Categorias
Cultura asiática Notícias

Kimchi: mais do que um prato, uma tradição cultural

Do arroz ao hambúrguer, o kimchi é o sabor da Coreia e vai conquistar seu coração (e estômago)

Se você já assistiu a um K-drama ou se perdeu nas playlists de K-pop, provavelmente já viu o kimchi invadir a cena em algum momento. Pode ser em uma refeição caseira ou até no jantar de um personagem que é puro estilo, mas a verdade é que esse prato fermentado se tornou um verdadeiro hit global. E sim, ele é mais do que apenas um acompanhamento apimentado — é um pedaço da história da Coreia e um ícone cultural que conquistou o mundo.

No Brasil, o Dia do Kimchi (22 de novembro) é uma ótima desculpa para mergulhar nessa tradição coreana e entender de onde vem essa explosão de sabor. Então, bora aprender um pouco mais sobre essa delícia que vai muito além de ser só uma comida?

O passado picante da Coreia

O kimchi tem suas raízes ligadas à necessidade de sobrevivência em um dos climas mais severos do mundo: o inverno coreano. Imagine que, por séculos, a Coreia enfrentou invernos rigorosos, com temperaturas que poderiam facilmente chegar a −20 °C. Para sobreviver a essas condições extremas, as pessoas precisavam encontrar formas de conservar os alimentos, já que a agricultura era limitada durante os meses mais frios. E foi aí que o kimchi entrou em cena, não apenas como uma comida saborosa, mas como uma verdadeira estratégia de resistência.

Originalmente, o kimchi era feito com vegetais sazonais e temperos locais. Com o tempo, a técnica de fermentação começou a ser aprimorada, e o prato evoluiu para o que conhecemos hoje. A fermentação ajudava a preservar os vegetais por semanas, ou até meses, sem precisar de refrigeração. Isso garantiu que as famílias coreanas tivessem acesso a alimentos nutritivos mesmo durante os longos períodos em que o cultivo de vegetais frescos era impossível. E o melhor: ao contrário de outros métodos de preservação, como a secagem ou a salga, a fermentação do kimchi preservava não só os nutrientes, mas também acrescentava complexidade ao sabor.

No contexto cultural, o kimchi se tornou mais do que uma forma de garantir a sobrevivência — era também um reflexo de adaptação e perseverança. Em um país com uma geografia tão desafiadora, o kimchi representava a capacidade do povo coreano para se adaptar e transformar dificuldades em soluções criativas. No fim das contas, não era apenas sobre conservar comida, mas manter viva uma tradição que estava diretamente ligada à preservação da vida e do bem-estar. Essa conexão com a resistência e a adaptação se reflete até hoje no papel cultural que o kimchi desempenha na Coreia: mais do que um prato, ele é um símbolo de força, resiliência e conexão com a terra.

Essa história de sobreviver e prosperar está impregnada no próprio conceito do kimchi, e isso é algo que as gerações coreanas continuam a valorizar. Mesmo com as mudanças nas condições de vida e o advento da globalização, o kimchi continua sendo uma parte fundamental das refeições cotidianas, trazendo à tona essa herança de resistência, preservação e, claro, um sabor que nunca deixa de ser único.

Fermentação: o segredo por trás do sabor

O que faz o kimchi ter esse sabor tão único e irresistível é a fermentação. Quando os vegetais são misturados aos temperos e armazenados por dias ou até semanas, um processo químico acontece, transformando o sabor de maneira profunda. A fermentação não só libera os compostos que dão aquele sabor ácido e picante, mas também cria uma riqueza de texturas, desde a crocância do vegetal até a suavidade do molho.

Além disso, esse processo transforma o kimchi em uma verdadeira bomba de benefícios para a saúde. Ele é cheio de probióticos, que são microorganismos responsáveis por melhorar a flora intestinal. E, no final das contas, esses probióticos não só ajudam na digestão, mas também fortalecem o sistema imunológico e ajudam a combater doenças.

Outro ponto interessante é que o kimchi não é uma receita única. Existem diferentes tipos de kimchi, com variações nos ingredientes e no tempo de fermentação. Por exemplo, o kimchi pode ser mais leve, com uma fermentação curta, ou mais intenso, quando deixado por mais tempo. Isso faz com que cada tipo de kimchi tenha um sabor único, refletindo as preferências regionais e familiares da Coreia.

 Kimchi é muito mais que uma comida

Kimchi é muito mais do que um simples prato: ele é uma expressão cultural. Na Coreia, esse prato está presente em praticamente todas as refeições e faz parte da identidade alimentar do país. Ele não é apenas um acompanhamento, mas sim um símbolo de hospitalidade, respeito e conexão entre as pessoas.

Na verdade, a culinária coreana é baseada em um conceito de equilíbrio entre os sabores, as texturas e as cores. E o kimchi cumpre essa função como nenhum outro prato. Ele oferece o contraste perfeito com pratos mais suaves, equilibrando as refeições e ajudando a criar uma experiência de sabor mais rica e completa. Para os coreanos, é impensável uma refeição sem kimchi, e isso reflete o quanto esse prato está entrelaçado com o dia a dia da sociedade.

Além disso, fazer kimchi é uma atividade que vai além da comida. Muitas famílias coreanas mantêm a tradição de preparar o prato juntas, um ritual que fortalece laços e é passado de geração em geração. O Kimjang (김장), o processo de fazer kimchi em grandes quantidades para o inverno, é considerado patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Esse dia especial reúne famílias e comunidades para fazer o prato, mostrando como o kimchi se conecta à ideia de partilhar e preservar.

Globalização: o kimchi vem conquistando o mundo!

Com o crescente sucesso do K-pop e dos K-dramas, a cultura coreana se espalhou pelo mundo, levando o kimchi junto. Hoje, o prato já não é mais uma exclusividade dos restaurantes coreanos. Em cidades como Nova York, Londres e até São Paulo, você encontra kimchi em diversos tipos de pratos, da comida coreana tradicional até as fusões mais inusitadas, como kimchi tacos, kimchi fries e kimchi burgers.

O sabor único e picante do kimchi conquistou até chefs famosos, que veem nele uma maneira de adicionar complexidade e profundidade aos seus pratos. Isso ajudou a transformar o kimchi em uma verdadeira estrela global, não só na culinária, mas também no mercado de alimentos, com versões prontas sendo vendidas em supermercados de vários países.

No Brasil, a popularização do kimchi também está crescendo, principalmente entre os fãs de cultura asiática, que aproveitam datas como o Dia do Kimchi (22 de novembro) para celebrar a comida, aprender mais sobre sua história e, claro, provar diferentes variações do prato. A febre do kimchi é real, e cada vez mais brasileiros estão descobrindo as delícias e os benefícios desse prato milenar.

Kimchi é pop, Kimchi é cultura!

Kimchi é mais do que um simples prato coreano. Ele carrega consigo uma rica história cultural e uma importância que vai muito além da culinária. Seja você fã de K-pop, de K-dramas ou apenas alguém curioso em experimentar novas tradições gastronômicas, o kimchi é a porta de entrada para um universo de sabores, histórias e experiências.

 

Você já experimentou kimchi? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia também: Artigo | Popularização da literatura coreana no Brasil

 

Texto revisado por Cristiane Amarante

Categorias
Cultura asiática Música Notícias

Stray Kids: tudo sobre o fenômeno global do K-pop que fará show no Brasil

O Stray Kids está chegando ao Brasil em 2025 e a gente te conta tudo sobre o grupo que virou um verdadeiro fenômeno mundial!

Foi confirmado: o Stray Kids, um dos maiores grupos da quarta geração do K-pop, fará um show no Brasil em 2025! O anúncio, feito nesta segunda-feira (18), deixou os STAYs (fandom oficial do grupo) em êxtase, com as redes sociais já fervendo de ansiedade e planos para o grande dia – tem gente que até já está na fila pro show! E, convenhamos, motivos não faltam para isso.

Desde sua estreia em 2018, o Stray Kids não para de crescer e conquistar fãs ao redor do mundo. O grupo, criado pela JYP Entertainment, combina música autoral, coreografias impecáveis e uma energia inigualável que tem conquistado o coração de milhões. Mas o que faz do Stray Kids esse fenômeno global que merece toda a atenção? A gente te conta:

Stray Kids

Formado por Bang Chan, Lee Know, Changbin, Hyunjin, Han, Felix, Seungmin e I.N., o Stray Kids nasceu de um programa de sobrevivência homônimo transmitido em 2017 pela JYP. Desde o início, o grupo se destacou por sua proposta: músicas autorais, com letras que expressam força, resiliência e a busca pela própria identidade – mensagens que ressoam com os jovens ao redor do mundo. Tudo isso misturado a um som que mexe tanto com um rock eletrônico como com música eletrônica em si.

Stray Kids
Foto: reprodução/Stray Kids Brasil

Com Bang Chan como líder e produtor principal, eles são conhecidos como um grupo self-produced. O trio 3RACHA (Bang Chan, Changbin e Han) compõe e produz a maioria das músicas, garantindo que cada faixa tenha a assinatura única do Stray Kids. E o resultado disso? Sucessos como God’s Menu, Thunderous, MANIAC e CASE 143, que estão na ponta da língua de qualquer STAY.

Uma jornada de conquistas

O Stray Kids começou chamando atenção na Coreia do Sul, mas rapidamente ultrapassou fronteiras. Eles se tornaram queridinhos em premiações internacionais, vencendo categorias como Best K-pop no MTV Video Music Awards e marcando presença em paradas globais, como a Billboard 200, onde já emplacaram vários álbuns no topo.

Falando em álbuns, os meninos colecionam discos million-sellers, como MAXIDENT e ★★★★★ (5-STAR). Em 2023, o grupo fez história ao ser um dos únicos artistas de K-pop a lotar estádios na América do Norte, algo até então reservado para nomes como BTS e Blackpink.

E o sucesso não para por aí: em 2024 o grupo foi confirmado como um dos headliners do Lollapalooza Paris, provando que são um nome de peso no cenário musical global.

Por que os STAYs amam tanto o Stray Kids?

Além da música cativante, o Stray Kids é conhecido por sua conexão genuína com os fãs. Seja por meio de lives divertidas no Bubble, interações emocionantes durante os shows ou até mesmo gestos simples como aprender frases em português (e até cantar Ai Se Eu Te Pego do Michel Teló), os meninos sempre mostram que se importam com os STAYs.

E vamos combinar: quem não derrete com o sorriso do Hyunjin, o vozeirão do Félix ou as piadas do Han? Cada integrante traz uma personalidade única que forma um equilíbrio perfeito no grupo.

Brasil no radar: a importância da turnê de 2025

O anúncio da vinda do Stray Kids ao Brasil reforça o crescente interesse do K-pop pelo público latino-americano. Nosso país, conhecido pela paixão e intensidade dos fãs, se tornou uma parada obrigatória para os grandes nomes do gênero. E, claro, os STAYs brasileiros já estão prontos para fazer história novamente.

Em 2019, durante um evento de divulgação, os fãs brasileiros surpreenderam os meninos cantando todas as músicas na íntegra – algo que até hoje eles lembram com carinho. Agora, com um show completo no horizonte, a expectativa é altíssima para um dos momentos mais marcantes da carreira do grupo.

O que esperar do show?

O Stray Kids é conhecido por performances energéticas, coreografias de tirar o fôlego e um setlist recheado de hits.

Se você já assistiu vídeos da turnê MANIAC, sabe que eles não brincam em serviço.

Espere por stages eletrizantes de faixas como S-Class e Venom, além de momentos emocionantes com baladas como Mixtape: OH. E, claro, vai ter espaço para fan service – então é bom já treinar os fan chants!

Por que esse show é imperdível?

O show do Stray Kids no Brasil em 2025 será mais do que um evento; será um marco para os fãs e para o cenário do K-pop no país. É a oportunidade perfeita para ver de perto o poder de um dos maiores grupos da atualidade, sentir a energia única do fandom e, claro, cantar junto com todos eles!

Então, STAYs, preparados para fazer história? O Brasil vai ser tomado por um novo furacão em 2025 – e o nome dele é Stray Kids!

Quem aí também ama o Stray Kids? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre o entretenimento asiático.

Leia também: Stray Kids anuncia as primeiras paradas da nova turnê mundial dominATE

 

Texto revisado por Angela Maziero Santana

Categorias
Cultura asiática Eventos Notícias

Next Level apresenta Magic Hooni: o evento que conecta fãs ao influenciador Jang Sunghoon

Jang Sunghoon, o influenciador coreano conhecido como Hooni, desembarca no Brasil para uma série de eventos exclusivos, conectando fãs com sua simpatia e amor pela cultura brasileira

A Next Level, produtora com o lema K-pop para todos, conhecida por oferecer shows acessíveis e experiências exclusivas, traz ao Brasil o evento Magic Hooni, um fanmeeting imperdível com o influenciador Jang Sunghoon.

Artisticamente conhecido como Hooni, Jang Sunghoon nasceu em 11 de junho de 1996, na cidade de Daejeon, Coreia do Sul, e atualmente vive em Seul. Com 28 anos, 1,73m de altura e o signo de Gêmeos, ele é apaixonado por cantar e dançar, além de demonstrar constantemente seu amor pela cultura brasileira em vídeos nas redes sociais. Hooni interage com seus seguidores em lives diárias no TikTok e também é integrante do grupo Moon Crew, que promove experiências interativas com fãs por meio de transmissões ao vivo.

Reconhecido por sua personalidade carismática, divertida e dedicada, Hooni conquista seus fãs com sua autenticidade e carinho. Agora, ele se prepara para visitar o Brasil pela primeira vez, sendo a estrela do Magic Hooni, que passará por São Paulo, Curitiba, Goiânia e Fortaleza. O influenciador também marcará presença nas edições Next Spicy, baladas da Next Level, em São Paulo e Goiânia.

Jang Sunghoon
Foto: divulgação/Next Level

Datas do fanmeeting Magic Hooni:

  • São Paulo: 01/12
  • Curitiba: 04/12
  • Goiânia: 06/12
  • Fortaleza: 07/12

O Magic Hooni promete uma programação especial, incluindo interações com o influenciador, sessões de fotos, photocards exclusivos e a dinâmica Magic Number.

Magic Number é uma brincadeira inspirada no bingo: os fãs compram números e, caso o seu seja sorteado durante o fanmeeting, ganham uma interação exclusiva com Hooni no palco.

Importante: o evento é exclusivo para maiores de 18 anos devido à venda de bebidas alcoólicas e músicas com conteúdo adulto. Compre o ingresso aqui.

Seja no fanmeeting ou na balada, o Magic Hooni é a oportunidade perfeita para conhecer e interagir com o influenciador que tem encantado os brasileiros com seu talento e simpatia!

Quem nós vemos lá? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Categorias
Cultura asiática Notícias

Oriental ou asiático: qual termo usar e por quê?

Entenda a diferença entre esses termos, suas origens e por que a linguagem inclusiva faz toda a diferença quando falamos sobre culturas diversas

Sabe quando a gente fica na dúvida entre oriental ou asiático para falar de alguma cultura ou pessoa da Ásia? Parece que não faz muita diferença, mas esses dois termos têm uma carga histórica que muita gente nem imagina. E, de uns tempos pra cá, a palavra asiático passou a ser a preferida por quem quer ter uma comunicação mais respeitosa e inclusiva. Mas, por quê? Afinal, não dá tudo na mesma?

A resposta é: não! A escolha entre esses termos faz muita diferença para quem tem raízes asiáticas e, ainda hoje, enfrenta um monte de estereótipos e simplificações sobre suas culturas. E, vamos combinar, ninguém gosta de ser reduzido a um estereótipo, né? 

Por isso, bora entender o que está por trás de cada palavra, o que oriental carrega que torna seu uso complicado e como asiático reflete melhor o respeito pela diversidade desse continente gigante.

Entendendo de onde vem cada palavra

A palavra oriental é bem antiga, vem do latim orientalis, que quer dizer do leste ou do oriente. Esse termo era usado principalmente por europeus para descrever regiões que ficavam a leste do continente europeu, como Japão, China e Coreia. 

À primeira vista, pode até parecer uma descrição geográfica simples, mas a coisa é mais profunda do que parece. Oriental acabou se tornando um termo com uma carga cultural e política forte, associado à visão que os europeus tinham do que era diferente e exótico.

E é aí que começam os problemas. Durante os períodos de colonização, muitos povos asiáticos foram tratados como exóticos, misteriosos e até inferiores pelos colonizadores europeus. 

A palavra oriental passou a carregar essa ideia de que tudo o que vinha do Oriente era quase um mundo à parte, cheio de mistérios e que deveria ser desvendado pelo Ocidente. Esse olhar distorcido não só simplificava as culturas asiáticas como também as retratava de uma forma que não respeitava a realidade e a complexidade desses povos.

Por outro lado, o termo asiático é mais direto e neutro. Ele se refere ao continente de forma ampla e sem associações estereotipadas. Ele permite que as pessoas sejam vistas como indivíduos dentro de uma diversidade de culturas, línguas e tradições próprias. Usar a palavra asiático é mais respeitoso justamente porque ela não carrega toda essa bagagem de preconceito e exotização que oriental foi ganhando com o tempo.

Por que oriental pode soar meio estranho?

Vamos pensar: se você chama uma pessoa de oriental, está resumindo uma região com 48 países e mais de 4 bilhões de pessoas a um único termo. É como se todo mundo fosse igual, com a mesma cultura e os mesmos traços. Só que a gente sabe que não é assim. 

Quando você diz oriental, acaba colocando várias culturas ricas e diversas em uma única categoria, o que reforça estereótipos que podem ser bem prejudiciais. E ninguém gosta de ser simplificado desse jeito, né?

Nos Estados Unidos, na década de 1960, a comunidade asiática começou a questionar esse termo. Durante os movimentos pelos direitos civis, muitos ativistas passaram a reivindicar um olhar mais cuidadoso sobre a maneira como as pessoas asiáticas eram retratadas. 

Foi aí que o termo oriental começou a ser deixado de lado. Ele parecia reforçar essa ideia de um outro mundo exótico, o que dificultava uma visão mais humana e realista das culturas asiáticas. Em estados como Nova York e Washington, oriental chegou a ser banido de documentos oficiais, exatamente para afastar o termo de um contexto que era visto como desrespeitoso e até ofensivo.

Além disso, quando a gente parar para pensar no que o termo oriental evoca, muitas vezes ele ainda traz uma imagem clichê de pessoas de olhos puxados, com roupas tradicionais e ambientes que parecem saídos de um filme antigo. Esse tipo de imagem já não representa o que as pessoas da Ásia realmente são e acaba sendo uma simplificação que apaga a modernidade e a pluralidade dessas culturas.

Usar asiático é mais inclusivo e respeitoso

Por tudo isso, quando a gente fala de culturas ou pessoas da Ásia, usar o termo asiático é uma escolha muito mais respeitosa e inclusiva. Ele permite que a gente reconheça a pluralidade do continente sem reduzir tudo a uma visão simplificada. E, claro, asiático também evita aquelas associações antigas e estereotipadas que o termo oriental carrega até hoje.

Outro ponto importante é lembrar que a Ásia é um continente enorme, e falar asiático já abrange uma quantidade imensa de povos e tradições diferentes. Mas, se for possível, sempre vale a pena ser mais específico! Que tal dizer cultura coreana, costumes tailandeses ou gastronomia japonesa? Assim, a gente valoriza ainda mais as diferenças e singularidades de cada cultura dentro da Ásia, sem colocar tudo no mesmo pacote.

Inclusive, é interessante lembrar que a Ásia não é apenas China, Japão e Coreia. Cada país asiático é um mundo em si, com idiomas, tradições e histórias únicas. 

Por exemplo, temos a Tailândia, com seu famoso festival das lanternas e templos exuberantes, ou a Índia, com tradições complexas como o sistema de castas e cerimônias de casamento que podem durar dias. 

Nas Filipinas, a hospitalidade é uma marca cultural forte, e a Turquia, que também faz parte do continente asiático, tem uma herança cultural que mistura influências europeias e asiáticas, criando uma identidade única.

Então, além de usar asiático para uma comunicação mais inclusiva, ir um pouco além e citar o país específico de origem é ainda mais interessante. É um jeito de valorizar a diversidade desse continente e, de quebra, enriquecer nossa própria visão sobre o mundo, aprendendo algo novo sobre culturas tão diferentes e ricas.

O peso das palavras na construção do respeito

Pode parecer só um detalhe, mas a escolha das palavras que usamos importa muito. Quando optamos por asiático em vez de oriental, a gente demonstra que se importa com o impacto das nossas palavras e com as pessoas que elas representam. Isso é um jeito de evitar velhos estereótipos e de criar uma comunicação mais empática e respeitosa. Afinal, nossa maneira de falar sobre os outros diz muito sobre como enxergamos o mundo.

No fim das contas, entender essas nuances é um jeito de mostrar respeito. E vamos combinar, né? O mundo já está cheio de estereótipos e simplificações. Se podemos escolher uma palavra que mostra mais consideração pela diversidade, por que não fazer isso? 

Então, na próxima vez que for se referir a uma cultura ou pessoa da Ásia, lembre-se de optar por asiático. É uma mudança pequena que mostra um cuidado enorme com a forma como nos comunicamos e tratamos as diferenças.

 

Qual a sua opinião sobre isso? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia também: Asiáticos não são todos iguais: vamos parar de generalizar e enxergar as diferenças

 

Texto revisado por Bells Pontes

Categorias
Cultura pop Música Notícias

Coldplay lança clipe The Karate Kid com participação de Ralph Macchio

Ralph Macchio, o eterno Karate Kid, volta a brilhar e a mensagem de acreditar no seu sonho nunca foi tão forte!

Na manhã de hoje (19), o Coldplay lançou o clipe da música The Karate Kid, que faz parte da edição deluxe do álbum Moon Music, chamada Full Moon. E, claro, a estrela não poderia ser outra senão Ralph Macchio, o eterno Daniel LaRusso do filme Karate Kid (1984). O clipe traz Macchio como protagonista, mas não do jeito que você espera.

Ralph Macchio do jeitinho que você nunca viu — longe do karatê

No clipe, Ralph interpreta um músico batalhador, tentando conquistar seu espaço ao se apresentar nas ruas. Em um momento, ele encontra Chris Martin (vocalista do Coldplay), que aparece com o mesmo visual do lyric video de ALL MY LOVE. Essa conexão visual faz total sentido, já que ambos os vídeos foram dirigidos por Chris Candy e estão conectados por um vinil que foi anunciado essa semana, com as duas músicas na tracklist.

Quando a música e o sonho se encontram 

Assim como Daniel LaRusso no filme, o personagem de Macchio precisa batalhar para ver seu sonho se tornar realidade. Em uma cena cheia de simbolismo, ele troca um relógio e um ursinho de pelúcia por um ingresso para o show do Coldplay. E o destino ainda faz a mágica acontecer quando ele usa um cartaz jogado fora por um casal para escrever uma mensagem, chamando a atenção de outros para o show. 

Dentro do estádio Marvel, em Melbourne, ele é surpreendido ao ser convidado por Chris Martin para subir no palco. Chris, fingindo estar sem voz, dá a Macchio a oportunidade de cantar (com sua voz dublada, claro) e, no final, ele é ovacionado pela multidão, realizando o que parecia um sonho distante.

A conexão com Karate Kid

Quem viu o filme Karate Kid sabe o quanto ele trata de perseverança, superação e, claro, acreditar no próprio potencial. E esse é o espírito por trás de The Karate Kid do Coldplay. Em um dos versos da música, Chris Martin canta: “Oh, Daniel. Sabe como fazer um sonho se tornar realidade.” O vocalista explicou que, quando menciona o nome Daniel, está falando com uma versão de si mesmo, com aquela parte dele que compete na luta da vida.

Já Daniel LaRusso é aquele personagem que marcou gerações. No filme de 1984, ele é um adolescente que se muda para a Califórnia e logo vira alvo de bullying por uma parte de estudantes que praticam karatê, liderados por Johnny Lawrence (o famoso Cobra Kai). Tudo muda quando Daniel encontra o Sr. Miyagi, um mestre de karatê que ensina a arte marcial de forma única, misturando paciência, disciplina e autodefesa.

The Karate Kid
Foto: reprodução/CNN

No final do filme, no icônico torneio de karatê, Daniel usa o chute da garça para vencer Johnny, uma lição valiosa sobre encontrar força onde você menos espera. A jornada de Daniel foi um marco de como perseverar frente aos desafios — e o clipe do Coldplay traz essa mensagem em doses de emoção e música.

Essa conexão entre o filme, a música e o clipe do Coldplay nos lembra de uma coisa importante: nunca desistir de nossos sonhos. Se Daniel pode fazer, por que você não pode?

 

Quem aí também se emocionou com o clipe? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre o cinema e música.

Leia também: Relembrando Sucessos | Karate Kid: A Hora da Verdade

 

Texto revisado por Cristiane Amarante

Categorias
Cinema Musicais Notícias Resenhas

Crítica | Wicked — Uma das melhores adaptações já feitas

O filme entrega tudo, mas nós não podemos falar muita coisa além de: vá ao cinema! 

O Entretê conferiu a versão legendada do filme!

Se você achava que o cinema musical não podia te surpreender mais, Wicked chega para mudar tudo. Jon M. Chu, conhecido por sucessos como Podres de Ricos (2018) e Em Um Bairro de Nova York (2021), entrega uma adaptação emocionante e visualmente espetacular, que faz jus ao legado do musical original e ainda consegue ir além. É um filme que cativa, emociona e te transporta para um mundo mágico de forma inesquecível. 

A história acompanha Elphaba, vivida por Cynthia Erivo, uma jovem de pele verde que entra na Universidade Shiz para entender seus poderes e tentar encontrar seu lugar no mundo. Por mais que ela tente, seu jeito desajeitado e sua aparência a colocam como alvo de olhares tortos e piadinhas — até que ela cruza o caminho de Glinda, interpretada por Ariana Grande, a bruxa boa e a garota mais popular do campus.

Apesar de começarem como rivais, as duas constroem uma amizade inesperada, que logo será testada por segredos, escolhas e, claro, pela chegada do misterioso Mágico de Oz

Wicked
Foto: reprodução/People

Diferente de muitas histórias sobre amizade, Wicked não tem medo de explorar o lado mais complicado das relações humanas. O roteiro de Winnie Holzman mergulha fundo nos desafios, nas inseguranças e nos sacrifícios que moldam Elphaba e Glinda ao longo do tempo. Além disso, o filme mostra os acontecimentos por trás de O Mágico de Oz (1939), trazendo uma nova perspectiva para esse universo já tão conhecido — e o faz de um jeito que é impossível não se apaixonar. 

Um elenco que brilha como as esmeraldas de Oz 

Cynthia Erivo é simplesmente impecável como Elphaba. Não é só a maquiagem verde ou os efeitos especiais que impressionam — a atriz entrega uma Elphaba humana, cheia de nuances e com uma força que só cresce à medida que a trama avança. Quando ela canta Defying Gravity é impossível não se arrepiar e, talvez, chorar um pouquinho (eu chorei bastante). 

Wicked
Foto: reprodução/People

Ariana Grande também surpreende como Glinda. Por aqui, amamos Ariana atuando e queremos mais. Ela traz o equilíbrio perfeito entre a leveza cômica e os momentos mais emocionantes da personagem, mostrando que Glinda é muito mais do que uma garota fútil e engraçadinha. A química entre Erivo e Grande é mágica, transformando as cenas das duas em pura emoção. 

O restante do elenco também não fica para trás. Michelle Yeoh, como Madame Morrible, dá ao papel uma presença poderosa e quase intimidadora, enquanto Jeff Goldblum encanta como o Mágico de Oz. Já Ethan Slater, como Boq, adiciona um toque inesperado de ternura à trama. 

Direção que é pura magia 

Jon M. Chu mostra mais uma vez por que é um dos diretores mais talentosos da atualidade. Ele sabe exatamente como equilibrar os momentos grandiosos com os mais íntimos, criando um filme que é tanto visualmente deslumbrante quanto emocionalmente impactante. 

Wicked
Foto: reprodução/People

As sequências musicais são um show à parte. Cada número é tratado como uma obra de arte, com coreografias impressionantes, enquadramentos criativos e efeitos que parecem tirar o fôlego. Defying Gravity, por exemplo, é um dos momentos mais emocionantes do filme — e já pode ser considerado um marco na história dos musicais. 

Falando em música… 

A trilha sonora, com as músicas icônicas de Stephen Schwartz, continua sendo o coração de Wicked. 

E o visual, então? É de deixar qualquer um hipnotizado. Desde os figurinos detalhados até os cenários grandiosos, tudo foi pensado para transportar o público para o universo de Oz. A Cidade das Esmeraldas brilha em tons de verde tão vibrantes que parecem sair da tela, enquanto a Universidade Shiz é cheia de charme e vida, com detalhes que deixam o mundo mágico ainda mais crível. 

Por que você não pode perder Wicked 

Wicked não é só um filme — é uma experiência emocionante do começo ao fim. Com uma história cheia de coração, atuações brilhantes e uma produção que transborda magia; o longa já se firma como um dos melhores musicais dos últimos anos. É o tipo de filme que te faz rir, chorar, cantar e sair do cinema com o coração aquecido. 

Wicked
Foto: reprodução/People

Se a primeira parte é tão grandiosa assim, é impossível não ficar ansioso para o que vem a seguir. Enquanto isso, é certeza que você vai passar dias cantarolando Popular ou The Wizard and I e lembrando das cenas que ficaram gravadas na memória. Afinal, Wicked não é só sobre magia — é sobre emoção, amizade e encontrar o seu próprio brilho, mesmo quando tudo parece estar contra você. 

 

Quem aí também ama a história de Wicked? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre o cinema.

Leia também: Trilha sonora de Wicked será lançada no mesmo no mesmo dia do filme

 

Texto revisado por Cristiane Amarante

Categorias
Cultura asiática Livros Notícias

Artigo | Popularização da literatura coreana no Brasil

Artigo por Prof. Dr. Luis Girão (Universidade de São Paulo)

A literatura coreana começou a ganhar espaço no Brasil entre as décadas de 1980 e 1990, especialmente com poesia e contos. Nos anos 2000 e 2010, obras como Por favor, cuide da mamãe, de Kyung-sook Shin, e A Vegetariana, de Han Kang, trouxeram maior visibilidade e abriram caminho para novos autores. Até que, em 2014, chegaram títulos como Sukiyaki de domingo, de Bae Suah, e Flora Hen: uma fábula de amor e esperança, de Hwang Sun-mi, destacando temas femininos e críticos, além de uma produção voltada ao público infantojuvenil.

literatura coreana
Foto: divulgação/ 창비

Com o Man Booker Prize para Han Kang em 2016, o interesse pela literatura coreana se expandiu, sendo reacendido em 2018 pela retradução de A Vegetariana. Títulos como Pepino de alumínio, de Kang Byoung Yoong, e Chiclete, de Kim Ki-taek, ambos de 2018, exploraram alienação e condição humana, ampliando o leque de temas. O Oscar para o filme Parasita, de Bong Joon-ho, em 2020, impulsionou ainda mais a busca por narrativas coreanas.

Entre 2019 e 2020, a publicação de títulos coreanos no Brasil cresceu 300% em relação à década anterior, com uma média de 12 lançamentos anuais. Títulos como O bom filho, de Jeong You-jeong, e A história de Hong Gildong, de Heo Gyun, evidenciaram a diversidade de gêneros, do thriller ao drama histórico, e até graphic novels, como Grama, de Keum Suk Gendry-Kim, que aborda temas dolorosos da história coreana, como as mulheres de conforto.

Em 2021, a literatura coreana atingiu novo pico, com mais de 30 lançamentos, incluindo webtoons e romances aclamados como Atos Humanos, de Han Kang, e “Noite e dia desconhecidos”, de Bae Suah. O Brasil também assistiu ao crescimento de títulos infantojuvenis e ilustrados, como Rio, o cão preto, de Suzy Lee, premiado pela FNLIJ em 2022.

O ano de 2022 registrou o maior número de publicações coreanas no Brasil em um único ano: 34 títulos, impulsionado pelo sucesso do drama Squid Game (Round 6), da Netflix. Destacam-se Kim Jiyoung, nascida em 1982, de Cho Nam-joo, e Jun: a história real de um músico autista, de Keum Suk Gendry-Kim, que abordam feminismo e neurodivergência, explorando temas contemporâneos da Coreia.

Em 2023, a ficção de cura dominou, com títulos como A inconveniente loja de conveniência, de Kim Ho-yeon, abordando saúde mental e equilíbrio emocional, ressoando com leitores que buscavam conforto no pós-pandemia.

Em 2024, a ficção de cura consolidou-se como um dos principais gêneros da literatura coreana no Brasil, com obras como A grande loja de sonhos, de Miye Lee, e A incrível lavanderia dos corações, de Yun Jung-eun. A Bienal do Livro de São Paulo trouxe a autora Hwang Bo-reum para apresentar Bem-vindos à livraria Hyunam-dong. Outros gêneros, como a literatura fantástica e a ficção científica, também ganharam destaque, com títulos como Coelho Maldito, de Bora Chung, e “Contrapeso”, de Djuna, ampliando a complexidade das narrativas coreanas que atraem cada vez mais o público brasileiro.

Também em 2024, livros ilustrados destinados ao público infantil, como Verão, de Suzy Lee, e A lenda dos amigos, de Lee Gee Eun, ganharam destaque e ampliaram o impacto da literatura coreana entre jovens leitores, reforçado pelo prêmio FNLIJ concedido a Piscina, de JiHyeon Lee.

Ao longo de uma década, a literatura coreana expandiu-se no Brasil, abrangendo temas como feminismo, infância, saúde mental e identidade, consolidando a K-Literature como um dos fenômenos mais relevantes da Hallyu no mercado editorial brasileiro.

 

Você já leu algum livro coreano? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Categorias
Cultura asiática Música Notícias

Somos mesmo a geração que desistiu? O que Silver Spoon do BTS revela sobre os desafios dos jovens hoje

Somos a geração que desistiu ou que está em busca de novos caminhos?

Somos uma geração que desistiu ou apenas está procurando outro caminho? Nossos pais e avós cresceram acreditando que, com esforço, qualquer um poderia conquistar seus sonhos. Mas será que essa ideia ainda faz sentido? Em um mundo onde tudo parece mais difícil, muitos jovens tentam entender seu lugar num sistema que parece sempre contra eles. Em Silver Spoon (ou Baepsae), o BTS aborda exatamente essas questões, revelando a frustração e o senso de injustiça que pegam em cheio as novas gerações.

Entre dívidas, crises e expectativas que não batem com a realidade, a juventude enfrenta obstáculos que não têm nada a ver com falta de esforço. Parece mais que o jogo já começa em desvantagem. Ao contrário do que dizem, não somos preguiçosos e desinteressados. Como o BTS expõe na música, muitos jovens estão na luta para achar um espaço justo, num mundo que já os exclui logo de cara.

A corrida desigual: começamos em desvantagem

A galera de hoje em dia olha para o mercado de trabalho e se pergunta: será que aquela velha receita de estudar, se formar e ralar ainda é válida? Em Silver Spoon, BTS usa a metáfora do baepsae (o passarinho que tenta andar como uma cegonha) para questionar esse sistema. A música critica como, por mais que a juventude se esforce, ela simplesmente não consegue acompanhar o ritmo de um mundo onde quem já nasceu com vantagem tem muito mais chances de se dar bem.

Além disso, o trabalho temporário e a competitividade aumentaram, deixando o emprego cada vez mais instável. Aquele diploma universitário, que antes era o passaporte para a estabilidade, hoje em dia quase não garante nada. Muitos jovens saem da faculdade com uma dívida enorme e uma cobrança interna e externa de atingir uma segurança que parece inalcançável. Essa situação só reforça o contraste entre a promessa de meritocracia e a realidade da desigualdade.

E com a pandemia esses problemas só se intensificaram. Setores inteiros foram devastados, deixando a juventude, que já estava vulnerável, ainda mais exposta. Como o BTS critica, a questão não é falta de esforço — é uma sociedade que exige demais, mas entrega pouco em troca.

Saúde mental na berlinda: quem aguenta?

Outro peso enorme para a juventude é a pressão psicológica. Em um cenário de tanta competição e incerteza, muitos jovens enfrentam ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental. E, pra piorar, o estigma em torno da saúde mental dificulta a busca por ajuda. Enquanto as gerações passadas talvez não tivessem esse foco, a complexidade dos desafios de hoje torna a questão mais urgente do que nunca.

As redes sociais e a mídia só aumentam essa pressão, expondo a juventude a padrões de sucesso que nem sempre são reais. Em Silver Spoon, o BTS fala dessa cobrança surreal que a sociedade coloca sobre os jovens para que eles brilhem, enquanto oferece condições bem diferentes das que permitiram o sucesso das gerações anteriores. Essa disparidade gera uma crise de identidade e um descontentamento que não é culpa da juventude.

Incerteza no futuro e os objetivos que se afastam

A instabilidade econômica e política só aumentam essa incerteza sobre o futuro. Isso afeta não só quem quer estabilidade financeira, mas também quem luta por mudanças sociais e ambientais. Em Silver Spoon, BTS reflete sobre como o sistema que prometia sucesso para quem se esforça, agora mostra suas rachaduras. A compra de uma casa, um marco de estabilidade para nossos pais, hoje é um sonho distante para muita gente que vive no limiar entre o trabalho precário e a sobrecarga só para garantir o mínimo de segurança financeira.

A juventude enfrenta um cenário onde precisa escolher entre suas aspirações e necessidades básicas. E o medo das crises — políticas, ambientais, de saúde — só aumenta essa sensação de que o futuro é cada vez mais instável. BTS deixa claro que o problema não é a desistência dos jovens, mas um sistema que não dá suporte para que eles possam prosperar.

Desistimos mesmo ou estamos só recalculando a rota?

No fim, a pergunta “somos a geração que desistiu? é bem mais complexa do que parece. A crítica de BTS em Silver Spoon revela que a questão não é sobre desistência, mas sobre adaptação e resiliência diante de desafios inéditos. O que pode parecer desistência para alguns é, na verdade, a busca por novos caminhos e uma redefinição do que significa sucesso.

Silver Spoon é mais que uma música: é um grito de resistência. A geração atual não aceita mais ser rotulada como perdedora ou frágil. Se existe uma desistência, talvez seja do peso de expectativas irreais. A juventude não desistiu de lutar, apenas decidiu questionar e reinventar o sistema. É essa reinvenção, essa vontade de mudar o jogo, que define nossa geração — e é isso que Silver Spoon nos lembra: o futuro ainda é incerto, mas a luta por justiça e por um sistema mais equilibrado não vai parar tão cedo.

 

Qual a sua opinião sobre isso? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia também: 20 vezes que o BTS lançou críticas em forma de música

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

Categorias
Cultura asiática Notícias

Asiáticos não são todos iguais: vamos parar de generalizar e enxergar as diferenças

Reduzir a Ásia a um tudo igual é fechar os olhos para um continente com culturas fascinantes e distintas

A cultura asiática está em alta. A força do K-pop, a popularidade dos dramas e o sucesso de filmes coreanos e japoneses vêm conquistando o Ocidente. Mas junto com essa visibilidade, surgiu uma visão distorcida de que asiático é tudo igual. Esse pensamento ignora a diversidade de um continente com milhares de anos de história e identidade. A ideia de que todos os asiáticos compartilham da mesma cultura ou aparência reforça estereótipos racistas. Bora explorar o quanto isso é prejudicial e por que é essencial enxergar e celebrar as diferenças entre cada país asiático:

A visão ocidental e o efeito pan-asiático que nivela tudo por baixo

Primeiro, vamos falar sobre o efeito pan-asiático. Esse termo descreve a tendência ocidental de enxergar a Ásia como um único bloco homogêneo, sem diferenciar países, culturas e histórias. Para muitos ocidentais, basta que algo venha da Ásia para ser visto como exótico ou representante da cultura asiática. Isso é problemático porque ignora que Japão, China, Coreia do Sul, Tailândia, Vietnã e outros países têm identidades e valores únicos. Reduzir todos os asiáticos a uma única categoria cultural apaga a complexidade que torna cada uma dessas culturas especial.

Esse efeito pan-asiático é alimentado pela falta de educação sobre a Ásia e por uma mídia que reforça esses estereótipos. Quantas vezes já vimos personagens asiáticos em filmes ocidentais sem uma história própria ou interpretados por atores de outras nacionalidades? Isso cria uma imagem superficial e equivocada.

No entretenimento, é comum ver produções coreanas, japonesas e chinesas sendo agrupadas como conteúdo asiático sem distinção, o que resulta numa visão empobrecida da Ásia e ignora até as rivalidades históricas e dinâmicas culturais de cada país.

Essa visão também ignora as tensões políticas e culturais que existem entre países asiáticos. Japão e Coreia, por exemplo, têm uma relação marcada por séculos de conflitos históricos, que ainda afetam como os dois povos se enxergam e interagem. China e Taiwan vivem uma tensão política complexa, muitas vezes ignorada pelo Ocidente. Tratar esses países como uma unidade é desrespeitoso, pois apaga essas histórias e contribui para uma compreensão rasa das particularidades asiáticas.

A diversidade linguística como expressão cultural

A diversidade linguística asiática é um exemplo claro de como cada país tem sua própria identidade. Muitos no Ocidente nem sabem que existem dezenas de línguas na China, incluindo o mandarim e vários dialetos regionais. E a escrita? Enquanto o Ocidente tem um único alfabeto, países como Japão e Coreia têm sistemas complexos com significados culturais únicos.

No Japão, há três sistemas de escrita – hiragana, katakana e kanji – que refletem tanto a história quanto influências culturais. Na Coreia, o alfabeto hangul é um símbolo de orgulho, criado para facilitar a alfabetização e afirmar a identidade única do país.

Ainda assim, muitos acham que asiático é tudo igual e se referem a qualquer idioma asiático como chinês ou japonês, ignorando que a língua é uma das expressões mais profundas de uma cultura. A língua molda a forma como as pessoas pensam e se relacionam.

Na Coreia, por exemplo, existe uma hierarquia na linguagem que reflete respeito aos mais velhos e à estrutura social. No Japão, a comunicação é polida e indireta, refletindo a importância da harmonia e do respeito mútuo. Ver a Ásia como um todo homogêneo é ignorar essa riqueza e perder a chance de conhecer um mundo de valores e perspectivas únicos.

K-pop, doramas e animes: um festival de diferenças ignoradas

O entretenimento asiático é um dos exemplos mais claros de como cada país se expressa de maneira única. Embora K-pop, doramas e animes tenham conquistado fãs no mundo todo, ainda existe uma visão de que “é tudo a mesma coisa”.

Quem conhece esses universos sabe que o K-pop é muito mais do que música – é um fenômeno cultural sul-coreano com coreografias elaboradas, um sistema de treinamento intenso e uma estética visual profundamente ligada à cultura local.

Já os doramas japoneses têm uma abordagem bem diferente dos dramas coreanos, com histórias mais contidas e que lidam com questões sociais de forma introspectiva. Enquanto isso, os dramas coreanos são conhecidos por serem intensamente emocionais, focados no romance e no melodrama, atraindo um público apaixonado. Ignorar essas diferenças é desrespeitar o trabalho que cada país coloca em suas produções, tratando tudo como produto asiático e apagando o que cada uma tem de único.

E o que dizer dos animes, uma forma de expressão genuinamente japonesa com raízes na cultura pop do país? Anime não é apenas animação; é um reflexo das tradições, lendas e espiritualidade do Japão. Colocar tudo isso no mesmo saco é nivelar por baixo e desrespeitar o que cada país asiático tem de mais autêntico.

Asiáticos no cinema ocidental: os estereótipos que reforçam o apagamento

Quando o assunto é representatividade no cinema ocidental, os asiáticos geralmente não têm o espaço que merecem, e, quando têm, são retratados de maneira rasa ou estereotipada. Quantas vezes já vimos um personagem asiático em Hollywood que não fosse o gênio nerd ou o lutador de artes marciais? Esse tipo de representação cria uma imagem limitadora e, na maioria das vezes, nem leva em conta a nacionalidade do personagem.

Esse apagamento se estende aos temas e histórias dos personagens asiáticos, que raramente ganham profundidade. Mesmo com avanços em filmes como Parasita (2019) e Minari (2020), que trouxeram histórias autênticas sobre coreanos, a indústria ainda tem muito o que mudar. A falta de personagens asiáticos com narrativas complexas reflete uma visão ocidental que generaliza e homogeneiza a Ásia.

A experiência de asiáticos no Ocidente: identidade apagada e preconceito diário

Para quem é asiático e vive no Ocidente, o impacto desse estereótipo de tudo igual é sentido diariamente. Pessoas de ascendência asiática são frequentemente confundidas umas com as outras, como se o Ocidente não se importasse em diferenciar um japonês de um chinês ou um coreano. Essa visão simplista pode parecer inofensiva, mas é desumanizadora.

Além disso, há um impacto direto no sentido de pertencimento. Muitos asiáticos no Ocidente se sentem pressionados a escolher entre suas raízes culturais e a assimilação em uma sociedade que os vê como diferentes. Isso cria um dilema de identidade e pertencimento, em que a tentativa de ser ocidental nunca é suficiente.

Vamos parar de achar que asiático é tudo igual e começar a respeitar a riqueza de cada cultura. A Ásia é um continente fascinante, com identidades únicas e histórias complexas que merecem ser ouvidas e compreendidas. Respeitar essas diferenças é o primeiro passo para construir um mundo mais inclusivo e inteligente!

 

Qual a sua opinião sobre isso? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia mais: 

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

Categorias
Beleza Cultura asiática Notícias Séries

K-dramas, beleza irreal e autoestima: o impacto dos padrões coreanos na vida de quem assiste

Como a imagem dos protagonistas nos K-dramas afeta quem assiste e a pressão estética intensa que ela impõe

Com a explosão da popularidade dos K-dramas, milhões de pessoas se apaixonaram por essas produções que misturam cultura, romance e uma estética deslumbrante. No entanto, à medida que esses dramas conquistam o mundo, uma questão relevante surge: o impacto dos padrões de beleza quase inatingíveis que eles exibem. 

A aparência dos protagonistas, muitas vezes impecável e fora da realidade, é central nas tramas, abordando temas como transformações físicas, inseguranças e jornadas de autoaceitação. Para alguns, essas histórias são inspiradoras; para outros, podem representar uma fonte de pressão e até de insegurança.

“Como ator, gosto de explorar séries que normalmente não assistiria. Foi assim que descobri o mundo dos K-dramas, com histórias e atuações que me fascinaram. Além das tramas envolventes, aprecio a maneira como eles exaltam a cultura coreana em detalhes como culinária, dança e esportes.” – Bruno Rodriguez, ator.

A Coreia do Sul é conhecida por seus padrões estéticos elevados, e essa realidade é refletida de forma intensa nos K-dramas. Protagonistas com pele impecável, corpos esguios e rostos simétricos dominam as telas. 

Em produções como Beleza Verdadeira (True Beauty, 2020) e Minha Identidade é Beleza de Gangnam (My ID is Gangnam Beauty, 2018), vemos personagens que enfrentam inseguranças profundas e passam por transformações para se aproximar desses ideais, reforçando expectativas de que apenas quem atingir tal perfeição será aceito e feliz.

A beleza quase impossível: como os padrões coreanos dominaram os K-dramas

Na Coreia do Sul, a estética é uma obsessão, e isso é refletido nos dramas. O país abriga uma das maiores indústrias de beleza do mundo, e o desejo de alcançar a aparência perfeita é quase uma norma social. 

Nos K-dramas, frequentemente vemos protagonistas que passam por transformações físicas, sugerindo que a conquista de uma “beleza ideal” traz uma vida mais feliz e bem-sucedida.

“Percebo, principalmente em séries que retratam adolescentes, uma valorização da perfeição e a presença de temas como bullying intenso. Ao assistir A Lição (The Glory, 2022), vi uma representação do bullying que parecia exagerada, mas, em Beleza Verdadeira, percebi que essa temática é comum nos K-dramas e reflete uma realidade mais intensa do que eu imaginava.”  – Bruno Rodriguez, ator.

Dramas como Beleza Verdadeira trazem essa transformação estética como uma redenção para os personagens. Ju-kyung, a protagonista, aprende a usar maquiagem para esconder suas inseguranças e passa de comum a uma jovem que se encaixa no padrão de beleza. 

K-drama
Foto: reprodução/Viki

Embora o drama tente falar de autoaceitação, a mensagem de que a beleza é uma ferramenta poderosa permanece, o que pode provocar insegurança em quem já lida com questões de autoestima.

Transformações que desafiam a realidade

As mudanças físicas nos personagens dos K-dramas, geralmente apresentadas como soluções rápidas e milagrosas, geram um ideal de beleza inalcançável. Em Minha Identidade é Beleza de Gangnam, Kang Mi-rae decide fazer uma cirurgia plástica para escapar do bullying. 

Embora o drama explore os dilemas psicológicos de Mi-rae após a cirurgia, a narrativa mostra como a beleza é tratada como chave para aceitação social, ainda que as inseguranças persistam.

K-drama
Foto: reprodução/Soompi

Essas narrativas podem, ao mesmo tempo, gerar empatia e causar desconforto. A beleza ideal representada nas telas reforça a ideia de que o sucesso e a aceitação estão diretamente ligados ao cumprimento de padrões estéticos, criando, para o público, uma divisão entre fantasia e realidade.

“A representação do ‘rosto perfeito’ e a forma como isso afeta a autoestima dos jovens me incomoda. Assistindo, percebi o quanto eu, sendo negro, me senti automaticamente excluído desse padrão inatingível. Fiquei imaginando: será que, pela minha cor e gênero, eu estaria tão distante do ideal de beleza coreano que nem seria alvo de comparação?”  – Bruno Rodriguez, ator.

Beleza e valor pessoal: quando os K-dramas acertam

Apesar da pressão estética, alguns K-dramas desafiam os padrões ao mostrar personagens fora do estereótipo coreano. 

Em Fada do Levantamento de Peso Kim Bok-joo (Weightlifting Fairy Kim Bok-joo, 2016), a protagonista é uma jovem levantadora de peso, com um corpo forte e personalidade vibrante. O drama foca nas suas inseguranças e na busca por se valorizar, incentivando o público a reconhecer qualidades além da aparência.

Essas representações oferecem uma visão mais saudável e inclusiva. Para muitos, personagens como Bok-joo representam uma quebra dos estereótipos e mostram que é possível encontrar amor e sucesso sem precisar se transformar fisicamente.

O impacto na autoestima do público

Para fãs de K-dramas, as mensagens de beleza e aparência podem ter efeitos variados. Muitos se identificam com as lutas dos personagens, enquanto outros sentem a pressão de alcançar o visual impecável das estrelas. Esses dramas, embora cativantes, influenciam a maneira como o público percebe a própria imagem, especialmente em uma era em que redes sociais intensificam a obsessão pela estética.

Consumir essas histórias com uma visão crítica é fundamental, especialmente para o público jovem, que já enfrenta a pressão estética em outras esferas. A Coreia do Sul, ao exportar sua cultura através dos K-dramas, leva esses ideais estéticos para um público global, tornando essencial lembrar que essa perfeição é uma construção.

A beleza como escolha, e não como regra

Os K-dramas estão gradualmente incluindo mais diversidade em suas representações de beleza, com personagens autênticos que desafiam os padrões estéticos tradicionais. 

Aproveitar essas histórias como entretenimento, sem se deixar envolver pela pressão estética que elas carregam, é uma forma de manter o equilíbrio. Reconhecer que a beleza retratada nos K-dramas é geralmente uma fantasia pode ajudar o público a assistir com um olhar mais crítico.

Essas histórias nos lembram que a transformação real começa de dentro. Ser feliz consigo mesmo é um processo que vai além da aparência, e os K-dramas podem evoluir para celebrar essa diversidade.

A visão de uma psicóloga sobre os padrões de beleza nos K-dramas e seu impacto psicológico

“Como psicóloga e criadora de conteúdo, observo nas redes sociais o impacto que a exposição constante a padrões estéticos irreais têm na autoestima e na percepção de valor próprio. A linha entre se inspirar e se comparar é tênue e, ao cruzá-la, podemos cair em uma insatisfação que gera outros sofrimentos.

 

Assistir a K-dramas é encantador, mas tentar trazer esses ideais para nossa realidade pode nos prejudicar. Por trás da imagem perfeita, há produção, maquiagem, dietas, edições e filtros. Essa “perfeição” não é real, e, ao nos compararmos, sentimos que precisamos nos adaptar.

 

Essa comparação constante gera um ciclo de autocrítica que afeta nossa autoestima. O que começa como um desejo de “melhorar” evolui para uma sensação de inadequação. Perseguindo um padrão inalcançável, esquecemos nossa autenticidade e o que é único em nós.

 

Eu mesma vivo esse ambiente e sei como é fácil cair nessa armadilha. Por isso, sempre falo sobre autoaceitação e a importância de nos valorizarmos. Ninguém é impecável o tempo todo, e está tudo bem. Precisamos diferenciar entretenimento da realidade, consumindo esses conteúdos sem sacrificar o amor-próprio.

 

Após anos estudando o tema, aprendi que nossa autoestima cresce quando aceitamos nossas características reais. Isso não significa abandonar o autocuidado, mas fazê-lo por respeito a quem somos, e não para atingir um ideal inalcançável. Ao nos libertarmos da comparação, fortalecemos nossa autoestima, que passa a depender de nosso próprio reconhecimento.

 

Minha orientação é: consuma seus conteúdos favoritos com leveza e consciência. Inspire-se no estilo que admira, mas lembre-se de que seu valor está em ser verdadeiramente você.” – Juliana Capel, psicóloga especialista em Psicologia Positiva.

Autoestima em tempos de K-dramas

Os K-dramas refletem tanto os sonhos quanto as inseguranças da sociedade. Para o público ocidental, é importante manter uma perspectiva saudável e lembrar que a beleza vista nas telas é apenas uma parte das histórias. Embora muitos K-dramas continuem promovendo uma estética idealizada, há uma crescente demanda por personagens que espelhem a diversidade e a realidade de quem assiste.

 

Qual a sua opinião sobre isso? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia mais: De comédia a thriller, confira as séries asiáticas que estreiam em novembro

 

Texto revisado por Bells Pontes

plugins premium WordPress

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Acesse nossa política de privacidade atualizada e nossos termos de uso e qualquer dúvida fique à vontade para nos perguntar!