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Olodè: 1ª Mostra online de cultura afro-brasileira

O festival acontecerá no próximo dia 27, a partir das 19h, pelo YouTube

Laroyê! A primeira Mostra online de cultura afro-brasileira chegou para a alegria de todos. A ideia é preservar e difundir a cultura, seus ensinamentos, histórias e diferentes expressões artísticas. Promovida pelo Templo do Caboclo Sr. Ogun 7 Escudos, a apresentação, que foi aprovada pela Lei Aldir Blanc, está marcada para o próximo sábado (27), a partir das 19h. Você pode assistir através deste link.

“Uma das três matrizes formadoras de nosso Brasil, invizibilizada e desvalorizada desde os tempos nefastos da escravidão, a matriz africana ganha destaque neste primeiro projeto de nossa Casa. Todas as manifestações, aqui presentes, são um chamamento contra as desigualdades e contra o racismo e todas as suas formas de expressão”, coloca Pai Pedro Nogueira, dirigente do Templo do Caboclo Sr. Ogun 7 Escudos.

A Mostra contará com artistas locais, em sua maioria negros, e, também, pesquisadoreas que fortalecem a luta antirracista. O festival contará com apresentações de dança como capoeira, dancehall (de origem jamaicana); palestras sobre artes, racismo, cultura afro-brasileira, e muito protagonismo negro, mesclando tradição e contemporaneidade, com práticas ancestrais de confecção das bonecas abayomis, além de dicas de maquiagem e penteados para pele negra. 

Foto: Divulgação“Através da programação proposta, conseguimos uma rica diversidade cultural silenciada cotidianamente por preconceitos de todos os tipos. Sendo assim, produzir um conteúdo que poderá ser acessado em plataformas online é ampliar o acesso para o público interessado, diminuindo a invisibilização e desvalorização dos saberes originários de culturas africanas. Olodè é uma mostra que se justifica na contribuição da diminuição da ignorância que gera intolerância e ações de violência que são noticiadas por todo país”.

Para Pai Pedro Nogueira, é importante frisar que o Brasil é um país coberto de cicatrizes por séculos de escravidão e preconceito. Por isso, ae a forma que o povo preto encontrou de resgatar um pouco de sua identidade é através da resistência, luta e preservação de um patrimônio que, até hoje, é atacado, perseguido e sofre com o preconceito.

Foto: DivulgaçãoCom tanto racismo e opressão impostos pela sociedade, falar de cultura afro-brasileira é, ainda, um ato de coragem. Existem poucas iniciativas para explicar melhor como funcionam as religiões e festividades de matriz africana. Por essa razão, é necessário que seja pauta em diversas conversas para que, talvez em um futuro próximo, esses atos de preconceito finalmente acabem. 

 “O resgate da cultura, das tradições e da religiosidade é de extrema importância para a valorização do povo preto, como um povo que também contribuiu para a identidade da nossa cidade e também do país. Quem sabe com ações conseguimos diminuir ou erradicar o racismo estrutural que existe na nossa sociedade, que passa pela falta de conhecimento, divulgação e enaltecimento de nossas histórias?”, deixa o questionamento a atriz, diretora e produtora teatral, Simone Gonçalves.

Programação:

– Contação de itans:

Simone Gonçalves

Ariel Barbosa

Soninha Maracanã

– Oficinas:

Atabaque para crianças com Deivid Preceito

Confecção de Abayomis com Marisa Stutzel

Maquiagem para Beleza Negra com Nathália Quintella

– Apresentações de dança:

Capoeira e Maculelê com Mestre Fumacinha |

Dance Hall com Sulamita Costa

– Apresentações musicais:

 Juliane Gamboa

Durango Kid

– Falas:

Pai Pedro Nogueira

Carolina Maíra

Cynthia Raquel

Leila Leão

Quem vai assistir com a gente? Entre nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente qual festividade afro-brasileira você mais curte.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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Entretenimento Entrevistas Música

Entrevista | Cantora Isadora fala sobre feminismo e inspirações

Ex-participante do The Voice Brasil conversou, em entrevista com o Entretetizei, sobre feminismo e o papel das artistas no movimento

Na quinta-feira passada (18), o Entretetizei teve a oportunidade de bater um papo com a cantora Isadora, revelação do R&B nacional, em uma entrevista exclusiva. A cantora recebeu ao longo de sua vida inúmeras influências de diferentes gêneros musicais e tem formação em canto erudito. Esse contexto deu origem à artista que é hoje em dia, unindo R&B, Soul e Pop em uma voz potente, com um de seus maiores sucessos sendo a música Sun Goes Down, em parceria com Bruno Martini.

Em seus projetos, Isadora aborda pautas de extrema importância como a representatividade e o feminismo. Sendo assim, no Dia Internacional da Mulher, lançou a faixa Mulher 21, na qual fala sobre o que é ser mulher nos dias de hoje.

O Entretetizei, sendo formado apenas por mulheres, não podia perder a chance de bater um papinho com ela, né? Confira a entrevista na íntegra a seguir e os melhores momentos no vídeo no nosso canal do YouTube.

Entretetizei: Seu lançamento mais recente foi a música Mulher 21, lançada no Dia da Mulher. O que te inspirou a escrevê-la? Teve alguma experiência específica ou foi a vida como mulher no geral que te inspirou?

Isadora: Na verdade, eu acho que como uma mulher na indústria sempre trabalhando e vendo também o pouco espaço que a mulher tem ainda não só dentro da indústria fonográfica, mas do meu meio, eu vi essa diferença muito nítida. Há poucas produtoras musicais mulheres e, dentro do conteúdo todo audiovisual também realmente bem enfraquecido, há poucas oportunidades para a mulher. Eu comecei a refletir mais ainda sobre esses assuntos. Comecei a trazer esse assunto em pauta com compositoras que estavam escrevendo esse projeto comigo. O projeto foi desenvolvido todo na base do feminino, para enaltecer sim a mulher, e essa música também não deixa de trazer uma mensagem positiva para nós. Mas de fato, ela fala dessa mulher multifacetada, dessa mulher contemporânea do século XXI de 2021, que, mesmo diante de todas as dificuldades de pandemia que a gente está passando, a gente tem que fazer o nosso corre. Mesmo antes da pandemia a mulher tem uma função de estar sempre à frente de tudo, seja do trabalho, seja do lar para cuidar da sua família se ela optar por ter uma família. Então, de fato, essa mulher vira uma “equilibrista”, uma “malabarista”, então eu acho importante a gente enaltecer, de fato, né. Usei a mesma palavra de novo, mas é porque é justamente isso: colocar a mulher de fato nesse pedestal porque ela merece ser homenageada todos os dias, não só no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Foi um privilégio muito grande para mim como artista, como mulher, poder lançar a minha música que fala justamente sobre essa temática nesse dia especial, importante e de batalha e de luta para nós. Na verdade, essa música foi inspirada numa canção da Destiny’s Child que se chama Independent Woman (Mulher Independente) e é isso, ela retrata essa mulher que estuda, trabalha e faz um pouco de tudo, se vira nos 30 (risos). Essa mulher do dia a dia.

E: Eu queria saber como foi esse seu processo como feminista, porque, na minha opinião, a mulher nasce feminista, mas se descobre depois, quando é apresentada ao movimento. Queria saber como foi sua introdução ao movimento e toda a sua trajetória até chegar a esse processo de composição atual.

I: Bem, eu acho que a gente não nasce feminista, mas a gente nasce como mulher e ao longo dos anos vamos compreendendo como é difícil ser mulher dentro da sociedade. Então, de fato, é algo que merece atenção e eu, como artista, me vejo muito num lugar fundamental de porta-voz para mulheres que também, como eu, sempre tiveram certas dificuldades, enfrentaram dificuldades tanto na área profissional como em tudo. Ter porta-vozes mulheres que podem representar tudo aquilo que seja o que elas de fato sentem, eu acho importante. Eu acho que é meu papel como artista me manter atualizada, ler bastante sobre o assunto e, de alguma forma, tentar propagar essa mensagem e informar de fato. É claro que eu acho que existem algumas vertentes para o feminismo, mas eu acho que todas nós temos algo em comum: a gente quer respeito. É muito doido, a gente começa a pensar sobre esses assuntos e tem diversas interpretações, a gente pode ir para vários lados, mas eu acho que, como artista, como cantora, eu me vejo nesse lugar, sabe? Tipo, preciso levantar tudo isso, porque é o que eu sinto, é minha verdade como mulher, como artista na indústria, contar um pouco a minha trajetória assim como ouvir, porque é muito importante que a gente ouça as histórias de outras mulheres e que essas mulheres tenham a oportunidade de compartilhar suas histórias. Eu comecei a pegar compositoras mulheres para a gente tentar não só falar de uma só história, mas falar do sentimento de cada uma diante de toda essa situação e aí a gente começou a trabalhar nesse projeto. Esse projeto é composto por versões de compositoras e artistas mulheres já renomadas do passado, como a Rita Lee, que é uma grande ativista, uma grande porta-voz para a mulheres, para o movimento.

E: Ela ajudou a trazer luz para esse movimento no Brasil, né?

I: Exatamente. Mas uma coisa que eu percebi também pesquisando e entrando mais a fundo nesse universo – principalmente musical, para a gente começar a interpretar as letras e tudo mais, porque às vezes a gente escuta, mas não capta tanto a mensagem, que às vezes pode ser uma mensagem subliminar (tem umas que são muito explícitas, né) – é que é bacana trazer isso à tona de novo, fazer esse resgate, mas eu acho um pouco triste a gente perceber que nos anos 60 ou nos anos 70 elas estavam reivindicando uma coisa que a gente ainda está tentando. É claro que existiram avanços, mas a gente sabe que ainda é um caminho longo a ser percorrido, então é complicado. Então, ao mesmo tempo em que eu fico muito feliz de estar resgatando isso, de enaltecer essas artistas mulheres como a Anitta, como a Mart’nália, entre outras, eu começo a pensar “putz, parece que estagnou um pouco nesse sentido, porque o discurso ainda é o mesmo. Caraca, em pleno século XXI.”. Mas é isso, eu acho que de alguma forma eu estou tentando fazer o meu papel de artista e de ser humano, sabe?

Foto: Reprodução Twitter (@eumesmaisadora_)

E: É interessante você tocar nesse assunto do papel do artista, porque, por exemplo, o meu processo de começar a entender o feminismo foi mais ou menos na época que a Emma Watson começou aquele projeto do He For She. Então, eu olhei ela falando aquelas coisas e achei aquilo incrível, eu era bem novinha. Então, é muito importante, porque você apresenta às outras mulheres esse movimento.

I: Exatamente, você começa a apresentar, tanto que a Emma Watson tem uma plataforma, tem um público já muito grande que vai ouvir, então é muito importante mesmo. Às vezes até quanto maior você seja como artista, você realmente usufrua muito bem disso para espalhar as mensagens que você acredita e para informar as outras pessoas também. Então eu acho que a Emma Watson é uma grande porta-voz disso tudo aí também, graças a Deus, que ela é maravilhosa (risos).

E: Bom, falando sobre nosso processo como feministas e nos entendendo como mulheres na sociedade, o que você diria para a menina que você era mais nova? Não só como pessoa no geral, mas como uma pessoa do gênero feminino.

I: Eu acho que a gente tem que ter muita calma dentro desses processos de se autoconhecer. A gente de fato vai enfrentar situações muito difíceis ao longo da nossa vida por causa das nossas escolhas, mas eu acho que a adolescente geralmente tem uma certa ansiedade: “nossa, o que que vai acontecer depois?” e, assim, na real, acredito que nós somos todas uma só, entende? Então a gente precisa ter uma solidariedade para unir o problema do outro, não só o nosso, entendeu? E que a mulher de fato, ela não pode se limitar, né? Eu acho que eu diria muito isso para mim, porque, obviamente que, quando mais nova, tentando de alguma forma expressar esse meu sentimento de “quero ser uma cantora, quero estar à disposição” houve um processo de um certo preconceito. Eu comecei a cantar na noite com 18 anos, então, quando eu estava no palco, eu sentia que muitas pessoas não entendiam muito bem aquilo como minha profissão e sim como uma diversão. Alguns assédios verbais no palco, às vezes o cara bebe e fica mais agressivo, realmente sem noção. Então, eu diria assim para mim: “tenha calma, você vai ter que saber dominar essa situação e isso vem com o tempo mesmo”, sabe? Porque não tem como a gente pular etapa, mas eu acho que todas as mulheres passam por diversas situações difíceis – e eu não estou querendo comparar o que é mais difícil ou não é -, mas eu acho que a gente tem que, de alguma forma de unir e segurar a mão de uma a outra e falar “não, vamos em frente e dividir todas essas nossas angústias e todos esses desafios que a gente tem que encarar vida afora”.

E: E é muito importante mesmo essa união, porque dentro dessas minorias tem outras minorias, sabe? No clipe de Mulher 21 eu senti que tinha uma representatividade lésbica lá e eu achei muito interessante, porque o feminismo é composto por pessoas diversas, então a gente tem mulheres com deficiências, mulheres LGBTs, mulheres negras… Muita gente não entende muito isso e fala “não, mas é um movimento só”, mas não, né? Tem essas especificidades de cada pessoa, então é importante isso que você falou de dar voz.

I: É, trazer essa diversidade é essencial, é muito importante que, de fato, como você falou, que as pessoas entendam que existem grupos envolvidos. Assim, eu acho até um pouco polêmico a gente trazer uma mulher trans nesse clipe, porque tem algumas pessoas  (que não é o meu caso) que interpretam que a mulher trans não faz parte desse grupo. Ao meu ver, ela está ali porque faz parte dessa comunidade e eu acho que é importante a gente ouvir a causa do outro.

Isadora e as outras mulheres do clipe. A cantora explicou sua escolha de personagens durante a entrevista.
Imagem: Reprodução

E: Tudo o que é visto como feminino na sociedade é visto como frágil, inferior. Então, é por isso que eu acho que mulheres trans também se beneficiam do feminismo, né?

I: Exatamente. Eu acho que essa questão da fragilidade está muito inserida justamente com essa imagem que foi passada da mulher de dona do lar, de o homem que sustenta. Vejo que as pessoas estão tentando reformular esse conceito, mas sempre vem à tona. E eu acho que as pessoas também esquecem de relembrar que a fragilidade está presente em todo mundo. Nós estamos passando agora na pandemia por um momento de extrema fragilidade, seja você homem, seja você mulher. Então, a fragilidade nada mais é do que você seguir e você ter coragem de mostrar a sua vulnerabilidade para o mundo. Então não tem nada a ver em ser mulher, ser homem e isso foi muito inserido dentro do vocabulário do ser humano. As meninas aprenderam na escola que tinham que brincar de panelinha e ter bonequinhas e os garotos podiam estar lá fora jogando futebol e  brincando de luta, né. Mas a gente entende que isso é um conceito super ultrapassado e hoje não faz muito sentido a gente ficar martelando nesse assunto com nossos filhos ou com crianças. Eu acho que eles estão sendo, espero, pelo que eu converso com meus afilhados, com meus primos, educados de uma forma um pouco mais livre, sabe? E isso é muito bom, é muito positivo para a geração que vem, mas a luta continua também, né, porque há muito preconceito inserido ali, enraizado. E difícil tirar, eliminar isso. Ainda mais com um presidente desse aí no poder, né, que prega muita coisa que acaba enfatizando mais a cabeça dessas pessoas, dando mais corda para que o ser humano seja mais preconceituoso e violento.

E: Essa questão que você falou da fragilidade me lembrou muito um livro que eu estou lendo agora. Se chama A Coragem de Ser Imperfeito da Brené Brown. Você já leu esse livro?

I: Não, nunca li.

E: Ela fala, literalmente, o que você falou. Ser vulnerável e se colocar na vida, se colocar à mercê de erros é na verdade um ato de coragem e te permite ser muito mais livre. Engraçado, eu jurava que você tinha lido esse livro, porque é exatamente o que você falou (risos).

I: Não, mas eu faço terapia (risos), então assim, na terapia a gente se vê num lugar extremo de vulnerabilidade porque a gente expõe muito o que a gente está pensando, os nossos anseios, as nossas angústias, então você começa a criar mais força para encarar essas coisas, sabe? Então eu acho ótimo. Mas eu vou comprar esse livro sim, com certeza (risos).

E: A gente se tranca muito no dia a dia, né? A gente termina não se expressando, porque eu também comecei terapia recentemente e, cada vez, percebo mais que o ser humano só quer ser aceito, com seus defeitos e tudo.

I: Mas o ser humano tem que entender que a gente vive por aprovação, né? É contraditório, porque o que a gente mais quer é ser aceito, mas o que o ser humano mais faz é apontar, então é muito complicado isso porque a gente vive nesse ciclo vicioso de “preciso de uma aprovação”. É bobo o que eu vou falar, mas quando a gente vê um Big Brother da vida, é justamente essa situação. A pessoa está ali tendo que constantemente provar algo, né? E a gente tem que pegar aquilo ali e “ah, pera aí, deixa eu ver quem que eu vou eliminar” e na nossa vida é assim. Sabe? Dentro do mercado profissional, dentro da nossa família (se a gente vai ter aprovação das nossas escolhas ou não)…Então é realmente muito difícil a gente lidar com isso, por isso que eu sou super a favor da terapia (risos). Mas, a vida adulta é isso: é saber lidar com crítica e tornar essa crítica de alguma forma positiva e construtiva na sua vida. Não que aquilo te coloque para baixo, que no momento é muito difícil você lidar com isso de uma forma positiva dependendo do que for, claro, de quem vier a crítica, mas eu acho que no fundo isso pode mais para a frente te fortalecer de alguma forma, te fazer refletir.

E: A crítica é importante porque a gente toma muito uma posição de querer ser completamente perfeito, não ter erro nenhum. E a gente erra, então vão acontecer críticas por conta disso e elas não são necessariamente algo ruim. Temos que entender que não ser perfeito não quer dizer que a gente não é válido, ou importante, ou amado. Bom, quanto a esse assunto de autores e tudo mais. Você tem alguma indicação de autora ou artista para a gente ler/escutar?

I: Bem, primeiramente vou falar sobre artistas que são de fato referências e que me inspiram. Não que as atuais não sejam, mas a gente cresceu às vezes ouvindo tal artista que nos abriu os olhos e nos atentou cada vez mais a falar sobre esse assunto, a querer escrever um pouco mais sobre isso. A Elza Soares é uma artista que além de ser feminista tem uma fala, um lugar de vida, de história, que é absurdo, né, o que essa mulher já passou. Ela está ali como uma porta-voz da mulher negra que de fato é muito bonito de se ver, sabe? Esse espaço que ela ganhou para falar sobre esses assuntos, sobre a violência doméstica e falando sobre a posição dela na indústria, assim como a Rita, que eu já citei. A Beyoncé, que é uma super ativista também, já tem diversos trabalhos falando sobre a posição da mulher negra, a história dessa mulher, a batalha que ela teve que percorrer para conquistar um espaço hoje. A Nina Simone para mim também é uma grande referência. Ela tem uma música chamada For Women (Para Mulheres) que é uma música super pesada se a gente for analisar a letra. Ela fala sobre quatro cores de mulheres negras diferentes e são quatro nomes aleatórios e ela fala que esse último nome é a b*ceta e acabou (risos). Então ela começa a falar sobre essa dificuldade da mulher, dessa hiperssexualização do corpo da mulher negra e aí cada mulher negra tem sua questão, tem o seu problema, tem a sua dificuldade que ela teve que encarar e aí no final ela solta “mas olha, todas nós temos a b*ceta” que é a última, né. Então, assim, é muito forte. Para mim, foram artistas assim que eu ouvi e me despertaram, sabe? E hoje a gente tem algumas artistas do meio do rap, por exemplo, a Drik Barbosa; a Tássia Reis do R&B; temos a Budah também que é uma grande artista. Enfim, por aí vai, sabe? Várias mulheres incríveis trilhando seu rumo, seu caminho, cantando muito e falando sobre esses assuntos fundamentais. Tem bastante gente no mercado com muito talento e muita coisa a se dizer. Essas meninas chamam muito a minha atenção. São artistas excelentes, muito bacanas e nacionais. É importante a gente valorizar o que a gente tem aqui também. Claro, Elza e Rita são já patrimônios, né, mas é bom a gente falar sobre artistas novas também, sobre essa mulheres que estão aí fazendo trabalhos incríveis.

E: Bom, você citou mulheres de vários gêneros musicais diferentes e eu vi também que você é formada em canto erudito. O que te levou a ir para esse lado do gênero mais Pop, R&B e Soul?

I: Então, o canto lírico entrou muito cedo na minha vida, sabe? Eu tive contato com a música clássica com uns sete anos de idade, porque eu entrei num coral no Rio, o da UFRJ e fiquei até os onze. Depois, eu fui embora do Brasil. Mas, nesse coral, a gente fazia apresentações no Teatro Municipal, na Casa Cecília Meireles, então eu acabei me inserindo muito cedo no mundo da música e, graças a Deus, sempre muito incentivada pelos meus pais, sempre tive todo o apoio. E aí segui, fiz o coral. Depois, na Europa, eles acabam valorizando mais, dando mais atenção à arte na escola de uma forma geral, eu sinto isso. Pelo menos do que eu conversei já e já entendi do sistema educacional do Brasil eu vejo que lá fora a gente tem esse leque de opções, sabe, de poder fazer um curso teatro na escola, temos aula de coral, temos aula de música, temos aula de culinária, temos aula disso, aula daquilo, coisas que eu vejo com mais dificuldade aqui, e principalmente eu estou falando de uma coisa de 10, 15 anos atrás, quando eu tinha 11, 12 anos. Lá na Europa, eles acabam tendo muita influência do canto erudito, do clássico. Eu lembro que eu tinha apresentações na escola mais voltadas para o clássico, eu lembro que também comecei a ter professoras de canto que tinham essa base e também nos passeios da escola eles levavam a gente a óperas e a consertos, então não tinha muito como fugir. Só que tem uma certa idade que você fala “não, eu estou ouvindo isso aqui por conta da escola, por um lado mais acadêmico, mas eu quero me inserir dentro do que está acontecendo na rádio”. É meio inevitável que isso aconteça, né? Então eu comecei a ouvir Pop, mas a minha família sempre teve uma base muito eclética. Meu pai começou a consumir muita coisa da época dele, dos anos 70, 80; então o rock clássico, disco music, soul; e minha mãe para um lado mais Soul Brasil, bem nacional. Então eu comecei a ouvir aquilo tudo e falei: “Opa, pera aí. Deixa eu agora escolher o que que a Isadora vai ouvir”, mas a Isadora ouviu a Diana Ross, que está aqui (apontando para o quadro da cantora), o Stevie Wonder, que está aqui. E aí, dentro desse universo ainda muito voltado ao Soul, ao Black Music e o Pop. E aí, quando eu vim para o Brasil, eu falei “cara, eu vou começar a estudar música, vou me especializar nisso, quero me aprofundar nesse universo que é o que eu quero para mim”. Então eu tive a oportunidade de fazer faculdade de música – canto erudito-, me formei. Para mim até que foi muito legal, mas assim, eu digo que a gente que faz a nossa faculdade e essa faculdade especificamente a gente precisa vivenciar muito fora e eu comecei a trabalhar cedo na noite e dentro da noite, eu falei “Tá, eu vou me inserir numa banda Pop que tem que cantar Bruno Mars, que é um Pop mais vintage, mais Soul” e aí por aí começou essa minha busca, essa minha trajetória pelo R&B, pelo Pop e tudo mais. Então, eu cresci ouvindo muita coisa diferente, e aí o R&B não deixa de ser uma mistura dessas sonoridades e o R&B está se tornando um pouco mais comercial hoje aqui no Brasil e lá nos Estados Unidos ele já é bem comercial.

Foto: Reprodução Instagram (@eumesmaisadora)

E: A Ariana Grande, por exemplo, puxa bastante para esse lado.

I: Totalmente influenciada pelo R&B. Produção, aquelas aberturas de vozes, a composição… E isso, de fato, é muito radiofônico lá, mas lá já começou a ser radiofônico no final da década de 90, 2000 e algumas coisas começaram a vir para cá em 2000, tanto que a gente vê Usher, a própria Beyoncé com o Destiny’s Child antes de virar  a Beyoncé solo, então isso começou a se projetar muito aqui, mas só agora que isso está ganhando uma dimensão um pouco maior.

E: Você planeja algum dia voltar às suas bases, voltar às suas raízes, para um lado erudito, um lado mais clássico? Ou você vai só vai seguindo e vendo no que vai dar?

I: Eu acho que o mercado lírico, para eu me inserir nisso, tem que haver um estudo constante, sabe? Eu não deixei de estudar, mas hoje estou mais focada no Pop, no autoral, composição, etc. Então, para seguir isso à risca e voltar a isso, eu teria que me dedicar muito para conseguir chegar num lugar que me desse, talvez, uma certa exposição e isso no Brasil é muito difícil. É um caminho que, obviamente, pode acontecer com todo o esforço e dedicação, mas eu sinto que preciso optar. Mas as minhas raízes estão de alguma forma inseridas dentro do meu canto, dentro do meu estudo… Então, é tentar manter isso em paralelo – obviamente não vai estar tão evidente -, mas quem me conhece pode falar “putz, esse agudinho aqui é da Isadora, porque ela estudou canto lírico”, como a maioria dos alunos que teve uma formação clássica e até hoje quando você ouve, é uma voz que tem um agudo, um controle, talvez, porque o lírico te dá esse controle melhor, essa técnica melhor, esse embasamento todo do canto.

E: Sim, dizem que o canto lírico é a base para os outros gêneros que nem dizem que o ballet é a base de todos os tipos de dança.

I: É tipo isso, você pode fazer o ballet e depois se inserir no Jazz ou na dança contemporânea. Mas, de fato, o ballet serve como uma base. O lírico também, de uma certa forma. Mas existem pontos de estudo, tipo “vou focar nisso aqui meu estudo de canto”. Porque o canto não é como a dança que você pode ficar horas treinando – até a dança, talvez, seu corpo acorde muito cansado -, mas para o canto o indicado é que você treine de 15 a 30 minutos por dia e não passe muito disso, porque pode causar uma fadiga vocal, você começa a ficar um pouco cansado, porque é um músculo difícil de ser trabalhado tipo um piano que você pode ficar horas tocando. Enfim, e aí, você tem que ter foco.

E: Para encerrar esse papo ótimo, eu queria que você passasse uma mensagem para as meninas e mulheres que têm um sonho.

I: Cara, eu acho que as mulheres têm sempre que se autoafirmarem. Como a sociedade sempre aponta, como a gente estava falando antes, a gente tem que falar uma para a outra isso, a gente têm que falar isso em voz alta para a gente acreditar que é possível alcancar o que a gente deseja, conquistar os nossos sonhos, por mais que tenha obstáculos, por mais que seja um caminho longo com altos e baixos. Eu acho que a pessoa não pode se limitar de forma alguma, porque essa Mulher 21, essa mulher contemporânea, ela vem para mostrar o quanto a mulher é forte sim, existe uma vulnerabilidade em todos e não só na mulher e a gente tem que sonhar alto mesmo, batalhar pelos nossos desejos e podemos ser quem a gente quiser. Temos várias mulheres dentro de uma só, então eu acho muito importante a gente sempre falar abertamente sobre o assunto de violência doméstica, o assunto do aborto, qualquer pauta feminina que for necessária, colocar mais mulheres na política. É muito importante que a gente pesquise e vote nas nossas candidatas porque elas vão ter papel de nos representar também. E é isso, vamos em frente, vamos seguir, porque a próxima geração está vindo também, espero que com uma cabeća cada vez mais aberta, cada vez mais aceitando e respeitando a posição e o lugar do outro.

E você? Se pudesse mandar uma mensagem para as mulheres, o que diria? Conta para a gente no Twitter, Face e Insta do Entretetizei. <3

 

*Créditos da foto de destaque: Tamara Cristina

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Resenha | Teto para Dois

Conheça a história de Tiff e Leon, dois jovens que dividem uma cama sem nunca terem se visto e que encontraram o amor através das palavras

O livro Teto para Dois, da escritora britânica Beth O’Leary, traz uma história moderna de amor entre dois jovens que vivem em Londres, Inglaterra. Tiffy é uma menina comunicativa e trabalha em uma editora, como assistente. Além de ser apaixonada por objetos antigos, leva essa paixão para seu estilo: nada como um bom brechó para comprar roupas e utensílios usados, mas com um charme único. Já Leon é um cara quieto, não gosta de compartilhar muito sobre sua vida com as pessoas – exceto com seus pacientes, já que é enfermeiro noturno e adora ajudá-los, com um bom papo e a companhia que muitas vezes precisam. Eles só não imaginavam que se conheceriam de uma forma tão bizarra: dividindo uma cama.

Leon estava com problemas financeiros e de cara, teve uma ideia bem estranha para conseguir dinheiro rápido: por que não dividir sua cama com outra pessoa e alugar essa metade, já que sua rotina era o contrário das rotinas comuns? Assim, ele nunca encontraria essa pessoa, já que chegaria em casa pela manhã, horário em que todos já estão no trabalho e não precisaria se preocupar. Como Tiffy tinha acabado de sair da casa de seu ex-namorado, precisava mesmo de um lugar mais barato para ficar. Ah, mas é claro que uma hora ou outra eles TINHAM que se encontrar.

A ideia era ótima, sem dúvidas. Quando a namorada de Leon, Kay, conhece Tiff pessoalmente, logo vê que sua personalidade era bem diferente da sua, ou seja, não era nem um pouco o tipo de menina que Leon gostava. Despreocupada, comenta com Leon que esse acordo não traria problemas, afinal, ele nem precisaria encontrá-la. As conversas entre Leon e Tiff começaram por celular e passaram para os post-its, técnica muito usada pelos jovens hoje em dia. Logo, Leon percebe que Tiff era um tanto quanto emocionada e com um gosto pra lá de não-convencional.

Quando chega em seu apartamento, após a chegada de Tiff, o menino se espanta com o que vê: uma luminária bizarra, tricôs para todos os lados e uma colcha feita de retalhos – muito brega para o seu gosto. Onde estava seu apartamento? Parece que uma onda de exagero, misturada com mal gosto e muita cor tinha tomado conta daquele lugar. E os post-its… ah, essa era uma maneira divertida de se comunicar e evitar um contato próximo com Tiff, afinal, eles eram apenas companheiros de apartamento – e dividiam uma cama.

 

Uma comunicação diferenciada, que aproximou o amor através de palavras

O que ambos talvez não esperavam, era que essa comunicação estranha entre os dois acabaria em paixão. É possível se apaixonar por post-its, sem nunca ter visto a pessoa? O mais interessante em Teto para Dois, é ver como há maneiras distintas de conhecer pessoas e muitas vezes, o amor pode vir do inesperado, da forma menos provável. Apesar de, no início, Leon não se identificar com o jeito de Tiff, ele passa a se interessar pelo jeito humorado como a garota lida com tudo na vida.

Com o passar do tempo, um não conseguia mais ficar sem se comunicar um com o outro e o apartamento virou uma verdadeira festa de post-its. E claro, uma hora ou outra eles tinham que se encontrar… e não é que aconteceu? Tiff teve uma ressaca daquelas, após sair com suas amigas à noite e não conseguiu acordar a tempo de ir trabalhar cedo. O que aconteceu? Bom, ao entrar no banheiro, deu de cara com Leon, que estava tomando banho. Sim, a primeira vez que se viram não foi nada normal e pra falar a verdade, aquela situação os deixou bem envergonhados. 

Nesse dia, Leon se encantou com o que viu: uma mulher ruiva, com uma silhueta encantadora e um olhar apaixonante. E o mais interessante: era como se já se conhecessem há anos, com tantas histórias contadas em palavras. Tiff ficou sem reação e sentiu seu coração bater mais forte. Depois daquele dia, sabiam que o que sentiam pelo outro ia muito além de colegas de apartamento.

Sendo assim, ao longo da leitura, reconhecemos que, apesar da tecnologia, ainda há quem adote as práticas antigas de se comunicar, quando ainda não haviam aparelhos telefônicos e redes sociais. Apesar de usarem a internet e terem o contato um do outro, Tiff e Leon preferem se comunicar por texto, quase como antigamente, quando casais e amigos trocavam cartas – uma forma muito mais romântica de se expressar.

 

Relações tóxicas e a dificuldade de aceitar ajuda

Outro tema importante de se destacar no livro são os tipos de relacionamentos. Ao mesmo tempo que a relação entre Tiff e Leon foi crescendo de forma saudável, Tiff lidava com um ex-namorado completamente tóxico. Justin namorou Tiff por anos e sempre a fez se sentir miserável, a ponto de fazê-la acreditar que mentia sobre as coisas que falava.

A situação foi se agravando ao longo da história, já que Tiff pediu para se afastar do ex, mas, mesmo assim, ele arrumava uma maneira de descobrir onde a menina estava: a perseguia por onde ia trabalhar, descobriu seu novo endereço e chegou a invadir uma palestra de um dos clientes de Tiff para pedir à menina em casamento – mesmo depois dela ter pedido, repetidas vezes, para que ele se afastasse.

Juntamente com o tema relacionamentos, a própria autora cita o termo Gaslighting no livro, expressão feminista que se refere à uma forma de manipulação e abuso psicológico em que um homem tenta desacreditar uma mulher, dizendo que a mesma está fora de si ou que o que sente/fala não faz o menor sentido. Olhando de trás pra frente a trajetória de Tiff, conseguimos detectar muito bem como Justin prejudicou seu psicológico e conseguiu levar a autoestima da menina tão para baixo, a ponto dela não conseguir se desprender e pensar que precisava dele.

Em contrapartida, entendemos como é importante a presença de amigos e/ou familiares nessas horas, para ajudar a vítima com apoio emocional e psicológico. Ainda bem que Tiff escutou seus amigos, aceitou fazer terapia, cuidou de seu emocional e ouviu sua nova paixão, já que Leon também foi responsável por ajudá-la a superar tudo o que passou com o ex. Leon teve paciência, a ouviu e estava disposto a esperar o tempo que fosse necessário para poder ficar com ela.

Teto para Dois é um livro, acima de tudo, sobre seres comuns que vivem suas vidas, enfrentam seus maiores medos, são vulneráveis e aprendem que amar vai muito além de gestos bonitos; em primeiro lugar, é preciso ter respeito para com o seu parceiro, entender que todos temos dias difíceis e que nem sempre é tão fácil assim superar um trauma ou um relacionamento. É sobre parceria, amizade e amor sincero, um tipo de amor que, nos dias atuais, não é tão fácil assim de encontrar, mas que nos dá esperanças de relacionamentos mais saudáveis e com respeito mútuo.

 

Considerações

Teto para Dois dispõe de 392 páginas, divididas em 74 capítulos curtos, separados por personagem + prólogo. A história pode parecer um tanto quanto clichê, mas a maneira como a autora desenvolve os personagens prende o leitor à história, além de incluir temas importantíssimos para nossa vida em sociedade, como relacionamentos, tipos de amizades e as diferenças entre cada ser humano, que pode resultar em amor.

O livro está disponível nas principais livrarias online e você pode adquiri-lo agora, clicando aqui.

 

Outros livros da autora

A Troca é o segundo livro da autora Beth O’Leary, publicado em 2020, pela editora Intrínseca.

Resenha #592: A Troca - Beth O'Leary (Intrínseca)
Foto: Divulgação | Balaio de Babados

 

Título original: The Switch

Sobre

Leena Cotton tem 29 anos e sente que já não é mais a mesma. Eileen Cotton tem 79 anos e está em busca de um novo amor. Tudo que neta e avó precisam no momento é pôr em prática uma mudança radical. Então, para colocar suas respectivas vidas de volta nos trilhos, as duas têm uma ideia inusitada: trocar de lugar uma com a outra.

 

The Road Trip é o próximo livro da autora (sem título oficial em português) e será publicado, no Reino Unido, em 29 de abril de 2021 e no dia 1º de junho nos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há uma data oficial de lançamento.

Amazon.com: The Road Trip: The heart-warming new novel from the author of The Flatshare and The Switch eBook: O'Leary, Beth: Kindle Store
Foto: Divulgação | Amazon

Sobre

Addie e sua irmã estão prestes a embarcar em uma viagem épica para o casamento de um amigo no norte da Escócia. A playlist é toda planejada e os lanches já embalados. Mas, não muito depois de partir, um carro bate na parte de trás do deles. O motorista não é outro senão o ex de Addie, Dylan, que ela evitou desde seu rompimento traumático, dois anos antes.

 

Você já leu Teto Para Dois ou outro livro da autora? Qual seu livro favorito? Confira outras resenhas clicando aqui e conte tudo para a gente lá no Twitter, Insta e Face do Entretetizei.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Entretetizei

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Entretenimento Eventos Notícias

120 anos desde o nascimento de Cecília Meireles serão celebrados virtualmente pela AML

Trajetória de Cecília Meireles, escritora que marcou a literatura brasileira, será relembrada por meio de palestra online

A Academia Mineira de Letras (AML) fará uma homenagem aos 120 anos desde o nascimento de Cecília Meireles, que estará disponível em vídeo no YouTube da entidade a partir do dia 25 de março.

Por meio de uma palestra online ministrada pelo doutor Artur Laizo, serão mostrados os fatos mais marcantes da vida de Meireles, os aspectos mais relevantes de suas obras e as características que tornam a escritora tão importante para a literatura.

O evento acontece no âmbito do Plano Anual de Manutenção AML (PRONAC 203709), realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed BH e da CEMIG e copatrocínio da Tambasa.

Acompanhe a celebração no dia através do canal da AML no YouTube:

Academia Mineira de Letras

Fundada na cidade de Juiz de Fora, em 1909, a AML é um centro divulgador da cultura, das artes, da história e da memória brasileira, que disponibiliza mais de 200 palestras já realizadas para que o público possa ver e rever, além das palestras inéditas que estão na programação de 2021.

Cecília Meireles

Nascida no Rio de Janeiro no dia 7 de novembro de 1901, Meireles foi uma jornalista, poetisa, professora, pintora e escritora com mais de 50 obras publicadas. Além de conhecida pelo vanguardismo nacionalista, foi considerada também a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira como uma das poetas mais importantes da segunda fase do modernismo brasileiro.

 

E aí, que tal relembrar a história dessa incrível escritora? Para acompanhar essa e outras notícias, segue a gente lá nas redes sociais do Entretetizei: TwitterInsta e Face.

 

*Crédito da foto de destaque: Biblioteca Casa Amèrica Catalunya

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Séries

Disney +: Falcão e Soldado Invernal é a série mais assistida na história do canal

Dirigida por Kari Skogland e escrita por Malcolm Spellman, a série conta a história dos dois personagens icônicos da Marvel Studios

“Alô, Capitão? Tá me ouvindo? É o Sam… À esquerda!” Se essa cena de Vingadores: Ultimato não te emocionou, você viu o filme errado. Veja de novo. Enquanto os fãs de Marvel piram com a notícia de que Falcão e o Soldado Invernal virou uma série própria, os atores Anthony Mackie e Sebastian Stan podem comemorar: a produção original da Marvel Studios exclusiva para o Disney + se tornou a série cuja estreia foi a mais assistida em seu primeiro final de semana (19 a 21 de março). E não para por aí. Dirigida por Kari Skogland e escrita por Malcolm Spellman, foi também o título mais visto em nível global no mesmo período.

Foto: Reprodução

Além de Falcão e Soldado Invernal, a estreia de WandaVision – também da Marvel Studios – e a estreia da segunda temporada de The Mandalorian, da Lucasfilm, são as três séries originais do Disney + mais vistas em suas primeiras semanas. Haja coração e fã, ein?!

E você? É team Falcão ou team Soldado Invernal? Entre nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente.

* Crédito da foto de destaque: Reprodução

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Notícias

Dua Lipa celebra um ano de Future Nostalgia

Somando apenas os números no Brasil, o álbum da cantora já conquistou a certificação de diamante

Nesta semana, Dua Lipa, artista internacional mais ouvida no Brasil, celebra um ano do lançamento de Future Nostalgia, segundo álbum da carreira da artista, que foi um sucesso de crítica. Apenas no Brasil,  o projeto acumula mais de 384 milhões de reproduções, tendo alcançado certificado diamante (equivalente a dez vezes platina).

Future Nostalgia possui o recorde de álbum de artista feminina britânica mais tocado nas plataformas digitais em um único dia. Dua é a artista britânica mais ouvida no Spotify globalmente e a artista feminina mais ouvida da plataforma.

Recheado de hits, o álbum acumula certificações em vários dos singles lançados: Don´t Start Now e Break My Heart são diamante triplo; Physical, diamante duplo; Levitating ft. DaBaby, platina duplo; e o atual single de trabalho We´re Good, já bateu a marca da certificação de ouro.

Crédito da imagem: Divulgação

We´re Good, faixa de ritmo sensual que fala sobre dois amantes que precisam seguir caminhos separados, ganha espaço em todas as rádios do Brasil nesta sexta-feira, dia 26 de março, com uma blitz especial em celebração ao primeiro ano do álbum Future Nostalgia.

Produzida por Sly, a música de groove lento faz parte do projeto Future Nostalgia – The Moonlight Edition, versão mais recente do projeto original, que também inclui os singles Don´t Start Now, Physical, Break My Heart e Levitating.

Future Nostalgia -The Moonlight Edition, edição deluxe do projeto, veio acompanhada de três faixas novas: If It Ain’t me, That Kind of Women e Not My Problem (feat JID) e inclui também o single e hit TOP 10 de Miley Cyrus Feat Dua Lipa, Prisioner, que alcançou mais de 250 milhões de streams globais. O público pode ouvir também Fever, com Angèle e também apresenta Un Dia (One Day) (Feat. Tainy), parceria com J Balvin & Bad Bunny, que já alcançou a marca de mais de 500 milhões de streams.

Desde o lançamento do primeiro single, em 2015, Dua Lipa tem se tornado uma das artistas jovens de maior sucesso no mundo. O álbum de estreia da artista alcançou 6 milhões em vendas mundiais e o segundo álbum, lançado em março de 2020, ultrapassou a marca de 297 milhões de streams na primeira semana de estreia e hoje ultrapassa a marca de 6 bilhões de plays em todas as músicas do projeto.

Crédito da imagem: Divulgação

E aí, você também gostou do álbum? Nos conta lá nas nossas redes sociais:  InstaFace e Twitter 

* Crédito da foto de destaque: Divulgação/Warner Music

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Séries

History: canal lança nova série, Grandes Mistérios da História

Apresentada por Laurence Fishburne, a série investiga os grandes mistérios da humanidade e tem estreia marcada pro dia 27 de março, às 21h20 

 

O mundo não é mais o mesmo! A partir do dia 27 de março, o canal History exibirá a produção original Grandes Mistérios da História com Laurence Fishburne (History’s Greatest Mysteries). Apresentada por ninguém mais ninguém menos do que Morpheus, do filme Matrix, a série irá investigar o que há por trás dos maiores e mais famosos mistérios do mundo, revelando informações inéditas e te fazendo repensar tudo o que você já sabia.

Foto: Divulgação

O programa irá desvendar um mistério em cada episódio, como o naufrágio do Titanic, a fuga de D. B. Cooper, o caso Roswell e o assassino de Lincoln. Novas descobertas, evidências, testes de DNA, documentos e expedições recentes apontam novos caminhos para a solução de mistérios que intrigam a humanidade, alguns deles há séculos.

Para dar início a essa jornada com a chave de ouro, o primeiro episódio é  Endurance: O navio perdido de Shackleton. A história de um dos navios mais famosos do mundo começa em 1914 quando Ernest Shackleton liderou uma expedição à Antártica que terminou com seu navio destruído no fundo do oceano e toda a tripulação tentando sobreviver na tundra. O que tem demais sobre isso? Ninguém sabe o que aconteceu e onde o navio está, mas o  arqueólogo marinho Mensun Bound e sua equipe tentarão desvendar esse mistério.

Jesse Marcel, head intelligence officer, who initially investigated and recovered some of the debris from the Roswell UFO site 1947. In mid-1947, a United States Air Force balloon crashed at a ranch near Roswell, New Mexico. Following wide initial interest in the crashed ‘flying disc’, the US military stated that it was merely a conventional weather balloon. (Photo by: Universal History Archive/ Universal Images Group via Getty Images)

Será que esses mistérios serão resolvidos? Para saber, só ligar no History a partir do dia 27 de março, às 21h20. Vamos ficar de olho! 

Classificação indicativa: livre. 

Qual mistério te surpreende mais? Entre nas redes do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente.


*Crédito da foto de destaque: Reprodução

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Inválida

Them: Amazon Prime divulga trailer de sua nova série de terror

Them conta a história de uma família negra que se muda para um bairro branco durante A Grande Migração

O Amazon Prime Video divulgou na última segunda-feira (22), o primeiro trailer completo da primeira temporada de Them (Eles, em português), sua nova série original antológica de terror. Criada por Little Marvin, que atua como produtor ao lado de Lena Waithe, a série possui dez episódios e estreia exclusivamente no Prime Video em 9 de abril.

O trailer mostra a mudança da família para a nova casa em Compton. Embora tudo pareça bem, os vizinhos demonstram uma reação negativa com a chegada deles. Inconformados com uma família negra morando em um bairro majoritariamente branco, e com o propósito de expulsá-los, os vizinhos traçam planos para tornar a vida deles um verdadeiro inferno.

A série antológica é estrelada por Deborah Ayorinde, Ashley Thomas, Alison Pill, Shahadi Wright Joseph, Melody Hurd e Ryan Kwanten. Them é uma coprodução da Sony Pictures Televison e Amazon Studios.

 Sinopse

Ambientada nos anos 1950, a primeira temporada, intitulada Them: Covenant, conta a história de uma família negra que se muda para um bairro totalmente branco de Los Angeles durante o período conhecido como A Grande Migração.

Descontentes com a mudança, os vizinhos brancos fazem de tudo para que a família volte para a Carolina do Norte. Ameaçam e aterrorizam os novos vizinhos a fim de expulsá-los de seu bairro. Dessa forma, a casa da família se torna o alvo no qual forças malignas, reais e sobrenaturais, ameaçam provocá-los e destruí-los.

Desse modo, a série vai mostrar o racismo e o preconceito enfrentados pela família.

Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=aepV15O0VtY

Gostou do trailer? Está ansioso para a estreia de Them? Então conta tudo para a gente no Twitter, Insta e Face do Entretetizei.

Nos acompanhe para ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do entretenimento.

 

*Crédito da foto de destaque: Amazon Prime Video/ Divulgação

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Notícias

Profissionais do audiovisual poderão solicitar benefício do fundo Amazon Studios e Prime Video

Criado pelo Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (ICAB), os profissionais poderão se inscrever a partir de hoje (23)

A galera do audiovisual já pode comemorar! A Amazon Prime Video e o Amazon Studios anunciaram a abertura das inscrições para solicitar o benefício do Fundo Amazon Studios e Prime Video, projeto gerido pelo Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (ICAB) e voltado para apoiar os profissionais do setor audiovisual que tiveram sua renda comprometida devido à pandemia da COVID-19.

Os profissionais precisam seguir os critérios de elegibilidade, descritos abaixo, para solicitar o benefício sob forma de doação em um único depósito. É importante ressaltar que esse apoio não demanda qualquer vínculo, associação ou envolvimento profissional com o ICAB, com o Amazon Studios e/ou com o Amazon Prime Video, assim como também não caracteriza qualquer tipo de acordo contratual.

 

As inscrições se iniciam hoje (23) e permanecerão abertas por, no máximo, quatro meses, ou até que os recursos estejam esgotados. Para se inscrever, basta acessar o site neste link.

Quem pode solicitar

Os beneficiários devem ser pessoas físicas que reúnam todas as características abaixo:

Brasileiros natos ou residentes permanentes em território brasileiro;

Atuem na área de produção brasileira cinematográfica e televisiva independente, excluindo produção publicitária, e que estejam incluídos na relação de funções elegíveis para o benefício;

Comprovem o exercício na função declarada e elegível no período a partir de janeiro de 2019 até esta data;

Possam comprovar que têm na produção audiovisual a principal fonte de renda desde janeiro de 2019 até fevereiro de 2021;

Que antes de janeiro de 2020 recebia de forma semanal, quinzenal ou mensal uma remuneração pelo exercício da função declarada e que deixou de receber essa remuneração periódica – entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021 – em virtude da pandemia da COVID-19;

Cuja remuneração total antes da pandemia não excedia R$8.000,00 mensais, desde janeiro de 2019 até janeiro de 2020, isto é, o período anterior à pandemia.

 
Quem não pode solicitar

Como o objetivo do fundo é apoiar os profissionais da produção cinematográfica e televisiva brasileira não publicitária, ficam inelegíveis a solicitar o fundo:

Profissionais exclusivos de outros segmentos da produção audiovisual, como produção publicitária, teatral, espetáculos de música, festivais, mostras, transmissão de eventos e competições ao vivo, conteúdo jornalístico, religioso, institucional ou corporativo, campanhas políticas e transmissões de sessões legislativas e/ou judiciárias, ou que não possam apresentar comprovação de atuação profissional em atividades de produção para cinema, televisão ou plataformas de vídeo on demand;

Aqueles cuja remuneração mensal média antes da pandemia (entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020) seja superior a R$8.000,00;

Profissionais com vínculos empregatícios, contratos de prestação de serviços vigentes ou que estejam recebendo uma remuneração constante desde janeiro de 2020;

Não serão aceitos contratos de trabalho nos quais o contratado também seja sócio ou representante legal da empresa contratante.

Tem algum profissional do audiovisual aí? Gostou da novidade? Entre nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente o que achou dessa medida.

*Crédito da imagem de destaque: Reprodução

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Entretenimento Entrevistas

Entrevista | Rob Van der Loo fala sobre novo álbum do Epica, Ωmega

Oitavo álbum da banda holandesa Epica já está disponível em todas as plataformas digitais

 

Nasceu! Após cinco anos de espera, a banda holandesa de metal sinfônico Epica lançou no dia 26 de fevereiro seu oitavo álbum de estúdio, Ωmega. Com o desafio de criar músicas em meio à pandemia do novo Coronavírus, o sexteto não se deixou abalar e fez o que pôde para presentear os fãs com mais uma obra-prima.

Com três componentes do grupo morando na Holanda, um na Alemanha, um na Bélgica e um na Itália, a banda enfrentou desafios para se organizar e compor todas as doze faixas do disco principal e quatro do disco acústico. O álbum foi lançado pela Nuclear Blast e originalmente gravado no Sandlane Studios, na Holanda, terra natal da banda. Ωmega recebeu uma enxurrada de boas críticas, sendo aclamado por revistas e grandes nomes da música mundial.

Foto: Divulgação

Em adição aos elementos que os fãs estão acostumados a ouvir – como a imponente presença de orquestras grandiosas, trechos em latim e música clássica, por exemplo – a banda inova com elementos diferentes e poderosos, que elevam o nível de complexidade e deixam o ouvinte encantado. Entre eles, os que mais se destacam é o coral de crianças em músicas como Rivers, o tom mágico dos sonhos e pesadelos de The Skeleton Key – inclusive, essa música foi eleita a melhor do álbum por unanimidade -, as inscrições em árabe em Code of Life (cantadas por Zaher Zorgati, vocalista da banda tunisiense Myrath), a orquestra em Omega – Sovereign of the Sun Spheres, além de duas ilustres versões: Rivers – acapella – e o refrão em espanhol em El Código Vital, adicionadas ao Omegacoustic – versão acústica do Ωmega

Com letras, em sua maioria, compostas pela vocalista Simone Simons e pelo guitarrista Mark Jansen, o álbum apresenta quatro videoclipes até o momento, expondo o momento mais versátil e criativo da vocalista. Além do canto lírico, que é uma de suas especialidades, Simons se destaca por suas interpretações teatrais, cheias de mistério e técnica admiráveis, sem, no entanto, perder sua doçura e elegância. 

A sonoridade do álbum também é algo a se admirar. Ponto forte em toda a discografia do Epica, os corais e orquestra ganharam ainda mais força e destaque nesse álbum. Sob supervisão do tecladista e pianista Coen Janssen, as músicas ganharam mais estrutura, ficando mais elaboradas, além de  influências instrumentais mais modernas, pianos e violinos mais evidentes, potentes guturais e guitarras mais vibrantes. Entre as canções mais elogiadas, duas foram compostas pelo baixista Rob Van der Loo: Rivers e The Skeleton Key. A aclamada música Kingdom of Heaven também esteve em evidência, pois fecha o ciclo de três partes da mesma história, iniciada no álbum Design Your Universe

O álbum ficou em #1 no Deezer durante os últimos sete dias, sendo considerado o melhor álbum de Metal da semana na plataforma, além de garantir o #1 nos charts do iTunes em países como Suíça, Colômbia e República Tcheca. No Brasil, ocupa a segunda posição, entre todos os ritmos executados. Entram no chart em posições de #3 a #9 México, Canadá, Rússia, Holanda, Polônia, Bélgica, Espanha, Itália, Turquia, Austrália, França Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

Foto: Reprodução

Day and night, we hunt for answers hiding deep inside

Omega explora a teoria Ponto Ômega, que descreve o último nível da consciência humana. Segundo Mark Jansen (guitarrista e dono dos guturais), a ideia é falar sobre “a visão científica e espiritual de que as pessoas vivem em uma espiral em direção a um ponto de unificação divina.”.*

Investindo na divulgação de Ωmega, a banda gravou diversos vlogs, lançados em seu canal no Youtube e divulgados em todas as redes sociais, onde mostra o processo de gravação e alguns spoilers do álbum que ainda estava por vir.  Em diversos vídeos e partes das músicas, é possível notar uma mensagem de união, principalmente em tempos como esses. No episódio 14, Jansen fala que “um dos temas do álbum é sobre como a humanidade está se dividindo por conta de uma competição. E, no entanto, florescemos quando trabalhamos juntos.”

Composta por Simone Simons nos vocais, Mark Jansen nos guturais e guitarra, Rob Van der Loo no baixo, Coen Janssen no teclado e piano, Ariën Van Weesenbeek na bateria e Isaac Delahaye na guitarra, a banda Epica marcou uma tour brasileira de divulgação do novo álbum, com cinco shows entre os dias 7 e 12 de dezembro. 

* trecho retirado do Omegavlog e traduzido de forma literal pela redatora

Become one with imagination, no more fairytales…

Em entrevista exclusiva ao Entretetizei, Rob Van der Loo, baixista do Epica, explica sobre as inspirações e processo criativo para o novo álbum, os desafios de gravar em meio à pandemia e muito mais.

Entretetizei: Primeiramente, eu gostaria de dizer – de novo – que o álbum está perfeito, bem mais poderoso que os outros. Parabéns e muito obrigada por essa obra-prima! 

Vocês começaram o processo de escrita antes da pandemia e gravaram no ano passado. Existe alguma música que foi deixada para trás, adicionada ou alterada devido a esse período triste que estamos vivendo? 

Rob Van der Loo: Quando chegamos ao estúdio, tínhamos claramente em nossa mente quais músicas acabariam dentro do álbum. O prazo final era bem rígido, então não tinha muito espaço para escrever ou gravar um novo material. Acho que o que tínhamos em mente nos ajudou a trabalhar de uma forma mais direta. Até as gravações do coral, o Covid não era um problema tão sério por aqui. Tirando  o fato de que Simone e Mark tiveram que gravar os vocais à distância, a situação toda não teve muita influência. 

Ainda temos algumas letras de quando estávamos escrevendo o álbum, mas essas são músicas incompletas. 

E: Ωmega é um álbum mais pesado e tem letras mais profundas, com vários conselhos sobre como devemos lidar com nossas próprias vidas. Tem alguma frase em especial que você considera o melhor conselho para tempos como esses, onde as pessoas estão preocupadas ou com medo da pandemia?


RVL: Não especificamente. O que eu posso dizer agora é que nós provavelmente vamos viver nossas vidas um dia após o outro e precisamos tomar conta uns dos outros bem mais do que antes. Claro, e continuar positivo e esperançoso. Eu recomendaria às pessoas a não verem TV ou lerem notícias negativas o máximo que elas puderem. Todas essas “notícias negativas” podem ser bem venenosas para nossa mente, então tentem ficar longe dessa negatividade. Cuidem de sua saúde física e mental!

Foto: Divulgação

 

E: Você escreveu The Skeleton Key, considerada uma das melhores músicas do álbum. Como foi o processo? Digo, para mim, me lembrou de um mix de circo dos horrores e O Estranho Mundo de Jack, mas para alguns amigos não é nada parecido com isso…

RVL: Minha abordagem para esse álbum foi criar ideias que fossem simples, mas muito eficientes. Escrever uma boa, simples e cativante música pode ser muito mais difícil do que escrever uma música mais complexa. Eu prefiro pensar em sentimentos e cores do que realmente pensar em um gênero específico ou estilo. Músicas como The Skeleton Key e Rivers foram todas sobre sentimentos

Para esse álbum, eu ouvi muito a trilha sonora do filme A Origem (filme dirigido por Christopher Nolan e com música de Hans Zimmer), que também explica porque o título de The Skeleton Key ficaria A Origem. Simone escolheu essa temática perfeitamente quando sentamos juntos. Eu comecei a ter ideias para os vocais, mas primeiro eu queria ver o que ela iria desenvolver para que pudéssemos escolher os conceitos mais legais ou simplesmente mesclá-los. Fiquei bastante satisfeito com o resultado. 

E: Vocês incluíram novos elementos como as inscrições em Árabe, um coral de crianças e a versão de Rivers a capella. Gostaria de saber quem teve essa ideia e se vamos ver uma nova versão do Epica em futuros álbuns.

RVL: Essa foi, definitivamente, ideia do Coen (tecladista e pianista). Apesar de estarmos com os arranjos prontos durante a pré-produção, mais do que qualquer álbum anterior, ele ainda conseguiu pensar em ideias para fazer com que ficasse ainda mais especial. Quando ele surgiu com a ideia de ter um coral de crianças, nós nos animamos na hora. Com certeza deixou as músicas muito mais elaboradas.

Foto: Reprodução

E: Eu notei que antigamente o Epica falava mais sobre religião e política e, nos últimos dois álbuns, escolheram não falar sobre isso. O que mudou? Podemos esperar mais músicas com esses dois temas?

RVL: Eu acho que é bom manter as coisas novas e não falar sobre os mesmos tópicos o tempo todo.

The Quantum Enigma, The Holographic  Principle e Ωmega são uma trilogia,  e a história foi contada e agora pode considerar fechada. Vamos ver o que o futuro nos espera. O tempo dirá!

E: Muito obrigada por responder às minha perguntas, você é muito gentil! Mal posso esperar para vê-los em dezembro. Pode deixar uma mensagem para os seus fãs brasileiros?

RVL: Obrigado a todos pelo imenso suporte e paciência. Nós todos sabemos que levou mais tempo do que esperávamos para lançar o Ωmega, mas estamos muito felizes e emocionados com o entusiasmo de vocês. Mal podemos esperar para voltar aos palcos de novo e tocar todas as novas músicas para vocês. Fiquem firmes, saudáveis, positivos e tomem conta uns dos outros! 

 

Algum fã de Epica por aqui? Entre nas redes sociais do EntretetizeiInsta, Face e Twitter – e conta para a gente qual sua música favorita do novo álbum.

 

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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