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Autor:Anna Mellado
27 anos, jornalista e apaixonada por Entretenimento e Culturas em geral. Criei o Entretetizei como forma de juntar mulheres incríveis, num espaço inclusivo, colaborativo e repleto de amor. Seja bem-vinde!
A cantora, vencedora de vários prêmios, leva seus fãs por uma jornada comovente de crescimento emocional enquanto revela alguns de seus sentimentos mais profundos
A superestrela global e latina Thalia permanece na vanguarda da indústria da música e acaba de lançar seu mais novo álbum, intitulado desAMORfosis. Em suas músicas, a cantora leva seus fãs por uma jornada de crescimento emocional e revela alguns de seus sentimentos mais profundos. O álbum está disponível em todas as plataformas de streaming digital.
desAMORfosis leva esse nome como uma combinação de três palavras que descrevem os principais estágios do romance: “desamor”, “amor” e “metamorfose”. A fusão dessas palavras revela o significado do amor em todas as suas formase a viagem emocionante que as pessoas enfrentam ao vivê-lo. A partir dos momentos de rejeição e solidão, aos de atração emocional e sexual, até a evolução e desenvolvimento de um novo caráter pessoal.
O álbum conta com 14 novas músicas que se interligam para contar uma história, que detalha a transformação e o crescimento do romance por meio dos sentimentos representados nas composições e ritmos de cada música. Thalia trabalhou na produção do álbum ao lado de alguns dos produtores mais inovadores da atualidade, incluindo Tainy, Edgar Barrera, Maffio e Trooko.
desAMORfosis é composto por sons distintos que fundem diferentes gêneros, desde as melodias cativantes das baladas pop aos ritmos dançantes do reggaeton e da música eletrônica. A artista também colaborou com artistas de destaque da nova geração da música latina, como a Banda MS de Sergio Lizárraga, Farina, Jhay Cortez, Mau y Ricky, Myke Towers e Sofia Reyes.
Mais sobre desAMORfosis e o lançamento de Mojito
Sempre conectada e perto de seus fãs, Thalia já havia dado aos seus ouvintes alguns vislumbres dos sons de seu novo álbum. Seu single Tick Tock, com Farina e Sofia Reyes, se tornou um sucesso instantâneo, estreando no Top Global Music Videos do YouTube e chegando ao Top 20 da parada Latin Pop Airplay da Billboard. Da mesma forma, sua colaboração Ya Tu Me Conoces com Mau y Ricky alcançou as paradas Latin Digital Song Sales e Latin Pop Airplay da Billboard.
Recentemente, a cantora surpreendeu o mundo com a estreia de seu último single, Mojito, que conquistou plataformas de música digital e estreou seu videoclipe durante o The Tonight Show, estrelado por Jimmy Fallon. “Cuando te vi nunca pensé que ibas a ser azuquita’ pa’ mi coctel. Cuando te vi, ay, yo no sé, pero me fui moviendo al ritmo de tus pies”, diz a letra. Confira o videoclipe:
Além disso, Thalia participou do evento Celebra Ellas Y Su Música, do Grammy Latino, que também contou com a participação da brasileira Anitta. Thalia não apenas impressionou milhares de espectadores como apresentadora, mas também fez uma incrível performance ao vivo de Mojito pela primeira vez e apresentou um medley de alguns dos maiores sucessos de sua carreira, incluindo Amor A La Mexicana; Arrasando; No Me Recuerdo; Piel Morena e A Quien Le Importa.
Juntamente com todo esse sucesso, Thalia interagiu com seus fãs por meio de uma live especial para o lançamento de desAMORfosis, tornando-a a primeira artista mexicana a participar de uma afterparty do YouTube Premium. O álbum já está bombando em diversos países, incluindo o Brasil:
No aniversário da artista mexicana, preparamos uma sequência de seis apresentações icônicas de Anahí durante sua carreira solo – após o fim do RBD
Dia 14 de maio é um dia em que as fadas da música latina ficam mais alegres, porque uma artista muito especial completa 38 anos. Ela mesma, Anahí Giovanna Puente Portilla, ou apenas Anahí. Nossa eterna Mia Colucci, nascida no signo de touro, é uma mulher forte, que iniciou sua carreira quando era apenas uma criança e com o passar dos anos, se tornou tão famosa, que chegou a ser comparada com nova Thalía, outra diva mexicana.
A verdade é que Anahí não precisa ser comparada com ninguém, porque ela sozinha já é um sucesso. A prova é que, mesmo sem lançamentos inéditos, Anahí se encontra na 4° posição entre as artistas mexicanas de música pop que mais receberam streams no Spotify em 2021 até o momento. A música Sálvame, solo da cantora no RBD, é considerada um hino e ultrapassou 50 milhões de reproduções no Spotify, sendo a única canção da banda a alcançar essa marca (dados oficiais do Twitter Anahi On Charts). No Spotify, a artista mexicana conta com 3.712.879 ouvintes mensais (dados de 13 de maio) – número que aumenta a cada dia.
Para comemorar todo esse sucesso e, claro, seu aniversário, o Entretetizei separou um Top 6 com apresentações inesquecíveis e icônicas. Sua carreira solo foi tão, mas TÃO exitosa, que chega a parecer um surto coletivo o que vimos essa artista entregar nos palcos. Numa época em que ainda se falava pouco em lutas LGBTQIA+ e causas femininas, Anahí se mostrava sempre muito à frente de seu tempo.
Quer a prova? Confira a seguir 6 vezes em que Anahí entregou tudo e um pouco mais na era pós- RBD, também conhecida como Era Mi Delirio:
1 – El Me Mintió – Viña del Mar, Chile (2010)
Começando o festival – simplesmente – mais cobiçado, até hoje, pelos cantores latinos:o Viña del Mar, no Chile. Lá, já passaram nomes como: Luis Miguel, Roberto Carlos, Paulina Rubio, Thalía, Sandy e ela: Anahí.
El Me Mintió en Viña foi um show à parte. Com um figurino de noiva, Anahí entregou atuação, crítica à violência contra a mulher e muita voz numa apresentação que ficou marcada como uma das mais memoráveis de sua carreira. É impossível assistir e não se encantar. O ano era 2010 e ela já tocava em temas importantes para a mulher. Obrigada por isso, Any!
2 – Libertad, em parceria com Christian Chávez, Brasil(2011)
Libertad foi uma música lançada com o também RBD, Christian Chávez, e que tocou muitos corações. “Liberdade, liberdade. Não vou abandonar meus sonhos. Liberdade, liberdade. É tempo de viver sem medo”, diz a letra. Com uma letra e clipe fortes e importantes para a luta LGBT, não tinha como não ser um sucesso.
E para ficar ainda melhor, Anahí se juntou a Christian, no Brasil, numa performance descrita por quem estava presente como: “Eles surgem… As luzes do palco se acendem e podemos ver Anahí e Christian prontos para cantar seu hino à liberdade. Ao entrarem no palco, os dançarinos da Anahi, juntamente com os do Christian, fizeram uma ótima apresentação. Sem dúvida, o que tirou mais a atenção dos fãs, é que ao mesmo tempo, no telão, passava o clipe inédito de Libertad. Para onde olhar? O que ver? […] O desempenho de Libertad foi marcante. Não sei explicar se foi porque foi a primeira vez que não víamos os dois cantando juntos algo do RBD, ou se foi porque a música era nova. Mas foi muito marcante.”
Veja a seguir:
3 – Mi Delirio – Cabaret Versión, São Paulo(2011)
Voltamos àquelas apresentações de Anahí em que ficamos boquiabertos. O que dizer de quando ela cantou o lead singleMi Delirio em uma versão Cabaret? Pura sensualidade e entrega, numa interpretação lenta e que nos faz ficar hipnotizados pelo o que vemos.
A apresentação foi realizada em São Paulo, durante a turnê Go Any Go. Confira:
4 – Te Puedo Escuchar – Premios Juventud (2010)
A música Te Puedo Escuchar é uma das canções mais emocionantes do álbum Mi Delirio. Isso porque foi dedicada a um amigo de Anahí, Juan Pablo, que faleceu em 2007. Toda vez que Any cantava essa música ao vivo, era pura emoção e não foi diferente nos Premios Juventud, em 2010. Com sua voz angelical, descendo de uma lua cenográfica, que estava suspensa no ar, viajamos com sua apresentação, delicada e cheia de emoção.
Confira:
Extra: confira o vídeo do ensaio de Anahí pra essa apresentação:
O que dizer de Rumba? A música em si já é um marco latino na carreira de Anahí, parceria com Wisin e faixa número 7 do álbum Inesperado, de 2015. Nesse mesmo ano, tivemos a surpresa de ver um regresso de Anahí aos palcos, após anos sem aparecer em nenhum lugar. E foi novamente nos Premios Juventud que os fãs do mundo inteiro puderam ver esse poder em forma de voz e mulher, cantando mais uma vez ao vivo.
Veja abaixo:
6 – Amnesia – Premios Juventud(2016)
Fechando nosso top 6 com uma das apresentações mais lindas que – a redatora aqui – já viu na carreira solo de Anahí. Mais uma vez, nos Premios Juventud, Any apresentou Amnesia, particularmente considerada como uma música bem importante, por conter uma letra e significado muito fortes e especiais – quem sabe… sabe. Essa apresentação contou com uma Anahí que já não víamos muito – entregue, comovida, artista e com aquela emoção que sentimos de longe.
Até hoje, assistir a essa apresentação é de arrepiar tudo e mais um pouco. Eu diria que os fãs foram abençoados com essa apresentação, porque depois… não vimos mais Anahí em carreira solo. Fiquem com esse presente em forma de apresentação:
Falar de Anahí e de sua carreira, em geral, é fácil, por ser uma artista latina que marcou mesmo a história da música, mas ao mesmo tempo, é difícil, porque muitas perguntas sobre sua vida e carreira permanecem, até hoje, sem respostas. Sabemos que sua vida tomou um rumo um pouco diferente da que todos esperavam. Afinal, sua carreira estava no auge e, sem sombra de dúvidas, muitas coisas ainda estavam por vir, mas é preciso entender que todo artista tem uma vida e, muitas vezes, é preciso fazer escolhas pessoais que não vão agradar os fãs.
Apesar disso, Anahí segue sendo uma estrela e, se depender de seus fãs, sabe quando vai se apagar? Nunca. Nunca, porque sua voz permanece sendo um sucesso – os números são a prova disso – e seu legado é eterno.
Desejamos a essa estrela um aniversário repleto de saúde, paz e muita, mas muita luz pra sua vida – e que o universo conspire!
¡Feliz Cumpleaños, Any!
Clique AQUI e confira nosso especial sobre a carreira da Anahí.
Qual sua música favorita da Anahí? E qual dessas apresentações mais te marcou? Entre nas redes sociais do Entretetizei – Insta, Face e Twitter– e conta pra gente!
*Crédito da foto de destaque: Divulgação / RBD Fotos
El Baile de los 41 retrata a vida de homens homossexuais em 1901 e conversa com o público através dos sons, numa mistura de sentimentos e profunda tristeza
O longa mexicano El Baile de los 41 estreou ontem (12), na Netflix de 190 países – o Brasil não está incluído – e já está no Top 10 dos mais assistidos. Mas não é por qualquer motivo: trata-se de um filme político, sobre um escândalo que talvez seja um dos mais tristes da história do México, envolvendo 42 homens que apenas queriam ser livres.
O enredo se passa nos anos 1901, durante o Porfiriato, ou seja, período de 30 anos em que Porfírio Diaz estava no poder, sendo conhecido como um político extremamente conservador. Nessa época, ainda não se falava de relacionamentos homossexuais e muito menos da luta LGBTQIA+, ou seja, ser homossexual era considerado uma aberração e totalmente condenado pelo governo – ainda mais se você fizesse parte da família presidencial, como foi o caso de Ignacio de la Torre y Mier, que, no longa, é interpretado pelo brilhante Alfonso Herra. Ignacio se encontrava, secretamente, com outros 41 homens, que somente queriam ser livres para amar e serem amados, no que podemos descrever como uma festa gay da elite mexicana.
Quem era Ignacio de la Torre y Mier e por que há tanta tristeza?
Ignacio de la Torre era um deputado que tinha como objetivo se tornar governador do Estado do México. Sendo um homem sério e de poucas palavras, notamos logo que é uma pessoa comprometida com o seu trabalho, mas o casamento com a filha do Presidente da República, Amada Díaz, nos leva a conhecer quem ele era de verdade. Entendemos que, na verdade, ele era um homem triste. E é isso que sentimos durante todo o filme: tristeza.
Ignacio frequentava, todas as noites, uma sociedade onde os homens podiam ser quem queriam. Lá, ser gay era um orgulho, uma liberdade. As cenas no local são fortes, contém exposição, mas continuam sendo tristes. Vemos pessoas desesperadas e na busca pelo amor, onde essa procura é representada pelo exagero de uma sequência de cenas, em que pouco se fala, mas muito se sente e se entende. Vemos homens de todas as idades desesperados por, finalmente, sentirem o prazer de se sentirem amados. A própria trilha sonora nos dá essa sensação, uma mistura de desespero, com prazer e empatia.
Voltando ao termo tristeza, é agoniante como todos eram tristes. Digo isso porque nem Ignacio, nem Amada e nem os demais 41 homens foram felizes, já que tinham uma vida dupla, frequentavam uma sociedade que já estava na cara que seria descoberta e tinham que se esforçar para esconder tudo de suas famílias.
Sobre o casamento, é triste para os dois lados: ela gostava do marido e tinha o sonho de ter filhos. Como seu marido não podia satisfazer seus desejos, vivia em casa, sozinha e frustrada. Ele era quase como duas pessoas diferentes, porque, durante o dia, tinha que exercer seu papel de político e trabalhar no mesmo ambiente que o amor de sua vida, Evaristo Rivas (Emiliano Zurita) – além de enfrentar o sogro e a mulher, o qual claramente não sentia nenhuma atração – e à noite era…. o Ignacio.
Um filme que fala nos detalhes e no não-diálogo
El Baile de los 41 é um filme que conversa com o espectador através do íntimo, das cenas sem falas e nos detalhes. Chega a ser um pouco perturbador ouvir cada passo e cada movimento feito pelos atores, que nos transmitem – tudo – o que estão sentindo. Em muitos momentos, a sensação é de estarmos dentro das cenas, ao lado dos atores.
Quem conhece bem a história da política mexicana, sabe que estamos falando de um dos Estados mais conservadores da América Latina e, se hoje em dia ainda é difícil falar da luta LGBTQIA+ no país, quando voltamos à 1901, nem é preciso comentar que o nível de conservadorismo era muito, mas muito pior – e isso fica bem claro ao assistirmos o longa.
Citando alguns exemplos, percebemos a posição da mulher em relação aos homens: não vemos mulheres na política e Amada Díaz (Mabel Cadena) nos mostra como era solitário ser mulher naquela época. Em casa e sozinha, ela chega a adotar um filhote de bode para cuidar, como se fosse seu filho – já que seu esposo não lhe daria um.
Acompanhamos então o desenvolvimento dessa personagem, que se casou numa cerimônia fechada, sem poder convidar sua mãe, que era indigena e, ao descobrir que seu marido estava se relacionando com outro homem, se revolta ao descobrir cartas de amor ao marido.
Todas as cenas foram muito bem roteirizadas e interpretadas. A opção de mostrar mais do que falar foi genial e incrivelmente bem transmitida para quem está vendo.
Um final trágico e a importância do filme para a comunidade LGBTQI+
Ao passo que vamos entendendo a história, precisamos falar da cena final, que vai desde o baile, até a tortura daqueles homens – a mais chocante e dolorosa. Após ser descoberto, Ignacio é levado de volta para casa – ainda travestido – e os demais 41 são expostos à público, da mesma forma como foram encontrados: alguns maquiados, outros travestidos e todos direcionados a mostrar que estamos errados.
Ser homossexual, é representado ali como uma aberração, como um exemplo à população do que não pode ser feito. Quando nos deparamos com o estado em que cada um se encontrou, após serem chutados, xingados e torturados, é dolorosa a sensação de desprezo e dor. Uma dor que ficou marcada para sempre na história de cada um e na história da comunidade LGBTQIA+.
O filme termina com Ignacio recebendo a informação que seu amado faleceu, e a única reação que teve, foi uma onda de choro e de profunda tristeza, que nos leva a sentir, lá dentro, o que ele estava sentindo – e, mais uma vez, Alfonso Herrera nos prova que é mais que um ator, é um artista tomado pelos sentimentos e que transborda emoção.
Sobre Alfonso Herrera e seu personagem, o próprio diretor do filme, David Pablos, comentou, em entrevista, sobre o personagem não ser um herói nem um exemplo, mas sim, uma vítima questionável. “Ignacio foi vítima de uma circunstância, mas, ao mesmo tempo, era alguém que buscava poder, era ambicioso, alguém que cometeu muitas ações questionáveis, então, para mim, a aposta principal com o personagem do Alfonso foi fazer alguém, um personagem, que não fosse virtuoso, que é mal sucedido e que, inclusive, o público pode testar o que esse personagem faz”, disse.
De fato, é um filme perturbador. Digo isso porque não é uma produção fácil de se assistir, já que lidamos com sentimentos reais, histórias reais e que incomodam. Incomoda ver a forma como esses homens viviam, escondidos, como se estivessem fazendo algo errado e, depois tratados como se não pertencessem à sociedade.
Apesar disso, é importante ressaltar a importância do longa, que abre nossos olhos para a importância de defender a luta LGBTQIA+, uma luta que carrega consigo muita dor, mortes, torturas e tristezas que nada, nem mesmo um filme como El Baile de los 41 pode explicar, de verdade, o que eles sentiram.
E o que podemos tirar de lição?
Que já avançamos muito, mas que ainda há muito o que lutar. Saber que El Baile de los 41 foi exibido nos cinemas mexicanos e chegou a ganhar outdoors pelas ruas é sim motivo de comemoração, afinal, num país que discrimina e abomina homossexuais até hoje, vê-los enfrentando os agressores nos dá esperança de que podemos sim ajudar nossa sociedade a buscar o diálogo e a inclusão de temas antes ignorados, para formarmos futuros cidadãosconscientes de que, o que aconteceu no dia 20 de novembro de 1901 JAMAIS pode se repetir; e que cada ser humano tem o direito amar e viver da maneira que achar melhor para si mesmo.
Si eres heterosexual, 🏳️🌈, mexicano, no mexicano, de derecha, de izquierda, liberal, conservador, religioso, ateo, prejuicioso, empático… esta película es para ti.@elbailedelos41 por la plataforma de @NetflixLATpic.twitter.com/qaZXSGoxZy
Apesar de ser um filme mexicano-brasileiro, com apoio da Ancine, Telecine e Canal Brasil, o longa não estreou no Brasil, mas isso não quer dizer que não falaremos sobre ele aqui, afinal, por mais triste e doloroso que seja, muitas vezes, a dor precisa ser sentida para que a luta não termine – nunca. O filme conta também com Fernando Becerril, Rodrigo Virago, Sergio Solís e Fernanda Echevarría no elenco, com direção de David Pablos e roteiro de Monika Revilla.
Confira a seguir a entrevista com o diretor David Pablos, sobre a preparação do longa, dos personagens e muito mais:
Você já assistiu El Baile de los 41? O que achou do filme? Entre nas redes sociais do Entretetizei – Insta, Face e Twitter – e conta pra gente!
Dirigido por David Pablos, o longa vai contar, de forma bem fiel à história, sobre o que é considerado até hoje como um dos maiores escândalos políticos do México
Quando David Pablos dirigiu o filme El Baile de los 41, certamente ele sabia de sua importância social e política. O longa, que estreou em 2020 nos cinemas mexicanos, chega no próximo 14 de maio à Netflix e promete cenas fortes e importantes do que é considerado, até hoje, como um dos maiores escândalos políticos do México.
Protagonizada por Alfonso Herrera e Mabel Cadena, a história se passa em novembro de 1901, numa confraternização de 42 homens que se travestiam e celebravam a vida – secretamente. Um desses homens era Ignacio de la Torre y Mier, genro do então presidente da República, Porfírio Diaz. Por fazer parte da família mais importante do México, o Presidente obrigou que trocassem o numeral 42 para 41, tirando assim o nome de seu genro. O ocorrido tornou-se um escândalo nacional, principalmente porque, além de tudo, Ignacio era um homem casadocom uma mulher e ainda não havia abertura para discutir-se esse tema, considerado um absurdo e uma vergonha para a família.
Em entrevista ao Entretetizei, o diretor David Pablos comentou que o fato foi um marco na história da luta LGBTQI+ e uma abertura à discussão de homossexualidade, já que era a primeira vez que os meios de comunicação da época tocavam no assunto. “Por isso El baile de los 41 é importante, porque esse momento foi considerado um escândalo. Foi tão, tão escandaloso, que o número 41 ficou estigmatizado, ou seja, durante muito tempo, as pessoas evitavam o número 41, nas ruas, não queriam que suas casas tivessem o 41, no exército, nas escolas.. e a pessoa que tocasse no número 41 era objeto de piada, então é um acontecimento que, de certa maneira, ainda segue no imaginário atual”, disse o diretor.
Apesar de El Baile de los 41 ter acontecido há anos atrás, é curioso ver como os anos se passaram e pouca coisa mudou. É claro que, se tratando especificamente da luta LGBTQI+, não há como negar que, atualmente, a forma como o tema é abordado, tanto nas escolas, quanto na sociedade e na mídia, é muito mais aberta e livre, mas ainda há um longo caminho pela frente. “Para mim, algo que me comove muito e que me dói muito, é que muitos desses homens, que estiveram nesse grupo dos 42, infelizmente, tenho certeza que a maioria teria preferido não ser homossexual. Por isso insisto: todo esse conceito do orgulho gay, do coletivo LGBT, é uma construção da segunda parte do século 20 e ainda há um grande caminho a percorrer”, completou David Pablos.
Leia a seguir a entrevista completa, transcrita da conversa exclusiva que tivemos com o diretor de El Baile de los 41, o mexicano David Pablos, que nos contou sobre a história do filme, seus gostos em relação ao Brasil, a preparação dos personagens, além de grandes elogios aos protagonistas, Alfonso Herrera, que interpreta Ignacio de la Torre, e Mabel Cadena, que intreperta Amada Díaz, filha do presidente Porfírio Diaz.
Entretetizei: Eu gostaria de começar essa entrevista te pedindo para que me explique um pouco sobre a história de El Baile de los 41. Estamos muito ansiosos para assistir e quero saber mais sobre!
David Pablos: Começo te contando sobre o que é o El Baile dos 41. O Baile de los 41 é um feito histórico importante aqui no México, que aconteceu em 1991 e basicamente foi um baile onde se descobriu 42 homens, homossexuais, a metade vestidos de mulher e, nesse grupo, se encontrava o genro do Presidente do México, Porfírio Díaz. Porfírio pede para que o nome de seu genro seja apagado da lista e passa a ser 41 ao invés de 42. E isso teve relevância porque, 1: estava envolvido alguém que pertencia à família presidencial e 2: porque é a primeira vez que se falava sobre a homosexualidade nos meios (de comunicação), nos jornais e isso significou uma espécie de “saída do armário” da comunidade (LGBTQI+) em nosso país. Por isso El baile de los 41 é importante, porque esse momento foi considerado um escândalo. Foi tão, tão escandaloso, que o número 41 ficou estigmatizado, ou seja, durante muito tempo, as pessoas evitavam o número 41, nas ruas, não queriam que suas casas tivessem o 41, no exército, nas escolas… e a pessoa que tocasse no número 41 era objeto de piada, então é um acontecimento que, de certa maneira, ainda segue no imaginário atual.
E: seu filme acaba de ser pré-nomeado ao Premios Platino. Como você está se sentindo?
DP: Estou agradecido! [O filme] está na pré-seleção e tomara que se abra caminho… e além dos prêmios, estou feliz pela experiência que foi fazer o filme, feliz pelo resultado final e feliz porque já estamos há [poucos] dias para que o filme saia na Netflix.
E: Você disse uma vez que sua intenção era justamente retratar, de uma maneira diferente, o que se passou emo 20 de novembro de 91. Como foi o desafio de criar uma nova versão da história, mas com mais verdade e claro, com mais humanidade?
DP: Totalmente de acordo. É que eu acho que o ponto referência para esse filme é o pouco que existe da época, o pouco que se sabe, o pouco que os jornais publicaram e a maneira como esses homens foram exibidos, expostos… foi a partir da provocação, do desprestígio e o “fazer menos” desse grupo de homens, e para mim, me parece importante contar essa história desde o ponto de vista deles ou, no caso desse filme, desde o ponto de vista de Ignacio de la Torre e mostrar um grupo de homens diverso, mostrar um grupo de homens onde há todo tipo de masculinidade, todo tipo de idades, todo tipo de fenótipos e de personalidades. Para mim era importante mostrar uma comunidade diversa e organizada.
[…] No meu país, no México, seguem representando assim essas pessoas. Me parece que há um preconceito que segue vigente e a imagem do homossexual, parece que tendem a caricaturizar e o que eu queria fazer era justamente apresentar o diverso que pode ser a homossexualidade, como pode haver todo tipo de homens.
E: Vou perguntar agora mesmo sobre a imprensa, porque quando falamos sobre esse tema, estamos falando de uma época em que a imprensa, principalmente a mexicana, não tinha nenhum respeito com os LGBT’s. Como você vê a evolução da imprensa em relação a esses temas?
DP: Te digo que há coisas da imprensa que não mudaram tanto desde 1901, pelo menos aqui no México. Segue tendo muito preconceito e condenação e segue existindo esses rótulos e creio que não deveria nem haver um catálogo, não deveria importar… simplesmente há uma diversidade. […] Sinto que, em relação aos meios de comunicação, eles seguem fazendo de uma maneira muito similar como faziam há anos. Não nego os ganhos que houveram…. […] É fascinante ver como mudam as coisas. Justamente na época em que se passava o filme, a ideia do orgulho gay não existia. Para mim, algo que me comove muito e que me dói muito, é que muitos desses homens, que estiveram nesse grupo dos 42, infelizmente, tenho certeza que a maioria teria preferido não ser homossexual. Por isso insisto: todo esse conceito do orgulho gay, do coletivo LGBT, é uma construção da segunda parte do século 20 e ainda há um grande caminho a percorrer.
E: Você pode me contar um pouco como foi a preparação dos personagens? Nós os veremos de uma forma diferente da que conhecemos quando lemos sobre na internet, por exemplo, ou não?
DP: Vocês vão ler a mesma história que vão ver (no filme), não terão surpresas nesse sentido. A preparação dos personagens foi muito importante. Eu creio que esse filme, de todos os filmes que eu fiz, foi o que mais ensaiei. Trabalhei muito com os atores e parecia importante que tivesse uma relação entre eles, que se tornassem cúmplices, que houvesse confiança, porque há muitas cenas no filme que não são fáceis no sentido de atuação. Não são fáceis porque podem ser incômodas. Há cenas de sexo que sempre podem ser incômodas, então, para mim, o objetivo principal era alcançar a cumplicidade, uma equipe onde os atores se sentissem cômodos – falo principalmente dos protagonistas, mas também do grupo dos 41. Por exemplo, com Alfonso Herrera e com Mabel Cadena ensaiamos muito. Mabel Cadena é quem será sua esposa, Amada Díaz. Eles ensaiaram muito por essas serem as cenas mais complicadas de todo o filme. Essas são as cenas mais demandantes – do ponto de vista da atuação.
[…] Então a única maneira de fazer bem as coisas era ensaiando. E felizmente, Alfonso e Mabel são atores incrivelmente generosos, disciplinados e entregues, então não foi um tema, pelo contrário, eles ensaiavam mais do que eu pedia e como não há tanta informação desses personagens, existe muito pouco do que podemos exceder. Lemos alguns livros, que foram escritos sobre a família de Porfírio Diaz, sabemos coisas importantes de Ignacio de la Torre e creio que a decisão fundamental que tomamos em conjunto, tanto a roteirista, quanto eu, como diretor, incluindo Alfonso, como ator, foi não apresentar uma imagem dulcificada de Ignacio. Ignacio não era um personagem exemplar, não era um herói e também não era um mártir. Ignacio foi vítima de uma circunstância, mas, ao mesmo tempo, era alguém que buscava poder, era ambicioso, alguém que cometeu muitas ações questionáveis, então, para mim, a aposta principal com o personagem do Alfonso foi fazer alguém, um personagem, que não fosse virtuoso, que é mal sucedido e que, inclusive, o público pode testar o que esse personagem faz.
E: Você acha que ainda podemos encontrar personagens como o do filme hoje em dia? Porque a política mexicana ainda segue sendo um tema difícil, pesado – eu acompanho – e até hoje é difícil falar da política (mexicana). O que você pensa disso?
DP: Absolutamente. No mundo da política mexicana, a homosexualidade segue sendo um grande tabu. De alguma maneira, quando estávamos fazendo a roda de imprensa nos cinemas mexicanos, em novembro de 2020, eu disse em algumas entrevista que, de alguma maneira, a história de El Baile de los 41 podia ter se repetido no presente. Digo, não necessariamente aconteceria um linchamento, não necessariamente os receberiam dessa maneira, mas sei que seria o mesmo escândalo se estivéssemos falando desses níveis de poder, sei que haveria esse encobrimento, sei que haveria essa condenação, não haveria talvez um linchamento físico, mas sim um linchamento midiático, nas redes sociais, então para mim, umas das reflexões mais importantes foi ver que, tanto no momento de estudar a história para preparar o filme e depois, já na hora de sair para apresentá-la, foi ver quantos paralelos existiam e ver como eu ainda poderia contar a história de El Baile de los 41 de maneira similar.
E: Você acredita que, de alguma maneira, seu filme vai mudar a maneira de discutir esses temas, discutir a política, principalmente entre os jovens? Porque muitos jovens que acompanham os atores, por exemplo, o meu público que acompanha muito o Poncho (Herrera) e todos esses atores… o que você acha?
DP: Eu acredito que, pedir que um filme mude um panorama social e político é muito complicado. Eu creio que o filme não tem tanto poder – adoraria que sim, mas creio que não. O que eu acredito que o filme faz é, o que eu acho que o cinema faz, é mostrar as histórias através dos rostos, de seus personagens, desde um lado humano, um lado íntimo. Porque pra mim sempre fica muito claro como é muito diferente ler um tema e vê-lo através dos olhos de quem vive essa situação. Eu acredito que o cinema, uma das coisas que ele permite é a empatia. O cinema te permite se colocar no lugar de outra pessoa. E eu acho que o que o filme pode fazer é apresentar uma situação de muitos pontos de vista, pode falar com muita gente que não necessariamente pertence à comunidade LGBT.
[…] Eu acredito que esse filme transcende os marcos da comunidade LGBT e eu gostaria que as pessoas, que não são dessa comunidade, também o assistisse, porque mais uma vez, eu insisto: apela à muitas pessoas, de diferentes lados. Eu creio que o que a visibilidade gera é essa possibilidade de que haja diálogos e que haja reflexões. E olha, para mim foi o suficiente quando estreamos o filme no México, ter as publicidades nas ruas, onde se viam Alfonso e Emiliano abraçados, a ponto de se darem um beijo ou onde se via a proposta do filme, o grupo dos 42, vestidos de mulher e ver isso nas ruas… fez toda a diferença, porque as coisas se tornam um tabu quando não falamos delas, quando se ignora ou não querem ver, então, isso não vai impedir que esteja aí, não vai impedir que exista e creio que, quando algo é visível, quando como vemos dois homens abraçados ou ver homens travestidos, quando algo é visível, por um lado, deixa de ser um tabu e passa a ser absorvido como algo do cotidiano, da cultura popular e para mim é importante que as crianças que estejam crescendo hoje em dia vejam isso desde cedo, se acostumem a ver que homens podem namorar homens e mulheres podem namorar mulheres.
E: Eu sei que você já falou sobre o Poncho, mas tenho que perguntar mais uma vez, porque o Poncho é MUITO querido aqui no Brasil e tem uma conexão muito forte com o Brasil e quero saber como foi para você trabalhar com o Alfonso. O que podemos esperar de sua atuação?
DP: Como foi pra mim trabalhar com Alfonso… incrível. É um grande ator e um grande ser humano. Tem as duas partes. É uma pessoa disciplinada, empática, é um grande aliado, um grande companheiro. Só tenho coisas boas pra dizer sobre o Alfonso. Além disso, para ele era muito importante esse projeto, esse papel. Ele sabia do que se tratava…fazer o personagem de Ignacio de la Torre, do que se tratava esse filme, e para mim, me emociona, me comove ver sua entrega. Nos tornamos bons amigos graças ao filme, porque vemos o cinema da mesma maneira, nos entendemos desde o aspecto humano, temos os mesmos interesses e somos iguais de intensos. Creio que uma vez ele disse, não sei foi dando entrevistas, mas disse que eu e ele poderíamos ficar duas horas conversando no telefone falando do filme, do que pensamos do personagem e compartilhamos essa intensidade, então isso nos faz sermos grandes aliados e, para mim, fica muito claro que Alfonso seguirá trabalhando, com quem quer que seja, não há dúvidas.
Ei: Para você, qual é a melhor coisa de ser um diretor de cinema? Você tem alguém que seja uma referência?
DP: Bom, um dos meus diretores favoritos… acaba de chegar pra mim sua coleção (Ingmar Bergman). Chegou para mim a coleção de todos os seus filmes, então nas duas próximas semanas, estarei assistindo ao cinema de Ingmar Bergman. Com ele eu aprendi muito. É alguém que experimentou muito no cinema. Seus filmes nunca são iguais. Ia explorando e explorando e para mim ele é uma grande referência, desde que sou estudante de cinema. Eu creio que o melhor de ser um diretor de cinema é… muitas coisas. Eu amo meu trabalho. Amo o que faço e, eu gosto de muitas coisas, mas creio que minha parte favorita é isso, tem a ver com o que mencionou uma vez Alfonso: como você chega para fazer parte de um processo criativo que tem a ver com o ser humano. Você trabalha com pessoas e seu instrumento principal de trabalho é a vida, são as histórias e, para mim, isso significa um constante processo de aprendizagem. Eu, a todo tempo, estou aprendendo coisas novas, conhecendo gente nova, fazendo novas amizades e também, o trabalho de dirigir um ator é um trabalho muito íntimo, muito belo, é um trabalho de aprendizagem, tanto para o ator quanto para o diretor. É um ato criativo e esse ato criativo me dá energia, me enche de vida e me revitaliza e é como um ciclo permanente de aprendizagem, de ir mais além e quero seguir explorando.
E: Você já veio ao Brasil alguma vez? O que você acha da nossa cultura e dos nossos artistas?
DP: Sim. O Brasil me encanta. Já fui ao Rio de Janeiro e à São Paulo e a fotógrafa desse filme – de El Baile de los 41 e do meu filme anterior – é brasileira, se chama Carolina Costa.
E: Vou pesquisar sobre ela!
DP: Sim, é uma grande amiga. E o que te digo? Eu já conhecia o Brasil antes de conhecer a Carolina e de trabalhar com ela e, através dela… porque além de fotógrafa, é uma grande amiga também… através dela eu acompanho ainda mais o Brasil e me encanta, me parece ser um país extraordinário e, provavelmente muita gente já te disse isso, mas, São Paulo e a Cidade do México são como cidades irmãs. Há muita similaridade entre elas. Eu, quando estive em São Paulo, algo como três vezes, sempre me senti em casa, em alguns momentos senti que estava na Cidade do México. Há algo na energia, há algo na forma das cidades que as fazem irmãs.
E: E para terminar, quero muito que você deixe uma mensagem a todos os que vão assistir essa entrevista, à audiência brasileira. É seu espaço.
DP: Bom, quero agradecer por essa entrevista, para falar de um filme, de um trabalho que…. ufa, foi complexo. Um filme de época sempre leva muito tempo, muito dinheiro e planejamento e o único que eu diria seria que, tomara que possam tirar um tempo para ver o filme, para vivê-lo, para se abrir a ele. Mesmo que seja um filme de época, ele fala muito da atualidade. Há coisas que não mudaram por completo. É um compromisso com todas as pessoas envolvidas, por parte dos atores, de toda a equipe criativa e eu sempre creio que, o que e como se vive durante uma filmagem, de alguma maneira, se transforma em um filme e creio que, nesse filme, pode-se ver esse compromisso, todo esse amor que tivemos ao fazer esse projeto, além do especial que foi fazer esse filme. Foi uma experiência muito bonita, que todos recordamos com muita nostalgia, que recordamos de uma maneira muito íntima.
Para conhecer um pouco mais da história de El Baile de los 41, clique AQUI.
Fique a seguir com a entrevista completa em vídeo:
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Perú 21
A cantora brasileira está entre os artistas convidados para o Ellas y Su Música, evento do Grammy Latino que prestigia mulheres na música
A cantora e empresária brasileira Anitta participou, nessa semana, dos primeiros ensaios para o evento Ellas y Su Musica (Elas e Suas Músicas, em português), uma homenagem às mulheres na música: a música através delas. Apresentado por Becky G, Luis Fonsi e Thalia, o especial vai ao ar no domingo, 9 de maio, Dia das Mães.
Além de Anitta, personalidades lendárias, assim como novos artistas, se reunirão para reconhecer aqueles que abriram caminho e inspiraram novas gerações, com apresentações musicais inesquecíveis e histórias pessoais nunca contadas. Essa é a primeira vez que a Academia Latina de Gravação e a Univision celebrarão a experiência das mulheres na música.
O evento é um especial do Grammy Latino e contará com grandes nomes da música latina, como Sofía Reyes, Gloria Estefan, Vicky Carr, Alejandra Guzmán, Cazzu, Chiquis, Aida Cuevas, Lila Downs, MIlly Quezada, Raquel Sofía, Olga Tañon e Yuri.
Anitta e a carreira internacional: Girl From Rio é apresentada ao vivo no programa Jimmy Kimmel
A carreira internacional de Anitta vem se consolidando cada vez mais e, com o lançamento de Girl From Rio, a artista apresenta ao mundo um Rio diferente do que normalmente é apresentado, com diversidade de cores, corpos e gostos.
Ainda falando de Girl From Rio, a canção foi apresentada pela primeira vez ao vivo, no programa The Today Show, apresentado por Jimmy Kimmel. Anitta foi muito elogiada na TV americana e conversou um pouco sobre o lançamento. “Rio é minha cidade. A música vem com um sample de Garota de Ipanema, uma faixa brasileira incrível e muito famosa. A ideia é trazer o máximo possível de minha cultura e do meu país, porque é muito especial pra mim”, comentou a cantora.
https://www.instagram.com/p/COdbV7Hg7Kv/
Com um refrão que diz “as garotas de onde venho não se parecem com modelos”, Anitta busca trazer o empoderamento feminino e diferentes tipos de beleza. Afinal, nosso país é assim, repleto de variedades culturais e mulheres empoderadas.
Confira a seguir a apresentação icônica, onde a artista entregou tudo com seu talento, inteligência e bom gosto:
O cantor nordestino, que já gravou com Belchior, lança Vila dos Pássaros, primeiro single do novo álbum, intitulado Paracosmo
Chega hoje (30) às plataformas digitais, Vila dos Pássaros, música de Ricardo Bacelar e Cainã Cavalcante. A faixa integra o repertório do álbum de inéditas Paracosmo, primeiro projeto dos dois músicos, que tem lançamento no próximo dia 28 de maio.
“A Vila dos Pássaros nasceu de um encontro com o Cainã, meu amigo, que fez comigo a música e estamos dividindo o disco juntos. Nós somos amigos há muitos anos, mas nunca tínhamos tocado juntos. Eu inaugurei o estúdio, ele veio pra cá e, em dois dias fizemos sete músicas”, comentou Ricardo Bacelar.
Juntamente com a faixa, os dois músicos também fazem a estreia de seu respectivo videoclipe, dirigido por Lucas Dantas, que foi gravado no Jasmin Studio. Confira:
“As inspirações foram as mais diversas. Esse nome, Vila dos Pássaros, eu elaborei com o Cainã porque no lado externo do estúdio têm muitos pássaros que voam e pousam… eles ficam cantando e é lindo. E tem uma coisa nordestina na Vila dos Pássaros também. É um baião, então tem a referência do nordeste”, comentou Ricardo ao ser questionado sobre suas inspirações.
Eleita como o primeiro single do álbum, Vila dos Pássaros é um baião que se funde com um belo solo de violão, remetendo ao nordeste do Brasil. “O tema traz um clima de muita alegria. É a mistura do regional com uma sofisticada sonoridade contemporânea, valorizando a música instrumental brasileira”, diz Ricardo Bacelar. “Vila dos Pássaros é um lugar onde a esperança mora, onde se celebra o encontro, a espontaneidade, a partilha e, sobretudo, a vida”, completa Cainã Cavalcante.
O single é o primeiro lançamento do selo Jasmin Music, de Ricardo Bacelar. A iniciativa do selo destina-se a gravar e lançar discos com música de qualidade, tendo como foco o mercado brasileiro e internacional. Para isso, foi montado um estúdio de gravação que vem se tornando referência na América Latina pela tecnologia, equipamentos e acústica – o Jasmin Studio.
O projeto acústico e de design é da empresa americana WSDG Walters-Storyk Design Group, de autoria de Renato Cipriano. A direção técnica e concepção do estúdio é de Daniel Reis, com o uso de áudio por rede Dante e o sistema Dolby Atmos, com a tecnologia de áudio 3D.
Sobre o estúdio, Ricardo comenta que o projeto se tornou uma obra-prima, com piano de cauda e bons equipamentos e detalhou como foi gravar Paracosmo. “Nesse disco com o Cainã, eu toquei todas as percussões, porque ficou só eu, o Cainã e o técnico no estúdio – todos de máscara para não se contaminarem – e como eu toco teclado e piano, toquei todas as percussões do disco, porque não queria chamar mais ninguém para dentro do estúdio”.
Além disso, Ricaro já nos adiantou que pretende fazer outros disco. “Eu pretendo fazer vários discos. Acabei de terminar o Paracosmo, terminei o Vila dos Pássaros com o Cainã e já estou fazendo outras músicas. Só não estou gravando por conta da pandemia. […] Eu quero fazer encontros com outras pessoas. Já encontrei o Cainã e acho que é muito bom esse tipo de residência, porque como o estúdio fica na minha casa, a pessoa fica hospedada aqui, a gente já grava e sai pronto. Mas estou esperando vir a vacina para começar a trabalhar com vários produtos”, comentou.
Também o questionamos sobre suas parcerias – que são muitas – mas definitivamente a que mais marcou o artista foi Belchior. “Eu produzi um disco dele em 96 e foi muito marcante, porque ele ainda estava por aqui, então o diretor da gravadora queria fazer um disco de intérprete, nós fizemos uma música que batizou o disco, chama-se Vício Elegante e eu gravei essa música há mais ou menos três anos e meio. Relancei a música cantando com orquestra de corda, então acho que a parceria que tenho marcado – tenho muitas outras – mas talvez foi a que mais me emocionou, inclusive porque meu parceiro foi pra outro plano e pra mim foi um eco muito triste. Era um bom amigo”, completou.
Sobre o novo álbum
Paracosmo é um álbum de composições dos músicos brasileiros Ricardo Bacelar e Cainã Cavalcante. Amigos há alguns anos, eles nunca tocaram ou gravaram juntos. Foi de um encontro casual que nasceu o projeto, que será lançado em formato físico e digital no dia 28 de maio, no Brasil, Estados Unidos e Japão. O disco traz sete composições instrumentais inéditas, que foram gestadas em sessões ininterruptas de gravação.
Sobre Ricardo Bacelar
Ricardo Bacelar é pianista, compositor e produtor de discos. Durante muitos anos, integrou o grupo carioca Hanoi Hanoi, com amplo sucesso comercial. Em sua carreira solo, lançou cinco discos e gravou com grandes nomes da música, como Belchior, Erasmo Carlos, Luiz Melodia, Adriana Calcanhoto, Ednardo, Lulu Santos, Amelinha e outros. Por duas vezes, esteve entre os artistas mais executados nas rádios de jazz dos Estados Unidos e já excursionou fazendo shows na Europa e Japão. Lançou cinco discos solo. Seus dois últimos trabalhos, Sebastiana (2018) e Ao Vivo no Rio (2020), entraram na parada do Top 50 de execução das rádios de jazz dos EUA. É membro votante do Grammy Latino e do Grammy Awards (Grammy Pro).
Sobre Cainã Cavalcante
Cainã Cavalcante é violonista e compositor nascido em 1990, na cidade de Fortaleza. Hoje com oito álbuns lançados, é considerado um prodígio do violão brasileiro. Participou de diversos concertos pelo Brasil e Europa e gravou com grandes nomes da música, como Plácido Domingo, Dominguinhos, Belchior, Fagner, Maria Gadú, Elba Ramalho, Chico César, Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Roberta Sá, entre muitos outros. Cainã se prepara para o lançamento do seu novo trabalho, Sinal dos Tempos, no qual interpreta a obra de Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (1915 – 1955), genial músico e compositor brasileiro, considerado um pilar da música brasileira por Tom Jobim, Radamés Gnatalli, Raphael Rabello e outros.
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Créditos: Davi Távora
Miénteme veio acompanhada de um videoclipe e ambas interpretam bandidas estilosas e empoderadas
Tini acaba de lançar, na noite dessa quinta (29), seu mais novo single, intitulado Miénteme, em parceria com a cantora Maria Becerra. A canção veio acompanhada de um videoclipe e nele ambas interpretam bandidas estilosas e empoderadas.
Miénteme é um reggaeton com pegadas de cumba argentina, dois ritmos latinos muito conhecidos e completamente dançantes. No clipe, as duas cantoras argentinas chegam em um restaurante e se divertem dançando, mesmo em meio à confusão. Pra quem gosta de criar vídeos para os aplicativos digitais, a coreografia é uma ótima oportunidade para se jogar na criatividade.
Em suas redes sociais, Tini se mostrou emocionada e ansiosa para o lançamento que, em poucas horas de lançamento, já é um sucesso nas plataformas digitais. “Não posso explicar como estou emocionada e feliz!”, disse a cantora em seu Instagram.
Confira a seguir o clipe oficial de Miénteme, acompanhado de muita diversão, estilo e latinidade:
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Twitter
A pernambucana Duda Beat, que tem Lady Gaga como inspiração, concedeu uma entrevista exclusiva ao Entretetizei, na qual conhecemos mais sobre seu novo álbum, Te Amo Lá Fora, a importância de suas raízes e detalhes da produção
Quando falamos em Duda Beat, pensamos em brasilidade, ritmos Pernambucanos e claro, muita criatividade. A própria cantora, nascida no Recife (PE), faz questão de declarar que não há limites em sua arte. “Tudo é possível! O céu é o limite”, disse.
Em seu novo disco, intitulado Te Amo Lá Fora, Duda traz a melancolia, junto aos ritmos de sua terra, numa harmonia musical impecável. Nessa nova fase, vemos uma artista mais madura, com uma identidade visual diferente da que conhecemos, mas com a mesma essência Duda Beat, de Sinto Muito, seu primeiro álbum, lançado há exatos três anos.
Em entrevista exclusiva ao Entretetizei, fomos mais a fundo nas características de Te Amo Lá Fora e conhecemos suas inspirações, que vêm de suas raízes pernambucanas e entendemos que a artista jamais coloca barreiras em suas ideias. “Quando sentamos para produzir o disco, Lux e Tomás me perguntam como eu quero dançar aquela música e assim elas vão nascendo. Quem sabe como vou querer dançar as próximas? Vou deixar o destino me surpreender!”, declarou.
Além disso, aproveitamos para saber um pouco mais sobre a parceria icônica de Duda Beat com o duo Anavitória, na música não passa vontade, que veio acompanhada de um videoclipe pra lá de criativo.
Confira a entrevista completa :
Entretetizei: Duda, como foi compor e gravar as músicas do seu novo álbum durante a pandemia? Qual a melhor e a pior parte?
Duda Beat: Foi um processo diferente, tanto de fazer o disco quanto de divulgá-lo. Sou uma cantora de show, de palco, e é difícil pensar que lancei um álbum, mas não vou conseguir fazer shows agora. Mas não tem outro jeito. Enquanto isso, vou preparando todo o show para estar tudo lindo e afinado na hora em que a gente puder colocar o pé na estrada. A coisa boa é ver um projeto ao qual me dediquei tanto, eu e toda a minha equipe, ganhar o mundo e tocar tantas pessoas. É uma felicidade muito grande.
Entrete: Te Amo Lá Fora vem com uma nova identidade visual, bem diferente do seu primeiro álbum, Sinto Muito, que veio carregado de cores mais fortes e marcantes. No novo álbum, a estética veio mais retrô, como no clipe de Meu Pisêro e com sofrência por amor, mas ainda é A Duda Beat, com cores chamativas e criativas. Por que essa mudança? Foi uma ideia sua ou você se inspirou em alguém?
Duda: Te Amo Lá Fora é um álbum que tem uma atmosfera mais dark, mais melancólica. Atribuo muito disso, inclusive, à pandemia. Ela me atravessou completamente e, mesmo que não fale dela nas letras, a atmosfera do disco é completamente influenciada por isso, por esse momento mais introspectivo. Para mim, isso tinha que ser comunicado visualmente também. Conversei com Leandro Porto, meu stylist, e Marcelo Jarosz, meu diretor criativo, e fizemos tudo isso estar impresso virtualmente também.
Entrete: Em Te Amo Lá Fora, vemos o estilo brega junto à música eletrônica, num match perfeito. Essa escolha se deve à sua origem Pernambucana?
Duda: Pernambuco é e sempre será uma inspiração e uma referência para mim. De maneira bem direta declaro meu amor a minha terra já de cara, na primeira faixa de Te Amo Lá Fora. Tu e Eu tem a participação de dona Cila do Coco, uma figura tão importante e tradicional da cultura pernambucana. É o meu jeito de exaltar a minha terra, a minha cultura e mostrar que por onde quer que eu vá, ela está sempre comigo, influenciando meu trabalho.
Entrete: Em cada canção, vemos participações importantíssimas e misturas regionais, como o coco de roda com maracatu e o samba de coco, junto à bateria de Lux & Tróia. Para você, qual a importância de trazer esses ritmos para o seu público? E com qual das participações você mais se sentiu realizada?
Duda: Com todas as participações. Tanto dona Cila do Coco quanto Trevo contribuíram muito para o álbum. Me senti muito feliz e realizada por eles participarem comigo desse disco. Acho que a importância dessa mistura de gêneros e estilos é mostrar que não há separação entre nada. Tudo é possível! O céu é o limite.
Entrete: O reggae é um ritmo brasileiro sempre muito presente em suas canções, como em Bixinho, um de seus maiores sucessos. Em Te Amo Lá Fora, também notamos esse ritmo de volta. Podemos dizer então é quase como uma característica da música de Duda Beat?
Duda: É uma das características (risos). Eu gosto muito de reggae. Então, tento colocar nos meus trabalhos também.
Entrete: Em Tocar Você, temos uma letra carregada de emoção e que fala de amor, com uma deliciosa batida pop. Você se imagina apostando mais em canções nesse gênero musical, talvez para um próximo álbum?
Duda: Podem esperar tudo (risos). Foi o que disse acima, não acho que tem limite para nada. Não gosto de me colocar barreiras. Quando sentamos para produzir o disco, Lux e Tomás me perguntam como eu quero dançar aquela música e assim elas vão nascendo. Quem sabe como vou querer dançar as próximas? Vou deixar o destino me surpreender!
Entrete: Conta pra gente: qual colaboração você sonha em concretizar um dia? E por quê?
Duda: Lady Gaga com certeza seria uma delas. Ela é uma artista que me inspira muito. Uma mulher tão livre artisticamente, que faz o que gosta, que experimenta, que não se acomoda.
Entrete: Falando em colaborações, tivemos a honra de vê-la junto à dupla Anavitória em não passa vontade, que conta com um videoclipe surpreendente, onde vocês recriaram filmes cult que marcaram o cinema. Pode nos contar um pouco sobre essa parceria e a elaboração do clipe?
Duda: Foi uma parceria muito feliz com elas, a música é muito boa também. O clipe foi uma verdadeira brincadeira com referências cinematográficas. Eu amo cinema, então, adorei interpretar alguns personagens tão icônicos (risos). Me diverti muito.
Entrete: Sobre o futuro: o que podemos esperar de Duda Beat nos próximos meses? Teremos lives com o novo álbum ou alguma surpresa?
Duda: Agora meu convite é para todo mundo ouvir Te Amo Lá Fora, sentir, se deixar levar, dançar – mesmo que seja na sala de casa por enquanto (risos). Logo logo vem ainda mais coisa por aí.
Para saber mais sobre o novo álbum de Duda Beat, confira nossa matéria clicando AQUI.
E você, já ouviu Te Amo Lá Fora? Curtiu essa entrevista? Conta pra gente nas redes sociais doEntretetizei–Insta,Face e Twitter– e nos siga para acompanhar as novidades do mundo do entretenimento!
*Crédito da foto de destaque: Divulgação / Créditos: Fernando Tomaz
Minari retrata, com muita sensibilidade, a famosa tentativa de alcançar o “sonho americano”, objetivo de vida subestimado de muitas pessoas
O longa coreano Minari é o favorito ao Oscar 2021. Indicado a seis categorias, a produção conta, delicadamente, a história de imigrantes coreanos que vivem nos Estados Unidos, nos anos 80, em busca de uma vida melhor. Ao se mudarem da Costa Oeste (Califórnia), para a zona rural de Arkansas, pai, mãe e filhos têm que lidar com as mudanças em meio a uma difícil situação financeira. Com 115 minutos de duração, Minari retrata, com muita sensibilidade, a famosa busca pelo subestimado “sonho americano”.
Conhecendo os personagens de Minari
Jacob (Steven Yeun) é um homem trabalhador e que vai até o fim pelos seus sonhos. Ao chegar à Arkansas, se depara com uma realidade diferente da cidade grande e vê, em seu terreno, uma oportunidade de colocar em prática o sonho de ter uma fazenda e plantar alimentos coreanos, que raramente são encontrados na região. Com uma personalidade mais robusta, acredita até o fim que a mudança para o campo não foi em vão, mas acaba se preocupando demais com o dinheiro e de menos com sua família e sua mulher, que não está satisfeita com a situação a que estão expostos.
Monica (Ye Ri Han) é uma jovem mãe, que, junto ao seu marido, trabalha com toda garra em uma granja próxima à sua fazenda, onde ambos se responsabilizam em separar o gênero de pintinhos. A moça se mostra não satisfeita em morar em uma casa com rodas e sente falta da Califórnia, principalmente porque, lá, cuidar de seu filho mais novo era mais fácil. Monica lida com a enfermidade de sua mãe, que veio de longe para ajudar.
David (Alan S. King) é um garotinho que convive com um problema grave no coração. Esperto e inteligente, ele vê em sua nova vida uma oportunidade de explorar e conhecer a vida no campo. Apesar de sua situação, quer sempre ir além e tem seu pai como um espelho, o qual quer sempre acompanhar para aprender um pouco mais sobre cada atividade que faz.
Anne (Noel Kate Cho) é a filha mais velha do jovem casal. Madura, ela cuida praticamente o tempo todo de seu irmãozinho e também ajuda os pais no que for preciso. Pela sua idade, é uma criança bem à frente de seu tempo e certamente entende as dificuldades ao seu redor.
Um roteiro sensível, com uma história real
Minari carrega uma história conhecida e comum, contada de forma delicada, onde encontramos a realidade do sonho americano com todos os seus defeitos e dificuldades. A ideia de que se mudar para os EUA trará estabilidade financeira e felicidade muitas vezes é acompanhada de dificuldades e perdas.
Logo no início do filme, nos deparamos com Jacob e Monica com perspectivas diferentes: ele tem certeza que vai conseguir sucesso em sua nova terra, já ela, se mostra, o tempo todo, insegura e com medo do que pode acontecer, além de sentir falta de sua família, amigos, de sua cultura e da cidade. Ambos trabalham muito em uma granja composta por trabalhadores coreanos e um trabalho não tão fácil e agradável assim, afinal, separar pintinhos o dia todo não é algo que sonhamos para nosso futuro.
Sendo assim, vemos o desenvolver da história com muita delicadeza nos detalhes, de forma que, muitas vezes, entendemos a mensagem sem nem mesmo ouvir um diálogo. Anne e David também se mostram crianças extremamente maduras: entendem que a relação do pai e da mãe não está boa e agem de maneira muito mais madura do que o esperado para a idade que têm. Apesar disso, tentam adaptar-se à nova vida e vêem, com a chegada da avó, uma nova oportunidade de aproveitar o espaço.
A chegada de um membro da Coreia e a mistura de culturas
Soonja (Yuh-Jung Youn) chega da Coreia para ajudar sua filha e, finalmente, conhecer seu neto. A ideia de convidá-la para viver com a família no campo surgiu como forma de não deixar as crianças sozinhas. Mas, quando a avó chega, começamos a perceber como há um choque de culturas entre famílias asiáticas, com filhos nascidos nos Estados Unidos.
Para começar, David sente medo de conhecer a avó e não entende alguns costumes da mesma. O menino chega a comentar que a avó “fede à Coréia” e, para ele, o fato dela não saber cozinhar e falar palavrões faz com que ela não pareça uma avó de verdade. É curioso perceber que as crianças nascidas no país são muito mais influenciadas pela cultura americana – mesmo convivendo com os costumes coreanos dentro de casa – como, por exemplo, David que, com o pouco de idade que tem, já fala e entende mais inglês que seus pais.
Outro ponto interessante de se destacar sobre esse choque cultural está no próprio dia a dia da família, que vai à igreja evangélica, tenta fazer amizades com americanos e contrata um ajudante para a fazenda um tanto quanto fanático por religião – que chega até a benzer a casa.
É curioso ver como duas culturas tão diferentes, de repente se combinam sem se combinar e a forma como cada personagem lida com essa mistura é muito individual, podendo ser positiva ou não – como é o caso das crianças, que gostam de ir à igreja e conhecer novos amigos e Jacob, que aceita a cultura americana, mas não entende a necessidade das orações ao longo do dia.
A solidão dos imigrantes coreanos e as dificuldades de adaptação
O fato é que a história vivida pelos personagens é muito comum entre as famílias asiáticas que vem para a América. Além de saírem de sua zona de conforto, têm que enfrentar um novo idioma, leis trabalhistas que exploram os trabalhadores e a solidão. Essa última, conhecemos bem em Monica, uma mulher que se mostra triste e só, mesmo com seus filhos e sua mãe todos os dias ao seu lado. Essa solidão vem com um sentimento de saudade: saudade da família, dos amigos, da comida e de tudo o que foi deixado para trás.
A solidão também pode vir acompanhada por imprevistos: ao passar mal sozinha em casa com seus netos, Soonja só é socorrida quando sua filha retorna do trabalho. Resultado: o AVC foi muito mais grave do que imaginavam. Esse momento é retratado também de forma muito sutil, em que acompanhamos uma evolução na relação entre avó e netos.
De fato, a chegada da vó mexeu com a família. David culpa a avó por tudo, mas entende que ela é necessária. Em uma determinada cena, vemos como a avó acredita no menino, ao encorajá-lo a correr e levantar após um tombo. “Você é mais forte do que pensa, David”. E realmente era.
O que é realmente importante em um lar?
Essa é uma pergunta que me questionei ao finalizar Minari. Após o AVC da mãe, Monica se vê cada vez mais sem rumo e decide que precisa retornar à Coreia. Ela só não contava com uma coisa: a melhora repentina na saúde de seu filho. Após retornarem do hospital e descobrirem que o coração de David teve uma melhora absurda, o médico recomenda que continuem a fazer o que estavam fazendo, seja lá o que fosse, porque estava dando certo. Para Monica, foi como um milagre, mas ela ainda estava segura de que precisava voltar.
O ponto principal está bem no final, em que nos questionamos o que seria necessário para que todos percebessem que o que faltava ali era união. Como a avó era uma mulher esperta e estava acostumada a ajudar, ela aproveitou a saída da família para limpar o que estava sujo e colocar o lixo para fora. O problema é que, com as sequelas do acidente que teve, acabou colocando fogo em parte da fazenda e não conseguiu apagá-lo. E foi aí que entrou o que faltava.
Marido e mulher fizeram de tudo para salvarem o que ainda estava intacto, enquanto os netos foram atrás da avó que, assustada, tinha fugido para longe. Foi preciso perder tudo para perceberem que o que mais precisavam era estar juntos, por completo, como um time, e que o dinheiro seria uma consequência disso.
Diante disso, eles perceberam como eram incríveis juntos e que aquele pé de Minari, planta originária da Ásia, plantado pela avó quando chegou da Coreia tinha um novo significado, como um recomeço, uma nova chance de começarem de novo e diferente.
Minari nos deixa com uma reflexão sobre a vida, sobre a importância da família e da união entre os seus membros sob a perspectiva de uma criança, que aparece como um exemplo de que algumas mudanças na vida podem surgir com desvios no caminho, mas que no fim, todo o percurso vale a pena ser enfrentado, até que se chegue ao destino.
Escrito e dirigido por Lee Isaac Chung, Minari estreia nos cinemas brasileiros em 22 de abril e concorre a seis categorias do Oscar: Melhor Filme, Melhor Ator (Steve Yeun), Melhor Direção (Lee Isaac Chung), Melhor Atriz Coadjuvante (Yuh-Jung Youn), Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora. Confira o trailer a seguir:
Qual seu filme favorito ao Oscar? E o que achou de Minari? Conta pra gente! Aproveite e fique ligado no Entretetizei para mais conteúdos sobre o mundo do entretenimento. E nos acompanhe no Insta, Twitter eFace!
*Crédito da foto de destaque: Divulgação/Austin Film Critics Association
O Festival MUCHO! busca romper as barreiras do estereótipo latino. Artistas como Lenine, Alceu Valença, Perotá Chingó, Sofia Viola e Jorge Drexler estão entre os confirmados
Começa na próxima quarta-feira (21) a quinta edição do Festival MUCHO!, encontro latino-americano de música, com multi linguagem, que celebra, divulga e consolida a atual produção artística da América Latina sobre o tripé diversidade, integração e respeito, buscando romper as barreiras do estereótipo latino. Artistas como Lenine, Alceu Valença, Perotá Chingó, Sofia Viola e Jorge Drexler estão entre os confirmados.
Além dos tradicionais shows com artistas de diversos países latino americanos, esta edição do evento apresentará seis mesas de bate-papo (dos dias 21 a 23), nas quais produtores culturais, músicos e agentes públicos debaterão sobre o poder transformador da união de nosso continente através de conversas sobre a construção de carreira e identidade musical na América Latina, potencial da música e cultura latinas como sanção e cura e muitos outros assuntos.
“O Festival MUCHO! vem para ocupar os meios virtuais para subverter, pelo menos por alguns instantes, essa sensação de solidão que estamos atravessando”, conta Felipe França, diretor da Difusa Fronteira, Núcleo de Integração Cultural Brasil América Latina.
“A música tem o poder catártico de transformar e inspirar, de propor e de sanar. Além disso, traz consigo a imensa qualidade de desrespeitar quaisquer fronteiras. Propor um festival cuja as bandeiras principais são a fraternidade e integração de nosso continente através da arte, é um transparente manifesto de empoderamento e reivindicação da coletividade, da união de povos e culturas.”, finaliza.
Um Festival deste porte exige uma exímia (e difícil) seleção de seu line-up. Sobre esta curadoria, Hernan Halak, sócio-diretor do Festival MUCHO!, explica: “Junto com Felipe acompanhamos toda a produção musical que acontece na América Latina, sabendo também da relevância que os artistas de fora tem aqui no Brasil e vice-versa. O fato de que nossas produtoras desenvolvem as carreiras de artistas nacionais e internacionais, faz que recibamos constantemente propostas artísticas incríveis que nos ajudam a escolher nosso line-up. Temos muito orgulho em trazer artistas tão importantes e criativos para o Festival.”
Confira a seguir a programação completa do Festival MUCHO!
21/04 – QUARTA-FEIRA
CAPÍTULO 1 “A SOLIDÃO DA AMÉRICA LATINA”
MESA 1 – QUARTA-FEIRA 21 DE ABRIL ÀS 18H
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE LATINOAMERICANA: TURISMO E CULTURA NAS GRANDES CAPITAIS.
Como desenvolver políticas a longo prazo em cidades cosmopolitas e destaque na América Latina pelo seu histórico tanto cultural como turístico.
Participam:
Salomé Olarte (Idartes – Bogotá)
Vander Lins (SMDET – São Paulo)
Mediação: Mariana Soares (Instituto SOMA)
MESA 2 – QUARTA-FEIRA, 21 DE ABRIL ÀS 19H10
COMO DERRUBAR MUROS E CRIAR PONTES ATRAVÉS DA CIRCULAÇÃO ARTÍSTICA
Nessa mesa o objetivo é levantar cases e experiências da construção da carreira de artista além das fronteiras do seu país natal, principalmente na América Latina.
Participam:
Carlos Taran (Produtora Music Tour)
Ricardo Rodrigues (Let´s Gig)
Ana Almeida (Produtora Babel Produções)
Mediação: Patricktor4 (CALOOR record)
22/04 – QUINTA-FEIRA
CAPÍTULO 2: “O GRANDE ALVOROÇO”
MESA 3 – QUINTA-FEIRA, 22 DE ABRIL ÀS 18H
MÚSICA, ESPIRITUALIDADE E AMÉRICA LATINA
Nesta mesa mergulharemos no real potencial da música e da cultura em geral como sanação e cura. Qual o real poder transformador da criação artística?
Participam:
Ju Strassacapa (Francisco el Hombre, Lazuli)
Pedro Canale (Chancha Via Circuito)
Dudu Marote (Xaxim, produtor musical)
Mediação: Mayra Rizzo
MESA 4 – QUINTA-FEIRA, 22 DE ABRIL ÀS 19H20
DIÁRIOS DE MOTOCICLETA: COMO CIRCULAR PELA AMÉRICA LATINA SEM UM TOSTÃO NO BOLSO
Nessa mesa nosso objetivo é compartilhar histórias reais dos desafios e recompensas de cair na estrada para levar a música além das fronteiras, mesmo com limitação orçamentária
Participam:
Mateo (Francisco el Hombre, BABY)
Noubar Sarkissian (Čao Laru)
LaBaq
Mediação: Fabiane Pereira (Papo de Música)
23/04 SEXTA-FEIRA
CAPÍTULO 3: “INVENÇÕES INSÓLITAS”
MESA 5 – SEXTA-FEIRA, 23 DE ABRIL ÀS 18H
QUEM FAZ A CARANANA RODAR: POR DENTRO DA EQUIPE TÉCNICA DA FRANCISCO, EL HOMBRE
Dia de abrir a porta de casa e revelar o backstage da banda Francisco, el Hombre. Nesta mesa inédita a equipe técnica da banda revela o processo criativo por trás das demandas técnicas e compartilha as experiências da estrada.
Participam:
Nina Souza (Road Manager)
Luiza Ventura (Iluminadora)
Bia Wolf (Rodie, Diretora de Palco)
Luan Casado (Técnico De Som)
Mediação: Tony Aiex (Tenho Mais Discos Que Amigos!)
MESA 6 – SEXTA-FEIRA, 23 DE ABRIL ÀS 19H20
AS MÚSICAS QUE ABALARAM O CONTINENTE
Um guia para todos aqueles que queiram conhecer mais sobre a música do nosso continente e as bandas mais influentes da América Latina.
Cantor, compositor, arranjador, multi-instrumentista, letrista, ator, escritor, produtor musical, engenheiro químico, e ecologista brasileiro, ganhador de seis Grammy Latino, dois prêmios da APCA, e nove Prêmio da Música Brasileira. Contabiliza-se que Lenine tenha escrito, gravado e produzido mais de quinhentas canções, algumas dessas gravadas por Maria Bethânia, Daniela Mercury, Elba Ramalho, Milton Nascimento, Gilberto Gil, entre outros.
Alceu Valença (1946) é um cantor, compositor e cineasta brasileiro. Surgiu como expoente da geração da música nordestina nos anos 70 e foi um dos primeiros a promover a união do som do agreste nordestino com a guitarra elétrica.
Cantor e compositor uruguaio, mais conhecido pela sua canção “Al Otro Lado del Río”, a primeira música não em inglês a vencer o Oscar de melhor canção original. Também ganhou cinco Latin Grammy’s e um Goya.
Sexteto de jazz argentino com mais de 22 anos de carreira, liderado pelo baterista Daniel “Pipi” Piazzolla, neto do mestre Astor Piazzolla. O grupo já lançou 14 álbuns de música original e já realizou shows em mais de 40 países. Em 2012 receberam a nominação aos Latin Grammy Awards na categoria “Melhor Álbum Instrumental” pelo aclamado disco “Piazzolla Plays Piazzolla”. Ganhadores de 8 Prêmios Gardel, o maior reconhecimento da música na Argentina, junto ao Gardel de Ouro a sua trajetória. O grupo apresenta o álbum “100” Warner Music 2021, gravado no lendário Abbey Road Studios, um disco tributo ao centenário do Astor Piazzolla com os melhores tangos do mestre do bandoneón em maravilhosas versões jazz.
Cantora e compositora cubana, nascida no bairro de Buena Vista em Havana, Cuba. Sua música é reconhecida mundialmente: em 2003, ela foi indicada no prestigioso BBC Radio 3 World Music Awards em duas categorias (Melhor Revelação e Melhor das Américas).
Perotá Chingó é uma banda da Argentina, formada originalmente pelo duo portenho Dolores Aguirre y Julia Ortiz no ano de 2011. Surgida como um experimento musical, a dupla se tornou um fenômeno viral da internet ao gravar seu primeiro vídeo no Youtube e, nos anos seguintes da década de 2010, se consolidaram na cena independente argentinae também em alguns países da América Latina, como Chile, México e Brasil.
Quatro brasileiros. Uma francesa. Uma brasileira. Um motor home. Uma Kombi. Eis o Čao Laru (pronuncia-se Tchau Larru), grupo formado por músicos que se conheceram em 2015, durante o mestrado em Pedagogia Musical, em Rennes (França) e que viaja o mundo em seus excêntricos veículos, fazendo shows e vivendo a essência da arte e da cultura numa grande troca de experiências musicais e sociais com povos de todo o mundo. Um pouco de toda essa história ganha agora um novo capítulo, com o lançamento de “Libre”, terceiro disco da banda, apadrinhado pelo selo Pequeno Imprevisto.
Vinda de Juazeiro, no estado da Bahia, Josyara é uma das vozes mais atraentes da nova geração de artistas brasileiros. Aos 28 anos, já lançou dois discos profundamente enraizados na tradição dos maiores músicos brasileiros (Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia e Gilberto Gil) e na sonoridade sertaneja.
Compositora, cantora e atriz argentina. Cresceu no underground da Grande Buenos Aires e da capital e logo gerou uma audiência de seguidores quase sem premeditação. Suas canções soam em lugares inesperados e continuam a cruzar fronteiras. Acompanhada da guitarra e do charangón, percorreu várias paisagens que lhe deram inspiração e cenários que avivam o seu fogo. Com um estilo suburbano, rock, tropical e antigo, ele compôs mais de uma centena de canções que percorrem diversos ritmos musicais de raízes latinas e jazzísticas.
Com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho – SMDET, Ministério de Cultura de Buenos Aires, Consulado Argentino em São Paulo, Funarte, Proac Expresso Lei Aldir Blanc, Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e a Associação Latino-americana de Managers Musicais MMF LATAM.
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*Crédito da foto de destaque: Entretetizei / Divulgação / Festival MUCHO!
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