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Esperança na Fronteira: conheça o novo documentário sobre imigrantes haitianos

Esperança na Fronteira, nova produção original do A&E, aborda o fenômeno da imigração haitiana no México, por meio de relatos emocionantes

O A&E apresenta a sua primeira produção original de 2022: Esperança na Fronteira (Esperanza en la Frontera), documentário que narra a travessia de milhares de imigrantes haitianos em busca de uma vida melhor fora de seu país.

Em sua passagem pelo México, os imigrantes haitianos compartilham suas histórias. Por meio de suas vozes, se desenha sua travessia por diferentes países, o pesadelo de atravessar a floresta da região de Darien (entre a Colômbia e o Panamá), as caravanas e a sombra da deportação. Diante de um futuro incerto, a esperança de uma vida melhor os encoraja a cruzar a fronteira para os Estados Unidos.

Foto: Divulgação | A&E

Filmado em Tapachula, Chiapas, cidade fronteiriça ao sul do México, e em Tijuana, Baixa Califórnia, localizada ao norte do México, o documentário de uma hora de duração conta com a direção criativa do reconhecido produtor, diretor e fotógrafo Carlos Perez Osorio (Las tres muertes de Marisela Escobedo; Septiembre: Relatos de un Sismo, Las crónicas del Taco) e direção de Guinduri Arroyo.

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Além disso, a grande produção original do A&E, foi gravada e editada em tempo recorde, durante os meses de outubro e novembro de 2021, resultando em um documentário atual sobre a situação dos imigrantes haitianos. A narração é do ator Julio Bracho e a produção da Cromatica.

Foto: Divulgação | A&E

Sobre a imigração haitiana na América Latina

Em 2016, cerca de 3.400 haitianos chegaram à cidade fronteiriça de Tijuana, no México. Mais da metade regularizou sua situação para poder trabalhar e fazer suas vidas lá. Em setembro de 2021, estima-se que mais de 30 mil imigrantes cruzaram a cidade de Del Rio, no Texas. Milhares foram repatriados para o Haiti.

A imigração haitiana é composta, em sua maioria, por famílias que saíram do Haiti depois do terremoto devastador de 7.3 graus em Porto Príncipe, em 12 de janeiro de 2010, que deixou cerca de 200 mil mortos e mais de 300 mil feridos. Depois de anos vivendo no Chile e no Brasil, com a chegada de Biden, a imigração massiva para os Estados Unidos se acelerou, sendo o México a última parte da travessia.

Foto: Divulgação | A&E

Após cruzar o território mexicano, os imigrantes enfrentam uma dura realidade na fronteira norte. Sem documentos que regularizem sua situação imigratória, não podem ter empregos formais e, às vezes, não conseguem sacar o dinheiro que seus parentes mandam dos Estados Unidos. A sobrevivência nas fronteiras do México não é simples.

A partir de uma investigação com especialistas e coordenadores de albergues para imigrantes localizados nas fronteiras sul e norte do México, o A&E selecionou três histórias que representam o fenómeno da imigração haitiana no México, as de Ismaye, Dudu e Marcelin.

Veja a seguir:

ISMAYE – 15 anos

Ismaye é filha de Valancia e enteada de Raynold (“Ray”). Ela deixou o Haiti com sua família e recebeu asilo humanitário no Chile. Após vários anos de residência, decidiram tentar imigrar para os Estados Unidos, estabelecendo-se por um longo período em Tapachula, Chiapas (fronteira sul do México).

Quando sua mãe e sua tia saem de casa, ela toma conta de suas priminhas Juh e Susu. Ela passa o dia conversando em seu celular com amigos e familiares no Haiti. Às vezes ajuda a limpar a casa. Diz que tem medo de sair na rua porque sabe que duas mulheres haitianas foram assassinadas. Ismaye quer ir para a escola, e teria que fazer a revalidação de seus estudos para entrar no 1º ano do ensino médio.

Foto: Divulgação | A&E

A casa onde vivem tem alguns móveis, mas não há água do serviço público. Eles pagam 5 mil pesos mexicanos de aluguel por mês. As meninas só têm um jogo de chá para brincar. Há uma loja e um parque infantil com jogos infantis perto de sua casa.

Ele tem uma tia-avó nos Estados Unidos.  E seu avô materno está a caminho de Tapachula. Agora ele está no Panamá.

MARCELIN – 50 anos

Ele viaja sozinho. Haitiano. Ele veio do Brasil, onde morou por quase dois anos. Ele trabalhava na construção. No Haiti trabalhou no campo… e gosta muito mais da agricultura.

Chegou ao México em 9 de agosto de 2021. Para chegar lá, viajou por mais de um mês por nove países. A parte mais difícil foi a viagem entre Colômbia e Panamá, onde  teve que andar na selva sem comer por três dias.

Em Tapachula ele vende água e refrigerante com carrinho de mão. Começa às 5h30 ou 6h para ir comprar gelo. Vende fora do cartório do COMAR, do escritório de Regulação do INM ou no mercado.

Foto: Divulgação | A&E

Ele mora com dois amigos e os três pagam 2 mil pesos por mês de aluguel. Ele gosta de Tapachula porque se sente em casa. Marcelin quer trabalhar para ter sua residência e poder trazer seus quatro filhos do Haiti (26, 21, 18 e 16 anos, respectivamente).

DUDU – 42 anos

Ele deixou o Haiti após o terremoto de 2010. Viveu vários anos na Venezuela e de lá imigrou para o Chile, onde aprendeu espanhol. Mais tarde, viajou com visto de turista para o México e se estabeleceu em Tijuana, Baixa Califórnia (fronteira norte do México). Sua esposa e filho ainda permanecem no Chile.

Atualmente trabalha no Abrigo Border Line Crisis Center. Seu objetivo é, no futuro, obter os documentos para sua permanência legal nos Estados Unidos. 

Sobre Carlos Pérez Osório

Carlos Pérez Osorio é diretor, produtor e fotógrafo. Fundador da produtora Scopio, especializada na produção de formatos documentais. É formado em Comunicação pelo Tecnológico de Monterrey e diplomado em dramaturgia e roteiro documental pela Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños, Cuba.

Sobre Guinduri Arroyo

Guinduri Arroyo é um cineasta formado em Comunicação pela Universidade Ibero-Americana, com mais de 20 anos de atuação em cinema, teatro e televisão. Dentre seus trabalhos audiovisuais, ele se caracteriza por sua atuação na área documental. Suas produções independentes foram premiadas em diversos festivais ao redor do mundo, como DocsDF, Ecofilm Festival, Equador Bajo Tierra, entre outros.

Coletiva de imprensa: lançamento de Esperança na Fronteira

O Entretetizei teve o prazer de participar da coletiva de imprensa oficial da produção com a presença dos produtores, diretores e a imprensa latina. Durante o evento online, ouvimos as declarações de cada convidado, que contaram sobre como foi produzir esse documentário, as dificuldades, aprendizados e muito mais.

Ao final da coletiva, o A&E nos proporcionou fazer uma pergunta e escolhemos o Dudu, que deixou o Haiti após o terremoto de 2010 e atualmente vive no Abrigo Border Line Crisis Center.

Foto: Divulgação | A&E

Nossa convidada especial, a psicóloga Mariana Figueiredo, parceira do Entretetizei e que trabalha com refugiados no Brasil, perguntou sobre como foi a diferença de recepção entre o Brasil e outros países latinoamericanos em que ele esteve. Dudu respondeu que, depois de passar pela Venezuela e ser bem recebido pelo governo de Chávez, veio ao Brasil e não teve nenhum problema em encontrar um trabalho.

Porém, quando foi para o Chile, apesar de receber bem trabalhando, relatou que teve problemas de discriminação e racismo. “Quando a coisa é mudada pelos imigrantes, eles sempre falam mal dos haitianos. Eles nos disseram para deixar seu país. Eu não me senti bem lá. então vim para México em 6 de outubro. Cheguei com Daniel e Judith. Estou no abrigo, não tenho dificuldade. Eu me sinto bem agora”, completou.

Foto: Divulgação | A&E

Esperança na Fronteira estreia em 23 de fevereiro, às 21h50, exclusivamente no A&E.

 

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*Crédito da foto de destaque: divulgação/ A&E

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Resenha | O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é delicado, triste e clichê

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas faz jus ao título e prova que é uma coisa perfeita

O filme O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas não teve grande divulgação, mas é lindo e merece uma resenha.

Com uma trama delicada e um tanto quanto melancólica, a produção conta sobre Mark (Kyle Allen), um adolescente que tem vivido o mesmo dia por infinitamente e que pensa estar sozinho nesse looping interminável de acontecimentos. Em um desses dias, Mark conhece Margaret (Kathryn Newton), uma garota, que assim como ele, está completamente consciente do problema da prisão temporal.

Juntos, Mark e Margaret, desenvolvem uma amizade baseada em descobrir e catalogar situações simples da rotina, mas que são perfeitas. Assim, eles criam o mapa das pequenas coisas perfeitas, que só faz sentido para os dois, e que tem tudo a ver com encontrar beleza em pequenos momentos.

A delicadeza

Foto: divulgação

A narrativa inteira tem uma delicadeza sem igual, e reúne uma infinidade de sutilezas menores ou maiores em seu roteiro.

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas nos faz amar a vida e nos lembra de olhar para todos os cantos com sutileza e leveza, nos diz sobre educação do olhar e de como somos capazes de treinar nosso senso crítico para encontrar magia em coisas consideradas banais.

As relações familiares são igualmente belas e tratadas com carinho, explorando a sutileza das coisas, debatendo sobre conexões, observação e diferentes realidades em um mesmo lar.

A tristeza

Foto: divulgação

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é um filme bonito, mas melancólico, e nos questiona sobre os limites emocionais de cada pessoa.

Enquanto Mark passa quase todo o filme se achando o centro do Universo, Margaret só quer evitar a vida e fugir das complexidades de viver em um mundo onde nada é mesmo perfeito.

A tristeza da narrativa surge na vida pessoal de Margaret, nas questões familiares de Mark e no senso chocante de que – provavelmente – nenhum de nós esteja vendo a vida passar de verdade, porque estamos em uma rotina inevitável. E se não é triste se ver dentro de uma rotina infalível, eu não sei o que pode ser tão trágico sem ser fatal.

O clichê

Foto: divulgação

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas coleciona clichês fofos sobre romances que já amamos. Sem fazer nenhuma referência óbvia ou direta, o filme nos prende pelo clichê do casal que não parece dar certo, somado ao clichê do garoto egocêntrico e da garota inteligente e blasé demais.

E se você quer um grande ato de conquista, tal qual 10 Coisas que Eu Odeio em Você nos presenteou nos anos 1990, encontrou o filme certo. Mark se prova um tipo de romântico incurável que nós – as minas de verdade -, só amamos nas telas ou nos livros, porque sabemos que na vida real são irreais demais.

Também nos deparamos com o clichê de debates críticos sobre vida e amadurecimento, feitos em diálogos que já estamos cansades de ouvir, mas que continuamos amando em bons filmes.

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é uma graça, e a gente não quer parar de falar dele aqui, então te esperamos lá nas redes sociais – Twitter, Insta e Face – para mais conversas sobre esse filme. E claro, é sempre bom lembrar que o Entretê reúne cultura pop, latina e resenhas incríveis todos os dias. As manas do lado de cá querem te ver sempre, então cola na nossa!

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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