Categorias
Notícias Novelas Resenhas

Crítica | Beleza Fatal, a novela que não sabíamos mas precisávamos

Drama, suspense, vingança e muitas reviravoltas? A primeira novela de Raphael Montes teve isso e muito mais! 

Beleza Fatal chegou ao fim, my loves! Após 40 capítulos, a primeira novela de Raphael Montes terminou na última sexta (21), sendo sucesso no streaming e entregando um final feliz para alguns e nem tanto para outros, o que acabou gerando discussões acaloradas nas redes sociais, algo com que o autor já está familiarizado. 

Raphael lançou diversos livros de suspense/terror ao longo dos anos, como: Suicidas (2012), Dias perfeitos (2014), Uma mulher no escuro (2019) e Uma família feliz (2024), além de Bom dia, Verônica (2022), ao lado de Ilana Casoy – que foi adaptado pela Netflix e se tornou um sucesso –. O autor já teve experiências anteriores com adaptações de suas obras para o audiovisual, mas esta foi a primeira vez que pensou em uma obra sua especialmente para as telas,resultando em grande acerto. 

Uma história sobre vingança

A novela nos apresenta a história de Lola (Camila Pitanga) e Sofia (Camila Queiroz), parentes que têm seus destinos cruzados para sempre, quer gostem ou não. 

Sofia e sua mãe Cleo (Vanessa Giácomo) passam por grandes dificuldades, e são amparadas pela prima de Cleo, Lola, que as abriga em troca de alguns favores. No entanto, ao desenrolar dos episódios, Lola demonstra onde quer chegar, e passa por cima de tudo e todos para conquistar sua tão sonhada Lolaland. Após injustiças e mortes, Sofia, que foi uma das grandes prejudicadas pelos planos da prima de sua mãe, decide se infiltrar na vida da então milionária para se vingar de todos que a fizeram sofrer. 

É então que percebemos que a trama que já se tornava envolvente com os acontecimentos da vida de Sofia na infância, está apenas começando. Aqui, Raphael Montes entrega um dos seus grandes feitos como autor: prender o telespectador a suas histórias. A forma como o drama é desenvolvido causa cada vez mais curiosidade em quem acompanha e, além disso, cada nova descoberta não serve para finalizar a história, mas sim para deixá-la ainda mais intrigante. 

A vingança de Sofia, que tem ao seu lado sua família de criação, Elvira, Lino e Alec Paixão (Giovanna Antonelli, Augusto Madeira e Breno Ferreira), apresenta muitas camadas. Diversos envolvidos que cometeram crimes e saíram impunes devem pagar pelo que fizeram, e todos os alvos apontam para um único lugar: a família Argento.

Foto: reprodução/MAX

Aquela família classe alta típica de novelas, cheia de segredos e chantagens, foi construída de uma forma incrível, a começar pelos integrantes que tornam difícil escolher qual detestamos mais. Benjamin (Caio Blat), Átila (Herson Capri) e Rog (Marcelo Serrado) disputam a cada episódio o título de atitude mais desaprovável.

O momento é da Lola

É indiscutível que Lola é a vilã que amamos odiar. Ela tem atitudes desaprovaveis e criminosas? Sim! Mas ela entrega carisma e momentos icônicos, algo que os noveleiros não viam há um bom tempo. 

Uma boa vilã dá um novo contexto a uma história, e odiar tal personagem é uma consequência inevitável, mas, quando ela se parece com a Lola, fica um pouco mais difícil. Ao longo dos 40 episódios, a personagem rendeu momentos que viralizaram na internet, seja nas lives da Lolaland, nas brigas com os Argento, ou chamando Sofia de “Capirota!”, se tornando muitas vezes o alívio cômico dos episódios. 

Camila Pitanga entrega uma de suas melhores atuações nos últimos tempos, e talvez sua melhor vilã até aqui. Lola faz com que tenhamos empatia por ela em muitos momentos, mesmo sabendo de todas as atrocidades que já fez e ainda faz, demonstrando como a personagens não apenas foi bem construída em roteiro, mas também bem interpretada em cena. E com tudo isso, o que temos? Uma das melhores vilãs de novela dos últimos tempos. 

Foto: reprodução/MAX

Mais um exemplo claro do ótimo desenvolvimento de cada um dos personagens é o desenrolar da amizade entre Benjamin e Rog, cirurgiões plásticos sem nenhuma ética, muito bem interpretados por Caio Blat e Marcelo Serrado. Ambos os atores foram as escolhas perfeitas para os personagens, assim como todo o elenco.

Uma novela que se deixa ser novela

Como o próprio autor disse em uma entrevista, “Beleza Fatal não é apenas sobre vingança, mas sobre o que acontece após a vingança”. Essa não era só uma história de vingança, e é isso que percebemos a cada capítulo. Sofia consegue rapidamente entrar na vida de Lola como Julia, e virar tudo de cabeça para baixo. Mas, o que vem depois de conseguir, é o que move a trama, e o que era para ser uma legítima vingança passa a ser uma obsessão que mais prejudica a vida de todos do que resolve o que deveria. 

Raphael se propôs e conseguiu entregar uma novela envolvente, abordando temas importantes e que precisam de espaço para debate, como ética e padrões de beleza, além de dar espaço para que histórias de amor fora da bolha fossem vistas. Graças a isso, conhecemos Andrea (Kiara Felippe) e sua trajetória com Tomás (Murilo Rosa).

Para além disso, Beleza Fatal se permite ser e ter todos os clichês do gênero, cheia de reviravoltas, romance e segredos bem construídos, tudo tendo um motivo e tudo (ou quase) tendo um desfecho. A história consegue amarrar praticamente todas as pontas que solta ao longo do caminho, sem deixar de entreter o público com uma história que desperta a curiosidade e instiga a pergunta: “o que vai acontecer no próximo capítulo?”.

Mas, e Roma? 

[Contém spoiler]

A novela termina de um jeito ousado, bem Raphael Montes, que sempre diz para não esperarem o óbvio de suas histórias. Muitos finais felizes acontecem, incluindo  a família Paixão, Gisela (Julia Stockler) e Carol (Manu Morelli), mostrando momentos de superação, porém, aqui a mocinha não teve seu final feliz. 

Talvez uma das principais mensagens que a trama queira passar seja a de que atitudes geram consequências, e sim, Sofia tinha direito de querer vingança e justiça, e conseguiu, mas a que custo? Como a própria Lola diz ao final de tudo “você conseguiu o que queria, mas você está feliz?”

Ao lado de Maria de Médicis, diretora da novela, e do streaming MAX, Raphael – que é fã de novelas – conseguiu cativar um público que precisava de uma produção assim,  entregando uma trama envolvente e bem elaborada, com um final que deixa margem para uma possível segunda temporada – afinal, o que aquele pessoal foi fazer em Roma? –  e um sucesso no streaming e nas redes sociais.

 

Assistiu a novela? O que achou? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

Leia também: Por que os brasileiros gostam tanto de novelas?

 

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

Categorias
Eventos Música Notícias

Avenged Sevenfold abre venda de ingressos para a turnê Life Is But a Dream…

Apresentações acontecem nos dias 2 de outubro em Curitiba e 4 de outubro em São Paulo

Quando lançou o disco de estreia Sounding the Seventh Trumpet, em 2001, Avenged Sevenfold trilhou um longo caminho das raízes do metalcore underground até chegar ao patamar de lenda do rock, lotando arenas por onde passa. O anúncio de que a banda voltaria para São Paulo e Curitiba com a turnê Life Is But a Dream… foi uma surpresa para os fãs brasileiros, que esperavam há 11 anos por um show do grupo.

As apresentações acontecem nos dias 2 de outubro, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, com abertura de Mr. Bungle e Karen Dió; e no dia 4 de outubro, no Allianz Parque, em São Paulo, com abertura de A Day To Remember, Mr Bungle e Karen Dió, com ingressos já disponíveis a partir de hoje no site da Eventim desde o meio-dia (acesse aqui).

Foto: divulgação/Trovoa e 30e

Life is But A Dream… é também o nome do álbum mais recente do Avenged Sevenfold. Lançado em 2023, este foi o primeiro disco de estúdio do grupo após um período de sete anos de espera. O trabalho, como a própria banda define, “foi projetado para provocar e inspirar, ampliando corajosamente a nova onda do som do heavy metal americano, com confiança, atitude e intenção”. Trata-se de “uma celebração e libertação da vida, enquanto explora a possível ilusão do livre arbítrio e do determinismo”.

Não à toa, o A7X (como também é conhecido) e seu disco foram celebrados pelo público e pela imprensa especializada, aparecendo na lista dos 11 Melhores Álbuns de Metal de 2023 da Rolling Stone. É com esse recente repertório e com os seus mais de 25 anos de trajetória sólida que o quinteto desembarca no Brasil.

Formado na Califórnia, em 1999, o Avenged Sevenfold já vendeu mais de 12 milhões de álbuns mundialmente e alcançou o topo da parada Top 200 Álbuns da Billboard com Nightmare (2010) e Hail to the King (2013). A banda, composta atualmente por M. Shadows (vocais), Synyster Gates (guitarra), Zacky Vengeance (guitarra), Johnny Christ (baixo) e Brooks Wackerman (bateria), acumula mais de 1 bilhão de visualizações em vídeos, 1 bilhão de streams no Spotify e ganhou vários singles #1 em rádios de rock.

Bat Country (2005), inspirado no livro Medo e Delírio em Las Vegas (1971), de Hunter S. Thompson; a favorita dos fãs, A Little Piece of Heaven (2007), Nightmare (2010) e Hail to the King (2013) são os maiores sucessos da banda. O Avenged Sevenfold se apresentou no Brasil várias vezes, em 2010, 2011, 2013, 2014 e, mais recentemente, em 2024, quando foi a atração principal da noite de rock esgotada no Rock in Rio, diante de 100.000 fãs.

AVENGED SEVENFOLD
Realização: 30e

CURITIBA
Data: 2 de outubro de 2025
Local: Pedreira Paulo Leminski
Horário de abertura da casa: 16h
Setores e preços:
Pista – R$ 240,00 (meia-entrada legal) | R$ 480,00 (inteira)
Pista Premium – R$ 375,00 (meia-entrada legal) | R$ 750,00 (inteira)
Venda geral: 20 de março, 12h
Vendas online em: eventim.com.br/avengedsevenfold

SÃO PAULO
Data: 4 de outubro de 2025
Local: Allianz Parque
Horário de abertura da casa: 14h
Setores e preços:
Cadeira Superior- R$ 155,00 (meia-entrada legal) | R$ 310,00 (inteira)
Pista – R$ 205,00 (meia-entrada legal) | R$ 410,00 (inteira)
Cadeira Inferior – R$ 250,00 (meia-entrada legal) | R$ 500,00 (inteira)
Pista Premium – R$ 405,00 (meia-entrada legal) | R$ 810,00 (inteira)
Venda geral: 20 de março, 12h
Vendas online em: eventim.com.br/avengedsevenfold

É fã da banda? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

Leia também: Smoke The Pain Away: novo single de Calvin Harris é lançado

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

Categorias
Cinema Especiais Notícias

Especial | Do Torneio Tribruxo ao retorno de Voldemort: 20 anos de Harry Potter e o Cálice de Fogo

Trazendo uma nova fase para a saga, o quarto filme marcou os fãs com cenas épicas e muitas emoções. Relembre momentos marcantes e curiosidades cheias de nostalgia

 

Lançado em 18 de novembro de 2005, um dos filmes mais aclamados da saga do nosso querido bruxo, Harry Potter e o Cálice de Fogo, completa 20 anos em 2025. Dirigido por Mike Newell, o quarto longa da franquia trouxe um tom mais sombrio, apresentando o Torneio Tribruxo, a ascensão de Lord Voldemort e um dos momentos mais emocionantes da série de filmes: a trágica morte de Cedrico Diggory

Mike Newell, que já havia sido cotado para dirigir Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001), primeiro longa da franquia, assumiu a direção da história apenas no quarto filme, justamente onde tudo fica mais complexo, comandando a adaptação do livro de J.K. Rowling que mais precisou de efeitos visuais e dublês até então.

+ Relembrando Sucessos | Harry Potter e a Pedra Filosofal

O Lorde das Trevas voltou!

Depois de uma grande mudança com a chegada de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004), onde Harry (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) passam de crianças para adolescentes e começam a enxergar as dificuldades que terão que enfrentar dali em diante, o Cálice de Fogo concretiza essa ideia ao público. 

Diferente dos filmes anteriores, esse já não começa na casa dos tios de Harry, e sim em um pesadelo, onde o bruxo percebe que Lord Voldemort (Ralph Fiennes) tem planos sombrios sendo executados por seus seguidores. É aqui que entramos em uma nova fase da vida não apenas de Harry mas de toda Hogwarts, seja com o Torneio Tribruxo, que mostra novas interações, cada vez mais maduras, entre os alunos, ou com os acontecimentos que se sucedem após o início do torneio.

O quarto filme ditou o tom que seguiria até o último longa da franquia. Agora ir para a escola já não era somente um sinal de diversão e um desejo de ver os amigos para Harry. Ele também passa a enfrentar a perda de pessoas, escolhas difíceis, embates e traições, tudo isso enquanto tenta ajudar aqueles com quem se importa.

Foto: reprodução/MAX/Warner Bros
Harry Potter! O menino que sobreviveu… venha morrer!

Até então os filmes da saga tinham classificação livre ou para maiores de 10 anos, mas o quarto filme foi o primeiro a ter uma classificação indicativa mais alta, de 12 anos, já mostrando que momentos obscuros e violentos chegariam a Hogwarts. Confira outras curiosidades da produção:

  • A cena em que Harry mergulha no lago negro durante a segunda tarefa do Torneio Tribruxo foi gravada em um tanque com mais de seis metros de profundidade. Daniel Radcliffe passou cerca de seis meses treinando mergulho para filmar as cenas sem o uso de dublês (por própria insistência do ator).
  • A banda As Esquisitonas (The Weird Sisters), que toca no baile, tem membros da banda de rock Pulp e Radiohead na vida real.
  • A dança do Baile de Inverno se tornou um desafio para o elenco, os atores principais tiveram que ensaiar por semanas para as cenas de dança. Rupert Grint (Rony) admitiu em uma entrevista que ficou tão nervoso que evitava os ensaios sempre que possível. Já Emma Watson (Hermione) se dedicou tanto que impressionou os coreógrafos – surpreendendo um total de zero pessoas.
Foto: reprodução/MAX/Warner Bros
  • Mais de 3.000 meninas fizeram testes para ser a Cho Chang, primeiro interesse romântico de Harry, que foi interpretada por Katie Leung. A atriz superou milhares de candidatas para o papel e revelou que sua mãe foi quem a inscreveu para a audição.
  • Robert Pattinson ganhou fama mundial como Cedrico Diggory. Esse foi o primeiro personagem de maior destaque do ator, antes de conquistar o público como Edward Cullen em Crepúsculo (2008). Robert, inclusive, já declarou que foi o Cálice de Fogo que o fez perceber que queria seguir a carreira de ator. 
  • Após três filmes contando sua história e as maldades que já havia feito, o Cálice de Fogo foi o primeiro filme a ter uma aparição completa de Ralph Fiennes como Voldemort, que se tornou um marco no filme. Para criar o visual icônico do vilão, os produtores usaram tecnologia digital para remover o nariz do ator e torná-lo semelhante a uma serpente. Fiennes também trabalhou sua postura e forma de falar para dar um ar ainda mais assustador ao personagem.

+ 7 mentiras contadas sobre o universo de Harry Potter 

Harry! Você colocou seu nome no Cálice de Fogo?

O Torneio Tribruxo é um dos pontos principais do filme, toda a narrativa gira em torno dele, desde a adição de novos personagens como o próprio Cedrico citado anteriormente, que é um dos competidores ao lado de Harry, e também Vítor Krum (Stanislav Ianevski) e Fleur Delacour (Clémence Poésy), que chegam a Hogwarts com as escolas Beauxbatons e Durmstrang, trazendo novos momentos para a história. 

E então fomos apresentados à Taça Tribruxo, a qual sabemos que tem um papel muito importante nos momentos finais do filme. Mas se analisarmos, a taça tem um papel relevante desde o momento em que é apresentada por Dumbledore (Michael Gambon), se tornando uma coadjuvante e/ou protagonista em diversos momentos, já que os gêmeos Weasley tentam cruzar a linha etária do cálice para conseguir participar do torneio, que rende um dos momentos cômicos do longa. 

E para deixar a briga dos gêmeos em frente a taça mais realista, o diretor simulou uma briga com o ator Oliver Phelps (que interpretou Jorge Weasley), mas a encenação foi tão bem feita que Mike Newell acabou quebrando uma costela! 

As reviravoltas causadas pelo Torneio Tribruxo são diversas: temos a briga de Rony e Harry, que acha que o amigo colocou o próprio nome no cálice e está mentindo para ele, ou as tarefas que devem ser realizadas pelos campeões, onde vemos Harry mostrar seu talento e coragem ao lutar com um dragão, salvar Rony do fundo do mar e encarar um labirinto enfeitiçado – nada muito fora do comum para quem havia derrotado um basilisco com 12 anos.

Baile de Inverno, Rabo-Córneo e o Lago Negro

A primeira tarefa do torneio colocou Harry contra um dragão gigante, onde ele precisava pegar o ovo dourado que era guardado pela criatura, que escapa e o persegue pelo castelo. O dragão foi inteiramente criado por CGI, e as cenas de voo de Harry foram filmadas com Daniel Radcliffe preso a cabos em frente a uma tela verde. No entanto, a cena do dragão destruindo partes do castelo não está no livro – ela foi adicionada para aumentar a tensão da cena (e deu muito certo).

O Baile de Inverno acontece no meio do torneio e traz um momento mais emocional para os adolescentes, que precisam convidar seus pares, dançar e se vestir a caráter (o Rony sabe bem disso). No evento vemos uma Hermione deslumbrante ao lado de Vitor Krum, Rony com ciúmes – dando a entender os primeiros sentimentos entre os dois – e Harry lidando com sua timidez.

O baile foi filmado em um set lindamente decorado, o vestido de Hermione foi especialmente desenhado para Emma Watson, e cada detalhe foi planejado para parecer um conto de fadas. A atriz revelou que estava tão nervosa para filmar sua entrada no baile que precisou repetir várias vezes a cena descendo a escada, afinal aquele foi o momento que Hermione entra em uma fase mais adulta da vida.

Foto: reprodução/MAX/Warner Bros

Já a segunda prova, onde os campeões deviam resgatar pessoas queridas das profundezas do Lago Negro, foi gravada em um enorme tanque de água. Daniel Radcliffe passou cerca de seis horas por dia debaixo d’água durante as filmagens, tendo que aprender a prender a respiração por longos períodos, tudo isso enquanto lutava contra os sereianos e salvava Rony e a irmã da Fleur, haja fôlego!

Nada mais será como antes, não é?

Após todos os acontecimentos finais do torneio, que levam Harry a ter seu primeiro embate com o Lorde das Trevas e ver seu amigo Cedrico morrer com o feitiço Avada Kedavra, ele volta para o castelo com o sentimento de que tudo está prestes a mudar, e que a vida de muitos bruxos corre perigo e nunca mais será a mesma. 

A frase “nada mais será como antes” é dita por ele durante uma conversa com Rony e Hermione, e marca a transição da infância para um mundo mais sombrio e perigoso que todos terão que enfrentar com o retorno de Voldemort, mesmo que muitos não acreditem no relato de Harry sobre sua volta.

Esses acontecimentos marcam o começo da fase mais angustiante da saga, onde todos vivem um perigo iminente, preparando o terreno para Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007) e o início da segunda guerra bruxa. 

Harry Potter e o Cálice de Fogo é, assim como todos os filmes da franquia, um marco no cinema. Tornou-se uma das adaptações de maior sucesso da história e somente o quarto filme arrecadou aproximadamente US$ 290 milhões, sendo a terceira maior bilheteria do ano, atrás apenas de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (2005) e As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005). Mundialmente, o filme atingiu US$ 895 milhões, se tornando a maior bilheteria de 2005 e, na época, a oitava maior da história do cinema. No Brasil, o Cálice de Fogo levou mais de 1,1 milhão de espectadores aos cinemas em seu fim de semana de estreia.

Esses números mostram o impacto que o filme teve e ainda tem em uma geração que acompanhou a história do menino que sobreviveu de perto, seja apenas através dos filmes ou também dos livros. A história envolveu crianças e adolescentes, que se tornaram adultos que continuam celebrando a saga, prova disso é a reexibição dos filmes nos cinemas que também se tornou um sucesso.

+  Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban bate recorde de venda na reexibição

Duas décadas se passaram desde o lançamento do filme, e seu impacto continua tão forte quanto um feitiço bem lançado. Mais do que uma simples adaptação, Harry Potter e o Cálice de Fogo consolidou o universo bruxo como um fenômeno cultural, emocionando gerações de fãs e provando que a magia de Hogwarts é atemporal, e mesmo 20 anos depois ainda nos arrepiamos com o Torneio Tribruxo, nos empolgamos com o Baile de Inverno e sentimos o peso do duelo final.

Afinal, como Dumbledore nos ensinou: “Palavras são, na minha humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia.

 

Qual seu filme favorito da saga? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

 

Leia também: O tempo passou: relembre 20 filmes que estão completando 20 anos

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

Categorias
Música Notícias

Chappell Roan lança seu novo single country The Giver

Cantora é vencedora do Grammy 2025 de Artista Revelação

 

A sensação pop Chappell Roan, lançou hoje (14) seu aguardado single country The Giver, o primeiro lançamento da artista em 2025, além de também ser o primeiro desde o single com Certificado de Platina Quádrupla de 2024, Good Luck Babe!. Sobre a nova música Chappell disse:

“Tenho um lugar tão especial em meu coração para a música country. Cresci ouvindo-a todas as manhãs e tardes no ônibus da escola e a escutei em volta de fogueiras, em supermercados e em bares de karaokê. Muitas pessoas perguntaram se isso significa que estou fazendo um álbum country. Minha resposta é… no momento, estou apenas fazendo músicas que me fazem sentir feliz e divertida, e ‘The Giver’ é a minha visão do country. Que as divas clássicas do country mandem em seu gênero, estou aqui apenas para girar e fazer um pouco de iodelei para todos vocês”, diz Chappell Roan.

Para promover The Giver, a artista está lançando cinco discos de vinil de 7 polegadas em edição limitada, cada um com uma arte de capa que a mostra encarnando diferentes personagens voltados para serviços, incluindo advogada, dentista, encanadora e investigadora particular. As personagens refletem as personas em outdoors de cidades como Nashville, Nova Iorque e Los Angeles, divulgando o single e exibindo frases como “Your ex’s worst nightmare” (“O pior pesadelo do seu ex”).

Os outdoors, que provocaram fervor na Internet, forneciam um número de linha direta, 620-HOT-TO-GO, e, quando discado, oferece um menu divertido que leva a prévias da nova música.

Foto: divulgação/Universal Music Brasil/Andrew Angel

Em abril, Roan lançou o single Good Luck, Babe!, que estreou em 77º lugar na Billboard Hot 100 e depois subiu até o #4, em setembro. A faixa foi vencedora na 67ª edição do Grammy nas categorias Canção do Ano, Gravação do Ano e Melhor Performance Pop Solo. O álbum de estreia da cantora, The Rise and Fall of a Midwest Princess, foi lançado em setembro de 2023. As performances de Chappell Roan em festivais, como Coachella e Lollapalooza, geraram muitos elogios. Seu show no Lollapalooza atraiu o maior público já registrado em shows diurnos na história do festival.

Com The Giver, Chappell continua a abrir caminhos, mostrando sua visão única da música pop, uma visão que celebra a expressão queer e fala sobre ser autêntica, fiel ao seu verdadeiro eu. Suas conquistas importantes, suas performances e sua honestidade sem inibições até agora a prepararam para um 2025 ainda mais notável.

 

É fã da Chappel? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

 

Leia também:  Feira do Bom Retiro e Warner Music promovem evento para fãs da cantora Jisoo

 

Texto revisado por Larissa Suellen

 

Categorias
Cultura asiática Música Notícias

Jeff Satur traz show inédito para o Brasil

Astro da música tailandesa se apresentará em São Paulo com a turnê Red Giant 

 

O cantor Jeff Satur, ídolo da música pop tailandesa, se apresentará com único show no Brasil em julho. A turnê mundial do artista, Red Giant, passará por São Paulo no dia 6 de julho, no Terra SP. Os ingressos para o show custam a partir de R$ 170 e estarão à venda a partir do dia 15 de março, às 12h.

As entradas para o show em São Paulo serão vendidas exclusivamente pela internet, no site e no aplicativo da Shotgun. Além dos ingressos para o show, participantes do evento poderão adquirir pacotes VIP para tirar fotos e se despedir do artista. 

Há opções de ingressos sociais, no mesmo valor da meia-entrada, para quem fizer doação de 1 kg de ração para cães e gatos no dia do evento. Os participantes do Clube Fidelidade Galaxie terão direito à pré-venda, entre os dias 12 e 13 de março, em quantidades limitadas.

Essa será a segunda vez de Jeff Satur no Brasil. A primeira aconteceu em 2023, como uma das atrações do Asia Star Festival, evento de música asiática realizado em São Paulo. Destaque na música e na dramaturgia, Jeff Satur é um dos grandes nomes do entretenimento tailandês.

Na carreira musical, o astro traz sucessos como Fade, Dum Dum, Ride or Die e Why Don’t You Stay, tema da série KinnPorsche, em que também integra o elenco. Como ator, estrelou recentemente o filme The Paradise of Thorns (O Paraíso dos Espinhos, no Brasil), lançado em 2024 no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Na TV, Jeff integra o time de mentores do reality de competição musical Chuang Asia: Thailand

Para mais informações, acesse: https://www.hwstar.com.br/news/faq/jeff-satur-no-brasil-duvidas-frequentes   

 

É fã do Jeff? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

 

Leia também: Descendentes do Sol: streaming traz para o Brasil o sucesso mundial do K-drama

 

Texto revisado por Bells Pontes

Categorias
Notícias Séries

Pôster de Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça é divulgado

A produção, com estreia marcada para 18 de março, revela os lados não vistos de uma das maiores tragédias marítimas do país

 

Saiu o pôster oficial da nova produção de true crime, Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça, dirigida e produzida por Tatiana Issa e Guto Barra, responsáveis também por Pacto Brutal — O Assassinato de Daniella Perez (2022)

A nova série documental estreia dia 18 de março e terá ao todo três episódios lançados toda terça-feira, às 21h, no canal HBO e na plataforma de streaming Max. Por meio de depoimentos e reencenações, a produção lança um novo olhar sobre o trágico naufrágio que parou o Brasil no Réveillon de 1988.

Foto: divulgação/MAX/HBO

Na série, os criadores, 11 vezes indicados ao Emmy e três vezes vencedores da premiação, se propõem a reconstruir os acontecimentos da fatídica noite em que o Bateau Mouche IV naufragou, resultando na morte de 55 pessoas, incluindo a atriz Yara Amaral.

O caso se tornou um símbolo da impunidade no país e ainda segue na Justiça até hoje, com processos marcados por investigações sobre fraudes e irregularidades. A tragédia levantou, ainda, debates sobre segurança, fiscalização e responsabilidade, que seguem em voga até os dias atuais. 

Rica em detalhes, a produção inclui recriações no mar e em um tanque com 40 metros de comprimento, 30 m de largura e até 25 m de profundidade, além de mais de 30 entrevistas exclusivas de sobreviventes, familiares das vítimas, advogados, especialistas e protagonistas do resgate.

 

Gosta de true crime? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

Leia também: Descendentes do Sol: streaming traz para o Brasil o sucesso mundial do K-drama

 

Texto revisado por Cristiane Amarante

Categorias
Notícias Teatro

Dreamgirls no Brasil: sucesso da Broadway chega a São Paulo a partir de 31 de julho

Audições para escolha do elenco acontecem entre 17 e 21 de março 

 

Dreamgirls, um dos maiores sucessos da Broadway e adaptada para o cinema em um filme vencedor do Oscar, chega pela primeira vez ao Brasil a partir do dia 31 de julho no Teatro Santander, localizado no Complexo JK Iguatemi, em São Paulo.

Dreamgirls retrata a ascensão de um grupo de cantoras afro-americanas nos Estados Unidos na década de 1960 e foi inspirado nas histórias de mulheres da Motown, como as The Supremes. A trama reflete a era de ouro da música soul e as transformações da indústria fonográfica dos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970, abordando pautas como racismo, desigualdade de gênero, o preço da fama e a complexidade das relações pessoais e profissionais no showbiz.

O musical conta a história das The Dreams, um trio formado pelas personagens Effie White, Deena Jones e Lorrell Robinson, que começam suas carreiras participando de concursos amadores. Descobertas por Curtis Taylor Jr., um ambicioso empresário, elas se tornam estrelas e enfrentam os desafios do sucesso e suas desilusões.

Foto: divulgação/Midiorama

A produção estreou em 20 de dezembro de 1981, no Teatro Imperial, totalizando 1.521 apresentações consecutivas na Broadway até seu encerramento em 11 de agosto de 1985 e ganhou, entre outros prêmios, seis Tony Awards e dois Grammys. Adaptado para o cinema em 2006, tendo no elenco Beyoncé, Eddie Murphy, Jamie Foxx e Jennifer Hudson, o filme foi indicado a oito prêmios no Oscar e venceu dois deles, incluindo o de Melhor Atriz Coadjuvante para Jennifer Hudson por sua interpretação de Effie.

As músicas compostas para o musical seguem principalmente o estilo de R&B, com forte influência do soul e do pop das décadas de 1960 e 1970. Algumas músicas também incorporam elementos de gospel, funk e disco, acompanhando a evolução da música afro-americana ao longo do tempo retratado na história. Sucessos como And I Am Telling You I’m Not Going, One Night Only e I Am Changing não só se destacaram no musical, mas também encontraram vida própria fora do palco, sendo interpretadas por artistas renomados.

Ingressos para as apresentações da temporada, já estão à venda na plataforma Sympla. Audições para escolha do elenco acontecem entre 17 e 21 de março, para mais informações acesse Audições.

Serviço

Local: Teatro Santander

Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041

Classificação etária: 10 anos, menores acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Data: a partir de 31 de julho

Horários:
Quintas-feiras, às 20h;
Sextas-feiras, às 20h;
Sábados, às 16h e 20h;
Domingos, às 15h e 19h

Valores:
VIP: R$ 190 meia entrada e R$ 380 inteira
Plateia Superior: R$ 125 meia entrada e R$ 250 inteira
Frisa Plateia Superior: R$ 125 meia entrada e R$ 250 inteira
Balcão A: R$ 90 meia entrada e R$ 180 inteira
Frisa Balcão: R$ 21 meia entrada e R$ 42 inteira
Balcão B: R$ 21 meia entrada e R$ 42 inteiras

*Clientes Santander têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a dois por CPF.

 

 

Ansiosa pela estreia da peça? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

Leia também: Mudança de Hábito retorna ao Brasil com Amanda Vicente com Dolores Van Cartier

 

Texto revisado por Layanne Rezende

Categorias
Entrevistas Notícias

Entrevista | Geyson Luiz: um talento em ascensão no audiovisual brasileiro

O ator fala sobre seus últimos projetos, a importância de valorizarmos a cultura nordestina e seus próximos passos profissionais

Com uma trajetória marcada pela determinação, Geyson Luiz, ator pernambucano de 27 anos, transformou desafios em conquistas. Nascido em Limoeiro, na Zona da Mata de Pernambuco, Geyson fugiu de casa aos 13 anos para investir em sua carreira artística, enfrentando uma fase difícil em Minas Gerais antes de encontrar seu lugar no circo e, mais tarde, na ONG Centro Cultural Piollin, em João Pessoa.

Hoje, o ator coleciona papeis de destaque no streaming e no cinema nacional. Na nova temporada de Sintonia – O Último Baile (2025), da Netflix, ele interpreta Bagre, um detento veterano. Também aguarda o lançamento de Maria e o Cangaço, na Disney+, além da estreia em festivais pelo país com O Braço e os longas pernambucanos Ao Sabor das Cinzas e Coração de Lona.

Geyson ganhou projeção nacional ao protagonizar Lama dos Dias (2018), série sobre o manguebeat, e se destacou na elogiada Cangaço Novo (2023). Sua história de superação e o espaço que tem conquistado para artistas nordestinos no cenário audiovisual são alguns dos temas que o ator aborda na entrevista a seguir, confira:

 

Entretetizei: Sua trajetória de vida é marcada por desafios e superação. Como foi o processo de sair de casa ainda jovem e transformar suas experiências em inspiração?

Geyson Luiz: O que é ser brasileiro? Acho uma pergunta difícil de digerir nos dias de hoje. Minhas escolhas foram feitas por necessidade, diante da sobrevivência. É preciso entender que todo pobre sonha, mas tudo ao redor faz com que nossos sonhos se tornem um vazio, ocupado pelas dores. Tornei-me artista pela insatisfação com um mundo doente, violento e ambicioso. Como pode haver algum consenso em um país marcado historicamente pelas desigualdades econômicas, sociais, culturais e políticas? Num país tão contraditório, dizer a verdade é um risco, e é assim que me torno artista: um ser do risco da verdade que sinto, daquilo que carrego na memória, dos sonhos que foram alimentados desde a infância. O teatro me salvou, e a arte trouxe alento àquele jovem que um dia esteve entregue à solidão das ruas. 

Já se perguntou por que a arte é tão marginalizada e desvalorizada na educação do nosso país? Porque o território da arte é o território da contestação, da sensibilidade e da disrupção do corpo no mundo, um campo imaginário infinito. Imagine só: quando tiram todas as ferramentas criativas de um jovem, a única coisa que sobra é a violência, e nos deparamos constantemente com uma afirmação colonial. O que é ser brasileiro? A vivência fez a construção da minha identidade, e o ofício de ser ator trouxe a possibilidade de afirmar que ainda não tiraram de nós a memória e os sonhos. 

A visceralidade de um ambiente caótico e efêmero tornava a arte uma tradução de inquietude e vulnerabilidade, que escancararam a alma de um pirralho que adormecia com pesadelos sobre os homens. Mas disso eu despertava na manhã seguinte cheio de sonhos vivos, acreditando que um dia poderia me tornar alguém cujas dores do mundo ainda assim dariam origem a uma rosa na rachadura do cimento. Ser brasileiro é ser sonhador e jamais ignorar a luta e a memória de seu povo. As palavras de Graciliano Ramos tomo como minhas: “Comovo-me em excesso por natureza e por ofício; acho medonho viver sem paixão”.

Foto: divulgação/Diógenes Mendonça

E: Você está em grandes produções de streaming, como Sintonia, Cangaço Novo e Maria e o Cangaço. Como tem sido essa fase de tantos projetos importantes e o que podemos esperar dos seus personagens nessas produções? 

GL: Acho que meu trabalho tem se destacado por ser o de um ator consciente do abismo que enfrento em cada obra, de mergulhar no vazio e emergir com a força de um xamã. Assumo a responsabilidade de dar vida a personagens antagônicos e reconhecer o poder da dialética por trás da criação, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis, em relação à existência do indivíduo. A arte não é apenas entretenimento, não é apenas ação. Desejo que o público pense junto com os meus personagens, independentemente do papel, e reflita sobre o que está por trás das máscaras.

E: Ao longo dos anos, tem se falado mais sobre a valorização de artistas nordestinos no cenário nacional. Como você enxerga essa mudança e o que ainda precisa ser feito para abrir mais espaço no mercado?

GL: O Nordeste é um grande berço de artistas. Vários nordestinos se tornaram grandes nomes do audiovisual brasileiro. No entanto, as grandes produções do mercado sempre estiveram concentradas no eixo Rio–São Paulo, perpetuando uma perspectiva limitada sobre o trabalho do artista nordestino, muitas vezes reduzindo-o a estereótipos que reforçam uma ideia de inferioridade, sem oferecer um protagonismo de sustância. O país carrega tantas histórias, tantas lutas. Dentro do eixo Norte–Nordeste, os olhares estão voltados para novas narrativas e suas complexidades, que refletem as diversidades do nosso país, com seus sotaques, costumes e tradições únicas em cada estado.

No trabalho do ator, é essencial entender que não existe apenas uma forma de naturalidade. Construir uma personagem dentro dos padrões que o público já conhece é importante, mas na atuação não podemos nos limitar a estereótipos. Todo indivíduo carrega uma história, suas lutas e razões, que na arte trazemos para reflexão sobre a existência. O cinema independente tem mostrado o outro lado da moeda, destacando o Nordeste para o mundo, explorando novas narrativas e propondo ao público brasileiro conhecer mais sobre os “Brasis” que existem em nosso território.

E: A série Lama dos Dias trouxe muita visibilidade para a cena cultural de Recife e o movimento manguebeat. Como foi dar vida a essa produção e qual a importância desse resgate cultural para você?

GL: Por meio da arte, a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos e sonhos. Para mim, expressar o manguebeat vai além de representar a história da cultura brasileira; é ser parte integrante desse movimento. Me considero um artista nascido também do manguebeat. A influência da cultura popular está presente em toda a minha trajetória como artista.

O manguebeat se tornou um movimento popular que, em seu início, tinha como objetivo denunciar as desigualdades, a pobreza e os problemas de Recife, propondo uma renovação cultural com o surgimento de ritmos que misturavam elementos da cultura tradicional com a cultura urbana. O movimento ultrapassou os limites da zona metropolitana, alcançando o sertão por meio do teatro, da dança, da música, das artes visuais e do audiovisual.

Foi a insatisfação com o “mundo doente” que me motivou a me reconhecer como ator, a assumir o ofício de comunicar ao povo, com poesia e arte, aquilo que enxergo, ouço e sinto sobre o outro. Os projetos precisam ir além do entretenimento; precisam nos fazer questionar, nos fazer pulsar, trazer poesia para o nosso dia a dia e ser o combustível que alimenta nossa alma.

Foto: divulgação/Diógenes Mendonça

E: Hoje, você concilia uma carreira artística com os estudos. Em algum momento foi mais difícil conseguir administrar o tempo entre eles? O que você espera construir no futuro a partir de sua formação?

GL: A universidade sempre foi um sonho de criança, um lugar onde eu pudesse me especializar na profissão à qual dediquei minha vida. Aprender ao máximo as linguagens que o ator pode explorar está em constante investigação e experiência, buscando versatilidade e autenticidade no meu trabalho, independentemente do método ou da linguagem. A vivência artística é fundamental para essa construção.

Sempre tive a necessidade de comunicar ao público, de transformar a inquietude do pensamento em criação. No entanto, conciliar os estudos com o trabalho sempre foi um grande desafio, especialmente por ser um rapaz vindo da periferia. As dificuldades são multiplicadas pela necessidade de se manter, principalmente em um país onde o artista é constantemente marginalizado.

Para mim, a universidade é uma espécie de “fuga” — digo, é o meu espaço livre de investigação e aprofundamento. Meu interesse na formação vai além de me tornar um ator mais completo; quero me tornar um educador acessível, alguém que possa contribuir não apenas artisticamente, mas também ser capaz de alimentar sementes, como aqueles vagalumes que iluminam nossos caminhos.

E: O que podemos esperar dos seus próximos passos profissionais?

GL: Meus planos são levar o cinema nordestino para todos os lugares do mundo. O Nordeste é um lugar cheio de encantos e mistérios, que carrega a história do país no trabalho, na educação, na força de cada indivíduo e na paixão ardente que levanta os nordestinos todos os dias. Temos orgulho da nossa cultura, da memória que o corpo sertanejo carrega. Dar vida às histórias do meu povo é a maior honra que eu possa ter.

Sou imensamente grato ao cinema nordestino. Fui revelado pelas mãos de artistas que são algumas das minhas maiores referências, influências e inspirações. Eles me fizeram acreditar que é possível, que a vida presta. Ainda não tiraram de nós a memória e os sonhos. No Nordeste, temos algo incomum, que não se encontra com tanta força em outros lugares: o afeto, a sabedoria, a generosidade de olhar para o próximo e, juntos, tornar o sonho vivo.

 

Já conhecia o trabalho de Geyson? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

 

Leia também: Entrevista | Marina na Voz fala sobre o lançamento de seu primeiro EP e sua entrada definitiva na cena musical brasileira

 

Texto revisado por Layanne Rezende

Categorias
Cinema Notícias

Uma década de histórias inesquecíveis: os últimos vencedores do Oscar de Melhor Filme

Animado com o Oscar desse ano? Aproveite a espera para relembrar os últimos filmes premiados 

 

Nos últimos dez anos, o Oscar consagrou uma variedade de obras que não só conquistaram o público, mas também marcaram a história do cinema com ótimas narrativas. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que vem buscando se reinventar ao longo dos anos, reconheceu produções que desafiaram convenções e que muitas vezes abriram espaço para conversas importantes sobre questões sociais, políticas, raciais e até existenciais.

Os últimos dez vencedores da principal categoria da premiação passam por diferentes gêneros e estilos. Os filmes consagrados ao longo dessa década mostram a evolução do cinema e seu impacto também na sociedade.

Este ano, tem um fator ainda mais especial para os brasileiros, a indicação inédita de Ainda Estou Aqui (2024) na categoria de Melhor Filme, fazendo a emocionante história dirigida por Walter Salles tornar-se ainda mais marcante nacional e internacionalmente. 

Então, vamos conferir uma retrospectiva do Oscar de Melhor Filme de 2014 a 2024 enquanto nos preparamos para acompanhar a premiação desse ano – que acontece dia 2 de março – e ver Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui brilhando na cerimônia? 

2015 – Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância (2014)
Foto: reprodução/O Globo

Dirigido por Alejandro G. Iñárritu, o filme acompanha Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator que fez sucesso no passado interpretando um super-herói chamado Birdman, mas que a carreira caiu no esquecimento. Determinado a voltar ao sucesso, ele investe tudo o que tem em uma peça na Broadway. Riggan enfrenta uma série de crises, lidando com seu ego, problemas familiares e inseguranças. 

Onde assistir: Disney+

2016 – Spotlight: Segredos Revelados (2015)
Foto: reprodução/UOL

Um drama investigativo que retrata a equipe de jornalistas do The Boston Globe, que expôs um escândalo de abuso sexual infantil dentro da Igreja Católica, liderados pelo editor Walter “Robby” Robinson (Michael Keaton), os jornalistas Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matt Carroll (Brian d’Arcy James). O filme destaca a importância do jornalismo investigativo e da busca pela verdade.

Onde assistir: MAX

2017 – Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016)
Foto: reprodução/Prime Video

Dirigido por Barry Jenkins, o longa é uma jornada intimista e sensível que acompanha a vida de Chiron (Ashton Sanders), um jovem que cresce em um bairro violento de Miami. Dividida em três atos, a história explora sua infância, adolescência e vida adulta, mostrando como ele lida com a pobreza, o vício de sua mãe e a descoberta de sua sexualidade. O filme é uma poderosa reflexão sobre amor, masculinidade e autodescoberta.

Onde assistir: Prime Video

2018 – A Forma da Água (2017)
Foto: reprodução/O Globo

Na obra de Guillermo del Toro, uma fantasia romântica que se passa durante a Guerra Fria conta a história de Elisa (Sally Hawkins), uma zeladora muda que se apaixona por uma criatura mantida em cativeiro em um laboratório para experimentos científicos. Os dois desenvolvem uma conexão profunda e decidem elaborar um plano para ficarem juntos.

Onde assistir: Disney+

2019 – Green Book: O Guia (2018)
Foto: reprodução/Prime Video

O filme é baseado na amizade real entre Don Shirley (Mahershala Ali), um pianista negro conhecido mundialmente, e Tony Lip (Viggo Mortensen), seu motorista. Durante uma turnê pelos Estados Unidos na década de 1960, os dois enfrentam o racismo e preconceito da época, enquanto são conduzidos pelo Green Book – um guia que indicava lugares seguros para afro-americanos. 

Onde assistir: Prime Video

2020 – Parasita (2019)
Foto: reprodução/O Globo

Dirigido por Bong Joon-ho, o longa é uma sátira social que acompanha a história da família Kim, que vive em situação de pobreza em um porão apertado e mal iluminado. A vida da família muda quando Ki-woo (Choi Woo-shik), o filho mais velho, consegue um emprego como tutor para a filha da rica família Park.

Então, os Kim elaboram um plano para que todos os membros da família sejam contratados pelos Park. O filme aborda temas como desigualdade social e ambição de forma brilhante e inovadora. Além de se tornar o primeiro filme de língua estrangeira a ganhar o Oscar de Melhor Filme.

Onde assistir: MAX

2021 – Nomadland (2020)
Foto: reprodução/AIC

O filme segue Fern (Frances McDormand), uma mulher que, após perder seu emprego, adota um estilo de vida nômade, viajando em sua van pelo oeste dos Estados Unidos e encontrando uma comunidade de outros nômades que compartilham suas experiências de vida. 

Onde assistir: Disney+

2022 – Ritmo do Coração (CODA, 2021) 
Foto: reprodução/Prime Video

Dirigido por Sian Heder, CODA é a história de Ruby Rossi (Emilia Jones), uma adolescente que é a única ouvinte de uma família surda. Ela ajuda seus pais e irmão surdos a administrar o negócio de pesca da família, mas quando Ruby descobre seu talento para a música, ela se vê diante de um dilema: seguir seu sonho de estudar canto em uma universidade ou ficar para apoiar sua família. 

Onde assistir: Prime Video

2023 – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (2022)
Foto: reprodução/MAX

Dirigido por Daniel Kwan e Daniel Scheinert, essa mistura única de ficção científica, comédia e drama, conta a história de Evelyn Wang (Michelle Yeoh), uma dona de lavanderia imigrante que, enquanto tenta resolver os problemas financeiros da família, é lançada em uma aventura para salvar o multiverso, onde deve conectar diferentes versões de si mesma para impedir uma ameaça cósmica.

Onde assistir: MAX

2024 – Oppenheimer (2023)
Foto: reprodução/Universal Pictures

Dirigido por Christopher Nolan e baseado no livro biográfico Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin, o longa acompanha a vida do físico teórico J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), durante o Projeto Manhattan que iria projetar e construir as primeiras bombas atômicas do mundo.

O longa acompanha o físico durante o processo de desenvolvimento da arma que foi responsável pelas tragédias no Japão nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. 

Onde assistir: Prime Video

 

Já assistiu todos os vencedores? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

Leia também: Oscar 2025 |Ainda Estou Aqui é indicado a Melhor Filme; veja lista completa

 

Texto revisado por Angela Maziero Santana

Categorias
Notícias Novelas

Por que os brasileiros gostam tanto de novelas?

Seja acompanhando a Carminha, a Mia ou a Ceylin, todo brasileiro é noveleiro

 

A geração de adultos de 2025 foi de crianças que cresceram com a TV, marcando os horários com o que estava passando naquele momento, fosse TV Globinho, Maria do Bairro, ou Rebelde

Era uma época onde não podíamos escolher o que queríamos assistir e isso não era um problema, já que conhecíamos a programação de cada canal e sabíamos os horários de tudo, e foi assim por muitos anos. 

Outras gerações também passaram e ainda passam muitos momentos assistindo novelas, produções essas que tem o poder de conquistar o espectador e fazer com que o horário fique reservado na agenda de muitos.

Houveram aqueles que acompanharam clássicos como O Rei do Gado (1996), Tieta (1989), Vale Tudo (1988), Roque Santeiro (1985), Mulheres de Areia (1993) e muitas outras em tempo real, falando sobre as teorias e últimos episódios uns com os outros – presencialmente já que não haviam redes sociais —, ansiosos para saber o que aconteceria nos próximos capítulos. 

E todas essas produções caiam no gosto popular, o que acabava gerando uma grande comoção a cada capítulo, e ainda mais quando eram os últimos. Exemplos de finais que pararam o Brasil são: descobrir quem matou Odete Roitman em Vale Tudo ou qual seria o destino final de Carminha e Max em Avenida Brasil. Quem presenciou uma dessas comoções sabe o impacto que uma novela pode ter nos brasileiros!

As novelas são também grandes responsáveis por itens de moda, bordões, nomes e músicas se tornarem virais, algo que se intensificou com a chegada das redes sociais, mas que já acontecia desde muito antes. A novela O Clone, por exemplo, esteve no ar em 2001 quando a internet ainda dava seus primeiros passos por aqui, e ela não foi necessária para fazer com que alguns acessórios usados pela Jade (Giovanna Antonelli) se tornassem um sucesso de vendas.

E esse é apenas um dos vários exemplos que existem, ao longo dos anos a estética de diversos personagens influenciam a moda no Brasil, assim como muitas músicas alcançaram sucesso nacional após se ouvir em um capítulo. O gosto dos brasileiros por telenovelas virou um fenômeno cultural que ultrapassa gerações e se mantém forte há décadas.

As novelas estão além de um passatempo, influenciam os brasileiros, mostram diversidade nas telas, abrem debates sobre temas importantes. E, muitas deixam sua marca, como Amor à Vida (2013), que foi responsável por mostrar o primeiro beijo gay em horário nobre na TV aberta brasileira. Esse é apenas um dos vários paradigmas que as novelas ajudaram de alguma forma a romper por aqui.

Moldando gerações

Seja na versão original ou no remake, as telenovelas infantis também marcaram uma geração. Produções como Chiquititas (1997-2013), Alegrifes e Rabujos (2003), Floribella (2005), Carrossel (1991-2012), Cúmplices de Um Resgate (2002-2015) e diversas outras, levaram Belinda e Larissa Manoela ao estrelato.

E tudo isso se deve a um público infantil extremamente engajado, que acompanhou os pais assistindo às novelas e seguiram o exemplo! A novela Carrossel se tornou um fenômeno, com diversas reprises ao longo dos anos, que não perdiam a audiência, além de se tornar um sucesso também no streaming. 

Assim como para outra geração, as novelas Isa TKM (2008), Malhação (1995-2020), Quase Anjos (2007) e principalmente Rebelde (2004) marcaram uma fase da vida, ajudando a formar personalidades, gosto musical, estilo de roupas, tudo! As novelas sempre ultrapassaram as telas. 

Rebelde marcou de forma significativa muitos adolescentes, que encenavam as músicas, escolhiam se seriam Roberta, Mia ou Lupita, colecionavam todo tipo de produto e sonhavam em ir a um show da banda. Muitos conseguiram realizar esse sonho na época em que a novela ainda passava, e muitos outros puderam reviver essa fase nos shows da turnê de reunião da banda em 2023.

Foto: reprodução/UOL

Essa paixão avassaladora que atingiu o Brasil com o RBD, mostra também o quanto gostamos das produções mexicanas, que sempre fizeram muito sucesso quando exibidas por aqui. 

Quem nunca ficou chocada com as reviravoltas de A Usurpadora (1998), com raiva da Rubi (2004) ou empolgada com a transformação de A Feia Mais Bela (2006) – que só tirava os óculos – ? As novelas mexicanas têm a capacidade de criar personagens cativantes, de construir histórias que misturam drama, suspense e comédia, com uma reviravolta, às vezes um pouco exagerada, a cada capítulo e finais satisfatórios (ou pelo menos surpreendentes).

Essas e outras produções marcaram a vida de muitos brasileiros, e a nostalgia por essas tramas ainda faz com que muitos continuem assistindo até hoje. Todos com certeza tem seu vilão e mocinha preferidos, algo marcante das novelas mexicanas.

Os doramas, K-dramas e dizis

Nos últimos anos, houve uma expansão do gosto dos brasileiros por novelas de outros países. De produções mexicanas, o público passou a também consumir os doramas e as dizi turcas, que conquistaram uma enorme base de fãs no Brasil. Cada uma com suas abordagens conseguem cativar cada vez mais esse público noveleiro.

Os doramas e K-dramas, por exemplo, são produções coreanas que conquistaram os brasileiros graças a sua mistura de romance, drama e momentos de comédia e se tornaram um grande sucesso principalmente após sua entrada em streamings como a Netflix.

Produções como Meu Demônio Favorito (2023), Rainha das Lágrimas (2024) e Beleza Verdadeira (2020), ficaram semanas entre os mais assistidos no Brasil, com suas histórias que emocionam e muitas vezes fogem do óbvio, retratando um amor impossível ou obstáculos sociais.

Foto: reprodução/Netflix

A sensibilidade das tramas, combinada com a estética impecável que envolve o espectador, fazem com que cada produção atraia mais fãs ao gênero. Prova disso é a vinda cada vez mais constante de atores e atrizes das produções ao Brasil, em eventos que também se tornam um sucesso.

Já as novelas turcas, conhecidas como dizis, tem se tornado cada vez mais um gênero de sucesso no Brasil, com suas narrativas únicas e uso incrível de trilha sonora. Os enredos das novelas costumam retratar histórias sobre justiça, amor e valores familiares, conquistando cada vez mais um público fiel que acompanha os longos capítulos de cada produção.

Dizis como Yargi: Segredos de Família (2021), O Canto do Pássaro (2022), Meu Lar, Meu Destino (2019) e Iludida (2020) se tornaram um sucesso entre os brasileiros também após sua entrada nos serviços de streaming. Seja com uma narrativa mais sombria e madura, romances ou baseadas em histórias reais, as histórias envolvem o público, que sempre aguarda ansioso pela próxima reviravolta na trama. A grandiosidade das produções e a beleza das paisagens turcas também contribuem para o charme irresistível das dizis.

O poder da identificação e do entretenimento

A razão pela qual os brasileiros se apaixonam por essas produções – tanto nacionais quanto internacionais – gira em torno do envolvimento que cada novela desperta no público, fazendo com que, principalmente nos dias atuais, a produção ultrapasse as telas.

As novelas representam, de uma forma ou de outra, um reflexo das emoções e dilemas humanos. O telespectador se vê naqueles personagens, compartilha das suas dores, alegrias, angústias e vitórias, fica com raiva dos vilões e triste quando alguma situação ruim acontece, nós realmente nos envolvemos com as histórias e os personagens.

Foto: reprodução/MAX

Talvez por isso as produções estejam presentes a tantos anos na vida dos brasileiros, que sempre gostaram de conexões, sempre foram um público engajado, fiel e acima de tudo entusiasmado. Isso se reflete no sucesso dos doramas e dizis e na projeção que novelas antigas e atuais ganham tanto no virtual, onde diversas pessoas comentam em tempo real as novelas do momento ou relembram momentos icônicos das antigas, como também no real, fazendo muitos atores e atrizes conhecerem o quão apaixonados esse público pode ser. 

As telenovelas nacionais se tornaram um marco na sociedade brasileira, e já virou uma tradição acompanhar ao menos uma das produções que estão passando no momento na TV aberta, novelas essas que têm cada vez mais se empenhado em ir além do entretenimento e abrir novas discussões ou reflexões.

É o caso de Garota do Momento (2024), atual novela das 18h da Globo, que aborda diversas questões históricas e sociais do Brasil. Além de sempre entregarem personagens icônicos e inesquecíveis, afinal quem não lembra da Nazaré (Renata Sorrah) e o grande leque de memes que a personagem deixou para a posteridade?

O mesmo acontece com os doramas e dizis, que cada vez mais conquistam seu espaço no mercado nacional e encontram um público noveleiro empolgado em conhecer cada nova história. 

O Brasil é um país noveleiro, que produz excelentes histórias, e acompanha com dedicação também as produções internacionais, mostrando que as novelas continuam sendo uma das principais fontes de entretenimento, proporcionando, acima de tudo, uma oportunidade  de conhecer outras realidades, épocas e países, e ao mesmo tempo, refletir sobre nossas próprias questões.

Esse é o segredo do sucesso das novelas: elas não são apenas um reflexo da sociedade, mas também uma porta para um mundo cheio de emoções, onde o público pode se perder e se encontrar ao mesmo tempo.

 

Qual sua novela favorita? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê — Facebook, Instagram e X — e nos siga para mais novidades sobre o mundo do entretenimento.

Leia também: Precisamos falar sobre a americanização da música internacional 

 

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

plugins premium WordPress