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Mês do orgulho | O impacto cultural de The Rocky Horror Picture Show e sua celebração da diversidade na comunidade LGBTQIAPN+

Descubra como o filme se transformou em um ícone de liberdade sexual e aceitação, tornando-se um símbolo cultural e de celebração na comunidade LGBTQIAPN+

The Rocky Horror Picture Show é um musical de comédia e terror que estreou em 1975, dirigido por Jim Sharman e baseado na peça teatral de mesmo nome, de Richard O’ Brien. Apesar de não ter sido um grande sucesso de bilheteria por vários motivos, o filme rapidamente se transformou em um fenômeno cultural graças às sessões de meia-noite, que continuam a atrair fãs dedicados até hoje. Este filme icônico não só revolucionou o cinema, mas também teve um impacto profundo na comunidade LGBTQIAPN+.

O filme conta a história de um jovem casal, Brad (Barry Bostwick) e Janet (Susan Sarandon), que acabam na mansão do excêntrico Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry) após um problema com o carro. O enredo é uma mistura de humor, horror e musical, com números musicais inesquecíveis e personagens memoráveis. Essa combinação única conquistou uma base de fãs devota e criou uma experiência cinematográfica interativa sem precedentes.

The Rocky Horror Picture Show
Foto: reprodução/NME

Embora a produção tenha enfrentado críticas mistas na época de seu lançamento, encontrou nova vida nas já citadas sessões de meia-noite. Nessas sessões, o público participa ativamente, vestindo-se como os personagens, cantando junto com as músicas e respondendo aos diálogos. Um exemplo dessas sessões é apresentado no filme As Vantagens de Ser Invisível (2012). Esse tipo de exibição interativa se tornou um ritual e ajudou a solidificar o status do filme como um cult clássico.

Além de sua popularidade contínua, The Rocky Horror Picture Show também se destaca por sua celebração da diversidade e sua abordagem aberta e irreverente à sexualidade e identidade de gênero. O filme ofereceu uma visão audaciosa e libertadora que repercutiu profundamente com muitos espectadores, em uma época em que tais temas eram considerados tabus.

O impacto do filme transcende gerações, inspirando novos fãs e permanecendo relevante na cultura pop. Sua influência pode ser vista em diversos aspectos da mídia e da cultura. The Rocky Horror Picture Show não é apenas um filme, mas um marco cultural e social.

Influência na comunidade LGBTQIAPN+

The Rocky Horror Picture Show é pioneiro na exploração de temas de identidade de gênero e sexualidade. Poucos filmes de sua época ousaram abordar esses temas. Dr. Frank-N-Furter, interpretado por Tim Curry, é um personagem icônico que desafia as normas de gênero com sua presença carismática e extravagante. Ele se identifica como um doce travesti e encarna a fluidez de gênero, apresentando ao público uma perspectiva radicalmente diferente sobre identidade sexual.

A representação de personagens queer e andrógenos no filme foi um sopro de ar fresco para muitos que nunca haviam visto suas experiências refletidas na tela. Personagens como Frank-N-Furter, Columbia (Nell Campbell) e Magenta (Patricia Quinn) vivem suas vidas de maneira autêntica e desinibida, desafiando as convenções sociais e celebrando a liberdade de expressão. Essa representação positiva ajudou a normalizar discussões sobre identidade de gênero e sexualidade.

Além dos personagens, a narrativa do filme celebra a diversidade e a aceitação. A transformação de Brad e Janet ao longo da história simboliza uma jornada de autoaceitação e descoberta, de um casal convencional a participantes da festa extravagante de Frank-N-Furter. O filme transmite uma mensagem poderosa de que é normal e maravilhoso ser diferente, um tema que ressoa fortemente com a comunidade LGBTQIAPN+.

The Rocky Horror Picture Show
Foto: reprodução/NME

Os eventos interativos das sessões de meia-noite de The Rocky Horror Picture Show também se tornaram espaços seguros para a autoexpressão e a celebração da identidade LGBTQIAPN+. Esses eventos comunitários criaram uma rede de apoio onde pessoas de diversas orientações sexuais e identidades de gênero podem se sentir aceitas e valorizadas. O ritual de participação ativa no filme reforça a ideia de que todos têm um lugar onde podem ser eles mesmos.

The Rocky Horror Picture Show inspirou movimentos de orgulho LGBTQIAPN+ ao longo dos anos. Sua celebração da diferença e da individualidade influenciou inúmeras iniciativas e eventos dedicados a promover a visibilidade e a aceitação da comunidade LGBTQIAPN+. O filme continua a ser uma fonte de inspiração e um símbolo de resistência e libertação para muitas pessoas ao redor do mundo.

Curiosidades

Antes de se tornar um filme cult, The Rocky Horror Picture Show começou como uma peça de teatro em Londres, que leva o mesmo nome. A peça, escrita por Richard O’Brien, estreou em 1973 e rapidamente se tornou um sucesso, o que levou à adaptação cinematográfica em 1975. A transição da peça para o cinema trouxe a oportunidade de alcançar um público ainda maior e solidificar seu lugar na cultura pop.

Uma das tradições mais conhecidas associadas ao filme são as sessões de meia-noite. Essas exibições noturnas começaram em 1976, em Nova York. Elas se tornaram famosas pela interatividade, com o público se fantasiando como os personagens, cantando junto com as músicas e participando ativamente com acessórios e respostas aos diálogos do filme. Essa forma única de exibição criou uma experiência comunitária e ajudou a manter o filme relevante por décadas.

The Rocky Horror Picture Show
Foto: reprodução/The New York Times

Ao longo dos anos, várias celebridades e fãs famosos têm se envolvido com The Rocky Horror Picture Show. Personalidades como Tim Curry, Susan Sarandon e Barry Bostwick, que estrelam o filme, têm participado de eventos comemorativos e convenções dedicadas ao filme. Além disso, fãs famosos como o músico Meat Loaf, que também aparece no filme, têm compartilhado suas experiências e influências do filme em suas carreiras.

Uma tradição peculiar nas sessões de The Rocky Horror Picture Show é o Virgin Sacrifice. O Virgin Sacrifice é um ritual engraçado pelo qual passam os novatos que assistem ao filme pela primeira vez, conhecidos como virgens. Antes da exibição, esses novatos são frequentemente chamados ao palco para participar de jogos e atividades divertidas. Isso os integra à comunidade e os inicia na cultura do filme.

O impacto cultural de The Rocky Horror Picture Show também pode ser visto na sua popularidade anual, especialmente durante o Halloween. Muitas cidades ao redor do mundo realizam exibições temáticas. Os fãs têm a oportunidade de se fantasiar, assistir ao filme em grupo e participar das tradicionais interações. Essas exibições anuais mantêm a tradição viva e apresentam o filme a novas gerações de fãs.

Impacto cultural

The Rocky Horror Picture Show é amplamente considerado cult, definindo o padrão para o que significa ser um clássico cult. Seu sucesso não se baseia em bilheterias ou críticas convencionais, mas na devoção de uma base de fãs apaixonada e na experiência única que proporciona. O filme influenciou inúmeros outros longas e produções subsequentes, estabelecendo uma nova maneira de entender e celebrar o cinema.

Diversas séries de TV, filmes e músicas fazem referências ao filme, demonstrando seu impacto duradouro na cultura pop. Programas como Glee (2009-2015) e filmes como As Vantagens de Ser Invisível prestaram homenagens explícitas ao filme, e muitas outras produções fizeram referência ao seu estilo, personagens ou cenas icônicas. O filme também inspirou artistas de várias disciplinas, tanto na música quanto no estilo visual.

The Rocky Horror Picture Show
Foto: reprodução/CBS News

O fandom duradouro de The Rocky Horror Picture Show é um testemunho de sua capacidade de ressoar com diferentes gerações. Convenções dedicadas ao filme, como a Rocky Horror Con, reúnem fãs de todo o mundo para celebrar o filme e participar de atividades temáticas. Esses eventos mantêm a comunidade de fãs ativa e engajada, permitindo que o legado do filme continue a crescer.

The Rocky Horror Picture Show teve um impacto significativo na moda e na estética, além de influenciar outros filmes e programas. O visual glam rock e o estilo andrógeno dos personagens inspiraram tendências de moda e desfiles, com muitos designers citando o filme como uma influência. O estilo ousado e desinibido dos personagens continua a ser uma referência na moda contemporânea.

A capacidade de The Rocky Horror Picture Show de celebrar a diferença e a individualidade é uma das razões pelas quais ele permanece relevante. O filme oferece uma visão alternativa da normalidade e desafia as convenções sociais, promovendo uma mensagem de aceitação e autoexpressão. Essa mensagem ressoa particularmente com aqueles que se sentem marginalizados ou não conformes com as normas sociais, tornando o filme uma ferramenta poderosa para a inclusão e a visibilidade.

Legado

The Rocky Horror Picture Show não é apenas um filme. Ele se tornou um fenômeno cultural contínuo que influencia novas gerações e permanece relevante no discurso sobre diversidade e aceitação. O filme continua a ser exibido regularmente em cinemas ao redor do mundo, especialmente durante o Halloween, onde os fãs se reúnem para celebrar sua mensagem de liberdade e autoexpressão.

The Rocky Horror Picture Show
Foto: reprodução/NME

O impacto do filme é evidente também em outras mídias. A peça original, The Rocky Horror Show, ainda é encenada em diversos teatros, levando a mesma mensagem de inclusão e aceitação para novos públicos. Essas produções teatrais frequentemente atraem um público diverso e mantêm a prática de criar espaços seguros para a comunidade LGBTQIAPN +.

Além das encenações e exibições, o legado de The Rocky Horror Picture Show pode ser visto em eventos como maratonas de filmes, festas temáticas e convenções dedicadas ao universo do filme. Essas reuniões oferecem aos fãs uma oportunidade de se conectar com outras pessoas que compartilham suas paixões e experiências, fortalecendo ainda mais a comunidade em torno do filme.

Impacto na educação e pesquisa

O impacto de The Rocky Horror Picture Show vai além do entretenimento. Ele também entra no campo da educação e da pesquisa acadêmica. O filme é frequentemente estudado em cursos de cinema, estudos de gênero e estudos culturais por sua abordagem única e revolucionária aos temas de identidade e sexualidade. Acadêmicos e estudantes analisam como o filme desafiou e redefiniu normas culturais, contribuindo para um maior entendimento e aceitação das diversas identidades.

Pesquisas acadêmicas recorrentemente destacam como The Rocky Horror Picture Show influenciou a percepção pública da comunidade LGBTQIAPN+ e ajudou a promover a visibilidade e os direitos dessa comunidade.

 

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Texto revisado por Bells Pontes

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Cultura asiática Música Notícias

Febre das câmeras digitais: idols que amam essa estética

A estética dos anos 90’s e Y2K está cada dia mais viva! 

A moda do final dos anos 90 e do Y2K (2000) tem sido tendência há algum tempo, com muitas pessoas redescobrindo antigos favoritos da moda ou experimentando novos estilos pela primeira vez. A mais nova – ou nem tanto – tendência? Câmeras digitais! 

Antes que a maioria dos telefones celulares tivesse uma câmera que pudesse ser carregada no bolso, as câmeras digitais eram a maneira de capturar suas melhores lembranças. Agora elas estão de volta, trazendo consigo a nostalgia e a paleta de cores distintas. Há algo nas câmeras digitais que os filtros simplesmente não conseguem recriar!

Giselle do aespa
Y2K
Foto: reprodução/Instagram

O Instagram de Giselle, membro do girl group aespa, é o epítome do estilo da Geração Z, repleto de fotos e um feed relativamente sem curadoria que grita cool de uma forma casual. Ela também é fã dessa câmera digital Nikon, um item que muitas It Girls estão usando hoje em dia para dar um toque especial a um feed sem graça. Ela é uma criadora de tendências, com certeza!

Seungmin do Stray Kids
Y2K
Foto: reprodução/Instagram

Seungmin, do Stray Kids, um idol que é fã de uma filmadora digital antiga, usou essa câmera para documentar sua recente viagem a Paris. Filmadoras de mão como essa podem não oferecer as mesmas ferramentas de zoom sofisticadas e a estabilização digital de outras câmeras de vídeo mais recentes, porém a nostalgia é imbatível.

Yuqi do (G)I-DLE
Y2K
Foto: reprodução/Instagram

Outra idol que é fã de uma boa filmadora digital: Yuqi do (G)I-DLE! Esse modelo vertical, de alguma forma, traz ainda mais nostalgia, como se tivesse saído de um filme romântico do início dos anos 2000. As câmeras antigas podem ser difíceis de conseguir, mas se você encontrar uma, saberá que as memórias que capturar serão ainda mais preciosas.

Jisung do NCT
Y2K
Foto: reprodução/Instagram

Outro ícone da Geração Z com um feed do Instagram à altura, não é surpresa que Jisung, do NCT, também tenha uma câmera digital. Elas dão mais trabalho para carregar e manter (lembre-se de manter as baterias carregadas e o cartão de memória vazio!), mas acrescentam um visual tão distinto às fotos que não pode ser recriado.

Huh Yunjin do LE SSERAFIM
Y2K
Foto: reprodução/Instagram

Por falar em icônico! Huh Yunjin, do LE SSERAFIM, não apenas possui uma câmera digital, mas ela é rosa choque – uma cor totalmente dos anos 2000! A icônica câmera digital aparece em várias fotos no Instagram dela e nos perfis de outros membros do girl group, provando que é um item muito procurado.

Wonwoo do SEVENTEEN
Y2K
Foto: reprodução/Instagram

O Wonwoo do SEVENTEEN é um fotógrafo por hobby e tem uma coleção de câmeras impressionante! Além das câmeras ultramodernas e das câmeras de filme vintage que deixariam qualquer fotógrafo com inveja, ele também tem essa câmera digital menor para uso mais portátil. Ele está sempre preparado para capturar a foto!

Jennie do BLACKPINK
Y2K
Foto: reprodução/Instagram

Se Jennie está na moda, então você sabe que é sério! A integrante do BLACKPINK levou essa câmera em uma viagem a Paris e várias fotos com ela aparecem em seu Instagram. O flash brilhante e as cores saturadas facilitam a identificação, juntamente com o leve desfoque que dá à foto um visual descolado da velha guarda.

 

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Leia também: Nostalgia pura: 10 dramas asiáticos que viralizaram nos anos 2000

 

Texto revisado por Kalylle Isse

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Entretenimento Entrevistas Notícias

Entrevista | Robson Torinni fala sobre seus últimos projetos, primeiro vilão e sobre levar peça para a França

O ator, que interpreta Cláudio na novela Tudo em Família, comemora os 20 anos de carreira com diversas produções prestigiadas

 

Natural de Garanhuns, no Pernambuco, Robson Torinni faz sucesso por onde passa. Nos palcos do teatro, ele realiza produções como o sucesso argentino A Sala Laranja, que lotou sessões no Rio de Janeiro.

Também podemos acompanhá-lo em rede nacional, na novela Família é Tudo da Rede Globo.  O ator interpreta o vilão Cláudio, um skatista que é chamado para acompanhar Max (Caio Vegatti, um jovem skatista em treinos para competições. Cláudio então, acaba retornando a um antigo conflito com o publicitário e ex-skatista Tom (Renato Góes).

Comemorando os vinte anos de carreira, Robson se dedica ao audiovisual desde a adolescência. Ele se formou em teatro e, além de atuar, também é responsável por produzir peças de sucesso, como Tebas Land, espetáculo teatral que produziu e estrelou pela primeira vez em 2018 e que voltou aos teatros neste ano de 2024.

Essa produção, que aborda a relação entre um presidiário e um jornalista, se tornou um sucesso e rendeu a Robson  o Prêmio Botequim Cultural de Melhor Ator, além de ter sido indicado como melhor ator no Prêmio CESGRANRIO e no Prêmio Cennyn. Após as diversas sessões esgotadas da peça, em julho deste ano Tebas Land participará do Festival de Teatro de Avignon, na França.

O ator também pode ser visto como protagonista da série Entre Longes, uma produção da TV Brasil, além de marcar presença da previsão de estreia no longa Ruas da Glória, que estreia ainda este ano. 

Os projetos dos quais Robson Torinni escolhe participar costumam abordar temas pesados e de maior impacto, como a premiada Tráfico, peça que ficou em cartaz por um ano no Rio de Janeiro e que retrata a vida de um garoto de programa.

Em conversa com o Entretê, o ator falou sobre as diversas produções deque participou ao longo da carreira e contou quais são os planos para os próximos anos. Confira a entrevista na íntegra.

Entretetizei: Em 20 anos de carreira, olhando para trás, qual o momento que o deixou mais feliz em seus trabalhos? Como foi a trajetória até os dias de hoje?

Robson Torinni: Todos os meus trabalhos me deixaram feliz. Ao refletir sobre a minha trajetória, sinto um profundo orgulho. A cada dia, percebo que estou trilhando o caminho que sempre desejei, dedicando-me ao que amo. Tenho certeza de que cada escolha que fiz moldou a pessoa e o ator que sou hoje.

E: Já havia tido a chance de interpretar um vilão? Como está sendo dar vida ao vilão Cláudio, em Família é Tudo?

R: Nunca. No início foi bem desafiador porque o personagem, além de ser vilão, anda de skate, e eu nunca tinha andado. Bateu aquele frio na barriga. Mas logo que comecei a fazer aulas com o professor Fernando, acabei me surpreendendo, foi mais fácil do que imaginava. E hoje consigo até fazer algumas manobras. Estou curtindo muito fazer o Cláudio e sou muito grato ao Daniel Ortiz, o autor, pela oportunidade.

E: Natural de Pernambuco, no Nordeste do país, região que recebe pouco incentivo cultural — como surgiu o interesse de entrar para o mundo das artes? 

R: Desde criança sempre falei que seria ator e que viajaria o mundo. Quando comecei a me entender por gente, logo entrei no grupo de teatro do colégio em que estudei, em Garanhuns.  Acho que já nasci com as artes dentro de mim. E aqui estou: ator, e já viajei para mais de 40 países.

Foto: divulgação/Lucio Luna/Robson Torinni
E: A peça Tebas Land, que você  produz e atua, foi um sucesso. Agora você viaja para uma temporada na França; como se sente vendo seu trabalho se tornar internacional? 

R: O Tebas Land é um filho que só me traz alegrias. Foi o espetáculo onde as pessoas começaram a me olhar com outros olhos. E retomar o espetáculo depois de 4 anos, com casa lotada, foi um presente.Ainda mais no Teatro Poeira, um dos teatros mais charmosos e de prestígio do Rio de Janeiro.

Está sendo muito especial levá-lo para a França, e de uma responsabilidade muito grande, já que seremos os únicos brasileiros no Festival de Avignon, um dos Festivais mais importantes do mundo. Estou com o coração batendo a mil. Mas tenho certeza de que faremos uma temporada linda, assim como foi no Brasil.

E: Outro sucesso no qual você não só atuou, mas produziu, é a peça Tráfico, que recebeu diversos prêmios e indicações. Como foi o processo nos bastidores  de uma produção que aborda esse tema ?

R: Comecei meu processo de criação assistindo a filmes, lendo livros, indo a museus, entrevistando psicólogos, psiquiatras, sociólogos, agentes penitenciários, garotos de programa, usuários de droga, e tive contato com vários jovens periféricos que estão presos. Confesso que foi bem desafiador.

 Não foi fácil me deparar com uma realidade de muitos que estão à minha volta, mas que não é a minha. Por muitas vezes tive que parar o meu processo de pesquisa, não conseguia digerir tantas realidades duras que eu até imaginava que existiam, mas nunca tinha me deparado com elas. Além disso, sempre ouvia dizer que fazer monólogo era um processo muito solitário, mesmo tendo um diretor e toda uma equipe te guiando. E, na minha trajetória na peça, eu pude constatar tudo isso. 

É um abismo que te causa medo e que por várias vezes te faz querer desistir. Eu quis. Ainda bem que tive como diretor o Victor Garcia Peralta, a quem sou muito grato, que não me deixou baixar a bola por nenhum minuto. E como resultado, tivemos um espetáculo que nos trouxe muitas alegrias. E que continuará por muito tempo rodando pelo Brasil.

E: Também sobre o pouco incentivo cultural no Nordeste, você acha que esse é o fator que mais prejudica os artistas nordestinos, ou a falta de visibilidade para esses profissionais tem maior impacto? Como foi lidar com tudo isso?

R: Quando me mudei para São Paulo, enfrentei muitos preconceitos por ser nordestino, especialmente na indústria da publicidade, que exigia um sotaque “neutro”. Felizmente, hoje essa realidade tem mudado progressivamente, e o ator nordestino está sendo reconhecido de uma forma muito mais positiva. Podemos dizer que estamos vivendo um dos melhores momentos nesse sentido.

E: Um de seus próximos projetos é o filme Ruas da Glória. Pode nos contar mais sobre seu personagem na produção?

R: Estou muito feliz por ter participado desse filme e ter tido a oportunidade de trabalhar com o Felipe Sholl, o diretor do longa. Não posso contar muita coisa, mas o meu personagem é um homofóbico, e tenho certeza que muitos se identificarão com ele.

E:  Para finalizarmos, quais são seus próximos projetos e metas profissionais?

R: No longo prazo, continuar fazendo os meus projetos no teatro, começar a produzir cinema e ganhar o Oscar. Para 2024, além de saúde, desejo rodar com os meus espetáculos pelo Brasil e pelo mundo.

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Texto revisado por Jamille Penha

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