Resenha | A Última Floresta e a luta dos Yanomami para proteger suas terras

O filme A Última Floresta, que conta com roteiro de Davi Kopenawa Yanomami e Luiz Bolognesi estreia 9 de setembro 

A Última Floresta, filme que conta com a direção de Luiz Bolognesi e roteiro de Bolognesi e Davi Kopenawa Yanomami, estreia nos cinemas em 9 de setembro. O longa irá seguir a rotina dos Yanomami, grupo indígena que habita as terras nas florestas do Brasil e Venezuela há mais de 1000 anos. Na produção, acompanhamos a luta desses povos para manter sua tradição, cultura e se proteger dos avanços dos garimpeiros. 

Questão indígena 

Nas últimas semanas, tem-se acompanhado a mobilização dos grupos indígenas em Brasília, que protestam contra o Marco Temporal. Desse modo, desde o dia 26 de agosto, mais de 6 mil indígenas se alojaram na praça da cidadania, no Distrito Federal. Esses povos, que representam mais de 170 etnias, aguardam o julgamento do Superior Tribunal Federal (STF), que decidirá sobre a demarcação de Terras Indígenas

O Marco Temporal é uma tese, em trâmite no STF desde 2006, dizendo que os povos indígenas só têm direito às terras em que estavam fisicamente alocados até o dia 5 de outubro de 1988. De um lado, estão os indígenas e seus apoiadores, contra o Marco Temporal. Do outro, estão os fazendeiros e donos de terras, a favor dele.

Temática

A Última Floresta, filme que recebeu o prêmio do público na mostra Panorama no 71º Festival de Berlim, acompanha um desses grupos: os Yanomami. O grupo indígena vive praticamente isolado, e sofre constantemente com a invasão dos garimpeiros em suas terras. A entrada do homem branco trouxe inúmeras doenças, fome e morte. No entanto, como o documentário apresenta, os Yanomami lutam bravamente para manter viva a cultura de seus ancestrais.

O documentário é contundente ao retratar como os indígenas vivem, suas lendas, crenças e a forma como se relacionam com a natureza. Além disso, também denúncia como a prática ilegal do garimpo foi responsável pela morte de milhares de Yanomami. Bem como, A Última Floresta narra a sedução imposta aos índios pelo homem branco, que são influenciados a deixar sua cultura por tecnologias inovadoras. 

Roteiro

A narrativa do documentário é lenta, mas não no sentido maçante, ela mostra o tempo real dos acontecimentos. É como se víssemos cada situação da perspectiva dos Yanomami, que não estão preocupados em realizar nada com pressa e afobamento. A maneira como o filme decide representar esse fato é muito poética, mostrando o que realmente importa para os indígenas. O fato do filme ser falado completamente no idioma Yanomami é outro fator que auxilia na imersão do telespectador.

Davi Kopenawa Yanomami, xamã e ativista pelos direitos dos Yanomami, foi, de fato, extremamente importante para que houvesse tanta similaridade com a vida dos indígenas. Kopenawa escreveu o roteiro, o que faz com que ele não seja, de forma alguma, uma visão estereotipada ou deturpada de alguém olhando de fora. No mais, A Última Floresta é uma narrativa sincera, gentil, poética e bela sobre a vida dos Yanomami. Mas ela também é firme ao mostrar a realidade desses povos, que resistem para não desaparecer

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*Crédito da foto de destaque: Gullane Entretenimento

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