Autor: Beatriz Neves
Formada em Jornalismo, está na sua segunda graduação, desta vez em Línguas, Literaturas e Culturas. Gosta de escrever sobre cinema, viagens e livros.
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O Mundo Depois de Nós, adaptação do livro homônimo de Rumaan Alam, chegará ao catálogo da Netflix na próxima sexta-feira, 8 de dezembro. O livro, publicado em novembro no Brasil pela Intrínseca, foi eleito livro do ano por veículos como The Washington Post, Time, Kirkus e The New Yorker.
Alam constrói uma narrativa repleta de suspense e agilidade. Aqui, o leitor acompanhará um grupo de pessoas que está vivenciando o fim do mundo como eles conhecem, mas não sabem exatamente o que está acontecendo. O romance ainda trata de temas relevantes e sensíveis, como desigualdade de classe, ganância, racismo e a crescente dependência da tecnologia.
Amanda e Clay decidem tirar férias da agitada Nova York e alugam uma casa de veraneio em um destino remoto. No entanto, o descanso é interrompido quando, na calada da noite, o casal Ruth e G.H., que dizem ser os proprietários, aparecem na porta em pânico.
Os estranhos explicam que houve um blecaute geral na cidade e, como não tinham para onde ir, foram para a casa de férias. Amanda e Clay não possuem sinal de TV ou internet, então não têm como confirmar as informações. Agora, eles terão que conviver na constante dúvida se podem confiar uns nos outros.
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*Crédito da foto de destaque: Intrínseca
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Ator revela como foi apresentar a série original do History pelo segundo ano consecutivo
Quando chegou para o primeiro dia de gravação de Inexplicável América Latina (2021), Danton Mello já sabia como gostaria de conduzir a série documental. O programa, que acaba de chegar ao terceiro ano de exibição, se desdobra para recriar fatos sobrenaturais que ocorreram por toda a América Latina.
Durante entrevista exclusiva ao Entretetizei, o ator explica que ao apresentar a série buscou realizar uma entonação enigmática, que aproximasse o público das histórias contadas. “Eu fiquei tão feliz com o convite que cheguei para gravar já com um tom misterioso. Porque eu já conhecia o canal, eu já tinha assistido o William Shatner, estava muito feliz de estar ali, apresentando. Eu cheguei no ambiente vestindo a camisa, muito entregue. Eu me divirto muito assistindo o programa, é muito gostoso. Esse tom de mistério, fazer a narração”, diz.
Mello, que já era fã do canal History, afirma que ficou muito feliz ao receber o convite para comandar a produção. “Quando eu fui chamado para apresentar foi uma alegria enorme, sabe? A possibilidade de apresentar um programa dessa dimensão. Quando eu recebi os roteiros e me falaram qual era a ideia do programa, falei, que incrível. Não só fazer parte da família History, mas estar à frente do programa. Então é uma honra”, revela.
Inexplicável América Latina
A série, que acaba de chegar ao seu terceiro ano, é baseada na franquia Inexplicável com William Shatner — que investiga diversos episódios um tanto intrigantes que ocorreram em solo latino-americano. Desse modo, a nova temporada presenteia o telespectador com 12 episódios, que mostram a América Latina como um local recheado de riquezas naturais e culturais. Além disso, as histórias narradas misturam o popular, o oculto e o místico.
Nesta temporada, o público acompanhará situações surpreendentes, que de fato não possuem explicação. Casos de mães com habilidades poderosas, conexões entre os vivos e os mortos, enigmas da evolução humana, construções mal assombradas e fenômenos naturais estranhos.
Além da apresentação de Mello, as histórias têm o apoio de entrevistas com especialistas, médicos, psicólogos, parentes e amigos dos protagonistas. Para recriar os acontecimentos, também foram utilizados relatos de sobreviventes e testemunhas, além de reconstituições ficcionais e imagens de arquivo.
Quando questionado na entrevista se, para ele, havia um caso mais surpreendente que os demais, Mello destacou que todos têm a sua peculiaridade. “É difícil citar um, porque é um caso mais enigmático que o outro. Eu, por exemplo, — no estúdio, fazendo a locução — a direção me passa o que é o caso, aí já gravo um episódio, me surpreendo com alguma história e aí de repente já vem outra ainda mais intrigante, misteriosa.”
“Eu brinco, falo que também sou um telespectador. Gravo a minha parte separada, entro no estúdio e faço as cabeças, depois vou em outro estúdio e faço a narração. Enquanto a equipe já passou meses viajando pela América Latina inteira, gravando in loco, recriando as histórias. Eu não vejo as imagens, então eu também estou curioso”, complementa.
Assim como o pessoal de casa, o ator demonstra ansiedade para ver o programa finalizado. “Apresento, mas também estou como espectador e como fã do canal. Eu quero ver, porque a minha parte eu sei o que eu fiz, conheço as histórias. Mas eu quero ver e ouvir as pessoas contando as suas histórias, quero ver as recriações que eles fazem. Estou esperando a estreia do programa para acompanhar. Quando tudo estiver montado, conectado. É um trabalho gigantesco que eles fazem, de pesquisa”, declara.
Sucesso nacional
Os contos surpreendentes de Inexplicável América Latina tiveram muito êxito no Brasil, como comemora o apresentador.
“Estou muito feliz com a repercussão que o programa teve no Brasil. Muito impressionado com a quantidade de gente que vinha falar comigo na rua, que acompanhava, que adorava o programa, eu não tinha dimensão. Então foi muito legal ter esse retorno do público nas ruas, nas redes sociais, as pessoas elogiando, sugerindo histórias. Estou muito ansioso com essa temporada nova, tem casos incríveis. Tenho certeza que o público vai curtir muito, vai viajar nessas histórias”, pontua.
Ator ou apresentador?
Quais são as semelhanças entre apresentar uma série documental e dar vida a um personagem em um filme ou novela? Será que elas existem? Segundo Mello, a resposta é sim.
“Tem uma certa semelhança porque eu acabo criando um personagem. Cada personagem tem uma característica, a sua história. E nesse caso, é o Inexplicável América Latina com Danton Mello, mas é um Danton Mello personagem, trazendo esse tom misterioso. Desse lugar, dessas histórias. Então, eu também criei um personagem ali, sabe? Acaba tendo uma certa semelhança. É diferente porque não é um personagem que tem diálogos, que está interagindo com alguém. Meu personagem é apresentar aquelas histórias e conduzir o telespectador a um universo misterioso”, sinaliza.
Preparação e entonação
Ao ser questionado sobre como se prepara para as narrações, o ator afirma que construiu um personagem e todas as suas sugestões foram muito bem recebidas pela produção da série. “Acho que a minha maior preparação foi na temporada anterior, de construir esse apresentador. Porque é Danton, mas o Danton apresentador. Esse foi o desafio, criar esse tom e estar aberto para o que viesse da direção. Mas a parceria foi tão boa, a gente se conectou de uma maneira tão incrível, que eu tudo que levei, do tom, da expressão corporal, das pausas, foi muito bem recebido por toda a equipe de direção”, expõe.
A riqueza histórica e cultural da América Latina
De vampiros no Peru a gigantes no México, a América Latina está recheada de histórias extraordinárias envolvendo seus habitantes. “A gente tem folclore, em qualquer lugar que você for do Brasil alguém tem uma história espiritual, religiosa. E apresentar o programa foi muito interessante, porque eu pude ver que não é só o Brasil, é a América Latina inteira. Eu me lembro que na temporada anterior eu tinha feito o filme Predestinado, a história do médium Arigó. E um dos casos é de uma médium mexicana chamada Pachita. E quando narrei a história eu falei caramba, é o Arigó do México, em versão feminina. A Pachita também realizava cirurgias espirituais”, comunica.
Assistir Inexplicável América Latina é também dar uma volta pela história e cultura da região, como salienta Mello. No mais, é uma oportunidade do público mais jovem entrar em contato com histórias que fazem parte do imaginário das gerações anteriores.
“Acho muito interessante para os jovens conhecerem, não só a história local, do Brasil, mas a história de todo o nosso continente. São histórias incríveis. E abrir a cabeça, né? Eu acho que a gente tem que ter a mente aberta. Porque são tantas histórias, tantas crenças, tantas religiões, manifestações religiosas. A gente tem que seguir o que faz bem para a gente, mas também tem que estar aberto para o diferente, tem que estar aberto para o inexplicável. Então, eu acho que pode abrir a cabeça de muita gente”, ressalta.
Sem sapatos
Ao terminar a entrevista, Mello relembra uma situação inusitada que vivenciou no primeiro dia de gravação. “Me lembro de um momento talvez diferente, divertido. Eu já estava em pé durante muitas horas e a cada troca de câmera eu tinha ali uma cadeira que eu podia sentar e descansar. Mas descansar um minuto, um minuto e meio. Aí começou a doer a coluna, começou a arder tudo. Um dos produtores falou ‘Danton, a gente de agora em diante vai fazer 20 takes que seu pé não vai aparecer, então fica descalço, tira o sapato, fica mais confortável’. Para você ver, eu estou de terno, mas como não mostrou o meu pé eu fiz uma grande parte daquela diária descalço”, relembra.
“Esse pode ser um momento diferente, que as pessoas às vezes não imaginam. Veem tudo pronto, mas eu passei por isso. Eu fiz alguns takes que eu estava de terno e descalço. Ajudou muito, relaxei, fiquei mais aliviado”, finaliza o ator.
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/History