Baseado em fatos reais, O Pacto estreia hoje nos cinemas brasileiros
O Pacto (Pagten) é um filme dinamarquês que estreia hoje, (7), exclusivamente nos cinemas. Na trama, acompanhamos Karen Blixen, que desistiu de sua aventura na África há 17 anos e voltou à Dinamarca para uma vida em ruínas. Destruída pela sífilis e arrasada por perder sua fazenda e o amor de sua vida, ela se reinventa como uma estrela. Agora, aos 63 anos, Karen é mundialmente famosa, mas também vive uma vida em isolamento, isso, até conhecer o poeta Thorkild Bjørnvig, de 30 anos. Empenhado em conseguir uma carreira através de sua escrita, Thorkild aceita a ajuda de Karen. Então eles fazem um pacto: ela promete fazer dele um grande artista, em troca, ele deve obedecê-la incondicionalmente, independentemente do preço.
Assista ao trailer:
Vídeo: divulgação
[Contém spoilers]
O Pacto transmite a confusão de sentimentos dos personagens. Nós vemos que a mente humana é oscilante e, como a narrativa se apoia nas emoções dos personagens, isso torna o filme instável também, o que às vezes não é muito bom.
A duração do filme, que é de 1 hora e 50 minutos, unida com a trama cheia de conflitos emocionais, deixa o telespectador ansioso pelo final, que parece nunca chegar. Além disso, algumas cenas não dizem nada e apenas consomem tempo de tela.
O filme vai se arrastando e é exaustivo acompanhar todas as decisões e mudanças do protagonista, mas ao mesmo tempo, a narrativa que foi construída para mostrar essas escolhas e arrependimentos é realmente boa. O Pacto consegue transmitir com clareza a instabilidade do ser humano em sua constante busca pelo crescimento próprio.
Personagens
O impressionante nesse filme é que, até mesmo quando não existem diálogos, os personagens conseguem transmitir com os olhos o que está acontecendo. Thorkild é um homem confuso que demonstra amar sua esposa, mas ao mesmo tempo se mostra interessado por outra mulher, e submisso à baronesa.
Birthe Neumann é incrível ao interpretar Karen Blixen, a atriz transmite a fragilidade de uma mulher doente e abalada pelo luto com muita facilidade, mas que, apesar de tudo, expressa a imagem de uma mulher poderosa e forte.
Simon Bennebjerg não precisa dizer muito para transparecer a confusão do seu personagem, o que é magnífico. E Nanna Skaarup Voss mostra com excelência a sensibilidade de Grete, fazendo a dor de sua personagem ultrapassar a tela, assim, tendo uma das cenas mais impactantes do filme.
Baseado em fatos reais
O filme de 2021 é inspirado em um romance chamado Pagten do poeta Thorkild Bjørnvig, publicado em 1974. O livro fala desde o primeiro encontro até a sua relação com a famosa escritora Karen Blixen, em 1948. Eles se conheceram quando Blixen, aos seus 63 anos, aproveitava a fama que veio de sua publicação Den afrikanske Farm (Out of Africa), de 1937.
Os dois selaram um verdadeiro pacto. O que seria para libertar a criatividade do poeta, se tornou um decreto de prisão, em que ele não poderia sair da posse da baronesa. Essa era a relação de dominação e submissão entre os dois.
Ela o manteve confinado por dois anos na casa de Rungstedlund, ao norte de Copenhague, onde Blixen vivia. A relação deles se tornou tóxica, na qual a culpa e a manipulação andavam juntas.
O Pacto
O filme nos apresenta diversas interpretações dependendo do ponto de vista de cada um. Não existe vilão ou vítima, tudo depende da maneira como você enxerga cada personagem.
O Pacto fala sobre a busca pela fama e seus limites, e também sobre relacionamentos abusivos, perdão e traição.
A produção estreou hoje nos cinemas do Brasil, com distribuição da A2 Filmes.
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/A2 Filmes/Rolf Konow