigido por um cineasta no auge de seus poderes, com uma atuação maravilhosa de um elenco de peso, belamente filmado, ao mesmo tempo em que oferece um comentário social vital.
3. Memories of Murder (2003) – Bong Joon-ho
Um mistério de crime rural focado na obsessão dos detetives e em seu medo do fracasso. Baseado nos assassinatos em série de Hwaseong, ocorridos na vida real entre 1986 e 1991, o detetive rural Park Doo-man (Song Kang-ho) fica imediatamente sobrecarregado quando os corpos de duas mulheres são encontrados. Ao lado de seu violento parceiro Cho, um competente detetive de Seul, Tae-yoon, junta-se a eles enquanto lutam desesperadamente para capturar o assassino.
É o trio de detetives que constitui o núcleo emocional do filme. Você sente a inveja de Park em relação à abordagem proficiente de Seo e, à medida que cresce a obsessão para resolver o caso, esses sentimentos de inadequação se intensificam.
4. Oldboy (2003) – Park Chan-wook
Essa história de vingança distorcida é repleta de ação estilizada e oferece uma reviravolta visceral de ultraviolência que deixa você totalmente sem fôlego. Oldboy é uma contribuição profundamente influente para o cinema coreano moderno. Oh Dae-su, interpretado pelo sempre brilhante Choi Min-sik, acorda em um quarto de prisão em estilo de hotel que o prenderá pelos próximos 15 anos. Ao ser libertado, ele inicia seu caminho de vingança para encontrar seus captores.
O filme surpreendeu o público em Cannes, sendo aplaudido de pé por muito tempo e impulsionando o cinema coreano para uma nova estratosfera de reconhecimento global. Desde então, as coisas nunca mais foram as mesmas.
5. The Handmaiden (2016) – Park Chan-wook
Afastando-se da ultraviolência da Trilogia da Vingança, Park Chan-wook usa um romance policial vitoriano para inspirar uma obra-prima sexualizada e visualmente absorvente. Ambientado na Coreia dos anos 1930, período da ocupação japonesa, o filme é dividido em três partes. Primeiro, vemos uma jovem contratada como serva de uma herdeira japonesa que vive como eremita em uma propriedade rural.
Inteligente, sexy, estiloso e surpreendente, quase todas as cenas são criadas de forma tão decadente quanto as riquezas na tela. Testemunhamos a capacidade de Park de estilizar cada quadro enquanto a história gira e gira entre nossos dedos.
6. Spring, Summer, Autumn, Winter… and Spring (2003) – Kim Ki-duk
A beleza tranquila combinada com uma sensação persistente de desgraça neste retrato impressionante da natureza humana e das consequências de nossas ações. O filme é dividido em cinco capítulos, as temporadas do título, saltando vários anos a cada vez para contar as histórias de vida de nossos personagens centrais, um aprendiz budista que vemos envelhecer e seu sábio mestre que vive em um pequeno mosteiro flutuante.
A narrativa do filme é sobre monges, mas as lições de vida e as emoções persistentes são universalmente aplicáveis aos seres humanos. Um filme discreto, mas profundo, tão impressionante quanto sua locação na lagoa Jusanji.
7. The Housemaid (1960) – Kim Ki-young
O filme que mudou para sempre o cinema de um país, a obra-prima de Kim Ki-young sobre moralidade e luxúria, é um tour de force cinematográfico de ameaça feroz. O compositor Kim Dong-sik Kim decide contratar uma empregada doméstica para ajudar sua esposa grávida. Ele contrata Myung-sook, que se comporta de forma estranha desde o início, pegando ratos com as mãos, espionando o compositor e tentando seduzi-lo.
Hitchcockiano, mas em nenhum sentido derivado, é um thriller moderno em trajes clássicos em preto e branco. Não é possível compreender o cinema coreano de qualquer época sem assisti-lo.
8. Poetry (2010) – Lee Chang-dong
Em Poetry, uma visão melancólica do envelhecimento e da morte, o diretor Lee desafia a nós e a nossas noções de identidade. Yun Jung-hie interpreta a avó Mija, que vive com seu rabugento neto de 16 anos, Jong-wook. Mija é diagnosticada com a doença de Alzheimer em estágio inicial e começa a participar de sessões semanais de leitura de poesia. O que parece ser uma história sobre a batalha contra sua memória e o desejo de escrever poesia toma um rumo trágico.
O filme também é profundamente misterioso. É, como todo o trabalho de Lee, de uma beleza impressionante, mas há uma noção enigmática no filme. Como um quebra-cabeça sagaz demais para ser resolvido na primeira tentativa, Poetry deve ser consumido, considerado e depois consumido várias vezes.
9. Peppermint Candy (1999) – Lee Chang-dong
O primeiro dos três filmes de Lee Chang-dong entre os 10 melhores, Peppermint Candy é um mergulho magistral na cronologia reversa dos eventos definidores da vida de um homem desesperadamente destruído. O filme começa com Yong-ho se colocando na frente de um trem em alta velocidade e, a partir daí, saltamos para trás, tentando entender o que ou quem o levou a esse ato final. Esses saltos para trás estão ligados a vários eventos históricos importantes na Coreia.
Vamos da crise financeira da década de 1990 ao governo militar e aos protestos estudantis da década de 1980. Nesses eventos, Yong-ho é uma vítima, pois sua vida é pontuada pelos problemas de seu próprio país.
10. Aimless Bullet (1961) – Yu Hyun-mok
Proibido às pressas pelo governo militar devido ao seu retrato sombrio da Coreia pós-guerra, este é certamente um caso deplorável.. Acompanhamos a triste sorte de Cheolho e de seu irmão mais novo, Yeongho. Sua mãe está acamada devido ao trauma da guerra e sua irmã se prostitui. Essas linhas de desespero forçarão um dos irmãos a um ato igualmente desesperado.
O filme, também intitulado Obaltan, é um exemplo perfeito do cinema realista. Como mensagem, ele embala de forma ainda mais perfeita a ansiedade coletiva da Coreia pós-guerra e a transmite com força total, sem pedir desculpas.
Bônus
11. Mother (2009) – Bong Joon-ho
Mother é profundamente sombrio, mas ainda assim engraçado e terno. Uma narrativa perfeitamente medida, mas surpreendentemente desconcertante. Um drama familiar, um mistério de assassinato e um thriller de arrepiar. Não categorizado pelas convenções usuais de gênero e ainda melhor por isso. Depois que Do-joon é acusado de assassinar uma garota local, sua mãe, extremamente protetora, tenta provar sua inocência, não medindo esforços para limpar seu nome.
Um filme sobre o amor monomaníaco de uma mãe obstinada, é um dos filmes mais emocionalmente crus e emocionantes de Bong, ancorado por duas excelentes atuações principais de Kim Hye-ja e Won Bin.
12. The Wailing (2016) – Na Hong-jin
Impressionante, sublime e uma jornada de tensão cada vez maior. Os policiais despreocupados do primeiro ato dão lugar a um segundo ato focado em exorcismo, antes que o ato final seja um suspense de enigma centrado em um mistério para descobrir quem é o demônio. O infeliz policial rural Jong-goo investiga quando uma doença misteriosa começa a se espalhar entre os aldeões e um estranho se muda para a região.
Com uma história altamente desenvolvida que surpreende o tempo todo, os risos iniciais da abertura mais leve do filme parecem uma lembrança distante quando The Wailing chega ao fim.
13. Train to Busan (2016) – Yeon Sang-ho
Embora esse mash-up de ação e terror seja sobre zumbis que caçam rapidamente e aterrorizam passageiros desesperados de um trem, ele também oferece uma vasta gama de comentários sociais. Em um trem (para Busan!), há um pai viciado em trabalho, sua filha, um marido e sua esposa grávida e um time de beisebol. Quando o trem parte, uma mulher infectada entra, ataca um funcionário do trem e a infecção logo se espalha pelos vagões.
A responsabilidade social, a rápida industrialização, as responsabilidades para com os idosos e as pressões sociais aplicadas à juventude sul-coreana são todas avaliadas enquanto os zumbis correm soltos.
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*Crédito da foto de destaque: reprodução/Korea Screen
