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Resenha | Annette: sensível, artístico e arrebatador

O musical que estreou dia 23 de dezembro nos cinemas já está sendo cotado para a 94ª edição do Oscar na categoria de melhor filme.

O longa Annette narra a história de amor, ou melhor, a queda dele, entre Henry (Adam Driver) e Ann (Marion Cotillard). A música We Love Each Other So Much – que na tradução literal significa: nós nos amamos muito – unida à performance arrepiante de Adam e Marion, conseguiu nos unir ao casal que está fervoroso dentro de sua paixão.

Com o decorrer do enredo, após rumores de que Henry – um comediante de stand-up – e Ann – uma aclamada cantora de ópera – estão passando por dificuldades em sua relação, eles decidem fazer uma viagem em família, com sua filha Annette. E se as coisas já não estavam indo muito bem na época, elas pioraram: Henry, bêbado, causa a morte de sua esposa. O espírito dela, alguns momentos depois, diz ao homem que Annette, que antes simbolizava a união do casal, irá ser seu fantasma, e a voz dela o atormentará.

Após o fúnebre fim dessa viagem, o comediante se vê sozinho com sua filha, além de sentir uma culpa avassaladora pela morte de sua mulher. E como prometido, um dia ele descobre o “dom” da criança: um canto aniquilador, assim como o de sua mãe. E a partir disso temos diversos desdobramentos que nos levam ao fim do longa.

O filme nos mostra, fielmente, como o amor pode sucumbir por conta da fama e da fortuna. Não é apenas uma história de amor, e não somente de Henry e Ann, Annette é parte crucial para a construção desse desabamento. 

Por mais que a obra represente os cenários de forma muitas vezes irreal, traz uma grande semelhança com a vida fora das telas e nos faz refletir sobre como nos enganamos e mentimos muito mais para nós mesmos do que para os outros. Os diálogos são impecáveis e as músicas trazem um toque de ópera e pop com muita prudência. Com um humor irônico que te faz dar risadas e logo após se perguntar “por que nunca pensei nisso antes?”. Os quadros e direção de fotografia são muito precisos e, em união com a sobreposição de cenas, acabam se tornando complementares, tendo um resultado brilhante.

O declínio dos personagens e a ascensão de outros, nos liga a uma nova forma de trabalhar com o drama shakespeariano e tragédias gregas. Além disso, a forma como Annette é retratada é assustadoramente realista, embora seja uma boneca de madeira, o que causa estranheza mas ainda assim nos deixa próximos da personagem.

Dirigido por Leos Carax, encontramos em Annette um filme sensível, cruel e muito, muito humano. O longa já está disponível nos cinemas e também para assinantes da MUBI, então se você se interessou, já pode sair daqui e ir direto assistir.

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*Crédito da foto de destaque: divulgação

Autora: Amanda Menezes

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