A cantora e compositora inglesa contou sobre o processo de criação, conexão com a natureza e exposição fotográfica
A cantora e compositora inglesa Gabrielle Aplin esteve no Brasil para a divulgação do seu novo álbum, Phosphorescent, marcado pela música Skylight, presente na trilha sonora da novela Todas as Flores, do Globoplay. Conhecida pelo hit Home, Gabrielle chegou para celebrar a nova fase junto aos fãs brasileiros com uma exposição das artes do álbum para exibição na Galeria Urban Arts da Vila Madalena entre os dias 28 e 5 de fevereiro.
As obras poderão ser compradas tanto na galeria física quanto na loja online e parte das vendas será destinada para ONG Mar Adentro, que se dedica à preservação, pesquisa e produção de material educacional dos biomas marítimos brasileiros. O evento, uma parceria entre a Urban Arts, a 2id Music Branding e a HQ Music, será similar à exposição que marcou o lançamento do álbum em Londres.
Ouça Skylight ao vivo no piano:
Durante a pandemia, Gabrielle se mudou para o interior, com maior conexão com a natureza e notou que estava escrevendo canções com uma libertação recém-descoberta. Essa ligação com o meio ambiente marca a arte do disco, cujas imagens de divulgação, assinadas pela artista visual Nat Michele, usam o Sol para revelar as fotos com a técnica de cianótipo, trazendo uma série de retratos de Gabrielle em fortes tons de azul e um clima de sonho.
No dia 27 de janeiro, a exposição foi fechada para convidados com pocket show da artista, que concedeu uma entrevista ao Entretetizei e contou um pouco sobre o momento mais especial da apresentação, as coisas que mais gostou no Brasil, além de o processo de criação, a conexão com a natureza, meio ambiente e sustentabilidade e a exposição fotográfica.
Entretetizei: Então, Gabrielle, o grande sucesso da sua música Home, que eu amo de coração, te trouxe ao Brasil em 2016, e eu queria saber se tem alguma coisa que você gostou muito na sua primeira visita, uma comida, um lugar, que você está conseguindo aproveitar outra vez agora.
Gabrielle Aplin: O que eu estou aproveitando outra vez é o tempo, é tão quentinho. Mas eu também consegui experimentar mais comidas dessa vez. Eu comi coxinha e gostei bastante de feijoada. E me disseram que o drinque nacional é a caipirinha, então bebi muitos tipos dela. A minha favorita foi a caipirinha de banana.
E: No dia 6 de janeiro você lançou o seu mais novo álbum de estúdio, Phosphorescent, em que aborda o pop e o alternativo em canções bastante intimistas. Tem alguma curiosidade sobre esse trabalho que você gostaria de dividir com a gente?
G: Foi realmente um processo muito, muito natural. Acho que um dos principais pilares, eu suponho, foi as músicas terem sido escritas durante o confinamento. Eu queria que o processo de gravação fosse bem humano, e não queria que fosse um álbum de confinamento porque nós consumimos tanta música que é digital e tudo é através de uma tela.
Então eu queria fazer algo que fosse tridimensional, tudo contava com um espaço principal e, de certa forma, foi uma piada com o confinamento. Então eu queria que fosse uma união. Nós começamos com a banda, gravamos ao vivo com a banda, e então adicionamos o restante, e qualquer coisa adicionada seria reproduzida e regravada através de alto-falantes e em grandes espaços, então cada elemento tinha uma fisicalidade.
E: Ainda sobre a produção de Phosphorescent, eu sei que você se mudou para o campo e se conectou muito com a natureza durante o processo. Quais foram as suas maiores inspirações e aprendizados com as diferentes emoções que você experimentou ao criar esse álbum maravilhoso?
G: A coisa é ser feliz como eu sou. Eu sinto que na verdade aprendi isso, tenho certeza de que muitos de nós aprendemos durante esse tempo, que não precisamos de muito. Eu definitivamente senti que não preciso de nada, e só queria viver uma vida bem natural.
E: Você poderia nos contar um pouco sobre o seu processo pessoal de composição?
G: Sim, tão simples! Eu literalmente não forço nada, mas quando eu quero, vou sentar no piano e apenas penso em alguma coisa, e, se eu consigo terminar, gravo e vou embora. E então eu sempre retorno quando sinto vontade. É muito, muito intuitivo, não é nada programado, é sempre quando sinto que posso, sabe?
E: Você está no Brasil para divulgar Phosphorescent, que foi transformado em um álbum visual pela artista Nat Michele através de fotos reveladas à luz do sol. Como surgiu essa ideia e quais são as suas origens?
G: Natalie e eu trabalhamos juntas por alguns anos. Ela já fazia cianótipos antes de trabalhar comigo, e eu queria criar algo que fosse alimentado por energia natural. Parecia uma colaboração realmente natural e fácil. Eu amo como tudo é azul. Poderíamos ter mudado as cores mas eu gostei disso. Foi na busca de um ensaio mais natural possível que mantivemos tudo natural e azul, e a revelação pela luz do sol. Nós filmamos tudo ao redor, o ambiente do meu local e o ambiente do de Natalie para realmente criar uma conexão com a nossa própria natureza pessoal.
E: Ainda nesse tópico, estou acompanhando a sua jornada de mais interesse pelo meio ambiente e sustentabilidade. Você tem uma dica para nós, algo que, na sua opinião, todas as pessoas deveriam ter em mente?
G: Eu penso em tantas coisas, mas acho que a maior dica é sobre as pequenas mudanças, que são melhores do que nenhuma. E eu não me preocuparia com a perfeição. Eu acho que, muitas vezes, especialmente com a internet hoje em dia, é como se você tivesse que fazer alguma coisa e, se não fizer perfeitamente, isso te desencoraja. Mas não precisa ser assim. Por exemplo, eu não como carne, sou vegana. Mas eu diria que você nem precisa ir tão longe, às vezes só reduzir o consumo um dia por semana, ou mesmo somente uma refeição por semana, isso faz a diferença. Então, sim, pequenas mudanças em vez de grandes, acho que são mais sustentáveis.
E: Qual foi o momento mais especial do seu show de sábado (28), em São Paulo?
G: Oh, tivemos muitos momentos ótimos! Tivemos um pedido de casamento, que sempre é muito divertido.
E: Uma artista com quem você sonha em colaborar?
G: Little Simz, eu amo ela!
E: Uma música que você gostaria de ter escrito?
G: Blue de Joni Mitchell.
E: Gabrielle, agora eu queria fazer uma rápida pergunta, mais pessoal. Como estão os seus animais de estimação? Eu sei que você tem dois patos e três cachorros, não é? Isso é tão fofo!
G: Muito bem! Sim, eles estão indo muito bem! Estão na casa da minha mãe, então é como um feriado de cachorro. Eles estão ótimos.
Assista à entrevista na íntegra em vídeo no canal do Entretetizei no YouTube:
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/Gabrielle Aplin