To everyone from other countries: this article is in Portuguese, but you can swipe down to read the full interview in English!
George Salinas cresceu em Los Angeles e tem orgulho de suas raízes latinas. Carismático, o produtor-executivo e CEO se destaca por fazer parte da produção da nossa série queridinha, Julie and the Phantoms.
A série conta a história de Julie, que perdeu a paixão pela música após a morte de sua mãe. Então, a garota encontra no estúdio de sua casa um CD antigo e, ao colocá-lo para tocar, liberta três fantasmas músicos. Eles acabam inspirando Julie a voltar para a música, e os quatro formam uma banda e uma amizade incrível. Vocês podem checar nossa matéria completa sobre a produção aqui.
Em entrevista ao Entretetizei, George comentou sobre Julie and The Phantoms, o processo de seleção do elenco e como se sentiu com a série virando o fenômeno que é. O produtor também contou sobre seus futuros projetos, como foi crescer sendo latino nos Estados Unidos e sobre representatividade latina.
Confira a entrevista completa:
ENTRETETIZEI – Como você teve a ideia de refazer Julie and the Phantoms?
Sabe, eu fico mais do lado do produtor-executivo, então quando vimos o formato de TV da Mixer, que é criador original no Brasil, pensamos “Uau, este é um programa de TV incrível que pode ser traduzido universalmente, não apenas em um espaço para latinos e latino-americanos. Isso pode atingir todos os pontos, basicamente”. Então, a mistura a ser feita foi trazer os melhores criadores, que se tornaram os dois escritores, Dan e Dave. E então, Kenny Ortega entrou nessa mistura ao mesmo tempo. E, como você sabe, o Kenny Ortega tem uma grande formação musical. Então, juntos, montamos de certa forma… não tinha muito o que mudar no Julie e os Phantoms original. Então, mantivemos muito do original e algumas coisas mudaram, mas não muito. E nos concentramos mais em manter o original e, obviamente, adicionar toques americanos. Então, com nossa colaboração, criamos o que você viu na Netflix. O que não é o que [pensávamos] que se tornaria, que é um programa de muito sucesso para todos. Musicalmente também. Musicalmente, tornou-se um grande fenômeno.
ENTRETETIZEI – Você disse que queria manter alguns aspectos do original e manter a Madison (Julie) como latina era algo que você queria manter originalmente, ou foi algo a ser discutido?
Sim, absolutamente. Esse foi o nosso primeiro pedido. Eu, sendo latino, foi um ponto definitivo para dizermos, “a garota tem que ser latina”. Iríamos lutar por isso se o estúdio lutasse conosco. Mas eles não fizeram. A Netflix foi uma parceira incrível nesse sentido. Kenny também e os escritores Dan e Dave, todos concordamos nisso. Então, quando saímos para encontrar Julie, esse foi o critério principal, que não era apenas a latina de quinze anos, e sim a latina de quinze anos que todos nós podemos dizer “minha prima é assim, minha irmã é assim, eu me pareço com ela. E ela está na TV”. Então isso foi muito importante para gente também.
ENTRETETIZEI – Agora quero falar com você sobre sua experiência como produtor- executivo e sua empresa Bridge Works Entertainment. O que você pode me contar sobre?
Então, eu cresci em Los Angeles e South-Central Los Angeles, perto da USC [a universidade], onde não é o melhor bairro do mundo. Cresci assistindo muita TV, o que foi minha fuga do que era o bairro. Conforme eu crescia, percebi que queria entrar no [mundo do] entretenimento, não sabia como, mas apenas disse: “Eu preciso fazer isso porque é isso que me faz feliz e é algo que eu realmente gosto”. Então, fui para uma agência boutique para aprender sobre o negócio e ver como funcionava. E quando estive lá, trabalhei em uma empresa por sete anos e aprendi o negócio e foi quando aconteceu toda a explosão latina nos EUA. Tinha Marc Anthony, Shakira, até novelas do Brasil estavam se tornando enormes aqui porque há uma grande população de falantes de espanhol por aqui. E tudo no mercado mudou. Literalmente, meu objetivo em tudo isso foi me tornar um produtor executivo. Mas como eu não sou escritor, não sou diretor, fiquei tipo “como faço isso?” e acabei vendo que os formatos de TV eram o caminho a seguir. Então, fui procurar e ver as melhores histórias que eu poderia encontrar para adaptar ao mercado americano. E por sorte, ganhei meu primeiro formato de TV há cerca de sete anos. Era um formato mexicano que vendemos para o CBS Studios, foi também para o Showtime e nunca entrou no ar. Mas foi meu primeiro passo na produção executiva e, depois disso, foi uma grande jornada. Sabe, no final do dia, o objetivo disso é que sejamos os tomadores de decisão, certo? Porque é aí que começa para nós. Cabe a nós estar na frente de uma câmera. É por isso que Julie e os Phantoms aconteceu, porque éramos nós que pressionamos isso [acontecer].
ENTRETETIZEI – E sobre a sua empresa Bridge Works Entertainment, o que você pode me dizer sobre?
Somos uma empresa corporativa de produção executiva de formatos de TV. Embalamos muitos programas de TV da América Latina e Europa e agora da Coréia do Sul, Alemanha, Áustria e Itália. E pegamos a ideia do formato e trazemos para os EUA. Temos muitos parceiros aqui, desde as maiores agências até gerentes e todos os outros produtores, e aí, colocamos uma grande equipe por trás, que são os showrunners, os escritores, o diretor e os atores. Então pegamos esse pacote e vamos para CBS, NBC, Showtime, quem quer que seja certo pra ele. E como eu disse, nosso principal trabalho é trazer os melhores programas de TV que pudermos com representatividade na comunidade latina.
ENTRETETIZEI – Podemos dizer que a mídia sempre retratou nós, latinos, usando certos estereótipos como o latino que não fala inglês direito, ou o latino barulhento e engraçado. Houve um momento em que você percebeu isso e decidiu mudar e dar um basta nisso?
Sabe, comecei a ver esses filmes com todos esses toques de narcóticos. Onde os latinos eram retratados como traficantes e pessoas ruins e sem instrução, coisas assim. Então, o que acontece é que a política da nossa empresa é muito simples, não fazemos isso, [pois] primamos pela comunidade latina. Isso é equivalente ao que Will Packer, produtor afro-americano, fez. Ele basicamente veio para a plataforma para que os afro-americanos não interpretassem apenas um papel. Então, para mim, essa é nossa maneira de dizer “olha, no mundo latino somos educados, não somos traficantes, não estamos naquele mundo”. Então, é importante que tudo que escolhemos não tenha isso, mas sim um toque de positividade. O exemplo é Julie and The Phantoms. É apenas a família que está passando por algo e através da música, ela [Julie] é capaz de se expressar e mostrar o que está sentindo. Então é isso que gostamos de retratar em toda a comunidade latina, no sentido de que ficamos longe de toda negatividade, porque isso não serve bem. Já está passado. Estamos agora na fase de ver o advogado latino, o médico latino, o advogado, o CEO e tem muitos de nós.
ENTRETETIZEI – Há algum projeto futuro em que você está trabalhando e pode compartilhar conosco?
Não posso dizer o nome ainda, mas tenho alguns projetos que também incluem histórias em quadrinhos. Estamos trabalhando com uma empresa chamada Chido Comics, uma editora latina que cria personagens de quadrinhos para a comunidade latina com influência latina. E então [também] temos uma comédia romântica e dois dramas, que serão muito emocionantes, porque chamamos de alto conceito e temos alguns grandes criadores por trás deles.
ENTRETETIZEI – Como foi crescer sendo latino nos EUA?
Meus pais são de El Salvador, então vieram para cá como imigrantes e toda a minha vida eu cresci com os dois lados, o americano e o latino muito próximos, mais o latino obviamente por causa da minha família. Na escola primária, fui para uma escola na vizinhança que era muito voltada para os latinos. Logo depois disso, fui para uma escola do ensino fundamental em Brentwood que é mais predominante da classe média alta para a classe alta. E foi muito interessante porque quando eu cheguei ao ensino médio, era muito segregado no sentido de que os latinos estão aqui, os americanos estão lá, os asiáticos estão ali. E o que percebi foi que, conforme os dias passavam e íamos mais à escola, todos se davam bem e não importava de onde você vinha. O que é muito empolgante porque aprendi muito com muitas culturas, não apenas com a minha. Porque, como você sabe, a comunidade latina tem culturas diferentes. Mas no final do dia, a irmandade que tínhamos era incrível. Mas também havia desafios, não era apenas ótimo. Ainda existe/existia racismo. Naquela época não tinha narcótico, era: “você é empregada doméstica, jardineiro” e coisas assim.
ENTRETETIZEI – Você conhece um pouco sobre o Brasil, nossa cultura e mais programas de TV brasileiros?
É engraçado porque eu deveria visitar o Brasil no ano passado, antes do COVID. Eu ia visitar o estúdio da Mixer em São Paulo e não aconteceu. E fiquei chateado porque queria ir, está na minha lista “Para visitar”. E eu assisti e foi engraçado porque assisti um programa chamado O Negócio na HBO Latina que eu não sabia que era das mesmas pessoas de Julie e The Phantoms até falar com eles. Mas é um dos meus programas favoritos que eles criaram e é muito legal. O que estou vendo no Brasil agora é uma produção incrível de filmes e séries de TV. Existem muitas pessoas criativas que fazem programas que são universos, não apenas para o Brasil. Acho que esse lema começou a mudar no México porque era tudo novela. E no Brasil era mais ou menos a mesma coisa e agora eles estão entrando na Netflix e na Amazon, fazendo esses shows incríveis. Eu tenho visto mais comédias românticas saindo no Brasil, o que é muito legal.
ENTRETETIZEI – Como foi o processo de escolha de elenco (casting) de Julie e The Phantoms?
Nunca é fácil porque é um grupo de atores que são semi-conhecidos ou desconhecidos, então isso já torna as coisas um pouco mais difíceis. É um programa familiar para jovens adultos. Então, foi um pouco [longo], não quero dizer muito, mas foi, para encontrar os atores. A parte da Julie acho que foi um pouco mais longa. Mas, no final do dia, Madison era claramente uma garota espetacular. Porque sabe, ela mora na Pensilvânia, não é como se ela vivesse em Los Angeles. Então, o professor dela perguntou a ela…porque os diretores de elenco foram às escolas e disseram “ei, peça aos seus alunos que façam isso, estamos procurando esse personagem”. Seu professor disse a ela “você deve fazer isso, qual é a pior coisa que poderia acontecer?”? Então, ela fez e Kenny foi quem nos trouxe [ela], porque o elenco já a tinha visto e ela nos deixou de queixo caído. Foi tipo “uau, essa menina nunca fez nada e fez um trabalho incrível”. Para os papéis masculinos, foi mais uma audição cara a cara. Então, vimos uma tonelada de caras e acabamos com os três que acabamos porque eles eram os melhores e fizeram um trabalho incrível. Especialmente o ator principal, Gillespie, ele se tornou um fenômeno para todos. Ele foi a primeira escolha assim que entrou, como todos eles. Foi divertido, não demorou muito, o que foi ótimo, mas foi um pouco desafiador, com certeza.
ENTRETETIZEI – Você sentiu que o programa teria tanto sucesso?
É engraçado porque é difícil, muitas pessoas dizem que você nunca sabe, você apenas sabe que está se divertindo muito. A maneira como eu soube que tínhamos algo grande volta à minha família, porque às 6 da manhã recebi mensagens de texto do meu irmão, minha sobrinha e sobrinho, outros membros da família e amigos. Comecei a receber e-mails dos críticos e de como era boa [a série]. E quando eles fizeram a coletiva de imprensa, explodiu ainda mais. Mas pensar que atingiu o topo foi quando eles me enviaram as paradas da Billboard e onde as canções de Julie e The Phantoms estavam pelo mundo todo. E eu disse “uau, estamos ao lado da Lady Gaga”. Eu só estava pensando que era uma loucura, nós nem pensamos isso. Nós nem sabíamos que seria tão grande. Então, foi surpreendente, e foi muito legal e muito divertido porque dissemos “finalmente”. [Já que] Julie levou cerca de dois anos e meio para chegar aonde precisava.
ENTRETETIZEI – Você tem uma mensagem para os fãs brasileiros?
Agradeço aos fãs de Julie e The Phantoms no Brasil por todo o apoio, é incrível! Continuem! Esperamos que vocês estejam batendo na madeira e rezando para que haja uma segunda temporada, [pois] é isso que estamos aguardando. Obrigado pelo seu apoio, continue assistindo e transmitindo. Quero dizer, nunca fica ruim; muitos fãs me disseram isso. E todos nós apreciamos seu amor. Estamos muito animados que as pessoas estão gostando e amando, esperamos em breve sabermos o que acontecerá.
English
George Salinas grew up in Los Angeles and he’s proud of his Latin roots. Charismatic, the executive producer and CEO stands out for being part of the production of our beloved TV series, Julie and the Phantoms.
The series tells the story of Julie, who lost her passion for music after her mother’s death. The girl finds an old CD in her home studio and, by putting it to play, frees three musician ghosts. They end up inspiring Julie to return to music, and the four form a band and an incredible friendship. You can check it out our full article about the production here.
In an interview for Entretetizei, George commented on Julie and The Phantoms, the casting process and how he felt about the series becoming the phenomenon it is. The producer also spoke about his future projects, what it was like to grow up being Latin in the USA and about Latin representativeness.
Check out the full interview:
ENTRETETIZEI – How did you come up with the idea of remaking Julie and the Phantoms?
You know, I’m more on the executive producer side so when we saw the TV format that Mixer, who’s the actual original creator in Brazil, we thought “Wow, this is an amazing TV show that can actually translate universally, not just in one space for Latin and Latin Americans. This could hit every point, basically”. So, the mix was bringing in the best creators which became the two writers Dan and Dave. And then, Kenny Ortega came in the mix at the same time. So, as you know, Kenny Ortega has a big music background. So together we put together in a sense… that wasn’t much to change in Julie and the Phantoms from the Original. So, we kinda kept a lot of the original and that are certain things that changed but not much. And we focused more at keeping the original and obviously adding the US taste to it. So, between all of us collaborating, we came up with you saw at Netflix, which is not what [we thought] would become, you know, a really good successful show for everyone. Musically too. Musically, it became a great phenomenon.
ENTRETETIZEI – You said you wanted to keep some aspects from the original, and keeping Madison (Julie) as a Latin was something you wanted to keep originally, or was it discussed?
Yes, absolutely. That was our first mandate. Me being Latino was a definitely thing for us to say, “the girl has to be Latina”. We were gonna fight for it even if the studio was gonna fight with us. But they didn’t. Netflix was an amazing partner in that sense. Kenny also and the writers Dan and Dave, we all agreed on that. So, when we were out to find Julie, that was the main criteria, which was not just the fifteen female Latina, it was the fifteen female Latina that we all can say “my cousin looks like that, my sister looks like that, I look like that. And she’s on TV”. So that was very important for us too.
ENTRETETIZEI – Now I want to talk to you about your experience as an executive producer and your company Bridge Works Entertainment. So, what can you tell me about it?
So, I grew up at Los Angeles and South-Central Los Angeles, near USC [the university], which is not the best neighborhood in the world. I grew up watching a lot of TV, that was my escape of what the neighborhood was. As I was growing up, I realized I wanted to get into entertainment, didn’t know how but I just said, “I need to do it because that’s what makes me happy and it’s something that I really enjoy”. So, then I went into a boutique agency to learn the business and see how the business worked. And as I was there, I was at a company there for seven years and I learned the business and that was when all the Latin explosion in the US happened. You had Marc Anthony, Shakira, even soaps from Brazil were becoming huge here because there is a huge population of Spanish speakers. And everything at the market just changed. Literally, my whole point through all this was becoming an executive producer. But I’m not a writer, not a director so I was like “how do I do this?” and ended up seeing that TV formats were the way to go. So, I went out there to find and see the best stories that I could find to adapt in the US market. And as luck may happen, I got my first TV format about seven years ago. It was a Mexican format that we sold to CBS Studios and it went to Showtime and never got in the air. But it was my first step into executive producing and then after that, it’d just been a great ride. You know, at the end of the day, the whole point to this is for us to be the decision makers, right? Because that’s where it starts for us. It’s for us to be in front of a camera. That’s why Julie and the Phantoms happened, because we were the ones pushing for it.
ENTRETETIZEI – And about your company Bridge Works Entertainment, what can you tell me about it?
We’re a corporate business of TV formats executive producing. We package a lot of TV shows from Latin America and Europe, now from South Korea, Germany, Austria and Italy. And we take the idea of the format, bring to the US. We have many partners here from the biggest agencies to managers to everyone else, producers, and we put a great team behind it, which is the showrunner, the writers, the director and actors. Then we take that package and go to CBS, NBC, Showtime, whoever is right for the package. And like I said, our main thing is bringing the best TV shows that we can with representation in the Latin community.
ENTRETETIZEI – We can say the media has always portrayed us, Latinos, using certain stereotypes such as the Latino that doesn’t speak proper English, the loud and funny Latino. So, was there a moment you realized that and decided to change it?
You know, I started seeing these films with all these narco touches to it. Where Latinos were portrayed as narcos and bad people and not educated, things like that. So, what happened was, the policy in our company is very simple, we don’t do that, we excel the Latin community. That is equivalent to what Will Packer, African American producer, did. He basically come to the platform so African Americans aren’t playing only one thing. So, for me, that’s our way of saying “look, in the Latin world we are educated, we’re not narcos, we’re not in that world”. So, it is important that everything we pick doesn’t have that, but instead has a touch of positivity. The example is Julie and The Phantoms. It’s just the family who’s going through something and through music, she is able to express herself and what she is feeling. So that’s what we like to portray in the whole Latin community, in a sense of we stay away from the negativity, ‘cause it doesn’t serve well. It’s done already. We are now in the phase of seeing the lawyer Latino, the doctor Latino, the attorney, the CEO and there’s many of us.
ENTRETETIZEI – Is there any future project you’re working on and can share about it with us?
I can’t say the name yet, but I have a couple projects which includes also comic books. So, we’re working with a company called Chido Comics, it’s a Latin publisher that creates comic book characters for the Latin community with Latin influence. And then we have a romantic comedy and two mores dramas, which will be very exciting ‘cause we call high concept and have some big creators behind it.
ENTRETETIZEI – How was it to grow up being Latin in the US?
My parents are from El Salvador, so they came here as immigrants and my whole life I grew with two sides, the American and Latino sides very close, more the Latino obviously because of my family. In elementary school, I went to school in the neighborhood which was very Latino driven. Right after that, I went to a middle school in Brentwood which is more predominant of higher middle class to upper class. And it was very interesting because when I got to middle school, it was very segregated in a sense of Latinos are here, Americans are there, Asians are here. And what I noticed was, as the days went and we were in school more, everyone got along, and it didn’t matter where you came from. Which is very exciting because I learned a lot from a lot of cultures, not just mine. Because as you know, the Latin community have different cultures. But at the end of the day, the brotherhood we had was amazing. But there was challenges too, it wasn’t just all great. There’s still racism. Back then there was never narcos, it was: “you’re a maid, a gardener” and things like that.
ENTRETETIZEI – Do you know a little about Brazil, our culture and more Brazilian TV Shows?
It’s funny because I was supposed to visit Brazil last year, before COVID. I was gonna visit Mixer’s studio in Sao Paulo and it didn’t happen. And I was bumped because I wanted to go, it’s been in my list “To Go”. And I did watch and it was funny because I watched a show called El Negocio on HBO Latino which I didn’t know it was from the same people from Julie and The Phantoms until I talked to them. But it’s one of my favorite shows that they created and it’s really cool. What I’m seeing in Brazil right now is incredible film making and TV series making. There’s a lot of creative people that do shows that are universally, it’s not just for Brazil. I think that motto started to change in Mexico because it was all telenovela. And in Brazil, it was kinda the same and now they’re moving into Netflix and Amazon, doing these incredible shows. I’ve seen more romantic comedies coming out in Brazil which is pretty cool.
ENTRETETIZEI – How was the casting process of Julie and The Phantoms?
It’s never easy because it’s a group of actors that are semi-known to not known, so that already makes it a little bit hard. It’s a young adult family show. So, it was a little bit [long], I don’t want to say long, but it was to find the actors. The Julie part I believe it was a little bit longer. But at the end of the day, Madison was clearly a spectacular girl. Because you know, she lives in Pennsylvania, it’s not like she lives in Los Angeles. So, her school teacher asked her… because the casting directors went to schools and said “hey, have your students take this, we are looking for this character”. Her teacher asked her “you should do this, what’s the worst that could happen?”? So, she did and Kenny was the one who brought to us ‘cause the cast had already seen her and she blew our minds. It was like “wow, this girl has never done anything, and she did an amazing job”. For the guy roles, it was more in person audition. So, we saw a ton of guys and we ended up with the three that we ended up because they were the best and did an awesome job. Especially the main actor, Gillespie, he’s become a phenomenon for everyone. He was the top choice as soon as he walked in, as all of them. It was fun, it wasn’t too long, which was great, but it was a little bit challenging, for sure.
ENTRETETIZEI – Did you feel the show would become so successful?
It’s funny because it’s hard, a lot of people say you never know, you just know you’re having a lot of fun. The way that I knew we had something big goes back to my family ‘cause at 6 a.m I had texts from my brother, my niece and nephew, other family members and friends. I started getting emails from the critics and just how great it was. And when they did the press it even blew up more. But to think it hit the top was when they sent me the billboard charts and where Julie and The Phantoms’ songs were at worldwide. And I was like “wow, we are next to Lady Gaga”. I was just thinking it was crazy, we didn’t even think that. We didn’t even know that it was gonna go that big. So, it was surprising, and it was really cool and really fun because we said “finally”. [Since] Julie took about two and a half years to get it where it needed to!
ENTRETETIZEI – Do you have a message for the Brazilian fans?
I say to the Julie and The Phantoms fans in Brazil thank you for all your support, it’s amazing! Keep it coming. We’re hoping you’re knocking on wood and praying there’s gonna be a second season, that’s what we are awaiting. Thank you for your support, keep watching and streaming it. I mean it never gets old; a lot of fans told me that. And we all appreciate your love. We’re very excited that people are enjoying it and loving it so, hopefully soon we will know what happens next.