A atriz atualmente faz parte da novela Família é Tudo, na TV Globo, e fala mais sobre sua personagem e projetos futuros
Nina Frosi, de 38 anos, é formada em cinema e teatro pela CAL, e foi na atuação que encontrou a profissão que seguiria. Com mais de cinco novelas na TV Globo, diversas peças musicais e um filme premiado mundialmente, Nina está em um ótimo momento de sua carreira.
Em Família é Tudo, ela dá vida a Bia, que participa de uma instituição para apoio a jovens ao lado de sua amiga Vênus (Nathalia Dill). Com isso, a atriz completa sua quarta novela ao lado do autor Daniel Ortiz.
Em um de seus outros projetos, interpretou Eulália no filme de mesmo nome, lançado no segundo semestre de 2023 pela Prime Video. O longa, que conta ainda com atuações de Luciano Szafir, Zezé Motta e Cássio Reis, foi exibido em diversos festivais pelo mundo, conquistando o prêmio de Melhor Filme Latino no Festival de Cannes, e o prêmio de Melhor Atriz para Nina Frosi no Berlim Indie Film Festival e no New York International Film Awards.
Em conversa com o Entretetizei, a atriz fala sobre a importância que interpretar Eulalia teve na sua carreira, suas maiores referências e muito mais. Confira a entrevista na íntegra!
Entretetizei: Quando você percebeu que queria ser atriz? O que essa profissão representa para você?
Nina Frosi: Aos sete anos de idade, eu falei pro meu pai que queria ser atriz, e ele prontamente disse que eu deveria fazer um curso de teatro. E foi o que fiz. Ele me matriculou no teatro de Lona, no Rio, que hoje nem existe mais! Minha primeira professora foi a Natália Grimberg (atual diretora de novelas da Globo). Ser atriz representa muita coisa! Não imagino minha vida sem ser atriz. Realmente não sei que outra profissão teria.
E: Atualmente você está no ar com a novela Família é Tudo na TV Globo, na qual interpreta a Bia, que atua em uma instituição de acolhimento para jovens. Como foi o processo de desenvolvimento da sua personagem? Você já esteve envolvida mais ativamente em algum projeto social?
NF: Tivemos leituras de mesa com os diretores e atores e também tivemos preparação corporal com o Marcelo Aquino. Vi alguns filmes e fui estudando o texto mesmo. Eu ajudo orfanatos, asilos. Acho muito importante essa ação social. Se cada um puder ajudar um pouco, já melhora a situação de quem precisa. E eu me sinto bem fazendo o bem.
E: Nos últimos anos, você tem se dedicado mais às novelas, tendo atuado em Haja Coração, Orgulho e Paixão e Salve-se Quem Puder, mas também possui uma longa carreira no teatro. Quais os pontos mais diferentes em atuar em cada um desses meios? O retorno do público é diferente em cada um?
NF: A dimensão de retorno do público é bem diferente, sim! A televisão alcança lugares em que o teatro não chega. O teatro é mais local, mas o retorno vem ali, pessoalmente e de imediato. E isso é muito gostoso! A resposta da plateia junto com o espetáculo faz parte, me motiva a estar ali presente, atuando. Eu adoro tanto teatro quanto TV e cinema. Aprendo sempre e vejo as diferenças nas sutilezas de interpretação pelo veículo mesmo, pela linguagem. Na TV, seu rosto está dentro da casa das pessoas. São, geralmente, três a quatro câmeras, então é uma outra maneira de interpretar, mais cotidiana, eu diria, natural, dependendo também do gênero que é a novela e como é a personagem. Então você vai observando e se adaptando.
E: O filme Eulália, lançado pela Prime Video, recebeu diversos prêmios, e nele você é não apenas a protagonista mas produtora executiva. Foi a primeira vez que participou de outra forma nas produções?
NF: No cinema, sim! Antes havia produzido e atuado no teatro a peça Mansa, dirigida por Diogo Liberano. Estreamos no festival Cena Brasil Internacional, no CCBB, e depois entramos em cartaz em SP e no RJ. Tenho muito orgulho dessa peça!
E: Ainda sobre o filme Eulália, qual foi o impacto dessa obra na sua carreira?
NF: Me abriu portas para outros projetos. E me fez querer fazer mais! Estar à frente dos meus projetos me deu uma outra visão de mercado como atriz e empresária.
E: Na sua opinião, quais as maiores dificuldades e alegrias de trabalhar com artes cênicas no Brasil?
NF: Dificuldade é a falta de incentivo na cultura. Ainda temos poucas opções, embora eu esteja no eixo Rio/SP. Tem que existir mais editais plurais. Mais salas de cinemas e teatros no Brasil. E educar o público, principalmente, a prestigiar o conteúdo nacional. Ainda existe um preconceito que só afasta e prejudica a nossa arte. Damos valor demais a tudo que vem de fora e esquecemos que nosso país é rico e muito capaz de produzir excelentes trabalhos. E quando eu vejo um filme, uma peça sendo reconhecida, com plateia cheia, dá um quentinho no coração. Acende uma luz de esperança!
Temos as novelas, que nós produzimos como ninguém e são vendidas até hoje pelo mundo! É lindo de ver também como a arte comove, faz refletir, pensar, indagar e entreter. Te abre um novo caminho, e por isso a cultura é tão importante para um povo. Uma pena que muitos ainda não vejam isso!
E: Quais são suas maiores referências na profissão? Existe algum ator ou atriz que você queira muito conhecer e ainda não teve oportunidade?
NF: Ah, existe! Tony Ramos e Glória Pires! Não os conheço pessoalmente e gostaria muito de trabalhar com eles. São profissionais excelentes e pessoas ótimas também (é o que mais dizem e eu levo isso em consideração). Agora uma atriz que eu admiro e me inspiro é a Marjorie Estiano. Acho que ela trilhou um caminho muito bacana na profissão. Os trabalhos que ela faz são desafiadores e ela arrasa sempre! Admiro também a discrição, você a conhece por seus trabalhos e eu me inspiro muito nisso, porque é exatamente o que eu quero pra mim.
E: Por fim, o que podemos esperar de seus próximos projetos?
NF: Tenho um longa de comédia que está na pós-produção, que deve estrear no final do ano ou ano que vem. Já adianto que o elenco é maravilhoso e está um pouco diferente das comédias brasileiras que costumamos ver. Sou produtora executiva e faço uma participação nesse filme.
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Texto revisado por Michelle Morikawa