Karine Teles dá entrevista ao Entretetizei

Entrevista | Karine Teles fala sobre carreira, personagens, incertezas e projetos futuros

Atriz, roteirista, cineasta e premiada: em entrevista exclusiva ao Entretetizei, Karine Teles compartilha que ainda teme a falta de garantias na carreira

 

Karine Teles é talento da cabeça aos pés. Não há como começar essa matéria sem que esse adjetivo seja atribuído a ela. Com quase 30 anos de uma carreira repleta de personagens complexas e cheias de camadas, a atriz petropolitana começou a atuar aos 14 anos, no teatro, enquanto residia com a família em Maceió. Graduada em Teatro pela Unirio, Karine se encontrou na carreira de atriz. No entanto, nunca se acomodou em personificar as narrativas alheias. Através da escrita, descobriu que poderia contar suas próprias histórias

Sua primeira aparição oficial no cinema foi com o clássico Madame Satã (2002), dirigido por Karim Aïnouz, que a convidou para participar das filmagens. Antes, Karine trabalhava como assistente pessoal do cineasta, sendo responsável pela organização de sua agenda e eventos marcados. Encantada pelas artes cênicas, escreveu seu primeiro roteiro em 2004, na peça teatral Os últimos dias de Gilda, baseada na obra de Rodrigo de Roure. A peça, anos depois, se transformaria em uma série de mesmo nome que, inclusive, foi selecionada para a 71ª edição do Festival de Berlim, que ocorreu virtualmente no início de março. Um sucesso.

A primeira protagonista

Karine Teles dá entrevista ao Entretetizei
Riscado | Reprodução: Divulgação

 

Foi com o filme Riscado (2010), dirigido por Gustavo Pizzi (com quem foi casada durante 12 anos e teve gêmeos), que Karine Teles mergulhou completamente na construção visceral de sua primeira protagonista e também a mais marcante de sua carreira. A personagem Bianca nasceu de um grito de libertação, e muito de sua história foi baseado na trajetória da própria Karine, que escreveu, roteirizou e interpretou a atriz em ascensão que seria um divisor de águas em sua carreira.

Riscado ganhou diversos prêmios e foi destaque no Festival do Rio, que lhe proporcionou o troféu de Melhor Atriz, e no Festival de Cinema de Gramado. “Eu acho que eu fui para essas outras áreas [roteirista e cineasta] por necessidade, por vontade de me expressar. Eu comecei a escrever desde o meu primeiro projeto no cinema porque eu não sabia onde fazer teste, não sabia como entrar no mercado de cinema. Então, eu resolvi escrever uma história para mim, para eu mesma fazer.” conta a atriz.

 

Projeção nacional

Karine Teles dá entrevista exclusiva ao Entretetizei
Que horas ela volta? | Reprodução: Divulgação

 

Cinco anos após sua estreia oficial no cinema, Karine Teles viu sua vida ser sacudida novamente. Com direção de Anna Muylaert, o premiadíssimo Que horas ela volta? (2015) foi eleito pela Abraccine (Associação Brasileira dos Críticos de Cinema) como o melhor filme do ano, e repercutiu nacional e internacionalmente, ganhando sete estatuetas Grande Otelo (Grande Prêmio do Cinema Brasileiro), um prêmio no Sundance Festival, entre vários outros. No papel da mesquinha patroa Bárbara, Karine se viu desafiada ao interpretar alguém com uma essência tão distinta dela mesma.

“Ela [Bárbara] é uma personagem muito importante na minha história. Pelo filme, que é muito importante para o país, para a nossa história cinematográfica; e para mim, como atriz, porque eu tive que fazer uma personagem que era muito diferente de mim, muito. Eu tive que trabalhar pelo avesso, tentando lembrar de pessoas que haviam sido comigo como a Bárbara é como os outros. Uma identificação avessa.” explica.

Consolidação

Benzinho, 2018, dirigido por Gustavo Pizzi
Benzinho | Reprodução: Divulgação

 

Em 2018, Karine Teles se reuniu com seu então ex-marido e pai de seus filhos, Gustavo Pizzi, e juntos roteirizaram o aclamado Benzinho (2018), também dirigido por ele. Dando vida à Irene, mãe de quatro filhos, a atriz comove ao retratar a maternidade real e a partida dos filhos quando resolvem sair de casa para viverem suas vidas. O longa, que também conta com a participação da majestosa Adriana Esteves como Sônia, irmã de Irene, foi o mais premiado de 2018, ganhando o prêmio Grande Otelo em seis categorias e quatro Kikitos no Festival de Gramado.

Poucos meses depois do sucesso de Benzinho, Karine foi convidada por Kleber Mendonça Filho a integrar o elenco de um filme que ele iria dirigir. Lendo o roteiro, ela se deu conta de que o projeto seria fantástico, e aceitou o convite, mesmo sem saber qual papel a aguardava. Corta pra Cannes: Bacurau (2019) vence o prêmio do júri e faz história, figurando em inúmeros festivais nacionais e internacionais. Repleto de cenas violentas e esteticamente impactantes, o filme prova mais uma vez a versatilidade de Karine Teles ao interpretar uma personagem cruel e completamente sem escrúpulos.

 

O Entretetizei teve o imenso prazer de conversar com Karine Teles durante a última semana da Mostra Audiovisual de Petrópolis, que aconteceu virtualmente do dia 19 a 28 de março. A atriz ministrou a masterclass Descobrindo Caminhos, onde dividiu suas dicas e conselhos sobre jornadas de carreira possíveis com os participantes do evento.

 

Confira a entrevista a seguir:

 

Entretetizei: Você é atriz, roteirista e diretora, e está com um projeto de dirigir um filme. Você tem alguma predileção por alguma dessas áreas específicas, ou pretende continuar fazendo de tudo, unindo tudo?

Karine Teles: Eu já dirigi dois curtas. Um já estreou, o outro não. Eu escrevi um roteiro e queria fazer, e na época eu achei que a melhor forma seria eu mesma dirigindo, então chamei alguns amigos e fiz um primeiro curta experimental chamado Otimismo. Participou de alguns festivais, algumas vezes passava no Canal Brasil. É um curta feito com fotografia animada, quase uma animação.

 

E: Legal!

KT: Eu gosto muito dele. Depois eu escrevi um outro curta que também era isso. Porque, no cinema, quem dirige é a pessoa que domina, que junta todas as narrativas. A narrativa do roteiro, a narrativa das interpretações, a narrativa da direção de arte, a narrativa da fotografia. Quem dirige é a pessoa que orquestra todas essas camadas narrativas (…) então percebi que tinha algumas questões que eu queria discutir, que eu queria transformar em filme, e então entendi que eu precisava dirigir. Pode ser que depois eu nunca mais volte a dirigir, pode ser que eu volte… Não sei, é a necessidade do momento, sabe? Eu sou atriz, é meu ofício há 28 anos, é o que eu escolhi fazer, o que eu amo fazer, acho que minha profissão principal é essa. Mas eu sou uma atriz e autora, gosto de contribuir com a minha perspectiva para as narrativas. Então, ou eu estou em projetos que queiram isso, que queiram atores e atrizes autores, ou eu estou fazendo projetos que eu mesma desenvolvi, porque aí também é a minha fala, e eu faço essas coisas porque é minha vontade de me expressar.

 

Karine Teles dá entrevista exclusiva ao Entretetizei
Festival de Gramado | Divulgação: Cleiton Thiele / Pressphoto

 

E: Sobre o filme que você dirigiu… Eu ia até te perguntar se ele já está pronto, se já tem previsão de lançamento. É o Princesa né? 

KT: Não, o Princesa eu terminei o roteiro e a gente está começando a procurar uma forma de financiar. Não tem nenhuma previsão. Eu dirigi outro curta chamado Romance, que está pronto e a gente está começando a escrever em festivais. Vamos ver onde ele vai estrear. Talvez estreie esse ano. Vamos ver. A gente esperou um pouco para entender se os festivais iam voltar a ser presenciais ou não. Então, como eu tenho a promessa do segundo semestre em alguns países, em alguns festivais, vou estar em alguns presenciais. A gente está começando a mandar, vamos ver. Mas ainda não tem previsão de estreia também não.

 

E: Ah, sim. E como tem sido para você unir a profissão e tudo o que você faz ao mesmo tempo com a quarentena? Como tem sido esse momento?

KT: Fases, né? Às vezes dá, às vezes não dá. Acho que como todo mundo, [tenho] altos e baixos. Tive momentos de nenhuma energia criativa, não ter vontade de produzir nada. Tive momentos de produção intensa, onde trabalhei muito nos meus projetos, nos meus roteiros. Tive um momento em que eu trabalhei como atriz, eu filmei uma série para a Amazon durante dois meses e meio. Então, vários momentos assim. Eu acho que como está acontecendo uma coisa com o mundo todo, a gente está compartilhando esse perrengue, todo mundo entende as dificuldades e os esforços extras que tem de se fazer. Eu acho que é tudo mais cansativo, tanto criar quanto participar da criação alheia. Acho que é muito mais difícil, muito mais cansativo nesse momento porque a gente está vivendo uma tragédia. A gente está vivendo uma guerra, a terceira guerra mundial, o mundo inteiro está lutando contra ele mesmo. É uma guerra que nós lutamos contra nós mesmos. Contra nossa própria ignorância, nossa própria burrice, nosso próprio egoísmo. É o mudo inteiro lutando contra o mundo da humanidade, então é muito cansativo. Em alguns momentos eu tenho conseguido trabalhar, em outros não. Acho que como todo mundo.

 

E: Eu acho que o pior disso tudo é não saber muito bem pra onde a gente vai, como a gente vai e quando isso tudo vai acabar. Então se torna muito mais desesperador, né? É complicado ter momentos de otimismo, mas mesmo assim, seguimos tentando.

Você tem 28 anos de carreira. São quase 30 anos atuando e roteirizando, você já fez de tudo um pouco. E personagens muito distintas entre si. Teve Bianca, de Riscado; Irene, de Benzinho; Bárbara, de Que hora ela volta?, Ângela, Lolita Rodrigues, Gilda, dentre várias outras. Qual personagem que mais te marcou e qual você mais se identifica?

KT: Eu acho que no meu trabalho eu acabo me identificando com todas as personagens, porque, para mim, a personagem não existe. Existe eu, encontrando em mim ferramentas que sirvam para contar aquela história. Então, eu procuro lugares para me identificar com as personagens, e tenho identificação com todas as personagens que eu faço. Para o bem ou para o mal. Às vezes, a identificação vem ao contrário (…)

A Bianca eu acho que pra sempre vai ser a personagem mais importante da minha vida, foi a que me fez começar minha carreira no cinema. A que me proporcionou realizar meu desejo de tantos anos. Eu tenho 28 anos de carreira, mas eu só vivo exclusivamente do meu trabalho de atriz há mais ou menos dez anos. Eu sempre tive profissões paralelas, sempre fiz outras coisas para ganhar dinheiro. Para sobreviver, para pagar minhas contas. Eu moro sozinha desde os 17 anos de idade, trabalho desde os 14. Sempre tive outra fonte de renda, porque o caminho que eu escolhi seguia a carreira artística, e era um caminho que não me dava um retorno financeiro muito rápido. Continua não dando.

 

Riscado, produção de 2010, dirigido por Gustavo Pizzi
Riscado | Reprodução: Divulgação

 

E: É muito incerto no Brasil.

KT: É. Hoje em dia eu consigo viver do meu trabalho, mas ainda fico o tempo inteiro atenta. “Tem esse trabalho aqui”, “qual vai ser o próximo?”, eu não fico tranquila. Espero um dia conseguir ficar tranquila.

 

E: Pensar: cheguei lá, agora, não preciso mais trabalhar. 

KT: Não, não é não trabalhar. É saber que vou ter trabalho. Tranquila nesse sentido. Eu adoro trabalhar, eu gosto muito de estar em cena, realmente eu sou muito apaixonada. Não fico tranquila de achar que eu sempre vou ter trabalho.

 

E: Vamos falar um pouquinho sobre as premiações. Você é uma artista super premiada, começou com  Riscado. Foi um filme muito aclamado e que te trouxe projeção nacional. Depois veio Benzinho, extremamente premiado, super reconhecido lá fora. Logo após, veio esse estouro absurdo que foi Bacurau. Como foi essa experiência pra você? Manter o pé no chão, mas, de certa forma, pensar “nossa, o meu trabalho rendeu todos esses frutos, eu cheguei nesse ponto”?

KT: Eu acho que essas premiações vieram em um momento na minha vida em que eu já estava nessa profissão há muito tempo. Em Riscado, eu já era atriz há mais de 14 anos. Então, de alguma maneira, eu encarei os prêmios mais como um estímulo para não desistir, para continuar, do que uma sensação de vitória, ou “conquistei um lugar ao sol”, o que não é verdade, ao meu ver. Eu fico muito agradecida, muito honrada por ter recebido prêmios com o meu trabalho. Mas às vezes tem aquele dia que você pensa “caramba, vai acabar esse projeto em que eu estou trabalhando e não tenho outro em vista”. Por exemplo, no ano que Benzinho estreou eu fiquei sete meses desempregada. Eu encontrava as pessoas na rua e elas falavam “ai, que sucesso, tá cheia de prêmio, parabéns, tá arrasando!” e eu falava “é, mas eu tô desempregada.”

 

E: O tempo é muito diferente… Quando está chegando pra gente, é uma coisa que você já fez, às vezes, há dois anos.

KT: Exatamente! Você ganhou aquele cachê dois anos atrás e não tem nem um tostão daquele dinheiro, você ganha um prêmio e o prêmio não te dá dinheiro nenhum também, na maioria das vezes. Gramado até tem uns anos que dá um dinheirinho. Eu lembro que teve um ano que eu ganhei, e teve um cachê que salvou minha vida. Geralmente não tem não, é um reconhecimento. Então, os prêmios para mim vêm muito nesse lugar de serem um estímulo para não desistir, de pensar “alguma coisa você está fazendo direito, força aí!”. Eu fico muito feliz de ser indicada, de ser lembrada, mas sempre pensando que são um combustível que eu ganho para seguir a viagem.

 

E: Você é uma excelente atriz, isso é inegável. E uma excelente roteirista também. De onde vem essa inspiração, essa força interior que te ajuda a interpretar personagens tão diferentes de você, como foi a Bárbara, que você citou? A gente consegue olhar para ela e entender minimamente o que ela está passando, mas ela é uma personagem muito eficiente em fazer com que você sinta muita raiva dela. E também a forasteira, de Bacurau… De onde vem essa naturalidade para você interpretar essas personagens? Você é muito natural na sua atuação, foi construído? Sempre foi assim?

KT: Eu acho que é uma mistura de muita coisa. Eu sempre gostei muito de ler, sempre gostei muito de ver filme. Eu vejo filmes diariamente, tem dias que mais de um. Se eu passo um dia sem ver um filme, já começo a ficar nervosa. Vou muito ao teatro, observo muito o trabalho de outros autores. Eu pesquiso, já trabalhei com grandes atores com quem aprendi muito. Trabalhei com diretores com quem aprendi muito. Eu acho que é um acúmulo de experiências, e que meu trabalho como atriz dentro de um filme é tão importante quanto o trabalho de um diretor de fotografia, do cenógrafo, do maquinista, do eletricista. Quando você está fazendo um filme, se qualquer uma dessas coisas estiver fora do lugar, o filme não acontece. Então, é um exercício de presença, um exercício de se preparar, entender onde você está, do que você está falando, quem é a sua personagem, o que ela representa naquela história. E ter toda essa segurança para estar na frente da câmera, presente, reagindo ao que está acontecendo. Reagindo ao outro ator, à luz, ao texto, ao cenário, à locação, ao lugar que você está. Fico feliz quando as pessoas falam isso para mim, porque é o tipo de interpretação que eu gosto quando vejo, nos outros, e me inspiro em grandes atrizes para aprender, sempre. Acho que a gente está sempre descobrindo novos caminhos, novas formas. Acho que é o exercício, eu estou o tempo inteiro pensando nisso.

 

 Entrevista Entretetizei, Karine
Reprodução: O Globo / Fabio Seixo

 

E: E você sempre está trabalhando, o tempo inteiro. Você falou que todo dia assiste filmes, consegue desligar essa parte sua e pensar “vou ver este filme por entretenimento”?

KT: Consigo! Adoro ver filme besteirol. Amo comédia sem conteúdo, musicais bobos, animações da Disney. Consigo super! Claro que tem um limite da qualidade da coisa também, um troço muito ruim não vai dar.

 

E: E o que tem te distraído em relação a filmes, séries? O que gosta de assistir e ouvir?

KT: Eu estou em uma fase de muito trabalho, então não tenho conseguido assistir tanta coisa. Eu gosto muito de ouvir música. E toda noite eu assisto um filme com meus filhos, que têm 10 anos, então tem uma curadoria mais leve. Por mais que a gente adore filmes de super-heróis, Star Wars, essas coisas. Eles descobriram agora Modern Family, que é uma série americana que acabou de encerrar na 11ª temporada. Eu amo aqueles atores, acho maravilhosos. Eles estão achando divertidíssimo assistir, então a gente passou a ver do começo. Morro de rir e fico muito emocionada com comédia, com bons atores de comédia. Sempre falei isso. A Tatá Werneck, por exemplo, eu choro às vezes de emoção com a interpretação dela, de tão foda que ela é como atriz, como comediante. Às vezes a gente assiste algumas animações da Pixar, eu adoro os curtas deles. São coisas de muita qualidade com as quais a gente aprende pra caramba também, tanto eu, quanto eles. Mas são coisas que dão uma relaxada, não tenho conseguido assistir nada muito pesado, não. Porque a vida já está [pesada]. O Brasil, a pandemia, tudo.

 

E: Para encerrar, eu gostaria que você falasse sobre seus projetos futuros. Você falou que está trabalhando muito, além dos longas que você dirigiu. O que você tem pra frente? 

KT: Tem essa série que eu filmei, que imagino que estreie por volta do meio do ano, chama Manhãs de Setembro. Vai estrear na Amazon Prime, com a maravilhosa Liniker, que é a protagonista. Tem Paulo Miklos, Gero Camilo, Linn da Quebrada. Um elencão e um roteiro lindo, dirigido pelo Luís Pinheiro e a Dainara Toffoli. Estou ansiosa para essa estreia. Tem um filme que eu fiz com o Gustavo Rosa de Moura, que é um diretor de São Paulo, com a Andrea Beltrão, uma das minhas musas inspiradoras. Acho ela uma gênia. Aprendo muito, e tive a felicidade de contracenar com ela em três projetos, recentemente! 

Eu dirigi um espetáculo online chamado Morra, Amor, que teve apresentações no final do mês passado, e estou fazendo agora, neste momento, até domingo, um espetáculo online como atriz, para o Festival de Arte de Hong Kong. É um elenco de seis atores, cada um de um país, e a gente faz um espetáculo baseado n’A Peste, de Camus. É uma adaptação para o teatro de um dramaturgo inglês, o diretor é chinês, a dramaturga e a cenógrafa, diretora de artes, são australianas. Tem eu do Brasil, um ator da Inglaterra, um do Líbano, um da África do Sul, uma da China e um dos Estados Unidos. São apresentações ao vivo, todo dia de manhã, por causa do fuso horário. Foi um trabalho puxado, bem chato. A gente trabalhou muito, e agora está acabando a temporada. Só que do Brasil não dá para assistir por questão de direitos autorais. O sinal só fica aberto para Hong Kong. Então não dá para ver aqui, mas é o que está rolando, até domingo é isto o que eu estou fazendo. Depois eu espero conseguir descansar um pouquinho, porque eu estou em uma batida puxada há um tempo. Mas um pouquinho só, volto a trabalhar logo depois.

 

Confira abaixo os melhores momentos da entrevista com Karine Teles:

 

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*Crédito da foto destaque: Guilherme Scarpa

 

 

 

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