A trajetória da artista que iniciou sua carreira aos dois anos de idade e quebrou recordes só alcançados antes pela gigante Thalía
Anahí Giovanna Puente Portilla (de Velasco) nasceu na Cidade do México, no dia 14 de maio de 1983 e iniciou na vida artística aos 2 anos de idade, no programa mexicano Chiquilladas, da emissora Televisa. A carreira de Anahi envolve música, TV, Cinema e muita arte, mas também envolve polêmicas e escolhas não tão agradáveis aos fãs.
A cantora, atriz, apresentadora e empresária é, até hoje, considerada uma das maiores artistas latinas. Apesar de não estar mais trabalhando com música ou TV, sua carreira segue em ascensão, graças aos fãs que continuam escutando suas músicas e a acompanhando, e ao talento de Anahi, que nasceu para ser uma artista.
Início da carreira
A entrada de Anahi na carreira artística aconteceu por acaso. Sua irmã, Marichelo, atuava no programa Chiquilladas, da Televisa e, em um intervalo, a pequena Anahi de dois anos, começou a se apresentar em frente a um espelho, junto à uma escova de cabelo e logo chamou a atenção do diretor, que colocou-a em frente às câmeras e deu mais do que certo: Any passou a integrar o elenco do programa e a interpretar a música Te Doy Un Besito, que ficou bem marcada na época.
Desde cedo, ela mostrou que tinha um talento único para atuar e cantar e desde então, foi alcançando cada vez mais destaque.
Daí para frente, Anahi foi crescendo cada vez mais e chegou até às telonas, com destaque para os filmes Asesinato a Sangre Fría e Había Una Vez Una Estrella, de 1989; Nacidos Para Morir, de 1991; e Ayúdame Compadre, em 1992, onde atuou junto de sua irmã. No ano de 1991, foi indicada ao Palma de Ouro, por sua atuação em Había Una Vez Una Estrella. A premiação é considerada como o Oscar Mexicano e, com apenas 8 anos de idade, Anahi já mostrava que iria longe.
Primeiras novelas, Clase 406 e o sucesso na música
Com o passar dos anos, Anahi foi se mostrando cada vez mais preparada para assumir papéis de importância na TV mexicana e passou a integrar o elenco de diversas telenovelas, com destaque para: Tú y Yo (1997), Mi Pequeña Traviesa (1997), Vivo por Elena e El Diario de Daniela, ambas em 1998. Já em 2000, Pedro Damián convida a artista para a novela Primer Amor, que conta com a música tema, Primer Amor, na voz de Anahi e Kuno Becker.
Essa seria a oportunidade de Anahi, que foi notada por Pedro, produtor mexicano que apresentaria à Anahi, dois projetos de sucesso, um deles, Clase 406.
Na novela, Any dividiu cenas com futuros companheiros de palco: Dulce María, Christian Chávez e Alfonso Herrera. Na trama, um grupo de jovens estuda em uma escola preparatória, onde dividem opiniões, incertezas e se divertem entre si. Anahi entra na segunda temporada como Jéssica Riquelme, uma menina órfã de mãe, rica e nariz em pé, porém, com o desenvolver dos capítulos, a personagem se torna mais humilde e conquista também o coração do público. A seguir você confere uma cena de Anahi, Dul, Chris e Poncho na novela:
Já estava mais do que claro que a carreira de Anahi estava apenas começando. Além de telenovelas, séries e filmes, ela também fez lançamentos na música que ficaram marcados na história da música latina, principalmente por ter começado muito cedo, já com uma voz de destaque.
Seus primeiros álbuns lançados foram: Anahí (1993), ¿Hoy Es Mañana? (1996), que conta com o aclamado single Corazón de Bombon, Anclado En Mi Corazón (1997) e Baby Blue (2000). Esse último gerou comentários positivos por parte da indústria mexicana, que comparou a voz de Any à voz da icônica Thalía.
Até aqui, Anahi não era muito conhecida fora do México, apesar de já ser muito famosa no país, porém, um projeto com mais cinco artistas a tornaria uma das cantoras e atrizes latinas mais escutadas e aclamadas no mundo: o RBD.
A chegada do fenômeno Rebelde
O sucesso das novelas mexicanas sempre foi algo muito comum entre os latinos, principalmente por conter músicas, cenas e costumes que agradavam e conquistavam o coração do público. Porém, nada tinha sido e nunca foi tão arrebatador como RBD, que mudou a história da música latina – para sempre.
O grupo musical nasceu da telenovela Rebelde, que estreou no Brasil em 15 de agosto de 2005, foi exibida até 29 de dezembro de 2006 e contava com Anahí, Maite Perroni, Dulce María, Alfonso Herrera, Christian Chávez e Christopher Uckermann.
Em Rebelde, Anahí interpretou a inesquecível Mia Colucci, uma menina rica e órfã de mãe, que vivia em internatos desde os seis anos de idade e nunca teve muito contato com o mundo “real” (bem próxima à história de sua personagem em Clase 406). Mia tinha tudo para ser aquele personagem odiado por todos, mas não: é uma menina carinhosa com suas amigas, ama estar envolvida com a música e encontra sua primeira paixão: Miguel Arango.
É imprescindível comentar sobre a parceria e sintonia entre Anahi e Poncho na novela. Não é à toa que os dois ficaram marcados como um dos melhores e mais amados casais de novela, principalmente no Brasil. Os anos passam, mas as cenas cheias de criatividade e emoção entre Mia e Miguel nunca são esquecidas.
No decorrer das temporadas, vemos uma Anahi que coloca sua personalidade numa personagem que é a sua cara. Como não amar seus famosos jargões, como o icônico “que difícil é ser eu!”?
Mia vai crescendo e amadurecendo, ao mesmo tempo que Anahi se destaca cada vez mais na carreira. Sua voz também amadureceu e foi se destacando entre os integrantes.
Sálvame, por exemplo, ficou marcada na história do RBD e da música latina como um verdadeiro hino de superação. “Sálvame del olvido, Sálvame de la soledad”, uma letra carregada de história e emoção. Em apenas 3 meses de retorno às plataformas digitais, a canção soma mais de 50 milhões de streams no Spotify e Youtube.
Em 2007, houve ainda um projeto paralelo à novela, chamada RBD: La Família, uma série de 13 capítulos, onde Anahí e os demais integrantes do RBD mostram um pouco do dia a dia da banda, para que os fãs entendam um pouco como é estar no RBD. Apesar de ser ficção, muitas situações que realmente aconteceram com os integrantes foram colocadas na série. Nessa época, Any ainda estava em turnê com a banda e gravou o DVD Live in Brasília. Com o fim do RBD, em 2008, ela entraria em uma das melhores fases de sua carreira, segundo seus fãs.
A Era Mi Delirio e a carreira solo
Chegamos em uma das melhores fases da Anahi. Pós-RBD, solteira, com uma voz intensa e um talento nato: a Era Mi Delirio escancarou a genialidade e ousadia da artista que foi a única RBD a ser elogiada pelo The New York Times e já chegou a ser considerada a mulher mais sexy do mundo. Uma Anahi livre, sem medo e ARTISTA.
O álbum Mi Delirio fez de anahí a 1ª mexicana a receber um disco de ouro no Brasil desde 1997, quebrando um hiatus de quase 13 anos. A primeira mexicana a fazer isso no Brasil foi Thalía e a segunda Anahi, que chegou, em 2010, até o festival mais desejado pelos cantores latinos até hoje: o Festival Viña del Mar, no Chile. A performance de Él Me Mintió ficou marcado na história de sua carreira por ser polêmica, com crítica à valorização do corpo da mulher.
Além de lançar o single Mi Delirio, sucesso pela américa latina, no famoso Premios Juventud de 2009, ela também voltou ao Brasil para a Mi Delirio World Tour, eleita pela Billboard como a sétima turnê mais lucrativa do primeiro trimestre de 2010.
O fato é que: por onde passava, Anahi encantava. Como sempre, era muito conectada com seus fãs, em especial os brasileiros. Ela fazia questão de recebê-los nos meets and greets, almoços e programas por onde passava – programas estes bem conhecidos, como o programa do Jô, Hebe Camargo, Gugu, Acesso MTV, Domingo Legal e Eliana.
E o que dizer do clipe de Mi Delirio? Uma criatividade e entrega artística que deixa qualquer um louco. O clipe foi tão polêmico, que chegou a ser censurado pelo Youtube, mas logo depois foi liberado. Confira:
No ano de 2011, ela protagonizou sua última novela, chamada Dos Hogares, de Emilio Larrosa, marcando sua volta à TV e sua primeira protagonista em horário nobre. Além de atuar, ela também gravou a música-tema da novela, Dividida, escrita por ela, Rodríguez Di Pietro e Diego Giron.
Na trama, Anahi interpreta Angélica, uma mulher que perde seu amor e precisa seguir a vida. Apesar de fazer bastante sucesso no México e no Brasil, Anahi comentou, em entrevista recente, que não se sentiu confortável no papel. Apesar disso, vimos mais uma vez Anahi dando um show de atuação – e beleza.
O álbum Inesperado, o casamento e o fim das turnês
A partir de 2012, muita coisa mudou na vida de Anahi. Ao mesmo tempo que lançava o sucesso Absurda, escrita em parceria com Noel Schairis e Claudia Brant, a artista começou a se dedicar aos compromissos de futura primeira-dama de Chiapas, estado mexicano onde Manuel Velasco (seu atual marido), governaria. O álbum foi engavetado e só foi lançado anos depois, em 2016. Mesmo assim, estreou em #17 no top Latin Albums e em #6 no Latin pop albuns da BILLBOARD US, apenas com stream e vendas digitais.
O álbum conta com canções mais regionais e que também fizeram muito sucesso, como Boom Cha, Rumba, Están Ahí – uma homenagem aos fãs, Inesperado e Amnesia. A última, ganhou um clipe emocionante, com uma Anahi bem mais madura e foi performada ao vivo, na 10ª edição dos Prêmios Juventud, numa apresentação pra lá de emocionante – e que, para muitos fãs, pareceu ser o retorno da artista aos palcos.
Anahi casou-se em 2015 com Manuel Velasco Coelho, governador de Chiapas no período de 2012 a 2018, marcando assim o que seria o fim da carreira da Anahi que conhecíamos: não houve mais lançamentos de novos álbuns – sendo o último, Inesperado – turnês ou aparições públicas constantes.
Certamente foi uma fase extremamente difícil para os fãs que a acompanhavam desde o início. Muitos relatam que houve uma mudança repentina em Anahi: de artista, alegre, presente, apaixonada pela música e pelos fãs, se tornou uma mulher fechada, sem exposições e focada no casamento e nos filhos. Apesar disso, também é preciso ter empatia e entender as necessidades da artista.
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Além de nunca ter conseguido viver fora dos holofotes, não tinha tempo para sair, namorar ou realizar atividades de pessoas “normais”. A escolha de uma vida mais “recatada” e normal, apesar de ser uma escolha negativa para muitos, é compreensível. Hoje, vemos uma Anahi feliz, realizada, com dois filhos lindos, Manuel e Emiliano, e uma carreira repleta de belas e inesquecíveis conquistas.
A Anorexia e a luta pela vida
Não podemos deixar de citar aqui a força que Anahi teve para enfrentar a anorexia. Sim, antes de entrar para Clase 406, ela enfrentou a anorexia nervosa e chegou a pesar 35 kilos. Seu coração parou por oito segundos após uma viagem em família, no dia 29 de abril de 2001, data que ficou marcada como o novo recomeço de Anahi, que venceu essa doença e seguiu em frente. Foi um período muito difícil em sua vida e que ficou marcada para sempre, mas que foi vencida com muita garra.
Após esse período, já recuperada e de volta à ativa, Anahi lançou algumas campanhas em apoio aos jovens com anorexia, com apoio da Televisa. Em 2020, voltou a comentar sobre a doença e afirmou que, na época, produtores da emissora eram sarcásticos com sua doença e chegavam a oferecê-la comida para “testar” se ela ia aceitar ou não.
O fato é que sabemos muito bem que Anahi é uma verdadeira guerreira e um exemplo de mulher, que desde Sálvame já sabíamos que era uma vencedora.
O retorno do RBD aos palcos e a nova fase de Anahi
Em 2020, os fãs foram surpreendidos com a “volta do RBD” e, consequentemente, a volta da Anahi, porque quando se trata de RBD, ela nunca fica de fora. Quem é fã, sabe muito bem que Anahi sempre amou esse projeto e fazia questão de mostrar isso, tanto que organizou manifestações com os fãs para que RBD não acabasse.
Ano passado, já tínhamos sentido esse “gostinho” de falar sobre a banda no podcast Están Ahí, de Anahi, lançado em novembro de 2019, quando conversou com Christian Chávez em um dos episódios e no dia em que os corações rebeldes bateram mais forte: 31 de dezembro de 2019, quando os seis RBD’s se reuniram na casa de Alfonso Herrera e quebraram a internet.
De fato, 2020 foi atípico, principalmente para a carreira de Anahi. Além de vê-la de volta aos palcos – mesmo que de longe, virtualmente, estamos vendo uma nova fase da artista. Ensaios, gravações em estúdio, fotos novas, atividade diária nas redes sociais e ensaios com a banda voltaram a ser frequentes pela internet.
🆘 EMERGÊNCIA DO POP 🆘
Anahi e Christopher Uckermann ensaindo Un Poco de Tu Amor. É esse o tweet 😭 pic.twitter.com/ntkrkDX1SB
— Entretetizei (@entretetizei) December 14, 2020
E, como se não bastasse, para nossa felicidade, Anahi acaba de lançar sua nova linha de maquiagem, a An Makeup, com uma paleta de sombras que é a sua cara: a Mia Palette, paleta de maquiagem que leva, em seu nome, esse personagem que marcou a vida da cantora, atriz, escritora – ela ainda publicou o livro Valiente, em 2019 – mãe, esposa e empresária.
Sim, aquela Anahi que começou a trabalhar, por acaso, com 2 aninhos, que passou por tanta coisa, enfrentou uma Anorexia, venceu e atingiu recordes que talvez nunca sejam superados, segue lutando por seus sonhos e nos enchendo de orgulho.
Com live do RBD se aproximando, Anahí tem aumento significativo de ouvintes do spotify, crescendo mais de 21 mil nas últimas 24 horas e atingindo 4 milhões na plataforma pela terceira vez em sua carreira. pic.twitter.com/ls86EqiAYN
— Anahi Charts (@AnahiOnCharts) December 23, 2020
Se contassem aos fãs que tudo isso iria acontecer com a Anahi em 2020, creio que não acreditariam, principalmente pelo distanciamento dela das redes, mas é verdade e é único. É a oportunidade de ver uma nova Anahi, ou talvez uma junção de várias Anahis, que agora transcende poder nessa versão 2020/2021: guerreira, única e para sempre, ARTISTA. O que será que vem em 2021?
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*Um agradecimento especial ao Twitter @AnahiOnCharts que nos ajudou com dados atualizados da Anahi para esta matéria!
*Créditos da foto de Capa: RBD Fotos