Dia Internacional das Pessoas com Deficiência: infinitos filmes que não te deixam esquecer da data

Hoje, dia 3 de dezembro, comemoramos o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, e para celebrar essas histórias incríveis, reunimos algumas produções para aquecer o seu coração

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é comemorado no dia 3 de dezembro, e nos últimos anos temos sentido que a lembrança da celebração sai da bolha de realidade de quem enfrenta esse preconceito todos os dias e fica mais forte (ainda bem!), entre a sociedade de um modo geral.

Na esperança de lembrarmos dessas histórias tão importantes, e que são quase sempre esquecidas nas grandes produções, reunimos uma coleção imperdível de títulos que merecem a sua atenção nesta data – e depois dela também.

Procurando Nemo (2003)

Foto: divulgação

Começando de forma bem leve, vamos falar sobre Procurando Nemo, que é uma animação da Pixar e tem uma narrativa linda de amor incondicional, maturidade e aceitação, além de falar sobre luto de forma cuidadosa para as crianças.

No longa, Marlin é um pai superprotetor que está tentando soltar as rédeas com o único filho, Nemo. A condição de medo de Marlin se deve ao fato de Nemo ser o único sobrevivente entre seus filhos, que sofreram com o sistema de cadeia alimentar e foram comidos por um tubarão, junto com a mãe, antes mesmo de saírem de seus ovinhos.

Sobreviver deixou Nemo com uma barbatana menor do que a outra, mas não tirou dele sua força de vontade e espírito aventureiro, mas seu pai não entende isso. Quando Nemo é sequestrado por mergulhadores e levado para o mundo da superfície, Marlin embarca no mar aberto para encontrar o filho e trazê-lo de volta.

Com uma narrativa linda, muitas reflexões importantes e debates familiares, Procurando Nemo dá espaço e representatividade para pessoas com deficiência, e ensina as crianças sobre inclusão e capacidade. Além de ser colorido e instrutivo sobre o fundo do mar.

Procurando Dory (2016)

Foto: divulgação

Não podemos falar sobre Procurando Nemo e não falar sobre Dory, a peixinha azul que sofre de perda de memória recente e que se torna amiga de Marlin durante sua busca por Nemo. E anos depois do lançamento de Procurando Nemo, finalmente vimos a vida de Dory ganhar espaço – em uma narrativa tão comovente quanto a de Nemo e Marlin.

Em Procurando Dory, a peixinha se perde da sua nova casa (o coral que Marlin e Nemo moram) e vai em alto mar até um aquário local.

Nesse novo cenário, Dory reencontra seus pais e conhece novos personagens, além de aprender mais sobre o seu processo pessoal sobre sua deficiência.

No longa, além de conhecermos mais sobre Dory, descobrimos a existência de Destiny, a tubarão-baleia que tem problemas com o seu nado, e Bailey, um adorável baleia beluga que tem problemas com seu sonar biológico (que é a forma de comunicação dessa espécie).

A representatividade do filme aborda temas que podem ser interpretados como cerebrais (pela perda de memória recente da Dory), auditivos (como Bailey) e físicos de coordenação motora e equilíbrio (Destiny provavelmente tem diagnóstico de paralisia cerebral).

O Estranho Mundo de Jack (1993)

Foto: divulgação

Vamos seguir o fluxo de falar sobre animações e comentar sobre O Estranho Mundo de Jack, que segue sendo mencionado aqui no Entretetizei como um filme perfeito. A direção de Henry Selick, somado ao roteiro de Tim Burton, rendeu um filme cheio de reflexões e representatividades (e quem sabe a gente não fala sobre isso logo mais por aqui?), incluindo as pessoas com deficiência.

Sally, a adorável paixonite de Jack, é uma boneca meio Frankenstein feita de retalhos de tecido, e foi construída pelo dr. Finklestein, um gênio da ciência e um cadeirante.

A representação de pessoas com deficiência no papel do único personagem realmente inteligente é um ponto de partida para lembrar o público, estruturalmente capacitista, que ter uma deficiência não quer que a pessoa seja incapaz ou frágil. É um tapa na cara de quem tem preconceito com pessoas com deficiência. A delicadeza dessa representação é linda!

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)

Foto: divulgação

E para seguir com tema representatividade delicada, decidimos falar sobre O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, que se diverte com as representações de pessoas com deficiência, e logicamente não poderia ficar de fora da nossa lista.

O filme francês conta sobre Amélie (Audrey Tautou), uma mulher que ama as pequenas delicadezas da vida e que se diverte observando os detalhes das coisas ao seu redor, sempre notando tudo com um olhar mágico e amoroso. E como tal, Amélie ama a ideia de viver uma vida ajudando as pessoas e melhorando seus dias.

Com um roteiro tão apaixonante e detalhista, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain dá um show de representações de pessoas com deficiência, como madame Suzanne (Claire Maurier), a chefe de Amélie, que sofreu um acidente envolvendo um cavalo e se tornou uma pessoa com dificuldade de mobilidade. Ou o sr. Dufayel (Serge Merlin), seu vizinho idoso e rabugento que tem um diagnóstico de ossos de vidro. O jovem Lucien (Jamel Debbouze), ajudante da mercearia da rua de Amélie, que nasceu sem um braço e demonstra em cena como a acessibilidade é importante. E ainda temos um personagem passageiro na tela, que tem deficiência visual e é o primeiro que Amélie ajuda na trama. É um espetáculo de representações!

Margarita com Canudinho (2014)

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Narrativas delicadas e que debatem bem histórias de representatividade são mais e mais frequentes nos dias de hoje, e como tal temos o tocante Margarita com Canudinho, que fala sobre uma menina diagnosticada com paralisia cerebral e que tem vários tipos de limitações sociais por culpa de espaços que não são inclusivos. No entanto, ela passa por cima de todos os preconceitos clichês e consegue uma namorada, faz intercâmbio e faz faculdade.

A história conversa com o público sobre paralisia cerebral e deficiência visual (a namorada da protagonista é deficiente visual), mas também usa seu espaço para debater sobre feminismo, luto, amadurecimento e bissexualidade. E tudo isso acontecendo entre a Índia (olha mais uma representação aqui!) e os EUA.

Assistimos e nos emocionamos, e desejamos tudo de melhor para a protagonista Laila, interpretada de forma genial por Kalki Koechlin. E também precisamos falar que a direção do filme é feminina, e ficou nas mãos de Shonali Bose, o que reforça ainda mais o espaço feminino na direção de bons filmes, e a gente ama!

Edward Mãos de Tesoura (1990)

Foto: divulgação

A gente segue a lista falando sobre jovens com deficiência, e ainda traz Tim Burton de volta, porque se tem uma coisa que esse homem ama fazer é falar sobre representação de pessoas esquecidas pelo grande público. E Edward Mãos de Tesoura talvez seja seu maior exemplo nesse sentido.

Todo mundo já conhece a história do pobre Edward (Johnny Depp), um jovem meio Frankenstein (Tim Burton ama essa ideia!) que estava quase pronto quando seu inventor faleceu. A única coisa que Edward não tem e que o deixou permanentemente diferente das outras pessoas da cidade onde mora foram suas mãos, que ficaram como eternas tesouras, já que no dia em que ele ganharia suas mãos seu criador faleceu.

Com uma narrativa linda sobre falta de acessibilidade, superação e perdas, Edward Mãos de Tesoura une a representatividade e a maldade social que se forma ao redor de pessoas inocentes, além de questionar o público sobre o raciocínio antiquado de que crianças com deficiência não podem viver em sociedade e devem ser excluídas e afastadas do mundo.

Edward se mostra uma pessoa inteligente e observadora, além de sensível, e faz quem assiste lembrar que o amor não liga para corpos considerados perfeitos. Winona Ryder brilhou ao assumir o papel da mocinha apaixonada e inclusiva!

Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador (1993)

Foto: divulgação

Já que mencionamos Johnny Depp como uma pessoa com deficiência agorinha, vamos partir para o filme em que ele se tornou o guardião legal de um jovem com deficiência, e ainda mantemos o tema no cenário juvenil.

Gilbert Grape é o irmão mais velho do jovem Arnie (Leonardo DiCaprio), que foi diagnosticado com autismo e passa todo o seu tempo em cena dando um show de atuação.

A discussão do filme segue sobre maturidade e responsabilidades, além de falar sobre família, amor e inclusão de crianças com deficiência em um cenário interiorano e solitário. Também fala sobre a solidão das pessoas com deficiência e de como elas podem ser esquecidas e inferiorizadas, além de mal compreendidas, por todos os círculos sociais, incluindo suas famílias.

Com atuações impecáveis (DiCaprio merecia um Oscar por esse filme!) e um roteiro que nos tira lágrimas, Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador fala sobre espaços e vozes silenciadas, e relembra ao público aquelas narrativas que Hollywood gosta de ignorar.

O Corcunda de Notre Dame (1996)

Foto: divulgação

Adaptação do livro homônimo, escrito por Victor Hugo, O Corcunda de Notre Dame recobra uma infância de filmes da Disney e nos lembra que a representatividade foi tão forte já na nossa primeira infância, que ser uma geração questionadora e inclusiva era inevitável.

Quasimodo é um jovem com deficiência, que tem uma enorme corcunda e ainda é descrito com algum tipo de deficiência no rosto, que não sabemos qual é, mas que o torna um monstro aos olhos de pessoas preconceituosas. Por causa disso, Frollo, um dos líderes locais, acaba levando Quasimodo ainda bebê para a catedral de Notre Dame, e lá o deixa viver entre as torres, longe do mundo, das pessoas e apenas na companhia de gárgulas e sinos.

Debatendo também a representatividade cigana e a perseguição racial, O Corcunda de Notre Dame é um filme delicado e sensível, perfeito para explicar sobre inclusão para crianças, além de promover a igualdade e abraçar todos os corpos e narrativas.

Extraordinário (2017)

Foto: divulgação

Ainda no tema de crianças com deficiência e de discussões sobre isso com o público infantil, temos o maravilhoso Extraordinário.

Além de reunir um elenco imperdível, como Julia Roberts e Jacob Tremblay, o filme adapta a história do livro de mesmo nome, escrito por R.J. Palacio. Extraordinário prova que tem tudo a ver com o título que lhe foi dado e conta a história de Auggie, um menino que nasceu com uma doença rara que o faz ter um rosto diferente do comum, o que causa estranhamento inicial nas pessoas ao seu redor.

Falando sobre amizade, inclusão, adaptação e superação, a história ensina as crianças que tudo é uma questão de aprendizado e que a inclusão deve ser ensinada na infância, e que preconceitos são mesmo um problema social, mas podemos vencer essa barreira ensinando as novas gerações sobre vozes e corpos diferentes, além de espaço e igualdade.

Os Fantasmas de Scrooge (2009)

Foto: divulgação

Crianças com deficiência e natal são uma junção que Tim Burton ama, mas também comove o impecável Jim Carrey, sem dúvidas. O ator estrelou a adaptação mais recente de Os Fantasmas de Scrooge, conto de natal escrito por Charles Dickens.

Se você ainda não conhece a história, a gente te conta!

Scrooge é um senhor avarento e ranzinza, que só quer saber de fazer contas e acumular fortuna, enquanto ignora e repudia o espírito de natal e se recusa a participar das alegrias das pessoas ao seu redor, mas tudo muda quando seu ex-sócio volta em espírito para lhe mostrar como a vida das pessoas pode ser mágica nessa época do ano.

O velho Scrooge aprende sobre traumas de infância, relembra dores sofridas nessa época do ano e entende que riquezas de verdade são pessoas e sentimentos. E com uma representatividade linda, temos o pequeno Tiny, que tem uma deficiência em sua perna e sérios problemas de saúde, além de viver em uma casa muito humilde e não ter recursos para cuidar da saúde.

Star Wars (1977 – 2019)

Foto: divulgação

Vamos falar mais sobre Extraordinário?! A história preferida de Auggie é Star Wars, e provavelmente essa não foi uma escolha aleatória da autora, já que a série de filmes aborda o tema de pessoas com deficiência com grande representatividade.

Apesar de a Disney ter adquirido os direitos da franquia e ter explorado melhor o tema de pessoas com deficiência, os filmes originais, idealizados por George Lucas, já tinham falado sobre isso em 1977.

Darth Vader é um ícone da cultura pop e também é uma pessoa com deficiência. Com dificuldades de falar e respiração, obrigado a viver sob uma máscara protetora e completamente impedido de mostrar aos mundos sua face cheia de queimaduras (ainda mais complicadas que as de Clarice Lispector).

Além de Darth Vader, também temos a presença de Luke Skywalker (Mark Hamill), que perde uma de suas mãos em um dos filmes e então ganha uma prótese robótica. E mesmo a gente vendo que Darth Vader só se tornou uma pessoa deficiente por ter seguido o lado errado da força, temos uma representatividade descarada e muito bem-vinda, ainda mais quando somada a perda da mão de Luke.

Aliás, menção honrosa ao Rabicho (Timothy Spall), da série de livros e filmes de Harry Potter, porque ele perde uma mão também, e então recebe uma prótese. A gente carece de respeito da autora por igualdade de gêneros por parte da J.K. Rowling, mas recebe representatividade de pessoas com deficiência… Vai entender essa galera preconceituosa! Talvez a Hermione tenha mesmo escrito os livros.

Quatro Casamentos e Um Funeral (1994)

Foto: divulgação

E para fechar a nossa (não tão) pequena lista de filmes infinitos, escolhemos escrever sobre uma comédia romântica irresistível.

Quatro Casamentos e Um Funeral conta sobre o casal formado pelo inglês Charles (Hugh Grant) e a estadunidense Carrie (Andie MacDowell). O filme segue contando sobre como eles se conhecem, se envolvem e se apaixonam, e explora relações, sentimentos conflituosos, medos e desejos de matrimônio e responsabilidade emocional.

E também fala sobre representatividade de pessoas com deficiência.

O irmão de Charles é deficiente auditivo, e o filme cuida para deixar claro que isso não o impede de encontrar o amor, e o faz se casar antes mesmo que o próprio irmão, o que é ainda mais delicado e apaixonante.

Irresistível, delicado e significativo, Quatro Casamentos e Um Funeral demonstra inclusão e respeito para as pessoas com deficiência, e nos faz chorar e suspirar no meio do caminho, então a gente ama.

A gente sabe que existem milhares de outros filmes que falam sobre esse tema e que não mencionamos aqui, então a gente quer testar a sua memória, e para isso te esperamos lá nas redes sociais – Twitter, Insta e Face – para falar mais sobre esse tema.

Dica: tem um com o Adam Sandler e mais um com o Hugh Grant!

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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