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Especial | Orgulho e Preconceito: como a obra se atualiza 212 anos depois?

Clássico de Jane Austen está cada vez mais atual

“É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro, de posse de boa fortuna, deve estar atrás de uma esposa”. A célebre frase inicia um dos romances mais populares da literatura mundial, responsável por influenciar diversas outras histórias de amor ao longo dos anos. Nesta terça-feira (28), o livro Orgulho e Preconceito, da escritora inglesa Jane Austen, comemorou 212 anos desde sua data de publicação. À época, em 1813, o nome da autora nem era conhecido, uma vez que ela assinava suas obras como By a Lady (por uma senhora, em tradução livre).

Hoje, a figura de Jane Austen estampa camisetas, cadernos e ecobags. Os personagens que criou entraram no cânone da cultura pop e inspiraram diversas releituras contemporâneas. Seus livros não contam apenas a história de um homem e uma mulher que se apaixonam. Na verdade, Austen faz críticas mordazes à sociedade do período — que ressoam até os dias atuais —, além de questionar o papel do casamento e das mulheres na sociedade. 

Além disso, as adaptações para o cinema e para a televisão também foram responsáveis por catapultar a trajetória do Sr. Darcy e de Lizzy Bennet e cristalizá-la na mente dos leitores. Entre as mais famosas, está a série de 1995 produzida pela BBC e estrelada por Jennifer Ehle e Colin Firth. Contudo, os intérpretes que aparecem com maior frequência no imaginário coletivo são, sem dúvida, Keira Knightley e Matthew MacFadyen, do longa-metragem de 2005 dirigido por Joe Wright.

Mesmo após mais de 200 anos após o seu lançamento, Orgulho e Preconceito ainda conversa com as novas gerações que entram em contato com as páginas do clássico. Desse modo, o conteúdo ali presente ressoa muito mais com o que vivemos no século 21 do que se pode imaginar. 

O livro segue a narrativa da família Bennet, que tem cinco filhas solteiras: Jane, Elizabeth, Mary, Catherine e Lygia. Na Inglaterra do século 19, todas as posses de um homem iriam para o herdeiro masculino mais próximo. Ou seja, para uma mulher, o casamento seria o melhor caminho para uma vida confortável e sem preocupações, já que o trabalho não era bem-visto para mulheres de classes sociais mais abastadas. 

Orgulho e Preconceito: qual a trama?

Imagem: reprodução/Universal Studios

Em uma região rural da Inglaterra, vive um homem, sua esposa e as cinco filhas do casal. Sra. Bennet é uma mulher um tanto superficial, barulhenta, que tem como único objetivo arranjar casamentos vantajosos para as meninas. Já o Sr. Bennet, por sua vez, pouco dá atenção aos ataques de nervos da esposa, é um homem irônico e inteligente. Os Bennet não são pobres, mas não têm contato com a alta sociedade inglesa, o que, na época, era uma morte social para qualquer família. 

A personagem central da história é Elizabeth, a segunda mais velha, de 20 anos. Eliza, como é conhecida, é astuta, independente e pouco se adequa às normas sociais. A jovem também não está loucamente atrás de casamento como outras da sua idade ou as próprias irmãs. Lizzy deseja se casar, mas uma união por amor; não por dinheiro ou para cumprir às regras estabelecidas. Constantemente, ela entra em embates com a mãe, já que as duas têm maneiras completamente diferentes de ver o mundo. 

Imagem: reprodução/Wikimedia Commons/Domínio público

Quando dois solteiros misteriosos chegam à vizinhança, há uma verdadeira comoção. Sr. Bingley é um rapaz amável, tem muitas posses e está em busca de uma esposa. Já seu amigo, Fitzwilliam Darcy, é um homem frio, quieto e que não tem paciência para extravagâncias. Aos olhos de Elizabeth, é esnobe e preconceituoso, deixando poucas margens para que ela mude a sua opinião sobre ele. De um lado, Lizzy acredita que Mr. Darcy se acha superior por conta do seu dinheiro. Do outro, ele julga que os Bennet não passam de uma família de interesseiros. 

Neste romance de costumes, as hipocrisias, trejeitos e tradições de determinada época são retratados de maneira minuciosa. O que dizer, como se portar em público, com quem se relacionar, o que vestir: tudo isso é analisado e poderá ser usado para excluir ou incluir alguém nas rodas sociais. É possível notar as nuances entre as expectativas frustradas de um relacionamento amoroso, e os obstáculos que um casal deve ultrapassar se quiser mesmo ficar junto. 

Em um mundo em que somos constantemente pressionados a assumir máscaras (seja nas redes sociais ou não) para sermos aceitos em determinado grupo, o que nos é contado em Orgulho e Preconceito permanece extremamente atual. Jane Austen nunca se casou, mas tinha uma percepção afiada sobre o amor e sobre como as pessoas se portavam quando observadas. No mais, ela traduziu de maneira ímpar a forma com que os valores e crenças de cada um determinavam suas ações. É por isso que, mesmo dois séculos mais tarde, o clássico continua a tocar o coração dos leitores de todo o globo. 

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Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

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