Capa de All of Us Strangers
Foto: divulgação/Searchlight Pictures

Todos Nós Desconhecidos não é um romance qualquer

Em cartaz nos cinemas, filme levanta questões sobre luto, aceitação e o processo de cura

Todos Nós Desconhecidos (All of Us Strangers) acompanha Adam (Andrew Scott), um escritor que leva uma vida monótona em Londres. Após um encontro casual com Harry (Paul Mescal), seu vizinho misterioso, ele vê seu cotidiano ser balançado, e passa a se sentir perdido. À medida que os dois se aproximam, Harry é levado de volta à sua infância, onde descobre que seus pais, já falecidos, ainda estão vivos e aparentam ter a mesma idade do dia em que morreram, há mais de 30 anos.

O longa é escrito e dirigido pelo cineasta britânico Andrew Haigh (A Rota Selvagem, 2017), e não é apenas um romance clichê qualquer. O filme mostra como o amor é capaz de curar até as feridas mais profundas. Quer saber o porquê?

Andrew Scott em Todos Nós Desconhecidos
Foto: divulgação/Searchlight Pictures
Mensagem sobre o luto

Em uma noite de Natal, os pais de Adam saíram de casa e nunca mais voltaram. Mais de 30 anos depois, o personagem de Andrew Scott (Fleabag, 2016-2019) anda lado a lado ao fantasma do luto, que de tanto o perseguir já se tornou parte dele. “As memórias nos definem, elas definem o que nos tornamos, nosso caráter – tanto para o bem quanto para o mal. Mergulhei fundo nas minhas memórias de crescimento. Foi um experimento doloroso, mas catártico”, comenta Andrew Haigh, diretor do longa. “De muitas maneiras, o filme é sobre como você integra a dor emocional em sua vida. Essa dor nunca vai desaparecer, sempre vai encontrar um esconderijo, mas isso não significa que você não possa seguir em frente”, acrescenta.

O personagem Adam com seus pais
Foto: divulgação/Searchlight Pictures
Quando chega a aceitação

A morte repentina dos pais de Adam impossibilitou não apenas a conexão que ele poderia desenvolver com eles, mas também a chance de Adam mostrar quem ele realmente era. Em Todos Nós Desconhecidos, o protagonista tenta recuperar o tempo perdido, compartilhando com seus pais as dores e os anseios, além de ir em busca da aceitação que sempre desejou. Sobre o assunto, o diretor explica: “Adam está ansioso para ver seus pais novamente – e para ser conhecido por eles. Talvez encontrá-los novamente traga conforto e um fechamento após a terrível perda.”

Cena de Todos Nós Desconhecidos
Foto: divulgação/Searchlight Pictures
Pode o amor curar feridas?

À medida que Adam e Harry se aproximam, o personagem de Andrew Scott tenta se conectar com seus pais e curar feridas que o tempo não sarou. Após anos, ele enfim se sente amado pela primeira vez, e consegue se entregar para uma paixão intensa e pura, como nunca antes. “Ver Adam e Harry se conectando parece muito autêntico, real e apaixonado. Eles gostam um do outro”, explica Paul Mescal (Aftersun, 2022). “Ambos são fundamentalmente pessoas muito boas, mas se sentem muito isolados e o filme é essencialmente sobre encontrar conexão. Eles se conectam de forma verdadeira em um mundo que parece impessoal e frio”, finaliza.

Paul Mescal e Andrew Scott
Foto: divulgação/Searchlight Pictures

Para o diretor do filme, Todos Nós Desconhecidos vai muito além da relação entre duas pessoas: “Todos nós fomos crianças e a maioria vai perder os pais primeiro. Muitos de nós seremos pais e teremos filhos que se tornarão adultos em um piscar de olhos. Muitos de nós encontraremos e perderemos e, esperançosamente, encontraremos o amor novamente, mesmo que ele não dure uma eternidade. E todos nós entendemos a complexidade e a importância dessas relações. Espero que, quando o público sair do cinema, sinta mais do que qualquer coisa o poder do amor”.

Todos Nós Desconhecidos já está em cartaz nos cinemas.

 

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Texto revisado por Kalylle Isse

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