Ruth Bader Ginsburg

Ruth Bader Ginsburg: Mais que uma juíza, um símbolo cultural

Seu legado foi muito além dos tribunais

Ruth Bader Ginsburg ou como era popularmente conhecida, RBG, era uma juíza de 87 anos que atuava os últimos 27 na Suprema Corte Americana. Ela veio a falecer em 18 de setembro de 2020, devido a um câncer de pâncreas.

Divulgação: G1

Ginsburg nasceu em 15 de março de 1933 no Brooklyn, Nova York, em uma família de imigrantes judeus russos. Aos 17 anos, ingressou na Universidade de Cornell, onde viria a conhecer seu Marido, Martin.

Em 1954, após obter o bacharelado em Artes, casou-se e passou a trabalhar no escritório de Administração de Segurança Social. Foi nesse mesmo ano que engravidaria de sua primeira filha, Jane, e seria rebaixada em razão disso.

Ginsburg entrou na Faculdade de Direito de Harvard em 1956, e juntamente com mais oito mulheres compunha uma sala de aula com mais de 500 homens. Em um episódio que viria a ser famoso, o reitor da instituição perguntou às alunas de direito: “Como você justifica tomar uma vaga de um homem qualificado?”

Posteriormente, transferiu-se para a Universidade de Columbia a fim de ficar junto a seu marido que havia obtido um emprego em Nova York.  Formou-se como uma das melhores de sua turma, o que não ajudou a conseguir emprego, chegando a declarar “Nenhum escritório de advocacia em Nova York me contrataria”, disse certa vez. “Eu era judia, mulher e mãe.”

Antes de ser indicada em 1993 pelo então presidente, Bill Clinton, para o cargo na Suprema Corte, chegou a trabalhar como pesquisadora, advogada e juíza em um tribunal de apelações. Enquanto, o primeiro lhe deu a oportunidade de morar na Suécia, o que influenciaria na sua visão de igualdade de gênero, o segundo a tornou conhecida pela atuação em casos de discriminação contra mulheres.

Como magistrada, ficaria conhecida pelas suas decisões em favor de minorias, como mulheres, pessoas negras, membros da comunidade LGBT e imigrantes. Essas mesmas posições liberais, indo de encontro com a pauta do presidente Donald Trump, a fizeram popular em seu país e no mundo.

Estilo “pop”

Suas posições em meio a sociedade – e um tribunal conservador – acabaram por atrair a atenção da estudante de direito, Shana Knizhnik que acabaria por criar um blog dedicado a vida da juíza na plataforma Tumblr. A página foi intitulada ‘The Notorious RBG’ em referência ao falecido rapper, The Notorius Big.

A página acabaria por reintroduzir Ginsburg a geração jovem, principalmente entre as novas feministas, bem como ao icônico apelido. Knizhnik mais tarde seria co-autora de um ‘best-seller’ sobre a vida da autora, ampliando ainda mais sua legião de fãs.

Com a fama, não demorou a surgir produtos comerciais inspirados na juíza. Entre bolsas, chaveiros e fantasias de Hallowen, roupas inspiradas no seu estilo único de vestir composto por brincos, suas tão famosas luvas e claro, sua marca registrada: Colares.

Filmes

Duas produções cinematográficas de 2018 coroariam a fama de Ginsburg como ícone da cultura pop. O primeiro é o longa-metragem de não-ficção, “A Juíza”, disponível no Telecine e indicado ao Oscar de melhor documentário. Já o segundo, trata-se do filme biográfico dramático, “Suprema”.

Divulgação: Mulher no Cinema

Este último, dirigido por Mimi Leder, contou com a atuação de Felicity Jones para o papel da magistrada, e rendeu várias críticas positivas. Vários membros do elenco se pronunciaram acerca de sua morte, prestando homenagens:

“Ruth Bader Ginsburg nos deu esperança. Uma figura pública que defendia a integridade e justiça – uma responsabilidade que ela não assumiu de forma leviana. Ela fará falta, não apenas como um farol de esperança nestes momentos difíceis, mas por sua inteligência afiada e extraordinária humanidade. Ela nos ensinou muito. Vou sentir sua falta profundamente”  Afirmou a atriz, Felicity Jones.

Livros

Diversos foram os livros em que Ginsburg foi retratada ou citada, incluindo o trabalho de Knizhnik, porém, oito foram escritos pela própria magistrada, sendo o mais conhecido de todos o “My Own Words” (“Minhas Próprias Palavras”, sem tradução no Brasil), composto por uma coleção de seus discursos que iniciam na oitava série em diante.

Alguns trabalhos publicados por terceiros, mas, igualmente famosos, feitos sobre a vida de Ginsburg são voltados para o público infantil, enquanto outros ao campo jurídico. O legado de RBG foi muito além dos tribunais e parece não ter terminado com sua morte.

Divulgação: Migalhas

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