Categorias
Entretenimento Notícias

Netflix: o que chega na plataforma em Abril

Sombra e Ossos, The Circle: USA e Esquadrão Trovão são destaques do mês

 

A Netflix divulgou a lista com os lançamentos de abril no streaming. Diversos filmes, séries e documentários chegam para que você possa atualizar sua lista de assistidos. Preparados para conferir os destaques?

O primeiro destaque vai para o filme Esquadrão Trovão. A trama, protagonizada por Melissa McCarthy e Octavia Spencer, conta a história de duas amigas de infância que se reencontram e acabam formando uma dupla de super-heroínas quando uma delas cria uma fórmula que dá superpoderes a pessoas comuns. O longa estará disponível a partir de 09 de abril.

Foto: Divulgação/Netflix

O documentário  Meu Amor – Seis histórias de Amor Verdadeiro chega à plataforma no dia 13 de abril. Sob direção do coreano Jin Moyung, a série acompanha casais de várias partes do mundo que estão juntos há mais de 40 anos, além de contar com um olhar delicado sobre suas histórias de amor. Eles vivem relacionamentos duradouros e compartilham seus momentos marcantes em relatos filmados ao longo de um ano. O primeiro episódio da trama é dirigido pela documentarista brasileira Carolina Sá e traz características da cultura nacional ao contar a história de Jurema e Nicinha, duas mulheres que se relacionam há 43 anos e vivem na Rocinha, Rio de Janeiro.

Em 14 de abril, um dos realities queridinhos da plataforma em 2020 retorna para a sua segunda temporada. The Circle USA é um jogo de tramoias e estratégias, onde um novo grupo de amigos e rivais se conecta e compete pelo prêmio de 100 mil dólares.

Foto: Cine Pop

Atenção, fãs de literatura! A adaptação do livro Sombra e Ossos, de Leigh Bardugo, chega ao streaming no dia 23 de abril. A trama se passa em um mundo devastado pela guerra, onde a órfã e soldado Alina Starkov (Jessie Mei Li) acaba de descobrir um poder extraordinário que pode ser a chave para libertar o país. 

Confira a lista completa de lançamentos:

01/04

Grite, Você Está Sendo Filmado: Temporada 2 

A Força da Natureza 

A Lista de Schindler 

Prenda-Me Se for Capaz 

Steve Jobs 

O Mentiroso

A Travessia 

O Garoto da Casa ao Lado 

Rambo – Programado Para Matar

Rambo II: A Missão 

Rambo III 

A Magia dos Andes: Temporada 2 

Histórias para Vestir 

Shrek 

Shrek 2 

Barbie Aventura da Princesa 

O Príncipe do Egito 

Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba 

 

02/04

O Paraíso e a Serpente 

Alma de Cowboy 

Os Segredos de Madame Claude 

Fuja 

 

05/04

Coded Bias 

Reunião de Família: Parte 3 

 

06/04

4 Contra o Apocalipse: Feliz Apocalipse pra Você 

 

07/04

As Aventuras de Poliana 

O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos 

Dinheiro Fácil: A Série 

Casamento sem Filtro 

 

08/04

Gokushufudou: Tatsu Imortal 

 

09/04

Esquadrão Trovão 

 

13/04

Meu Amor: Seis Histórias de Amor Verdadeiro 

Mighty Express: Temporada 3

 

14/04

Meu Pai e Outros Vexames 

The Circle: EUA: Temporada 2 

Amor e Monstros 

Law School 

Por que Você me Matou? 

 

15/04

Radioactive 

 

16/04

Labirinto do Medo 

Velozes & Furiosos – Espiões do Asfalto: Temporada 4: México

 

18/04

Luis Miguel – A Série: Temporada 2 

 

21/04

À Espreita do Mal 

 

22/04

A Vida em Cores com David Attenborough 

 

23/04

Sombra e Ossos 

Diga-me Quando 

 

27/04

Go! Go! Cory Carson: Temporada 4 

 

28/04

Apaixonados na Cidade 

Sexify 

Headspace – Guia para Dormir Melhor 

 

29/04

O Informante 

Vozes e Vultos 

Yasuke 

 

30/04

O Inocente 

Pet Stars 

Um Mágico Nada Incrível: Temporada 2 

Família Mitchell e a Revolta das Máquinas 

 

Quer ficar de olho em novidades como esta e em tudo que acontece no mundo do entretenimento? Segue a gente no perfil do Entretetizei, no Insta, no Face e no Twitter.

 

* Crédito da foto de destaque: Reprodução/Netflix

 

Categorias
Notícias

Olodè: 1ª Mostra online de cultura afro-brasileira

O festival acontecerá no próximo dia 27, a partir das 19h, pelo YouTube

Laroyê! A primeira Mostra online de cultura afro-brasileira chegou para a alegria de todos. A ideia é preservar e difundir a cultura, seus ensinamentos, histórias e diferentes expressões artísticas. Promovida pelo Templo do Caboclo Sr. Ogun 7 Escudos, a apresentação, que foi aprovada pela Lei Aldir Blanc, está marcada para o próximo sábado (27), a partir das 19h. Você pode assistir através deste link.

“Uma das três matrizes formadoras de nosso Brasil, invizibilizada e desvalorizada desde os tempos nefastos da escravidão, a matriz africana ganha destaque neste primeiro projeto de nossa Casa. Todas as manifestações, aqui presentes, são um chamamento contra as desigualdades e contra o racismo e todas as suas formas de expressão”, coloca Pai Pedro Nogueira, dirigente do Templo do Caboclo Sr. Ogun 7 Escudos.

A Mostra contará com artistas locais, em sua maioria negros, e, também, pesquisadoreas que fortalecem a luta antirracista. O festival contará com apresentações de dança como capoeira, dancehall (de origem jamaicana); palestras sobre artes, racismo, cultura afro-brasileira, e muito protagonismo negro, mesclando tradição e contemporaneidade, com práticas ancestrais de confecção das bonecas abayomis, além de dicas de maquiagem e penteados para pele negra. 

Foto: Divulgação“Através da programação proposta, conseguimos uma rica diversidade cultural silenciada cotidianamente por preconceitos de todos os tipos. Sendo assim, produzir um conteúdo que poderá ser acessado em plataformas online é ampliar o acesso para o público interessado, diminuindo a invisibilização e desvalorização dos saberes originários de culturas africanas. Olodè é uma mostra que se justifica na contribuição da diminuição da ignorância que gera intolerância e ações de violência que são noticiadas por todo país”.

Para Pai Pedro Nogueira, é importante frisar que o Brasil é um país coberto de cicatrizes por séculos de escravidão e preconceito. Por isso, ae a forma que o povo preto encontrou de resgatar um pouco de sua identidade é através da resistência, luta e preservação de um patrimônio que, até hoje, é atacado, perseguido e sofre com o preconceito.

Foto: DivulgaçãoCom tanto racismo e opressão impostos pela sociedade, falar de cultura afro-brasileira é, ainda, um ato de coragem. Existem poucas iniciativas para explicar melhor como funcionam as religiões e festividades de matriz africana. Por essa razão, é necessário que seja pauta em diversas conversas para que, talvez em um futuro próximo, esses atos de preconceito finalmente acabem. 

 “O resgate da cultura, das tradições e da religiosidade é de extrema importância para a valorização do povo preto, como um povo que também contribuiu para a identidade da nossa cidade e também do país. Quem sabe com ações conseguimos diminuir ou erradicar o racismo estrutural que existe na nossa sociedade, que passa pela falta de conhecimento, divulgação e enaltecimento de nossas histórias?”, deixa o questionamento a atriz, diretora e produtora teatral, Simone Gonçalves.

Programação:

– Contação de itans:

Simone Gonçalves

Ariel Barbosa

Soninha Maracanã

– Oficinas:

Atabaque para crianças com Deivid Preceito

Confecção de Abayomis com Marisa Stutzel

Maquiagem para Beleza Negra com Nathália Quintella

– Apresentações de dança:

Capoeira e Maculelê com Mestre Fumacinha |

Dance Hall com Sulamita Costa

– Apresentações musicais:

 Juliane Gamboa

Durango Kid

– Falas:

Pai Pedro Nogueira

Carolina Maíra

Cynthia Raquel

Leila Leão

Quem vai assistir com a gente? Entre nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente qual festividade afro-brasileira você mais curte.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Entretenimento Entrevistas Música

Entrevista | Cantora Isadora fala sobre feminismo e inspirações

Ex-participante do The Voice Brasil conversou, em entrevista com o Entretetizei, sobre feminismo e o papel das artistas no movimento

Na quinta-feira passada (18), o Entretetizei teve a oportunidade de bater um papo com a cantora Isadora, revelação do R&B nacional, em uma entrevista exclusiva. A cantora recebeu ao longo de sua vida inúmeras influências de diferentes gêneros musicais e tem formação em canto erudito. Esse contexto deu origem à artista que é hoje em dia, unindo R&B, Soul e Pop em uma voz potente, com um de seus maiores sucessos sendo a música Sun Goes Down, em parceria com Bruno Martini.

Em seus projetos, Isadora aborda pautas de extrema importância como a representatividade e o feminismo. Sendo assim, no Dia Internacional da Mulher, lançou a faixa Mulher 21, na qual fala sobre o que é ser mulher nos dias de hoje.

O Entretetizei, sendo formado apenas por mulheres, não podia perder a chance de bater um papinho com ela, né? Confira a entrevista na íntegra a seguir e os melhores momentos no vídeo no nosso canal do YouTube.

Entretetizei: Seu lançamento mais recente foi a música Mulher 21, lançada no Dia da Mulher. O que te inspirou a escrevê-la? Teve alguma experiência específica ou foi a vida como mulher no geral que te inspirou?

Isadora: Na verdade, eu acho que como uma mulher na indústria sempre trabalhando e vendo também o pouco espaço que a mulher tem ainda não só dentro da indústria fonográfica, mas do meu meio, eu vi essa diferença muito nítida. Há poucas produtoras musicais mulheres e, dentro do conteúdo todo audiovisual também realmente bem enfraquecido, há poucas oportunidades para a mulher. Eu comecei a refletir mais ainda sobre esses assuntos. Comecei a trazer esse assunto em pauta com compositoras que estavam escrevendo esse projeto comigo. O projeto foi desenvolvido todo na base do feminino, para enaltecer sim a mulher, e essa música também não deixa de trazer uma mensagem positiva para nós. Mas de fato, ela fala dessa mulher multifacetada, dessa mulher contemporânea do século XXI de 2021, que, mesmo diante de todas as dificuldades de pandemia que a gente está passando, a gente tem que fazer o nosso corre. Mesmo antes da pandemia a mulher tem uma função de estar sempre à frente de tudo, seja do trabalho, seja do lar para cuidar da sua família se ela optar por ter uma família. Então, de fato, essa mulher vira uma “equilibrista”, uma “malabarista”, então eu acho importante a gente enaltecer, de fato, né. Usei a mesma palavra de novo, mas é porque é justamente isso: colocar a mulher de fato nesse pedestal porque ela merece ser homenageada todos os dias, não só no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Foi um privilégio muito grande para mim como artista, como mulher, poder lançar a minha música que fala justamente sobre essa temática nesse dia especial, importante e de batalha e de luta para nós. Na verdade, essa música foi inspirada numa canção da Destiny’s Child que se chama Independent Woman (Mulher Independente) e é isso, ela retrata essa mulher que estuda, trabalha e faz um pouco de tudo, se vira nos 30 (risos). Essa mulher do dia a dia.

E: Eu queria saber como foi esse seu processo como feminista, porque, na minha opinião, a mulher nasce feminista, mas se descobre depois, quando é apresentada ao movimento. Queria saber como foi sua introdução ao movimento e toda a sua trajetória até chegar a esse processo de composição atual.

I: Bem, eu acho que a gente não nasce feminista, mas a gente nasce como mulher e ao longo dos anos vamos compreendendo como é difícil ser mulher dentro da sociedade. Então, de fato, é algo que merece atenção e eu, como artista, me vejo muito num lugar fundamental de porta-voz para mulheres que também, como eu, sempre tiveram certas dificuldades, enfrentaram dificuldades tanto na área profissional como em tudo. Ter porta-vozes mulheres que podem representar tudo aquilo que seja o que elas de fato sentem, eu acho importante. Eu acho que é meu papel como artista me manter atualizada, ler bastante sobre o assunto e, de alguma forma, tentar propagar essa mensagem e informar de fato. É claro que eu acho que existem algumas vertentes para o feminismo, mas eu acho que todas nós temos algo em comum: a gente quer respeito. É muito doido, a gente começa a pensar sobre esses assuntos e tem diversas interpretações, a gente pode ir para vários lados, mas eu acho que, como artista, como cantora, eu me vejo nesse lugar, sabe? Tipo, preciso levantar tudo isso, porque é o que eu sinto, é minha verdade como mulher, como artista na indústria, contar um pouco a minha trajetória assim como ouvir, porque é muito importante que a gente ouça as histórias de outras mulheres e que essas mulheres tenham a oportunidade de compartilhar suas histórias. Eu comecei a pegar compositoras mulheres para a gente tentar não só falar de uma só história, mas falar do sentimento de cada uma diante de toda essa situação e aí a gente começou a trabalhar nesse projeto. Esse projeto é composto por versões de compositoras e artistas mulheres já renomadas do passado, como a Rita Lee, que é uma grande ativista, uma grande porta-voz para a mulheres, para o movimento.

E: Ela ajudou a trazer luz para esse movimento no Brasil, né?

I: Exatamente. Mas uma coisa que eu percebi também pesquisando e entrando mais a fundo nesse universo – principalmente musical, para a gente começar a interpretar as letras e tudo mais, porque às vezes a gente escuta, mas não capta tanto a mensagem, que às vezes pode ser uma mensagem subliminar (tem umas que são muito explícitas, né) – é que é bacana trazer isso à tona de novo, fazer esse resgate, mas eu acho um pouco triste a gente perceber que nos anos 60 ou nos anos 70 elas estavam reivindicando uma coisa que a gente ainda está tentando. É claro que existiram avanços, mas a gente sabe que ainda é um caminho longo a ser percorrido, então é complicado. Então, ao mesmo tempo em que eu fico muito feliz de estar resgatando isso, de enaltecer essas artistas mulheres como a Anitta, como a Mart’nália, entre outras, eu começo a pensar “putz, parece que estagnou um pouco nesse sentido, porque o discurso ainda é o mesmo. Caraca, em pleno século XXI.”. Mas é isso, eu acho que de alguma forma eu estou tentando fazer o meu papel de artista e de ser humano, sabe?

Foto: Reprodução Twitter (@eumesmaisadora_)

E: É interessante você tocar nesse assunto do papel do artista, porque, por exemplo, o meu processo de começar a entender o feminismo foi mais ou menos na época que a Emma Watson começou aquele projeto do He For She. Então, eu olhei ela falando aquelas coisas e achei aquilo incrível, eu era bem novinha. Então, é muito importante, porque você apresenta às outras mulheres esse movimento.

I: Exatamente, você começa a apresentar, tanto que a Emma Watson tem uma plataforma, tem um público já muito grande que vai ouvir, então é muito importante mesmo. Às vezes até quanto maior você seja como artista, você realmente usufrua muito bem disso para espalhar as mensagens que você acredita e para informar as outras pessoas também. Então eu acho que a Emma Watson é uma grande porta-voz disso tudo aí também, graças a Deus, que ela é maravilhosa (risos).

E: Bom, falando sobre nosso processo como feministas e nos entendendo como mulheres na sociedade, o que você diria para a menina que você era mais nova? Não só como pessoa no geral, mas como uma pessoa do gênero feminino.

I: Eu acho que a gente tem que ter muita calma dentro desses processos de se autoconhecer. A gente de fato vai enfrentar situações muito difíceis ao longo da nossa vida por causa das nossas escolhas, mas eu acho que a adolescente geralmente tem uma certa ansiedade: “nossa, o que que vai acontecer depois?” e, assim, na real, acredito que nós somos todas uma só, entende? Então a gente precisa ter uma solidariedade para unir o problema do outro, não só o nosso, entendeu? E que a mulher de fato, ela não pode se limitar, né? Eu acho que eu diria muito isso para mim, porque, obviamente que, quando mais nova, tentando de alguma forma expressar esse meu sentimento de “quero ser uma cantora, quero estar à disposição” houve um processo de um certo preconceito. Eu comecei a cantar na noite com 18 anos, então, quando eu estava no palco, eu sentia que muitas pessoas não entendiam muito bem aquilo como minha profissão e sim como uma diversão. Alguns assédios verbais no palco, às vezes o cara bebe e fica mais agressivo, realmente sem noção. Então, eu diria assim para mim: “tenha calma, você vai ter que saber dominar essa situação e isso vem com o tempo mesmo”, sabe? Porque não tem como a gente pular etapa, mas eu acho que todas as mulheres passam por diversas situações difíceis – e eu não estou querendo comparar o que é mais difícil ou não é -, mas eu acho que a gente tem que, de alguma forma de unir e segurar a mão de uma a outra e falar “não, vamos em frente e dividir todas essas nossas angústias e todos esses desafios que a gente tem que encarar vida afora”.

E: E é muito importante mesmo essa união, porque dentro dessas minorias tem outras minorias, sabe? No clipe de Mulher 21 eu senti que tinha uma representatividade lésbica lá e eu achei muito interessante, porque o feminismo é composto por pessoas diversas, então a gente tem mulheres com deficiências, mulheres LGBTs, mulheres negras… Muita gente não entende muito isso e fala “não, mas é um movimento só”, mas não, né? Tem essas especificidades de cada pessoa, então é importante isso que você falou de dar voz.

I: É, trazer essa diversidade é essencial, é muito importante que, de fato, como você falou, que as pessoas entendam que existem grupos envolvidos. Assim, eu acho até um pouco polêmico a gente trazer uma mulher trans nesse clipe, porque tem algumas pessoas  (que não é o meu caso) que interpretam que a mulher trans não faz parte desse grupo. Ao meu ver, ela está ali porque faz parte dessa comunidade e eu acho que é importante a gente ouvir a causa do outro.

Isadora e as outras mulheres do clipe. A cantora explicou sua escolha de personagens durante a entrevista.
Imagem: Reprodução

E: Tudo o que é visto como feminino na sociedade é visto como frágil, inferior. Então, é por isso que eu acho que mulheres trans também se beneficiam do feminismo, né?

I: Exatamente. Eu acho que essa questão da fragilidade está muito inserida justamente com essa imagem que foi passada da mulher de dona do lar, de o homem que sustenta. Vejo que as pessoas estão tentando reformular esse conceito, mas sempre vem à tona. E eu acho que as pessoas também esquecem de relembrar que a fragilidade está presente em todo mundo. Nós estamos passando agora na pandemia por um momento de extrema fragilidade, seja você homem, seja você mulher. Então, a fragilidade nada mais é do que você seguir e você ter coragem de mostrar a sua vulnerabilidade para o mundo. Então não tem nada a ver em ser mulher, ser homem e isso foi muito inserido dentro do vocabulário do ser humano. As meninas aprenderam na escola que tinham que brincar de panelinha e ter bonequinhas e os garotos podiam estar lá fora jogando futebol e  brincando de luta, né. Mas a gente entende que isso é um conceito super ultrapassado e hoje não faz muito sentido a gente ficar martelando nesse assunto com nossos filhos ou com crianças. Eu acho que eles estão sendo, espero, pelo que eu converso com meus afilhados, com meus primos, educados de uma forma um pouco mais livre, sabe? E isso é muito bom, é muito positivo para a geração que vem, mas a luta continua também, né, porque há muito preconceito inserido ali, enraizado. E difícil tirar, eliminar isso. Ainda mais com um presidente desse aí no poder, né, que prega muita coisa que acaba enfatizando mais a cabeça dessas pessoas, dando mais corda para que o ser humano seja mais preconceituoso e violento.

E: Essa questão que você falou da fragilidade me lembrou muito um livro que eu estou lendo agora. Se chama A Coragem de Ser Imperfeito da Brené Brown. Você já leu esse livro?

I: Não, nunca li.

E: Ela fala, literalmente, o que você falou. Ser vulnerável e se colocar na vida, se colocar à mercê de erros é na verdade um ato de coragem e te permite ser muito mais livre. Engraçado, eu jurava que você tinha lido esse livro, porque é exatamente o que você falou (risos).

I: Não, mas eu faço terapia (risos), então assim, na terapia a gente se vê num lugar extremo de vulnerabilidade porque a gente expõe muito o que a gente está pensando, os nossos anseios, as nossas angústias, então você começa a criar mais força para encarar essas coisas, sabe? Então eu acho ótimo. Mas eu vou comprar esse livro sim, com certeza (risos).

E: A gente se tranca muito no dia a dia, né? A gente termina não se expressando, porque eu também comecei terapia recentemente e, cada vez, percebo mais que o ser humano só quer ser aceito, com seus defeitos e tudo.

I: Mas o ser humano tem que entender que a gente vive por aprovação, né? É contraditório, porque o que a gente mais quer é ser aceito, mas o que o ser humano mais faz é apontar, então é muito complicado isso porque a gente vive nesse ciclo vicioso de “preciso de uma aprovação”. É bobo o que eu vou falar, mas quando a gente vê um Big Brother da vida, é justamente essa situação. A pessoa está ali tendo que constantemente provar algo, né? E a gente tem que pegar aquilo ali e “ah, pera aí, deixa eu ver quem que eu vou eliminar” e na nossa vida é assim. Sabe? Dentro do mercado profissional, dentro da nossa família (se a gente vai ter aprovação das nossas escolhas ou não)…Então é realmente muito difícil a gente lidar com isso, por isso que eu sou super a favor da terapia (risos). Mas, a vida adulta é isso: é saber lidar com crítica e tornar essa crítica de alguma forma positiva e construtiva na sua vida. Não que aquilo te coloque para baixo, que no momento é muito difícil você lidar com isso de uma forma positiva dependendo do que for, claro, de quem vier a crítica, mas eu acho que no fundo isso pode mais para a frente te fortalecer de alguma forma, te fazer refletir.

E: A crítica é importante porque a gente toma muito uma posição de querer ser completamente perfeito, não ter erro nenhum. E a gente erra, então vão acontecer críticas por conta disso e elas não são necessariamente algo ruim. Temos que entender que não ser perfeito não quer dizer que a gente não é válido, ou importante, ou amado. Bom, quanto a esse assunto de autores e tudo mais. Você tem alguma indicação de autora ou artista para a gente ler/escutar?

I: Bem, primeiramente vou falar sobre artistas que são de fato referências e que me inspiram. Não que as atuais não sejam, mas a gente cresceu às vezes ouvindo tal artista que nos abriu os olhos e nos atentou cada vez mais a falar sobre esse assunto, a querer escrever um pouco mais sobre isso. A Elza Soares é uma artista que além de ser feminista tem uma fala, um lugar de vida, de história, que é absurdo, né, o que essa mulher já passou. Ela está ali como uma porta-voz da mulher negra que de fato é muito bonito de se ver, sabe? Esse espaço que ela ganhou para falar sobre esses assuntos, sobre a violência doméstica e falando sobre a posição dela na indústria, assim como a Rita, que eu já citei. A Beyoncé, que é uma super ativista também, já tem diversos trabalhos falando sobre a posição da mulher negra, a história dessa mulher, a batalha que ela teve que percorrer para conquistar um espaço hoje. A Nina Simone para mim também é uma grande referência. Ela tem uma música chamada For Women (Para Mulheres) que é uma música super pesada se a gente for analisar a letra. Ela fala sobre quatro cores de mulheres negras diferentes e são quatro nomes aleatórios e ela fala que esse último nome é a b*ceta e acabou (risos). Então ela começa a falar sobre essa dificuldade da mulher, dessa hiperssexualização do corpo da mulher negra e aí cada mulher negra tem sua questão, tem o seu problema, tem a sua dificuldade que ela teve que encarar e aí no final ela solta “mas olha, todas nós temos a b*ceta” que é a última, né. Então, assim, é muito forte. Para mim, foram artistas assim que eu ouvi e me despertaram, sabe? E hoje a gente tem algumas artistas do meio do rap, por exemplo, a Drik Barbosa; a Tássia Reis do R&B; temos a Budah também que é uma grande artista. Enfim, por aí vai, sabe? Várias mulheres incríveis trilhando seu rumo, seu caminho, cantando muito e falando sobre esses assuntos fundamentais. Tem bastante gente no mercado com muito talento e muita coisa a se dizer. Essas meninas chamam muito a minha atenção. São artistas excelentes, muito bacanas e nacionais. É importante a gente valorizar o que a gente tem aqui também. Claro, Elza e Rita são já patrimônios, né, mas é bom a gente falar sobre artistas novas também, sobre essa mulheres que estão aí fazendo trabalhos incríveis.

E: Bom, você citou mulheres de vários gêneros musicais diferentes e eu vi também que você é formada em canto erudito. O que te levou a ir para esse lado do gênero mais Pop, R&B e Soul?

I: Então, o canto lírico entrou muito cedo na minha vida, sabe? Eu tive contato com a música clássica com uns sete anos de idade, porque eu entrei num coral no Rio, o da UFRJ e fiquei até os onze. Depois, eu fui embora do Brasil. Mas, nesse coral, a gente fazia apresentações no Teatro Municipal, na Casa Cecília Meireles, então eu acabei me inserindo muito cedo no mundo da música e, graças a Deus, sempre muito incentivada pelos meus pais, sempre tive todo o apoio. E aí segui, fiz o coral. Depois, na Europa, eles acabam valorizando mais, dando mais atenção à arte na escola de uma forma geral, eu sinto isso. Pelo menos do que eu conversei já e já entendi do sistema educacional do Brasil eu vejo que lá fora a gente tem esse leque de opções, sabe, de poder fazer um curso teatro na escola, temos aula de coral, temos aula de música, temos aula de culinária, temos aula disso, aula daquilo, coisas que eu vejo com mais dificuldade aqui, e principalmente eu estou falando de uma coisa de 10, 15 anos atrás, quando eu tinha 11, 12 anos. Lá na Europa, eles acabam tendo muita influência do canto erudito, do clássico. Eu lembro que eu tinha apresentações na escola mais voltadas para o clássico, eu lembro que também comecei a ter professoras de canto que tinham essa base e também nos passeios da escola eles levavam a gente a óperas e a consertos, então não tinha muito como fugir. Só que tem uma certa idade que você fala “não, eu estou ouvindo isso aqui por conta da escola, por um lado mais acadêmico, mas eu quero me inserir dentro do que está acontecendo na rádio”. É meio inevitável que isso aconteça, né? Então eu comecei a ouvir Pop, mas a minha família sempre teve uma base muito eclética. Meu pai começou a consumir muita coisa da época dele, dos anos 70, 80; então o rock clássico, disco music, soul; e minha mãe para um lado mais Soul Brasil, bem nacional. Então eu comecei a ouvir aquilo tudo e falei: “Opa, pera aí. Deixa eu agora escolher o que que a Isadora vai ouvir”, mas a Isadora ouviu a Diana Ross, que está aqui (apontando para o quadro da cantora), o Stevie Wonder, que está aqui. E aí, dentro desse universo ainda muito voltado ao Soul, ao Black Music e o Pop. E aí, quando eu vim para o Brasil, eu falei “cara, eu vou começar a estudar música, vou me especializar nisso, quero me aprofundar nesse universo que é o que eu quero para mim”. Então eu tive a oportunidade de fazer faculdade de música – canto erudito-, me formei. Para mim até que foi muito legal, mas assim, eu digo que a gente que faz a nossa faculdade e essa faculdade especificamente a gente precisa vivenciar muito fora e eu comecei a trabalhar cedo na noite e dentro da noite, eu falei “Tá, eu vou me inserir numa banda Pop que tem que cantar Bruno Mars, que é um Pop mais vintage, mais Soul” e aí por aí começou essa minha busca, essa minha trajetória pelo R&B, pelo Pop e tudo mais. Então, eu cresci ouvindo muita coisa diferente, e aí o R&B não deixa de ser uma mistura dessas sonoridades e o R&B está se tornando um pouco mais comercial hoje aqui no Brasil e lá nos Estados Unidos ele já é bem comercial.

Foto: Reprodução Instagram (@eumesmaisadora)

E: A Ariana Grande, por exemplo, puxa bastante para esse lado.

I: Totalmente influenciada pelo R&B. Produção, aquelas aberturas de vozes, a composição… E isso, de fato, é muito radiofônico lá, mas lá já começou a ser radiofônico no final da década de 90, 2000 e algumas coisas começaram a vir para cá em 2000, tanto que a gente vê Usher, a própria Beyoncé com o Destiny’s Child antes de virar  a Beyoncé solo, então isso começou a se projetar muito aqui, mas só agora que isso está ganhando uma dimensão um pouco maior.

E: Você planeja algum dia voltar às suas bases, voltar às suas raízes, para um lado erudito, um lado mais clássico? Ou você vai só vai seguindo e vendo no que vai dar?

I: Eu acho que o mercado lírico, para eu me inserir nisso, tem que haver um estudo constante, sabe? Eu não deixei de estudar, mas hoje estou mais focada no Pop, no autoral, composição, etc. Então, para seguir isso à risca e voltar a isso, eu teria que me dedicar muito para conseguir chegar num lugar que me desse, talvez, uma certa exposição e isso no Brasil é muito difícil. É um caminho que, obviamente, pode acontecer com todo o esforço e dedicação, mas eu sinto que preciso optar. Mas as minhas raízes estão de alguma forma inseridas dentro do meu canto, dentro do meu estudo… Então, é tentar manter isso em paralelo – obviamente não vai estar tão evidente -, mas quem me conhece pode falar “putz, esse agudinho aqui é da Isadora, porque ela estudou canto lírico”, como a maioria dos alunos que teve uma formação clássica e até hoje quando você ouve, é uma voz que tem um agudo, um controle, talvez, porque o lírico te dá esse controle melhor, essa técnica melhor, esse embasamento todo do canto.

E: Sim, dizem que o canto lírico é a base para os outros gêneros que nem dizem que o ballet é a base de todos os tipos de dança.

I: É tipo isso, você pode fazer o ballet e depois se inserir no Jazz ou na dança contemporânea. Mas, de fato, o ballet serve como uma base. O lírico também, de uma certa forma. Mas existem pontos de estudo, tipo “vou focar nisso aqui meu estudo de canto”. Porque o canto não é como a dança que você pode ficar horas treinando – até a dança, talvez, seu corpo acorde muito cansado -, mas para o canto o indicado é que você treine de 15 a 30 minutos por dia e não passe muito disso, porque pode causar uma fadiga vocal, você começa a ficar um pouco cansado, porque é um músculo difícil de ser trabalhado tipo um piano que você pode ficar horas tocando. Enfim, e aí, você tem que ter foco.

E: Para encerrar esse papo ótimo, eu queria que você passasse uma mensagem para as meninas e mulheres que têm um sonho.

I: Cara, eu acho que as mulheres têm sempre que se autoafirmarem. Como a sociedade sempre aponta, como a gente estava falando antes, a gente tem que falar uma para a outra isso, a gente têm que falar isso em voz alta para a gente acreditar que é possível alcancar o que a gente deseja, conquistar os nossos sonhos, por mais que tenha obstáculos, por mais que seja um caminho longo com altos e baixos. Eu acho que a pessoa não pode se limitar de forma alguma, porque essa Mulher 21, essa mulher contemporânea, ela vem para mostrar o quanto a mulher é forte sim, existe uma vulnerabilidade em todos e não só na mulher e a gente tem que sonhar alto mesmo, batalhar pelos nossos desejos e podemos ser quem a gente quiser. Temos várias mulheres dentro de uma só, então eu acho muito importante a gente sempre falar abertamente sobre o assunto de violência doméstica, o assunto do aborto, qualquer pauta feminina que for necessária, colocar mais mulheres na política. É muito importante que a gente pesquise e vote nas nossas candidatas porque elas vão ter papel de nos representar também. E é isso, vamos em frente, vamos seguir, porque a próxima geração está vindo também, espero que com uma cabeća cada vez mais aberta, cada vez mais aceitando e respeitando a posição e o lugar do outro.

E você? Se pudesse mandar uma mensagem para as mulheres, o que diria? Conta para a gente no Twitter, Face e Insta do Entretetizei. <3

 

*Créditos da foto de destaque: Tamara Cristina

Categorias
Entretenimento Notícias Resenhas

Resenha | Teto para Dois

Conheça a história de Tiff e Leon, dois jovens que dividem uma cama sem nunca terem se visto e que encontraram o amor através das palavras

O livro Teto para Dois, da escritora britânica Beth O’Leary, traz uma história moderna de amor entre dois jovens que vivem em Londres, Inglaterra. Tiffy é uma menina comunicativa e trabalha em uma editora, como assistente. Além de ser apaixonada por objetos antigos, leva essa paixão para seu estilo: nada como um bom brechó para comprar roupas e utensílios usados, mas com um charme único. Já Leon é um cara quieto, não gosta de compartilhar muito sobre sua vida com as pessoas – exceto com seus pacientes, já que é enfermeiro noturno e adora ajudá-los, com um bom papo e a companhia que muitas vezes precisam. Eles só não imaginavam que se conheceriam de uma forma tão bizarra: dividindo uma cama.

Leon estava com problemas financeiros e de cara, teve uma ideia bem estranha para conseguir dinheiro rápido: por que não dividir sua cama com outra pessoa e alugar essa metade, já que sua rotina era o contrário das rotinas comuns? Assim, ele nunca encontraria essa pessoa, já que chegaria em casa pela manhã, horário em que todos já estão no trabalho e não precisaria se preocupar. Como Tiffy tinha acabado de sair da casa de seu ex-namorado, precisava mesmo de um lugar mais barato para ficar. Ah, mas é claro que uma hora ou outra eles TINHAM que se encontrar.

A ideia era ótima, sem dúvidas. Quando a namorada de Leon, Kay, conhece Tiff pessoalmente, logo vê que sua personalidade era bem diferente da sua, ou seja, não era nem um pouco o tipo de menina que Leon gostava. Despreocupada, comenta com Leon que esse acordo não traria problemas, afinal, ele nem precisaria encontrá-la. As conversas entre Leon e Tiff começaram por celular e passaram para os post-its, técnica muito usada pelos jovens hoje em dia. Logo, Leon percebe que Tiff era um tanto quanto emocionada e com um gosto pra lá de não-convencional.

Quando chega em seu apartamento, após a chegada de Tiff, o menino se espanta com o que vê: uma luminária bizarra, tricôs para todos os lados e uma colcha feita de retalhos – muito brega para o seu gosto. Onde estava seu apartamento? Parece que uma onda de exagero, misturada com mal gosto e muita cor tinha tomado conta daquele lugar. E os post-its… ah, essa era uma maneira divertida de se comunicar e evitar um contato próximo com Tiff, afinal, eles eram apenas companheiros de apartamento – e dividiam uma cama.

 

Uma comunicação diferenciada, que aproximou o amor através de palavras

O que ambos talvez não esperavam, era que essa comunicação estranha entre os dois acabaria em paixão. É possível se apaixonar por post-its, sem nunca ter visto a pessoa? O mais interessante em Teto para Dois, é ver como há maneiras distintas de conhecer pessoas e muitas vezes, o amor pode vir do inesperado, da forma menos provável. Apesar de, no início, Leon não se identificar com o jeito de Tiff, ele passa a se interessar pelo jeito humorado como a garota lida com tudo na vida.

Com o passar do tempo, um não conseguia mais ficar sem se comunicar um com o outro e o apartamento virou uma verdadeira festa de post-its. E claro, uma hora ou outra eles tinham que se encontrar… e não é que aconteceu? Tiff teve uma ressaca daquelas, após sair com suas amigas à noite e não conseguiu acordar a tempo de ir trabalhar cedo. O que aconteceu? Bom, ao entrar no banheiro, deu de cara com Leon, que estava tomando banho. Sim, a primeira vez que se viram não foi nada normal e pra falar a verdade, aquela situação os deixou bem envergonhados. 

Nesse dia, Leon se encantou com o que viu: uma mulher ruiva, com uma silhueta encantadora e um olhar apaixonante. E o mais interessante: era como se já se conhecessem há anos, com tantas histórias contadas em palavras. Tiff ficou sem reação e sentiu seu coração bater mais forte. Depois daquele dia, sabiam que o que sentiam pelo outro ia muito além de colegas de apartamento.

Sendo assim, ao longo da leitura, reconhecemos que, apesar da tecnologia, ainda há quem adote as práticas antigas de se comunicar, quando ainda não haviam aparelhos telefônicos e redes sociais. Apesar de usarem a internet e terem o contato um do outro, Tiff e Leon preferem se comunicar por texto, quase como antigamente, quando casais e amigos trocavam cartas – uma forma muito mais romântica de se expressar.

 

Relações tóxicas e a dificuldade de aceitar ajuda

Outro tema importante de se destacar no livro são os tipos de relacionamentos. Ao mesmo tempo que a relação entre Tiff e Leon foi crescendo de forma saudável, Tiff lidava com um ex-namorado completamente tóxico. Justin namorou Tiff por anos e sempre a fez se sentir miserável, a ponto de fazê-la acreditar que mentia sobre as coisas que falava.

A situação foi se agravando ao longo da história, já que Tiff pediu para se afastar do ex, mas, mesmo assim, ele arrumava uma maneira de descobrir onde a menina estava: a perseguia por onde ia trabalhar, descobriu seu novo endereço e chegou a invadir uma palestra de um dos clientes de Tiff para pedir à menina em casamento – mesmo depois dela ter pedido, repetidas vezes, para que ele se afastasse.

Juntamente com o tema relacionamentos, a própria autora cita o termo Gaslighting no livro, expressão feminista que se refere à uma forma de manipulação e abuso psicológico em que um homem tenta desacreditar uma mulher, dizendo que a mesma está fora de si ou que o que sente/fala não faz o menor sentido. Olhando de trás pra frente a trajetória de Tiff, conseguimos detectar muito bem como Justin prejudicou seu psicológico e conseguiu levar a autoestima da menina tão para baixo, a ponto dela não conseguir se desprender e pensar que precisava dele.

Em contrapartida, entendemos como é importante a presença de amigos e/ou familiares nessas horas, para ajudar a vítima com apoio emocional e psicológico. Ainda bem que Tiff escutou seus amigos, aceitou fazer terapia, cuidou de seu emocional e ouviu sua nova paixão, já que Leon também foi responsável por ajudá-la a superar tudo o que passou com o ex. Leon teve paciência, a ouviu e estava disposto a esperar o tempo que fosse necessário para poder ficar com ela.

Teto para Dois é um livro, acima de tudo, sobre seres comuns que vivem suas vidas, enfrentam seus maiores medos, são vulneráveis e aprendem que amar vai muito além de gestos bonitos; em primeiro lugar, é preciso ter respeito para com o seu parceiro, entender que todos temos dias difíceis e que nem sempre é tão fácil assim superar um trauma ou um relacionamento. É sobre parceria, amizade e amor sincero, um tipo de amor que, nos dias atuais, não é tão fácil assim de encontrar, mas que nos dá esperanças de relacionamentos mais saudáveis e com respeito mútuo.

 

Considerações

Teto para Dois dispõe de 392 páginas, divididas em 74 capítulos curtos, separados por personagem + prólogo. A história pode parecer um tanto quanto clichê, mas a maneira como a autora desenvolve os personagens prende o leitor à história, além de incluir temas importantíssimos para nossa vida em sociedade, como relacionamentos, tipos de amizades e as diferenças entre cada ser humano, que pode resultar em amor.

O livro está disponível nas principais livrarias online e você pode adquiri-lo agora, clicando aqui.

 

Outros livros da autora

A Troca é o segundo livro da autora Beth O’Leary, publicado em 2020, pela editora Intrínseca.

Resenha #592: A Troca - Beth O'Leary (Intrínseca)
Foto: Divulgação | Balaio de Babados

 

Título original: The Switch

Sobre

Leena Cotton tem 29 anos e sente que já não é mais a mesma. Eileen Cotton tem 79 anos e está em busca de um novo amor. Tudo que neta e avó precisam no momento é pôr em prática uma mudança radical. Então, para colocar suas respectivas vidas de volta nos trilhos, as duas têm uma ideia inusitada: trocar de lugar uma com a outra.

 

The Road Trip é o próximo livro da autora (sem título oficial em português) e será publicado, no Reino Unido, em 29 de abril de 2021 e no dia 1º de junho nos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há uma data oficial de lançamento.

Amazon.com: The Road Trip: The heart-warming new novel from the author of The Flatshare and The Switch eBook: O'Leary, Beth: Kindle Store
Foto: Divulgação | Amazon

Sobre

Addie e sua irmã estão prestes a embarcar em uma viagem épica para o casamento de um amigo no norte da Escócia. A playlist é toda planejada e os lanches já embalados. Mas, não muito depois de partir, um carro bate na parte de trás do deles. O motorista não é outro senão o ex de Addie, Dylan, que ela evitou desde seu rompimento traumático, dois anos antes.

 

Você já leu Teto Para Dois ou outro livro da autora? Qual seu livro favorito? Confira outras resenhas clicando aqui e conte tudo para a gente lá no Twitter, Insta e Face do Entretetizei.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Entretetizei

Categorias
Entretenimento Eventos Notícias

120 anos desde o nascimento de Cecília Meireles serão celebrados virtualmente pela AML

Trajetória de Cecília Meireles, escritora que marcou a literatura brasileira, será relembrada por meio de palestra online

A Academia Mineira de Letras (AML) fará uma homenagem aos 120 anos desde o nascimento de Cecília Meireles, que estará disponível em vídeo no YouTube da entidade a partir do dia 25 de março.

Por meio de uma palestra online ministrada pelo doutor Artur Laizo, serão mostrados os fatos mais marcantes da vida de Meireles, os aspectos mais relevantes de suas obras e as características que tornam a escritora tão importante para a literatura.

O evento acontece no âmbito do Plano Anual de Manutenção AML (PRONAC 203709), realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed BH e da CEMIG e copatrocínio da Tambasa.

Acompanhe a celebração no dia através do canal da AML no YouTube:

Academia Mineira de Letras

Fundada na cidade de Juiz de Fora, em 1909, a AML é um centro divulgador da cultura, das artes, da história e da memória brasileira, que disponibiliza mais de 200 palestras já realizadas para que o público possa ver e rever, além das palestras inéditas que estão na programação de 2021.

Cecília Meireles

Nascida no Rio de Janeiro no dia 7 de novembro de 1901, Meireles foi uma jornalista, poetisa, professora, pintora e escritora com mais de 50 obras publicadas. Além de conhecida pelo vanguardismo nacionalista, foi considerada também a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira como uma das poetas mais importantes da segunda fase do modernismo brasileiro.

 

E aí, que tal relembrar a história dessa incrível escritora? Para acompanhar essa e outras notícias, segue a gente lá nas redes sociais do Entretetizei: TwitterInsta e Face.

 

*Crédito da foto de destaque: Biblioteca Casa Amèrica Catalunya

plugins premium WordPress

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Acesse nossa política de privacidade atualizada e nossos termos de uso e qualquer dúvida fique à vontade para nos perguntar!