Entrevista | Paola Siviero conta como é escrever livros de fantasia

Autora de A Lenda da Caixa das Almas e o Auto da Maga Josefa, Paola Siviero revela como comçou a escrever e qual sua relação com os leitores

A escritora e roteirista Paola Siviero é um dos maiores destaques da literatura fantástica nacional dos últimos tempos. Presente na Bienal do Livro Rio 2023, ela lançou o romance A Lenda da Caixa das Almas e foi a autora brasileira mais vendida do Grupo Autêntica

A primeira publicação de Siviero – intitulado O Auto da Maga Josefa – venceu o Prêmio Leblanc em 2019, na categoria Melhor Romance Nacional de Fantasia, Ficção Científica ou Terror. No mesmo ano, ela ainda recebeu o Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica na categoria Melhor Romance de Fantasia

Saiba mais acerca dos livros de Paola Siviero!

O Auto da Maga Josefa

O livro é dividido por capítulos episódicos e divertidos que seguem as peripécias de Toninho, um reconhecido caçador de demônios. 

Sempre no lombo de sua mula encantada, Véia, e portando uma peixeira mágica, ele acaba com a graça das criaturas sobrenaturais que assombram o sertão: demônios, múmias, vampiros e chupa-cabras. 

Um dia, ele conhece a misteriosa Josefa, maga e filha do sete-pele. Embora esteja condenada ao inferno, ela se torna companheira de caçadas de Toninho. 

A Lenda da Caixa das Almas 

Nesta fantasia recheada de surpresas, o leitor seguirá a história de Otto e Theo, gêmeos que, ao atingirem a maturidade, ganharão seus próprios animae, animais que os acompanharão pelo resto da vida. 

No entanto, um dia eles saem para uma de suas habituais caçadas na Floresta Sombria e Otto desaparace. Anos se passam e Theo nunca perdeu a esperança de encontrar o irmão, mas agora ele deve se conectar com seu animae. 

Tudo muda quando um estranho invade o quarto do jovem no meio da noite e o convida para uma aventura bem diferente da vida a qual está acostumado. 

Ele terá que realizar um treinamento duro, aprender sobre magia, combate e sbrevivência

Ao Entretê, ela contou um pouco sobre o ofício e planos para o futuro. Confira!

Como você começou a se interessar pela escrita? 

“Eu sempre li muito, sempre fui totalmente fissurada, obcecada por literatura. E aí teve um momento da minha vida em que eu me vi fora do mercado profissional, eu trabalhava com marketing. Eu falei, poxa, eu vou tirar um tempo agora para alguma coisa que eu gosto. Eu estava morando fora e nem tinha o visto para trabalhar, então foi aquela coisa meio assim, sou obrigada a fazer algo diferente, e o que é que eu mais amo? Com certeza na hora me veio: é a literatura.”

“Eu escrevia quando eu era adolescente, mas poesias, letras de músicas, outras coisas. E aí nesse momento me deu um estalo, eu acho que eu gostaria de escrever histórias. Eu comecei a estudar, me conectar com outras pessoas, comprei livros sobre a escrita. Iniciei sem muitas pretensões e foi até um começo meio tardio, com 29 anos.”

“Mas a partir do momento que eu entrei nesse mundo virou uma coisa que não me deixou mais. Depois que eu voltei para o outro mercado de trabalho, eu seguia com isso mas como se fosse hobby e obviamente tentando, né? Me profissionalizar, tentando publicar.”

“Eu nunca parei. Agora hoje já é o contrário, hoje é a minha carreira principal, agora eu estou totalmente focada em escrever histórias, não só na literatura, mas também no audiovisual, também sou roteirista e é uma coisa que me acompanhou. Primeiro no amor como leitora e hoje eu busco causar a sensação de encantamento que eu sentia quando eu lia meus livros de fantasia preferidos.”

Você sentiu medo quando começou a escrever?

“Eu acho que existe muito o medo de qual vai ser a reação das pessoas. Eu por exemplo, também escrevo comédia e o Alto da Maga Josefa é um livro que é para ser engraçado. Então eu me perguntava muito, será que vai ser engraçados? Será que essa piada tem graça ou ela tem graça só pra mim? O que eu tento pensar é que tenho que escrever primeiro para mim. Eu sou minha primeira leitora, vejo se está divertido para mim, se está interessante. Se tem alguma coisa que eu acho que está chata, que está confusa, eu volto, reviso.”

“E aí depois você tem que jogar para o mundo. Mas com certeza não é fácil lidar com essa expectativa que a gente tem, de que os outros também gostem das nossas histórias e ao mesmo quando alguém gosta, quando alguém te diz que gargalhou com o livro. Para mim é uma sensação incrível. Então, se um leitor sentiu aquilo que eu senti escrevendo, já é uma satisfação enorme.” 

Na sua opinião, qual a importância de um evento como a Bienal do Livro para a formação de novos leitores?

“Eu acho que uma coisa muito interessante nas bienais e que sempre me surpreende, é que tem muitas pessoas jovens, muitos adolescentes, jovem adultos e crianças também. Então, eu acho que é legal porque a gente é são pessoas que tão consumindo esses conteúdos e sabendo sobre os livros, muito no mundo digital e aí quando elas vem aqui e se conectam não só com os autores, mas também com os influenciadores, com a galera que está criando conteúdo.”

“Eu acho que isso humaniza ainda mais, sabe? A literatura. Eu tenho falado, conversado com muitos leitores. Às vezes é para apresentar o livro, às vezes é alguém que já leu alguma coisa. Eles querem saber como é o processo, o que que eu uso de inspiração e quanto tempo eu demorei para escrever o livro. Além de formar leitores, eu acho que cria uma conexão das pessoas com aquele livro específico e da forma como eles vão enxergar autores dali pra frente.”

Por fim, poderia compartilhar conosco quais são seus projetos futuros?

“Eu tenho mais projetos de livros que ainda estou escrevendo, eu não tenho nenhum finalizado, mas com certeza deve vir ano que vem a continuação de A Lenda da Caixa das Almas, porque é uma série. O Auto da Maga Josefa eu também quero fazer mais uma aventura desses personagens, desse universo.”

“Além disso, eu tenho um outro projeto que é sobre uma coisa que eu vivi muito no final da década de 90 que é parte assim do nosso imaginário popular: o Chupa-Cabra. Eu tenho um projeto relacionado a isso que se passa adolescentes do interior de São Paulo. Então revivendo um pouco do que eu vivi naquele momento lá na década de 90.”

“Mas eu quero explorar outros gêneros também, eu leio de tudo assim, eu leio drama, eu leio literatura adulta, eu leio fantasia, ficção científica. Então, eu não me vejo também focando num gênero específico, porque eu sou muito eclética, assim, de tudo que eu consumo. Então, eu quero poder explorar isso na minha escrita.”

Você já leu algum livro da autora? Nos conte em nossas redes sociais! Insta, Face e Twitter.

*Crédito da foto de destaque: reprodução/Instagram/@paolasiviero

Leia também: Entrevista | Stefano Volp fala sobre sua trajetória na escrita e revela futuros projetos

plugins premium WordPress

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Acesse nossa política de privacidade atualizada e nossos termos de uso e qualquer dúvida fique à vontade para nos perguntar!