Setembro Amarelo: porque precisamos falar sobre saúde mental

Questões de saúde mental podem afetar as pessoas de diferentes formas, e separamos uma lista de obras que retratam isso

AVISO DE GATILHO: DEPRESSÃO/VIOLÊNCIA/SUICÍDIO

Primeiramente, gostaria de deixar claro que não somos profissionais da área de saúde e todo o material abaixo foi produzido com base em dados fornecidos pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Se você estiver passando por um momento difícil, por favor procure ajuda.

Ligue para o número 188 ou acesse o link do Centro de Valorização da Vida.

Qualquer assunto relacionado à saúde mental, infelizmente ainda é um tabu na sociedade em que vivemos. No Brasil, cerca de 12 mil pessoas cometem suicídio por ano. Enquanto vivermos debaixo dessa cisma de não podermos falar abertamente sobre as doenças relacionadas à saúde mental, esse número tende a crescer cada vez mais. E a cada minoria comparada, o número é ainda maior.

Ontem rolou um post aqui no Entretetizei sobre Cinco mulheres incríveis que criaram arte com suas vidas difíceis e saúde mental abaladas. E hoje é a vez de apresentar obras que você precisa conhecer e vão te ajudar a entender melhor algumas dessas doenças…

As Vantagens de Ser Invisível (2012)

Foto: Divulgação

Inspirada no livro homônimo escrito por Stephen Chbosky, o filme aborda a vida do Charlie a partir do seu primeiro dia de aula no Ensino Médio.

Charlie tem dificuldades em  fazer amigos e acaba se misturando com um pessoal mais velho, que diferente do que costuma acontecer nas histórias padrões por aí, não é uma galera problema. E é com esses amigos diferentões que Charlie consegue aprender sobre si mesmo, reviver memórias nubladas de seu passado e buscar tratamento.

Abordando temas como violência sexual, o peso da mesma moeda traumática para mulheres e homens, a homossexualidade velada, suicídio e distúrbios psicológicos referentes à traumas de infância, As Vantagens de Ser Invisível faz a juventude olhar para si mesma e encontrar seus pontos fortes e dom da união para lutar contra a correnteza de adultos que criam tabus ao redor de saúde mental.

Divertida Mente (2015)

Foto: Divulgação

Quando que você, criança dos anos 90 e 2000, imaginou que saúde mental fosse ser tema de filme infantil?! Essa já é a realidade das gerações que chegam agora, com uma temática muito mais leve do que a indicação anterior, Divertida Mente fala sobre como podemos sim tocar em temas psicológicos com crianças. E funciona muito bem!

Obrigada a mudar de cidade por causa do trabalho do pai, Riley se vê perdendo a confiança nos pais, os amigos e, consequentemente, confusa entre sentir tristeza pelas perdas ou alegria para manter seu espírito infantil.

O filme fala sobre amadurecimento, aprendizado, nostalgia e memória, mas muito além disso, Divertida Mente cria um cenário lúdico para ensinar as crianças – e os adultos também! – que saúde mental não tem idade para precisar de atenção, e que sentimentos depressivos são fluxos de pensamentos inevitáveis. Não é sobre dizer que devemos tentar usar a alegria para mascarar a dor, mas sim sobre dizer que com carinho e ajuda familiar e profissional, podemos viver em equilíbrio.

Mosquitolândia (livro de 2015)

Foto: Divulgação

Publicado no Brasil em 2015 pela editora Intrínseca, Mosquitolândia é uma obra apaixonante, complexa e questionadora.

Obrigada a viver com o pai e a madrasta grávida, e sem notícias recentes da mãe, Mary Iris Malone – ou MIM Malone para os mais íntimos -, decide pegar o dinheiro da madrasta e partir ao encontro de sua mãe.

MIM tem traumas de infância sobre o suicídio de sua tia, encara o conhecimento de que sua mãe não tem a saúde mental mais invejada e ainda lida com a pressão do pai para que ela seja tudo que não é, e para que se encaixe na família que ele decidiu montar sozinho. Em uma viagem que explora temas como violência sexual, senso de justiça, abandono de crianças com deficiência por suas famílias e condições psicológicas mais graves, como esquizofrenia, Mosquitolândia fala sobre saúde mental de um jeito que você nunca viu.

A Sociedade dos Poetas Mortos (1990)

Foto: Divulgação

Com um roteiro poético e apaixonante, A Sociedade dos Poetas Mortos é uma ode ao valor da saúde mental e do apoio familiar, mesmo que não pareça isso de início.

John Keating (Robin Williams) é o novo professor de inglês de um colégio preparatório só para rapazes, mas diferente dos padrões ortodoxos e tradicionais empregados pela instituição, Keating acredita que os jovens devem seguir seus sonhos, explorar a vida e aprender as coisas com amor. É ele quem ensina sobre poesia, apreciação da vida e sonhos, além de incentivar a luta contra o sistema opressor.

É revoltante ver como um dos alunos tem seus sonhos e vontades sobrepujados por seu pai controlador, e é infeliz ver a forma como a escola incentiva o ensino pelo lucro e não pela vocação pessoal. Reflexo de uma sociedade cheia de tabus e tóxica, que se arrasta até os dias de hoje, um grupo seleto de alunos forma A Sociedade dos Poetas Mortos, um clube secreto onde eles podem ser eles mesmos sem pressões externas.

Depressão, suicídio e uma juventude sem atenção afetiva familiar moldam os sistemas do roteiro, e lembram o público que saúde mental não é piada.

Por lugares incríveis (2020)

Foto: Divulgação

Inspirado no livro de mesmo nome, escrito pela autora Jennifer Niven, Por Lugares Incríveis acompanha o casal Violet (Elle Fanning) e Theodore (Justice Smith), que se conhece no alto da torre da escola, enquanto os dois estavam pensando em suicídio.

Violet tem sido acometida pela depressão desde a morte de sua irmã e melhor amiga, enquanto Theodore tem um quadro depressivo de longa data. Mas não é só sobre depressão que o livro e o filme falam… Theodore apresenta sintomas de Transtorno de Personalidade Borderline, com episódios depressivos e crises de euforia, tudo isso em mudanças bruscas e radicais de humor.

Aqui é importante lembrar que o Transtorno de Personalidade Borderline não é identificado com facilidade, precisa de acompanhamento médico rigoroso e costuma ter diagnóstico tardio. Os sintomas envolvem mudanças drásticas de humor em um curto período de tempo, episódios depressivos, tendências suicidas e euforia descontrolada.

Todo o roteiro foca na saúde mental e na busca da arte como uma forma de auxílio para as dores pessoais, e isso fica muito evidente com todas as citações e referências à Virginia Woolf.

Todas essas obras têm uma coisa em comum: o ensino sobre a importância de buscar ajuda e de ter com quem conversar. Profissionais da área de saúde mental, grupos de apoio guiados por voluntários e o CVV  são fontes importantes para a preservação das vidas.

Toda vida importa! E essas obras nos educam sobre como enfrentar nossos problemas, como buscar ajuda e como aprender com nossas dores de uma forma saudável.

Falar sobre saúde mental pode salvar muitas vidas!

Agora conta para a gente que obras te ensinaram sobre saúde mental e quais delas faltaram aqui nessa lista, seja por aqui ou pelas nossas redes sociais:   Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Texto escrito com a colaboração de: Letícia Ferrarez e Mallú Amábili

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