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Jogador Número Um: livro ganha sequência e edição de luxo

Sucesso distópico será relançado pela editora Intrínseca. 

 

Fãs de Jogador Número Um, podem comemorar! A editora Intrínseca divulgou hoje (26), que o livro será relançado em uma edição de luxo. Além disso, chega ao Brasil Jogador Número Dois, sequência da literatura.

O autor dos livros, Ernest Cline, é fã de cultura pop e usou o seu conhecimento no assunto para criar o universo nostálgico e futurista de Jogador Número Um. Lançado em 2011, o livro tornou-se um best-seller mundial, ganhou diversos prêmios e foi adaptado para o cinema, com direção de Steven Spielberg e roteiro do próprio autor. Repleto de referências aos jogos clássicos de videogame, a história se passa em um futuro distópico, no qual as pessoas usam a realidade virtual da plataforma OASIS para fugir do lugar terrível que o mundo real se tornou. 

Com uma narrativa envolvente, Jogador Número Um conquistou milhares de fãs, que aguardavam ansiosamente a continuação da saga. Agora, a espera chegou ao fim, com o lançamento simultâneo dos dois volumes da série em edições de luxo, com capa dura, projeto gráfico diferenciado, fitilho e pintura trilateral.

Confira as sinopses dos livros:

Fonte: Divulgação

Jogador Número Um

Em 2045, o mundo é um lugar terrível e, para aguentá-lo, as pessoas se refugiam em uma realidade virtual chamada OASIS, onde podem ser o que quiserem e viver aventuras fantásticas. Mas agora esse universo está em risco devido à Caçada, um concurso que James Halliday, o excêntrico criador do OASIS, formulou para definir quem herdaria sua fortuna e o controle da plataforma. Como milhões de usuários, o adolescente Wade Watts entra na disputa e passa a estudar obsessivamente os anos 1980 — que inspiraram o concurso —, mas funcionários de uma perigosa corporação também entram na disputa, dispostos a tudo pela vitória. Anos passam sem que ninguém consiga desvendar a primeira pista. Até que o nome de Wade aparece no placar. De repente, o mundo inteiro está assistindo, e novos rivais o alcançam. Aos poucos, fica claro para o garoto que a competição virtual tem riscos muito reais e a única forma de sobreviver e salvar o OASIS é ganhando.

Fonte: Divulgação

Jogador Número Dois

Após o fim da Caçada, Wade Watts faz uma descoberta bombástica: o criador do OASIS deixou para trás uma tecnologia capaz de alterar a natureza da existência humana — e talvez piorar ainda mais as coisas. Chamado de Interface Neural OASIS, ou INO, o dispositivo permite que o usuário use os cinco sentidos na realidade virtual e controle seu avatar usando apenas o pensamento. Ou seja, a INO torna o OASIS mais viciante e perigoso do que nunca. Começa assim uma nova missão: a caça ao último Easter egg deixado por James Halliday. Ao longo dessa jornada, Wade e seus aliados se deparam com um inimigo poderoso, disposto a matar milhões para conseguir o que quer. A vida de Wade e o futuro do OASIS estão em risco outra vez, mas a humanidade pode ser a principal vítima dessa guerra cada vez mais real. Com uma narrativa criativa e eletrizante, Jogador Número Dois dá continuidade ao legado de sucesso de seu antecessor e lança os fãs novamente em uma aventura futurista e surpreendente.

 

“Uma mistura de A fantástica fábrica de chocolate e Matrix.”

─ USA Today

 “A saga geek escrita por Ernest Cline é magnífica, leve e empolgante.”

─ Booklist

“Cline usa sua inteligência e criatividade para construir uma narrativa perfeitamente acessível.”

─ The New York Times

 

Sobre o autor:

Ernest Cline é escritor, roteirista, pai e geek em tempo integral. Autor de Armada e dos best-sellers Jogador Número Um — adaptado para o cinema por Steven Spielberg, com roteiro de Cline — e Jogador Número Dois, seus livros foram publicados em mais de cinquenta países, destacando-se nas listas de mais vendidos em todo o mundo. Cline mora em Austin, no Texas, com a família, um DeLorean máquina do tempo e uma grande coleção de videogames clássicos. 

 

Informações:

Jogador Número Um

Tradução: Giu Alonso

Páginas: 432

 

Jogador Número Dois

Tradução: Flora Pinheiro e Giu Alonso

Páginas: 416

 

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 *Crédito da foto destaque: Dan Winters/WBUR

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Entretenimento Notícias Séries

Resenha | Filhas de Eva aborda pautas feministas

Três mulheres presas a padrões da sociedade têm suas vidas entrelaçadas

A nova série original da Globoplay, Filhas de Eva, é uma adaptação audiovisual do livro de Martha Mendonça. A produção foi lançada em março de 2021 e os 12 episódios estão disponíveis na plataforma.

A história conta a vida de Stella (Renata Sorrah), Lívia (Giovanna Antonelli) e Cléo (Vanessa Giácomo). As três personagens protagonistas possuem suas vidas entrelaçadas e traz à tona a realidade que muitas mulheres sofrem, principalmente nos relacionamentos amorosos e familiares.

Ao longo dos episódios é criado a expectativa que pautas feministas serão abordadas e isso de fato acontece. Mulheres de gerações diferentes vivenciam situações semelhantes e muitas vezes, inconscientemente, estão presas a padrões. Apesar das questões serem profundas, a série trata o assunto de maneira leve e equilibrada entre humor e drama.

STELLA

Créditos: Estevam Avellar / Globo

O drama principal da série é de Stella (Renata Sorrah), uma mulher que pede o divórcio durante a festa de comemoração dos 50 anos de casamento. Enquanto assistia ao vídeo de celebração, ela percebe que não se identifica mais com a jovem que ela era anos atrás e resolve ter coragem de mudar. A decisão deixa todos os convidados surpresos, principalmente sua família.

A partir desse momento, a personagem mostra estar se libertando de uma realidade que a incomodava há anos. Sutilmente cenas de discussões com o ex-marido ganham destaque e evidenciam que a relação dos dois nunca foi perfeita.

A personagem mostra ao público que é possível, independente da idade, se reinventar e voltar a ser feliz. A filha de Stella, Lívia, não consegue entender os motivos da mãe e considera uma loucura ela ter terminado um casamento de cinco décadas.  Mas, pouco tempo depois, fica claro que o relacionamento dela não é tão diferente do relacionamento dos pais.

LÍVIA

Créditos: Estevam Avellar / Globo

Lívia (Giovanna Antonelli) é uma psicóloga bem sucedida, casada e tem uma filha. Logo no começo da série fica claro como a personagem tem uma visão idealizada de família perfeita e fecha os olhos para algumas atitudes de seu marido. 

O maior exemplo dessa relação conturbada é a inveja de seu companheiro, também psicólogo, ao saber do convite que Lívia recebeu para participar de um programa de TV. Ao invés de comemorar a oportunidade da esposa, a convenceu de não aceitar e, assim, ele foi no lugar dela. 

A psicóloga  não demonstra incômodo com o ocorrido, o que frustra sua filha. Dora (Debora Ozório) é feminista atuante e aborda, nas conversas com sua mãe e avó, questões sociais relevantes para as situações vivenciadas por elas. Demora algum tempo para que Lívia comece a perceber que o casamento não é saudável e decide procurar novos caminhos.

CLÉO

Créditos: Estevam Avellar / Globo

A terceira protagonista da série é Cléo (Vanessa Giácomo), mulher humilde e batalhadora, é apresentada ao público como a boleira da festa de casamento de Stella. No final da festa, ela conhece o marido de Lívia – após o reconhecer do programa em que ele participou no lugar da esposa – e  começa a se relacionar com ele. O problema é: ela não sabe que ele é comprometido.

Cléo se ilude ao considerar que está em um possível namoro e para piorar, ela conhece Lívia. Uma amizade inesperada acontece entre as duas, ao mesmo tempo que são enganadas pelo mesmo homem.

Cléo é uma mulher forte que busca pelos sonhos sem deixar o alto astral de lado. Vive o drama de ter seu  irmão preso e precisar cuidar sozinha de sua mãe. Dentre as protagonistas, ela não possui vínculo familiar com as outras duas, mas grande parte de sua trajetória na série se mistura com a delas. 

 

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*Crédito da foto de destaque: Estevam Avellar / Globo

 

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Cinema Entretenimento Eventos

Oscar 2021: confira destaques e vencedores

 

Premiação teve destaque para Chloé Zhao que se tornou a segunda mulher a vencer Melhor Direção; Mia Neal, Sergio Lopez-Rivera e Jamika Wilson, de A Voz Suprema do Blues; e Anthony Hopkins levou a estatueta de Melhor Ator

 

O Oscar 2021 aconteceu ontem (25). A princípio, o evento aconteceria no dia 28 de fevereiro, mas foi adiado por causa da crise sanitária. A cerimônia foi transmitida ao vivo, de vários locais diferentes. 

A premiação teve seu número de participantes reduzido, apenas os indicados, seus convidados e alguns apresentadores estiveram presencialmente na cerimônia que aconteceu na Union Station, em Los Angeles, ao ar livre. As categorias foram anunciadas por artistas como Regina King, Brad Pitt, Zendaya e Reese Witherspoon. As cinco indicadas ao Oscar de Canção Original foram apresentadas em um evento pré-Oscar. 

Fonte: G1

A edição foi marcada pelo recorde na indicação de mulheres, com 76 indicações. O Oscar de 2021 também foi o mais inclusivo da história, 9 das 20 indicações nas categorias de atuação foram para negros, asiáticos e um muçulmano.

Em 93 anos de premiação, a edição de 2021 consagrou a segunda mulher (e primeira asiática) a ganhar o Oscar de Melhor Direção. Chlóe Zhao se destacou por seu impecável trabalho em Normaland, um dos grandes favoritos da noite. A atriz coreana Youn Yuh-Jung também fez história ao ser a primeira mulher coreana a ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. A Voz Suprema do Blues entregou a primeira estatueta para mulheres negras na categoria Melhor Cabelo e Maquiagem.

Vale lembrar que a noite do Oscar traz um momento reflexivo sobre o impacto da COVID-19 no meio cinematográfico. Mais de 100 produções em Hollywood foram adiadas ou interrompidas por causa da pandemia. Os sets de filmagem foram esvaziados, salas de cinema se tornaram território proibido e as produções independentes tiveram mais espaço.

A cerimônia também foi marcada pelo momento In Memorian. Nele, foram homenageadas as vítimas da pandemia e nomes como Chadwick Boseman, Sean Connery e Cicely Tyson. Além disso, a noite foi repleta de discursos de representatividade e aceitação.

Confira a lista completa de vencedores:

Melhor filme

Nomadland

 

Melhor atriz

Frances McDormand – Nomadland

 

Melhor ator

Anthony Hopkins – Meu pai

 

Melhor direção

Chloé Zhao – Nomadland

 

Melhor atriz coadjuvante

Yuh-Jung Youn – Minari

 

Melhor ator coadjuvante

Daniel Kaluuya – Judas e o messias negro

 

Melhor filme internacional

Druk – Mais uma rodada (Dinamarca)

 

Melhor roteiro adaptado

Meu pai

 

Melhor roteiro original

Bela vingança

 

Melhor figurino

A voz suprema do blues

 

Melhor trilha sonora

Soul

 

Melhor animação

Soul

 

Melhor curta de animação

If anything happens I love you

 

Melhor curta-metragem em live action

Two distant strangers

 

Melhor documentário

My octopus teacher

 

Melhor documentário de curta-metragem

Collete

 

Melhor som

O som do silêncio

 

Canção original

Fight for you – Judas e o messias negro

 

Maquiagem e cabelo

A voz suprema do blues

 

Efeitos visuais

Tenet

 

Melhor fotografia

Mank

 

Melhor montagem

O som do silêncio

 

Melhor design de produção

Mank

 

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*Crédito da foto de destaque: G1

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Cinema Entretenimento Entrevistas

Entrevista | Trapalhadas Sem Fim: diretor comenta documentário com mais de 60 entrevistas que conta a história dos Trapalhões

Ainda sem data de estreia, o documentário Trapalhadas Sem Fim lança camisas temáticas para poder bancar a conclusão da obra sobre quatro dos maiores humoristas do Brasil

Dirigido por Rafael Spaca,Trapalhadas Sem Fim quer levar às telas a história dos Trapalhões através de diferentes relatos e cenas de acervos pessoais. Com mais de 62 entrevistas realizadas e filmagens finalizadas em 2019, o que falta para colocar essa produção no mundo é investimento. Por isso, a equipe de produção decidiu lançar camisetas temáticas que podem ajudar a possibilitar esse lançamento.

A ideia do documentário é retratar uma parte da história do quarteto de humoristas brasileiros que ficou na TV por 30 anos. Tudo isso com personalidades que trabalharam com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, contando histórias de bastidores.

Confira o trailer oficial: 

Mas quem foram Os Trapalhões?

Quatro dos humoristas mais famosos do Brasil se reuniam com a alcunha de Os Trapalhões: Didi Mocó (Renato Aragão), Dedé (Manfried Sant’Anna), Mussum (Antônio Carlos Bernardes Gomes) e Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves).

Os Trapalhões
Crédito da foto: Reprodução

A primeira formação era composta por Renato Aragão, Wanderley Cardoso, Ivon Cury e Ted Boy Marino. Eles atuavam em um programa de televisão chamado Os Adoráveis Trapalhões, que era transmitido pela TV Excelsior, em 1966.

Em 1968 Manfried Santana e Renato Aragão estreiam outro programa humorístico na TV Excelsior: Didi & Dedé. Já em 1971, a TV Record contratou Renato Aragão e criou outro programa, chamado Os Insociáveis, e colocou Dedé novamente como parceiro de Didi. 

Só em 1973, a formação mais famosa, com Dedé, Didi, Mussum, e Zacarias apareceu na  tela da TV Tupi. E em 1977 a atração foi para a TV Globo, onde ficou até 1995, alegrando os domingos dos brasileiros.

https://www.instagram.com/p/B78Y1-oJHhs/?utm_source=ig_web_copy_link

O sucesso dos Os Trapalhões foi parar em outros países como Angola, Canadá, Estados Unidos e Portugal. O grupo chegou a entrar para o Guinness Book como o grupo humorístico de maior duração da televisão, pelos 30 anos de exibição.

Você pode ajudar o lançamento do Trapalhadas Sem Fim!

Essa produção tão aguardada por fãs e apaixonados pela história da televisão brasileira enfrenta dificuldades. Em algumas entrevistas, pessoas que trabalharam com o grupo deram depoimentos contando um outro lado do artista Renato Aragão. 

Inclusive, o ator que interpretou o personagem Didi por tantos anos pretende produzir um outro documentário sobre Os Trapalhões. Renato e sua equipe chegaram a tentar impedir que o documentário fosse lançado através de e-mails e ameaças de processos

Para adiantar o lançamento de Trapalhadas Sem Fim, os produtores fecharam uma parceria comercial com a camiseteria Nonsense. O apoio pode ser feito da seguinte forma: cada camisa vendida tem parte do valor destinado à conclusão da obra. O valor de cada peça sai a R$ 50. 

As blusas para o público feminino e masculino e estão disponíveis nas cores branca, vermelha, verde, cinza mescla e amarela. Os tamanhos são PP, P, M, G e GG. É uma ótima oportunidade para quem quer ver logo o filme poder ajudar.

Camiseta Trapalhadas Sem Fim
Crédito da foto: Divulgação Trapalhadas Sem Fim

Com previsão de ser um filme com duas horas de duração e mais uma série de cinco capítulos com uma hora por episódio, Trapalhadas Sem Fim terminou as filmagens em outubro de 2019 e, desde então, segue na luta para poder ir ao ar, seja em televisão aberta – ou fechada -, cinema ou plataforma de streaming”, explica a equipe que produziu o podcast.

Para quem quiser comprar camisas masculinas, o link de compra é o https://www.nonsense.com.br/catalogo/?type=m#/produtos/trapalhadas-sem-fim. Já para as peças femininas, basta acessar https://www.nonsense.com.br/catalogo/?type=f#/produtos/trapalhadas-sem-fim.

Entrevista exclusiva do Entretetizei com Rafael Scapa

Nós do Entretetizei fizemos uma entrevista exclusiva com Rafael Scapa, diretor do Trapalhadas Sem Fim e autor dos livros O cinema e os trapalhões e As HQs dos Trapalhões. O grande fã e estudioso sobre Os Trapalhões conta mais sobre o documentário e sua produção para gente, confira!

 

Entretetizei: Dentre dois filmes e um documentário, você demonstra um interesse gigante pela história dos Trapalhões. Pra você porque é importante contar essa história? E retratá-la em um documentário/minissérie agora?

Rafael Scapa: A ideia do documentário e da série é em razão da maior amplitude e do maior alcance que essa linguagem tem. Então, colocando isso no cinema, na televisão, na internet, a história dos trapalhões vai ser muito mais difundida do que o livro. O livro é um nicho muito restrito, poucos leem, então a ideia de ampliar é o leque de alcance desse conteúdo.

E: Na sua visão, qual é a importância dos Trapalhões para a televisão e para o humor brasileiro?

R: Eu acho que Os Trapalhões são um retrato, em uma época, em um Brasil que hoje não existe mais por uma série de motivos, né? Os Trapalhões era o momento em que nós rimos de nós mesmos, tinha mais leveza, tinha até mais pureza. E hoje muita coisa mudou pro bem e pro mal. Coisas que Os Trapalhões faziam hoje já não são aceitas. Então é um retrato de um período que diz muito como que nós éramos naquela época, não que seja um humor completamente datado, tem muita coisa que permanece engraçada, atual, mas é um retrato de uma época. Eles ficaram por quatro décadas, praticamente, nesse humor, e estão na memória afetiva de milhões de brasileiros. E tenho certeza que foram fontes de inspiração para muitos humoristas e tornaram a vida de muitos brasileiros mais leve e menos dura. Então eles estão na história, tanto na tevê, quanto no cinema, quanto do circo, quanto toda da música, dos quadrinhos, onde eles foram, eles entraram pra história.

 

E: Quantas pessoas você chamou para dar o seu relato sobre o quarteto de humoristas?  E como você escolheu quem deveria ser ouvido para compor essa produção?

R: Nós entrevistamos sessenta e quatro pessoas, das mais diversas áreas. Desde o cara que cuidava da conta bancária deles, até camareira, diretor, atriz, elenco de apoio. Enfim, uma gama bem variada, para dar uma visão muito plural do que foi Os Trapalhões. Tinha muita gente que eu queria entrevistar e não consegui, como Carlos Alberto de Nóbrega, Xuxa, Roberto Guilherme, mas de um modo geral o saldo é muito muito positivo. Nós conseguimos ter um painel muito importante, muito interessante em relação aos Trapalhões. Com pessoas de várias formações, de várias épocas, de várias correntes, de várias visão de mundo, que torna isso muito, muito plural, muito diversificado. Então, o foco foi esse. Foi essa a linha mestra, entrevistar pessoas que, realmente, trabalharam com eles.

 

E: Em entrevistas, você declarou que sua intenção inicial era contar a história dos Trapalhões com foco nos bastidores, mas no meio do caminho surgiram depoimentos que mostraram um outro lado de Didi e disso surgiu uma grande polêmica, muitos veículos falam da produção como “o documentário que detona o Renato Aragão”. Como foi e está sendo para você essa repercussão?

R: Essa questão do documentário, quem diz isso é a imprensa, tá? O documentário não nasceu com essa intenção e nem é essa a nossa intenção. Quando você faz um documentário, você não sabe que fim vai dar. No meio do caminho começaram a ver depoimentos que mostram uma outra faceta do Renato. Porque tem muita lenda dele, dessa questão do Didi, do dinheiro… e as pessoas começaram a falar isso. Então, como tanto a mídia, quanto o público, o cinema também, não está acostumado com documentários focados, digo documentário brasileiro, nacional, com essa pegada jornalística, de cunho jornalístico e isento, porque quando se faz um documentário tradicionalmente, principalmente aqui no Brasil, é muito chapa branca. O nosso não é, eu acho que é isso que causou esse estupor todo. De não ser uma ode. Então, à medida que a gente vai ter falas que vão derrubar muitos mitos, muitas lendas em relação aos trapalhões, as pessoas se assustaram, o Renato também se assustou. E aí ele começou a criar muito caso com documentário e no final das contas ele é o nosso grande garoto propaganda porque à medida que ele luta contra o documentário, o interesse das pessoas só aumenta em relação ao nosso trabalho.

 

E: A partir dessa curva nos depoimentos para esse caminho de revelações, por assim dizer, você acredita que isso muda o tom do documentário ou não?

R: Não tinha uma coisa definida, no documentário é difícil você dizer, “ó, vai ser esse caminho”, porque depende do que as pessoas vão falar. Então lógico, a gente tinha uma ideia de contar a história dos Trapalhões, mas eu não sabia que ia chegar e tocar em pontos nevrálgicos assim, em relação ao grupo. Porque hoje tem essa questão do assédio judicial, tem a questão da ditadura judicial, as pessoas hoje têm medo de falar porque tudo hoje é processo. Então, pra nossa surpresa e alegria, todas essas pessoas toparam falar. Mas a gente não ia prever que ia chegar nisso, não foi nada de caso pensado, aconteceu, até porque o documentário na minha concepção, achei uma obra aberta.

 

E: Qual é a importância dessa história ser contada e documentada na sua visão?

R: Na minha concepção, [Os Trapalhões] é o maior grupo de humor do mundo, não à toa, eles estão no Guinness Book como um grupo mais longevo da história. Não tem paralelo em nenhum lugar no mundo com que os Trapalhões fizeram, na tevê, no cinema, nos quadrinhos, os caras fizeram sucesso em todas as plataformas de mídia. Aqui no Brasil ninguém alcançou eles, porta dos fundos, casseta & planeta, Jô Soares, Chico Anysio, Oscarito, Grande Otelo, Mazzaropi, ninguém. É um caso único. E por ser um caso único, me surpreendi sobremaneira essa questão deles não terem uma bibliografia tão robusta e um estudo tão aprofundado. Então, por isso que eu me debruço em relação aos Trapalhões, porque eu acho que eles são um fenômeno que deve ser reverenciado, deve ser estudado, deve ser analisado, criticado… mas, sobretudo, aplaudido, porque o que eles fizeram é um feito gigantesco. Tem que ser um orgulho do país. Fazer o que esses caras fizeram, foram seis vezes maiores líderes de cinema, sucesso na televisão. Enfim, os caras foram muito muito grandes, muito grandes mesmo. E criaram bordões que tão até hoje no vocábulo nacional, enfim é uma coisa muito grandiosa e muito bonita.

 

E: Quais são as dificuldades de produzir um documentário em meio a pandemia no Brasil? E como está a produção agora?

R: Nós gravamos todas as entrevistas e continuamos nessa fase de negociação com emissoras, plataformas e distribuidoras. Não é fácil, é muito difícil fazer cinema, aliás, é muito difícil fazer qualquer coisa no Brasil, um país que não incentiva produção cultural. Isso não é de agora, isso sempre foi, acho que desde o Pedro Álvares Cabral, até hoje, ninguém na mínima para cultura. Mas a gente segue lutando, segue batalhando, nós acreditamos no nosso trabalho, nós acreditamos na importância de se contar a história dos Trapalhões. E a pandemia agravou e acentuou toda essa dificuldade, né? O que era difícil hoje tá se tornando quase impossível, mas estamos na luta, nós não esmorecemos, toda semana a gente tem uma reunião, tem uma conversa, tem uma sondagem e uma hora isso vai virar. Vamos torcer pra que que aconteça.

 

E: Quando está previsto o seu lançamento?

R: O nosso desejo é lançar esse ano, mais tardar no começo do ano que vem. Tudo depende de fechar com uma emissora, conseguir algum apoio, fazer algum aporte, algum incentivo pra poder acelerar isso. Então, essa é uma questão do cinema que depende muito dos outros. É isso, a gente depende de muita coisa pra fazer isso, mas a nossa ideia é que seja esse ano, o mais tardar no começo do ano que vem.

 

E: Como os fãs dos Trapalhões e do jornalismo cultural podem ajudar o Trapalhadas Sem Fim a ser lançado?

R: Nós estamos tentando de tudo e felizmente nós conseguimos um grande parceiro, que é a Nonsense, uma das camiseterias mais bacanas que tem no país. Eles elaboraram uma camiseta temática em relação ao nosso filme e parte do dinheiro arrecadado com as vendas vai nos ajudar a financiar o filme. E tem muita gente que pergunta nas nossas redes sociais, tanto nas páginas do filme, quanto até nas páginas pessoais de cada integrante do documentário, acho que quase também todo dia perguntam: “e aí, e documentário?” Tem uma expectativa muito grande de boa parte do público e a gente criou isso pras pessoas que queiram nos ajudar, que torcem pelo documentário, que torcem por nós,  porque nós, nós somos corajosos, nós somos audaciosos de fazer um filme e que não tem medo de cara feia, né? Então, tem muita gente que tá torcendo por nós e é uma forma de contribuir.

 

E: Como fã dos Trapalhões, qual é o seu sentimento ao fazer parte desse projeto?

R: Para mim é uma grande honra. Eu sou muito fã dos Trapalhões, muito mesmo. Esses dois primeiros livros que eu lancei foram no afã de fazer, de estar incomodado de não ter muita bibliografia em relação aos Trapalhões, eu fiz por um desejo, uma vontade minha, pessoal. E isso acabou virando um trabalho muito maior do que eu imaginava. Eu fiz uma coisa de fã naquele começo e agora virou o documentário, tá virando a série, se tudo der certo, esse ano eu lanço mais um livro sobre os Trapalhões. Então, é um motivo de orgulho, eu jamais imaginava, quando criança, assistindo e me deliciando com filmes dos Trapalhões, viver esse momento agora de fazer um documentário falando sobre eles.

 

E: O que você espera com a veiculação do documentário?

R: Eu espero que esse documentário mostre a grandeza dos Trapalhões. Essa geração, eles acham que tudo começou hoje, mas não fazem nem ideia da importância, da grandeza dos Trapalhões. Então, eu espero que quem assistir sinta orgulho de ter um um grupo de humor nosso, genuinamente nosso, tão legal, tão bacana, que fez sorrir no mínimo quatro gerações de brasileiros. O que não é pouco. Hoje tudo é efêmero, os caras ficaram tanto tempo e tanto tempo no auge, não é pra qualquer um. Então, eles merecem ser saudados. É, e essas coisas aí, principalmente a mídia, gosta de ressaltar, briga, confusão, isso é muito pequeno em relação ao que esses caras fizeram, entendeu? Muito. Então, viva, viva os Trapalhões!

 

Na última semana em seu instagram, Scapa informou que não vai parar seus estudos em Trapalhadas Sem Fim, ainda vem mais livro por aí:

https://www.instagram.com/p/CN2Z1lQnrbG/?utm_source=ig_web_copy_link

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Para mais entrevistas como esta e com muitos outros produtores culturais e artistas, acompanhe as redes sociais do Entretetizei: Twitter, Insta e Face.

 

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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