O novo álbum do Imagine Dragons resgata 14 demos descartadas durante a produção de Smoke + Mirrors, trazendo aos fãs um novo olhar sobre essa fase da banda
Existe presente melhor para os fãs do que músicas inéditas? Taylor Swift discorda! Revisitar alguma era antiga e revelar novas composições de um álbum querido é uma fórmula que definitivamente funciona, e dessa vez a banda nativa de Las Vegas, Imagine Dragons, resolveu seguir essa ideia.
Em 27 de janeiro, a banda anunciou que, como uma forma de comemorar o aniversário do álbum original, de dez anos atrás, iriam lançar demos que foram descartadas no projeto original.
Smoke + Mirrors foi o segundo álbum da carreira do Imagine Dragons e permanece como um dos favoritos entre os fãs. A banda ganhou notoriedade com Night Visions, seu primeiro álbum, marcado pelo pop rock. No entanto, com seu sucessor, apostaram em um som mais experimental, explorando o rock alternativo e elementos de arena rock.
A era Smoke + Mirrors trouxe hits como I Bet My Life, Shots, Gold e Friction, consolidando o grupo no cenário musical. Com o lançamento de Reflections (From the Vault of Smoke + Mirrors), os fãs estavam ansiosos para descobrir quais títulos haviam sido descartados nessa fase tão marcante. Porém, o que receberam foram faixas que, na maioria, destoam da identidade sonora do álbum original.
É importante lembrar que as músicas compartilhadas em Reflections são demos, ou seja, rascunhos iniciais desses projetos. Caso tivessem sido aprovadas para o álbum original, passariam por um processo mais refinado e detalhado de produção.
Sendo assim, é claro que não devemos esperar faixas altamente produzidas. Mas, ainda assim, elas não deixam de causar certa estranheza. Muitas das músicas parecem desconectadas da identidade sonora de Smoke + Mirrors, soando mais como descartes de outras eras da banda como Mercury e LOOM.
Análise de Reflections (From the Vault of Smoke + Mirrors)
O álbum abre com Woke, uma faixa que, apesar de não remeter diretamente ao Smoke + Mirrors, é uma das poucas que ainda carrega a essência experimental da banda na época. O mesmo pode ser dito de The Ghost Intervention e I Get Carried Away, que resgatam o lado mais alternativo do Imagine Dragons. No entanto, a diferença é que Woke, com uma produção mais refinada, poderia facilmente estar em um álbum da banda.
Monica foi o único single oficial do projeto e, apesar de ter um refrão chiclete que cresce com o tempo, é uma música mediana. A letra não impressiona e os vocais soam preguiçosos, o que pode ser justificado pelo fato de ainda ser uma demo inacabada. Já Strange Ways traz uma sonoridade mais próxima dos álbuns mais recentes da banda, além de apresentar uma das melhores letras do álbum.
A-OK e The Journey são mais animadas, mas caem na categoria de músicas genéricas, feitas para serem hits fáceis (o que talvez explique por que foram descartadas).
Entre os destaques positivos, Destroyed brilha como a melhor faixa do álbum. Com uma letra emotiva, um dos pontos fortes do Imagine Dragons, e uma sonoridade mais crua que remete diretamente à era Smoke + Mirrors, essa faixa poderia ter e entrado na tracklist oficial do álbum de 2015.
Por outro lado, Cowboy surpreende por ser divertida e ter uma sonoridade promissora, apesar de ainda inacabada. Os vocais poderiam ser mais bem trabalhados, pois a faixa mostra potencial e poderia ter sido aproveitada se tivesse uma produção adequada.
Infelizmente, nem todas as faixas têm a mesma força. Black, Playin’ Me e My Car possuem letras e melodias pouco memoráveis, o que até justifica sua exclusão do álbum original.
Para encerrar, Reflections traz uma versão demo de I Bet My Life, um dos maiores sucessos da era Smoke + Mirrors. Óbvio que a versão não tem o mesmo impacto da lançada em 2015, mas ainda assim é interessante para os fãs ouvirem o esboço inicial de um dos hits mais marcantes da banda.
Esse álbum definitivamente não está entre os melhores do Imagine Dragons. É uma experiência difícil de escutar, especialmente para quem esperava algo mais próximo da época de Smoke + Mirrors. Ao longo das faixas, fica claro que muitas delas parecem ser descartes de outras eras da banda, como uma coleção de ideias que não se encaixaram em álbuns anteriores, algumas talvez até ajustadas para soar mais como o som atual da banda. É realmente um álbum que não faz juz à qualidade esperada de uma banda tão talentosa.
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Texto revisado por Angela Maziero Santana