Relembre como era o mundo há 10 anos, quando os memes eram espontâneos, o Instagram ainda tinha feed cronológico e a gente só queria decorar a coreografia de Sorry
O tempo passou rápido demais ou a gente que piscou e perdeu tudo? Parece que foi ontem que estávamos postando fotos com filtro Valencia no Instagram, surtando com o último filme de Jogos Vorazes e decorando a coreografia de Sorry, do Justin Bieber. Mas não, já faz uma década.
Se hoje o mundo é movido a TikTok, inteligência artificial e streaming para todos os lados, lá em 2015 a gente ainda vivia de Snapchat, memes espontâneos e maratonas na Netflix sem precisar assinar cinco serviços diferentes. A vida era mais simples, o cancelamento não era tão brutal e o conceito de criação de conteúdo ainda não tinha transformado tudo o que fazíamos na internet em trabalho. Bora voltar no tempo e lembrar como era a vida há dez anos?
As redes sociais ainda eram diversão, não obrigação
O Instagram tinha feed cronológico, as fotos eram quadradas e ninguém passava horas pensando na estética perfeita. Postava-se uma selfie aleatória com filtro exagerado e legenda “partiu rolezinho” sem medo de ser cringe. O Facebook ainda era um lugar de interação de verdade, onde a gente comentava nas postagens dos amigos sem se preocupar em parecer engajado. E o Twitter (saudades, Twitter)? Um espaço de ouro para piadas espontâneas e memes que viralizavam sem precisar de um planejamento de marketing.
O Snapchat era a rede social do momento. Todo mundo postava absolutamente tudo sem filtro (às vezes, literalmente). O lance era mostrar o dia a dia sem medo de parecer desinteressante, porque no dia seguinte tudo sumia. E se você quisesse ver o que seus amigos estavam fazendo, não tinha algoritmo te atrapalhando — era só clicar no nome deles e assistir.
E claro, o Vine. Se você passou 2015 sem ter um áudio de Vine preso na cabeça, você não viveu 2015 direito. “It’s Wednesday, my dudes”, “Why you always lyin’?”, “What are those?”… era um meme atrás do outro. O humor era rápido, nonsense e, o melhor de tudo, espontâneo. Sem cortes super editados, sem trilha dramática, só seis segundos de puro caos e criatividade.
A trilha sonora que não saiu da nossa cabeça
Se tem uma coisa que 2015 soube fazer bem, foi entregar hits. Uptown Funk, do Mark Ronson com Bruno Mars, tocava em todo canto —e. sim, todo mundo já estava cansado dela no fim do ano. Justin Bieber deu a volta por cima com Sorry e What Do You Mean?, deixando para trás a fase de encrenqueiro adolescente e se tornando um artista pop sério.
Taylor Swift estava no auge do pop com 1989, que trouxe Blank Space, Bad Blood e Shake It Off. Adele fez o mundo inteiro chorar com Hello, enquanto The Weeknd começou a dominar as paradas com Can’t Feel My Face e The Hills. No hip-hop, Drake lançava Hotline Bling, e Kendrick Lamar marcava a década com Alright.
E no K-pop? Aquele ainda era um mundo meio separado do mainstream ocidental, mas BTS já dava os primeiros passos rumo ao estrelato global, enquanto EXO, BIGBANG e Girls’ Generation eram os maiores nomes da cena. Se hoje o gênero domina tudo, em 2015 ainda era um segredo bem guardado entre os fãs.
O que a gente assistia?
Se hoje temos mil séries saindo por semana, em 2015 ainda dava para acompanhar tudo sem precisar de uma planilha. Game of Thrones era o grande evento da TV, e ninguém fazia ideia do desastre que seria o final. Sense8 e Narcos estreavam na Netflix, que começava a se tornar a gigante do streaming que conhecemos hoje.
Nos cinemas, vimos o desfecho de Jogos Vorazes com A Esperança – O Final, enquanto a Marvel expandia seu império com Vingadores: Era de Ultron e Homem-Formiga. Star Wars: O Despertar da Força trouxe a franquia de volta depois de anos de hiato, Mad Max: Estrada da Fúria redefiniu o cinema de ação, e Divertida Mente fez todo mundo chorar em plena sessão infantil.
O look de 2015: tumblr, chokers e coque samurai
Se alguém viajasse no tempo para 2015, veria calças jeans rasgadas, camisas xadrez amarradas na cintura e Adidas Superstar por todo lado. As chokers estavam de volta depois de anos esquecidas no fundo do baú dos anos 90, e a febre das tatuagens de henna branca durou pouco, mas foi intensa.
As meninas apostavam no estilo boho chic, um visual meio Coachella, meio “vou ali tomar um café e ouvir Arctic Monkeys”. Já os meninos viviam o auge da estética barba lenhador + coque samurai, além dos cortes degradê que dominavam as barbearias. Quem nunca pensou em platinar o cabelo depois de ver uma foto de uma gringa do Tumblr?
As gírias e memes que marcaram o ano
2015 foi um ano fortíssimo para memes. Quem não lembra do clássico “Já acabou, Jéssica?”, que viralizou com um vídeo de briga escolar e até hoje é referência? Outros bordões que marcaram a época foram “É verdade esse bilhete”, “Que tiro foi esse?” e, claro, a icônica frase “Mas que loucura, bicho”.
https://www.youtube.com/watch?v=bOY3qic5_t4
No Brasil, o MasterChef era um dos programas mais comentados da internet, e Jacquin e Paola se tornaram máquinas de memes. E, lá fora, além dos bordões do Vine, tivemos momentos como o vestido azul e preto (ou branco e dourado?), que parou a internet por dias.
O começo de grandes mudanças
2015 foi um ano de transição. A internet já estava moldando nossa forma de consumir entretenimento, mas ainda não controlava todas as nossas interações. O YouTube ainda era um lugar de vídeos longos e autênticos, e os influenciadores ainda não eram figuras tão comerciais. O streaming começava a crescer, mas ninguém imaginava que, anos depois, teríamos que assinar cinco plataformas diferentes para ver tudo.
Olhando para trás, dá até uma certa saudade dessa época em que tudo parecia mais simples. A gente ainda não estava completamente refém dos algoritmos, os memes surgiam de forma espontânea e o K-pop era um segredo bem guardado entre fãs dedicados.
Agora, dez anos depois, fica a pergunta: será que um dia vamos sentir essa mesma nostalgia por 2025? O tempo dirá. Mas uma coisa é certa: quem viveu 2015, viveu bem.
Do que você mais sente falta de 2015? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais pautas nostálgicas.
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Texto revisado por Cristiane Amarante