Entrevista | Guga Mafra conta sobre Como Ser Um Rock Star e o início do seu podbook

Guga Mafra, criador do podbook Como Ser Um Rock Star, transforma o áudio em físico e traz capítulo extra para os fãs que o acompanham desde o começo do projeto

Como Ser Um Rockstar, sucesso do mundo dos audiobooks e podcasts, finalmente chega às livrarias em versão impressa, e deixa os fãs ansiosos.

Mafra cedeu uma entrevista para a equipe do Entretetizei e respondeu as perguntas que mais queremos saber depois de ter acompanhado os personagens pelo audiobook – ou melhor, podbook – pelo seu programa, Gugacast.

O livro conta a história de um adolescente tímido, desajeitado e cronicamente apaixonado tentando enfrentar o mundo montando uma banda de rock. Baseada na história real do próprio autor, é uma jornada cheia de cenários hostis e perigosos como escolas, competições esportivas, professores malignos, crises econômicas e internet discada; mas que também é repleta de música, shows, pequenas vitórias, epifanias, amizades profundas e amores impossíveis. Tudo isso em meio às escolas, quadras de esporte e casas de shows de Brasília, um dos berços do rock brasileiro, nos anos 90.

Foto: Divulgação/Como Ser Um Rock Star

Vem saber o que o Guga Mafra tem a nos contar sobre seu livro e sua ideia genial!

Entretetizei: A ideia de criar um audiobook em forma de podcast é genial e eu queria que você contasse um pouco sobre de onde surgiu essa ideia, e de como você conseguiu ânimo para seguir em um formato tão novo como a plataforma de podcasts (que ainda é algo que muito do público está descobrindo). Pode explorar esse tema para gente?

Guga Mafra: Eu já queria escrever o livro há bastante tempo. Mas ao longo dos últimos 10 anos eu estava empreendendo, criando empresas, e a ideia de fazer algo solitário e trabalhoso como escrever um livro parecia simplesmente impossível.

Mas uma coisa que eu fazia bastante era participar de podcasts, era minha válvula de escape criativa, especialmente depois que a empresa que eu ajudei a fundar ficou muito grande e meu trabalho passou a ser bastante burocrático. Depois que eu me mudei para os Estados Unidos acabei criando o Gugacast, justamente por isso e foi um sucesso bem grande.

Então eu tive essa ideia, de ao invés de escrever o livro, contar a história para o Eric, como em um audiobook com linguagem de podcast, um podbook. Eu patenteei o formato e a marca e resolvi lançar o Como Ser Um Rockstar assim.

O que é irônico dessa história toda é que quando a gente sentou pra gravar, foi impossível realmente contar a história toda de cabeça, porque era muito longa. Então no fim das contas eu precisei sentar e escrever o livro do mesmo jeito. O que acabou servindo de roteiro para o podbook e de base para o título que a gente lança agora.

Respondendo sua pergunta, a ideia de fazer isso justamente num formato novo, foi a parte mais legal e acho que faz parte do sucesso da obra. A gente ajudou muita gente a descobrir audiobooks e inventou uma nova forma de contar uma história em áudio, que o pessoal acabou consumindo como se fosse uma série dessas para maratonar, o que foi bem legal!

E: Trazer a história do rock dos anos 90 pode ser desafiador, ainda mais sendo em Brasília, de onde saíram bandas como Capital Inicial e Legião Urbana. Como foi para você ter vivido lá e beber direto da fonte dessas bandas?

GM: Nos Anos 90 essas bandas já haviam se consolidado ou acabado, mas a “lenda” dos garotos da colina que se juntaram, criaram uma cena, foram descobertos e viraram rockstars estava lá. E nos anos 90 a cidade como um todo abraçava bastante essa ideia de ser a cidade do Rock, o berço do Rock. Até o governo de Brasília falava essas coisas. Era bem forte mesmo na cultura.

Mas acho que o mais importante é que os Raimundos tinham acabado de estourar. Outras bandas como Pravda, Maskavo Roots, Little Quail, tinham gravado seus discos com grandes gravadoras, tinham clipe no top 20 MTV… E tinha uma cena de onde elas surgiram, com shows, rádio, um público que sempre frequentava… E nessa cena a gente sabia que tinham bandas tão boas quanto essas, que tinham tudo pra decolar também, como os Bois de Gerião, o Oz, Câmbio Negro. Então ter uma banda dava a sensação de que você fazia parte disso, que você era um dos próximos também. Era muito legal.

E: Você acha que trazer o conteúdo para o físico, em livrarias e feiras de literatura, vai ser uma boa forma de estimular seu público antigo a revistar a história?

GM: Acho, principalmente porque o texto escrito pode ser um pouco mais detalhado. Dá pra caprichar mais nas descrições, e permite um pouco que o leitor controle o próprio ritmo. E também a gente está trazendo um conteúdo inédito em áudio para quem compra o livro, o que é um bônus bem legal.

Mas além disso, o livro atinge muito mais gente, pode servir de caminho contrário. Encontrar um público que não foi alcançado pelo podbook e permitir que ele também curta a história.

E: Estar nos anos 90, em um cenário de rock brasileiro, possibilitou muita gente a ter um gosto musical apurado e um senso crítico racional, e faz sentido abordar isso em um livro com experiências próprias… O que mais te motivou a trazer todas essas histórias ao público de uma forma tão atual?

GM: O que mais me motivou é que eu achava as histórias boas, e depois de contá-las em partes ao longo da vida, eu percebi que elas se conectavam numa grande aventura. E acho também que embora eu esteja falando de experiências de um jovem no cenário do rock dos anos 90… elas permitem que outros jovens, de outras cenas, de outras épocas, se identifiquem também.

E: Adorei que você comparou as bandas de rock com canais do YouTube e podcasts… Você acha que ainda existe um bom mercado editorial para falar sobre um passado tão nostálgico como o do seu livro? Ou acha que seu público vai mesmo se limitar apenas a quem já te acompanha pelo podcast?

GM: Acho que o livro vai alcançar mais gente, justamente por ser uma mídia mais conhecida, mais simples, mas fácil de lidar. O Podbook já alcançou bastante gente que nem faz ideia de quem eu sou e que não conhece o Gugacast… e acho que o livro vai mais longe ainda nessa questão, justamente por ser bem mais acessível.

E: Você esperava a recepção que teve do público quando começou a postar os episódios do bookcast? Achava que chegaria a publicar um livro físico em uma editora tão reconhecida? Ou a ideia era fugir do padrão e aí tudo cresceu demais e foi um choque?

GM: O plano sempre foi lançar as duas coisas e a gente despertou atenção de grandes editoras e também de grandes empresas de conteúdo em áudio, como a própria Storytel, desde o começo. A ideia era ter lançado as duas coisas juntas, mas o podbook era mais independente e andou mais rápido. Logo depois veio a pandemia e deu uma bela freada no livro, mas acabou sendo bom, porque foi o tempo de eu encontrar a Melhoramentos que entendeu o projeto e acabou dando todas as condições para ele ser realizado.

E: Você comentou no podcast do MOV, para o Cauê Moura, que a tecnologia avançou o suficiente para nossa interação com as máquinas ser por áudio e não mais por comandos… Você acredita que isso vai mudar a forma como as pessoas consomem livros físicos também? Acha que existe um mercado de livros em formato de podcast que pode nascer e se tornar sólido?

GM: Eu acho que já existe um mercado de conteúdo em áudio sólido, seja na forma de podcasts ou de audiobooks ou mesmo de música, lives, etc. Sempre vai ter gente inovando na forma de contar histórias, em qualquer meio. Até hoje tem gente inovando em livros, revistas, TV, cinema… Sempre vai ter coisa nova.

E: E trazendo seu conteúdo para o físico, depois de tanto tempo no áudio, alterou alguma coisa na forma de contar essa história? O livro terá episódios em formato de contos ou vai ser um estilo de romance corrido?

GM: Ele é um livro comum, com capítulos e é baseado na mesma história do podbook. Como eu falei, ele é mais detalhado, o ritmo está mais na mão do leitor… É justamente a gente trazendo a história para um formato mais tradicional mesmo. Em qualquer meio, em qualquer formato, a história é o que é importante.

Se você gosta de livros físicos e ainda não conhece o sucesso que é Como Ser Um Rock Star, você pode correr para adquirir o seu na pré-venda, no site oficial.

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*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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