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O que chega em dezembro no streaming?

Confira os principais filmes que estreiam no último mês de 2024

O ano vem chegando ao fim, e diferentes estreias entram para o catálogo da MUBI para encerrar 2024 com chave de ouro. Em dezembro, Atlantics (2009) e A Besta (2023) são algumas das produções aclamadas que serão lançadas no streaming. Confira a lista com os destaques:

Dahomey (2024)

Ganhador do Urso de Ouro na Berlinale 2024, o documentário da aclamada diretora franco-senegalesa Mati Diop (Atlantique, 2019) retrata a repatriação de 26 tesouros reais do Reino do Daomé para o Benin.

Poética, profunda e comovente, a produção traz uma narrativa inovadora e com diferentes perspectivas, que exploram temáticas de apropriação, autodeterminação e restituição, enquanto conecta passado e presente. Dahomey cria uma importante reflexão sobre descolonização e memória cultural ao reafirmar o compromisso com a história e identidade de um povo.

Dahomey chega ao catálogo da MUBI dia 13 de dezembro.

homem de blusa branca e chapeu no filme dahomey, que chega em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
Trilogia Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento

Raúl Ruiz foi um dos principais cineastas da história do Chile, falecido em 2011 com inúmeras obras inacabadas. Por isso, sua esposa e sócia criativa, Valeria Sarmiento, decidiu salvar e reviver projetos de forma a ampliar o legado de Ruiz.

Em dezembro, uma nova trilogia de produções chega ao streaming. Partindo de uma jornada sensorial, as obras trazem imagens poéticas e narrativas intrincadas, que transitam entre o drama e o documentário, explorando as complexidades da existência humana, do amor e do desenraizamento.

A trilogia chega ao catálogo da MUBI dia 9 de dezembro.

homem dentro de uma tv, cena de um filme que chega em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
Coleção Melhores Amigos

A nova coleção de filmes homenageia a força da amizade como reduto de proteção e poder em tempos incertos. Por isso, filmes como As Vantagens de Ser Invisível (2012), Micróbio e Gasolina (2015) e o premiado em Sundance Todas Essas Noites Sem Dormir (2016).

A coleção chega ao catálogo da MUBI dia 13 de dezembro.

personagens de microbio e gasolina posados para a foto, o filme chega em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
Objetos Obscuros do Desejo: Os Filmes De Luis Buñuel

Luis Buñuel é um cineasta espanhol naturalizado no México. Criador de grandes filmes clássicos do universo cult, como o Um Cão Andaluz (1929), o artista será homenageado em um nova coleção, que reúne quatro de suas grandes obras: O Discreto Charme da Burguesia (1972), Esse Obscuro Objeto do Desejo (1977), O Fantasma da Liberdade (1974) e A Bela da Tarde (1967).

A coleção de filmes de Buñuel põe em evidência as hipocrisias da burguesia através de uma ironia ácida. Nas obras, o cineasta utiliza uma linguagem surrealista para revelar tensões familiares, jantares interrompidos e absurdos classe.

A coleção chega ao catálogo da MUBI dia 20 de dezembro.

personagens de um filme que chega em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
An Urban Allegory (2024)

O curta tem direção da cineasta italiana Alice Rohrwacher (La Chimera, 2023) e do artista francês JR. Em uma mistura de arte de rua, filosofia e um belíssimo design sonoro, a obra mergulha na fragilidade da sociedade moderna, tudo através do olhar infantil e com uma atmosfera surrealista.

An Urban Allegory chega ao catálogo da MUBI dia 20 de dezembro.

personagens de an urban allegory, em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
Atlantics (2009)

Para acompanhar o lançamento de Dahomey, a plataforma traz uma outra obra de Mati Diop: Atlantics (2009). O curta traz uma profunda reflexão sobre o legado africano, a história familiar e a memória coletiva.

A produção é um convite ao público para pensar sobre a vida e, principalmente, sobre o pós. E tudo isso através de uma obra deslumbrante sobre um testemunho da crise migratória.

Atlantics chega ao catálogo da MUBI dia 13 de dezembro.

personagens de atlantics, em dezembro na mubi, se abraçando
Foto: divulgação/MUBI
O Beijo no Asfalto (1981)

O longa nacional é uma adaptação da peça de mesmo nome publicada por Nelson Rodrigues em 1960. Com direção de Bruno Barreto (O Que é Isso, Companheiro?, 1997), a obra traz a história de Arandir (Ney Latorraca) e de sua esposa Selminha (Christiane Tornoli). A vida dos dois muda drasticamente após ele beijar um homem que está à beira da morte depois de ser atropelado.

O filme de Barreto levanta diálogos sobre moralidade, julgamento social e as consequências de um gesto simples em uma sociedade marcada por preconceitos.

O Beijo no Asfalto chega ao catálogo dia 27 de dezembro.

personagem de o beijo no asfalto, em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
As Profissionais do Sonho (1986)

A obra aborda de forma honesta e política o cotidiano das trabalhadoras sexuais em Nova York. Dirigido por Lizzie Borden (Born in Flames, 1983), o filme carrega protagonistas fortes e com senso de autocontrole nas decisões, fatores que quebram com o estereótipo do trabalho sexual e o colocam em um patamar de escolha econômica legítima.

Com um humor singelo e um mergulho no emocional, o filme traz uma reflexão crítica sobre gênero, feminismo e dinâmicas de poder.

As Profissionais do Sonho chega ao catálogo da MUBI dia 1° de dezembro.

cena de as profissionais do sonho, em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
Trailer of the Film That Will Never Exist: ‘Phony Wars’

Dezembro marca o mês do aniversário de um dos maiores cineastas da história do cinema: Jean-Luc Godard. Para homenagear o artista, o primeiro projeto póstumo será lançado.

Através de uma parceria com a teórica de cinema Nicole Brenez, a obra reúne colagens de pinturas, fotos, bilhetes manuscritos e uma narração do inconfundível Godard, que mostram o mestre em ação.

Trailer of the Film That Will Never Exist: ‘Phony Wars’ chega ao catálogo da MUBI dia 1° de dezembro.

cena de um filme de godard, em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
A Sensação de que o Tempo de Fazer Algo Passou (2023)

A aclamada comédia de Joanna Arnow (Bad at Dancing, 2015) aborda os contrassensos do namoro, do sexo e do trabalho nos dias atuais.

Na superfície, o filme aparenta trazer mais uma história sobre a crise dos millennials, mas a narrativa se torna excêntrica ao abordar com um humor ácido e um timing cômico a sinceridade dos desejos.

A Sensação de que o Tempo de Fazer Algo Passou chega ao catálogo da MUBI em 6 de dezembro.

cena de um filme que chega em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI
A Besta (2023)

O filme de Bertand Bonello (Saint Laurent, 2014) conta a história de Gabrielle (Léa Seydoux), uma mulher que viaja por suas vidas passadas e enfrenta um amor eterno.

Com visuais impactantes, o longa mistura uma tragédia romântica com desastres naturais e questionamentos existenciais sobre humanidade e identidade.

A Besta chega ao catálogo da MUBI em 27 de dezembro.

cena de a besta, filme que chega em dezembro na mubi
Foto: divulgação/MUBI

E aí, qual desses você vai assistir primeiro? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê (Instagram, X e Facebook) e nos siga para ficar por dentro de tudo o que rola no mundo do entretenimento.

Leia também: Crítica | Wicked – Uma das melhores adaptações já feitas

Texto revisado por Layanne Rezende

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Livros Notícias

O Complexo de Atlas apresenta enredo com magia e mistério

Conclusão devastadora da trilogia A Sociedade de Atlas, narra dilemas éticos e relacionamentos conturbados

[Contém spoiler]

O Complexo de Atlas, último livro da série A Sociedade de Atlas, apresenta enredo repleto de magia, mistério, intriga, traição e luxúria. Depois de dois anos na Sociedade Alexandrina, os seis mágicos atingiram o ápice do conhecimento, e seus princípios morais são postos à prova na busca incessante por um poder sem limites. 

Dividida em partes intituladas Existencialismo, Estoicismo, Niilismo, Racionalismo e outras importantes correntes filosóficas, a obra traz questionamentos relativos a cada uma dessas doutrinas, que funcionam como fio condutor da história. Nico, Libby, Tristan, Parisa, Callum e Reina descobriram muito cedo que nem sempre o conhecimento pode levar a uma vida de glórias. Na verdade, poder é sinônimo de violência e de carnificina. Tanto que, para entrar na Sociedade Alexandrina, participaram do jogo perverso que exigiu um sacrifício mortal.

Mesmo assombrados e fascinados pelas escolhas que fizeram e pelo prazer que a força dos seus poderes lhes proporciona, eles enfrentam um evento que altera o tecido da realidade e determina o futuro da humanidade. Na corrida contra o tempo para deter os planos perversos de Atlas Blakely, Guardião da Sociedade, os jovens terão que escapar das garras da organização que pretende eliminá-los.

Os seis mágicos serão forçados a formar alianças improváveis, ao mesmo tempo que as relações entre os membros do grupo sofrem abalos comprometedores. Afinal, o poder e o conhecimento são sedutores, e nem sempre caem nas mãos certas.

Leia também: Lançamentos de novembro da Intrínseca

O Complexo de Atlas
Foto: divulgação/Intrínseca

O Complexo de Atlas teve os direitos de adaptação adquiridos pela Amazon Studios. Ademais, a trilogia A Sociedade de Atlas conquistou fãs no mundo todo, tendo se tornado um dos maiores fenômenos do BookTok, e será adaptada para uma série com produção-executiva da Brightstar e da autora Olivie Blake.

Já leu algum livro da Olivie Blake? O que achou? Compartilhe suas leituras conosco em nossas redes sociais: Instagram, Facebook, X. E, se você ama um romance bem açucarado, venha participar de nossas leituras coletivas!

 

Texto revisado por Layanne Rezende

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Cultura pop Entretenimento Música Notícias

Lana Del Rey anuncia turnê e novo álbum para 2025

Cantora fará shows no Reino Unido e Irlanda, além de lançar novo disco

A rainha do pop melancólico, Lana Del Rey, anunciou na última segunda (25), em seu perfil oficial do Instagram, que fará uma turnê no Reino Unido e na Irlanda em 2025. Junto ao anúncio dos shows, a cantora também postou sobre seu novo álbum The Right Person Will Stay, que será lançado no dia 21 de maio de 2025.

Del Rey irá performar em Cardiff, Glasgow, Liverpool, Dublin e Londres, nos dias 23, 26, 28, 30 e 3, respectivamente. Devido à alta demanda, uma data extra foi incluída para o famoso estádio Wembley, em Londres, que acontecerá no dia 4, onde a artista cantará para um público de 60.000 pessoas por noite. 

Foto: reprodução

Além dos shows, Lana também anunciou o lançamento de seu décimo primeiro álbum de estúdio, intitulado The Right Person Will Stay (A Pessoa Certa Irá Ficar, em tradução livre). O disco contará com 13 faixas e está sendo produzido por Jack Antonoff, com quem ela já havia trabalhado previamente em Norman Fucking Rockwell!, Chemtrails Over The Country Club e Did You Know There’s a Tunnel Under Ocean Blvd

Em sua publicação no Instagram, Lana postou a capa do álbum com a seguinte legenda: “Muito grata que minhas 13 faixas se juntarem ao lindo trabalho de Luke, Jack, Zach e Drew Erickson, dentre outros. Feliz que vocês possam ouvir algumas canções que estão por vir antes de Stagecoach, começando com Henry.” O anúncio surpreendeu os fãs, que na verdade esperavam o álbum country Lasso, o qual a cantora havia prometido lançar em setembro deste ano.

Foto: reprodução

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Leia também: Tudo o que sabemos sobre Lasso: novo álbum de Lana Del Rey 

 

Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho

 

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Cultura asiática Música Notícias

39º Golden Disc Awards anuncia indicados

Os indicados ao 39º Golden Disc Awards foram revelados – veja quem está concorrendo aos prêmios deste ano

No dia 2 de dezembro, às 0h (horário de Brasília), o comitê organizador do 39º Golden Disc Awards anunciou os indicados para as categorias Digital Song Division, Album Division e Rookie Artist of the Year.

Podiam concorrer este ano músicas e álbuns lançados entre o início de novembro de 2023 e o início de novembro de 2024.

Confira os indicados:

Prêmio Principal – Digital Song Division Bonsang

  • aespa – Supernova
  • BABYMONSTER – SHEESH
  • BIBI – Bam Yang Gang
  • DAY6 – Welcome to the Show
  • (G)I-DLE – Fate
  • ILLIT – Magnetic
  • IU – Love wins all
  • IVE – HEYA
  • KISS OF LIFE – Sticky
  • LE SSERAFIM – EASY
  • Lee Mu Jin – Episode
  • Lee Young Ji – Small girl (feat. D.O.)
  • Lim Jae Hyun – Rhapsody of Sadness
  • NewJeans – How Sweet
  • QWER – T.B.H
  • RIIZE – Love 119
  • Taeyeon – To. X
  • TWS – plot twist
  • VIVIZ – MANIAC
  • Zico – SPOT! (feat. JENNIE)

Prêmio Principal – Album Division Bonsang

  • aespa – Armageddon
  • ATEEZ – THE WORLD EP.FIN : WILL
  • BABYMONSTER – DRIP
  • Baekhyun – Hello, World
  • BOYNEXTDOOR – 19.99
  • ENHYPEN – ROMANCE : UNTOLD
  • (G)I-DLE – 2
  • IVE – IVE SWITCH
  • NCT 127 – WALK
  • NCT DREAM – DREAM( )SCAPE
  • NCT WISH – Steady
  • NMIXX – Fe3O4: BREAK
  • PLAVE – ASTERUM : 134-1
  • RIIZE – RIIZING
  • SEVENTEEN – SPILL THE FEELS
  • Stray Kids – ATE
  • TWICE – With YOU-th
  • TXT – The Star Chapter: SANCTUARY
  • Yuqi – YUQ1
  • ZEROBASEONE – You had me at HELLO
Golden Disc Awards
Foto: reprodução//soompi

Rookie Artist of the Year (Artista Revelação do Ano)

  • ALL(H)OURS
  • AMPERS&ONE
  • BABYMONSTER
  • ILLIT
  • NCT WISH
  • NEXZ
  • NOWADAYS
  • ONE PACT
  • TWS
  • UNIS

O evento será apresentado por Sung Si Kyung, Cha Eun Woo e Mun Ka Young, e acontecerá nos dias 4 e 5 de janeiro de 2025, no Fukuoka PayPay Dome, no Japão.

Pra quem vai a sua torcida? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia também: Stray Kids: tudo sobre o fenômeno global do K-pop que fará show no Brasil

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

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Cultura asiática Especiais Notícias

Kawaii: a cultura da fofura japonesa e seu impacto além da estética

Todo mundo ama a leveza do kawaii, mas será que essa estética tão encantadora também é usada para esconder aspectos complexos da história e sociedade japonesa?

No Japão, a estética kawaii está em toda parte: nas vitrines das lojas, nos mascotes de empresas, em campanhas publicitárias e até em avisos de segurança. Ícones como Hello Kitty, Pikachu e Totoro não são apenas populares, mas definem um jeito único de ver o mundo. O kawaii vai muito além de uma estética bonitinha; é uma expressão cultural que reflete o desejo de suavizar o cotidiano e criar conexões através da leveza. Por trás de sua simplicidade, ele carrega significados mais profundos, sendo um símbolo do Japão contemporâneo e sua habilidade de equilibrar tradição e modernidade.

Mas, apesar da aparente inocência, o kawaii também pode levantar questões sobre como a cultura japonesa se apresenta para o mundo. Seria essa estética um simples reflexo da criatividade japonesa ou uma ferramenta para evitar temas mais delicados de sua história? Ao mesmo tempo em que promove uma imagem de acolhimento e paz, o sucesso do kawaii pode acabar ofuscando debates importantes sobre o passado e as complexidades da identidade nacional.

A origem do kawaii: como um estilo juvenil se transformou em símbolo nacional e global

O movimento kawaii começou de forma inesperada nos anos 70, quando adolescentes japonesas desenvolveram um estilo de escrita lúdico e arredondado, conhecido como burikko-ji. Essa escrita imitava a caligrafia de crianças e era recheada de desenhos fofos, como corações e estrelas. Esse comportamento, inicialmente criticado como imaturo, tornou-se uma febre entre os jovens e, aos poucos, foi absorvido por marcas e produtos. A Sanrio foi a pioneira em transformar o conceito em um fenômeno comercial, introduzindo Hello Kitty em 1974. A gatinha de expressão neutra rapidamente conquistou um público global e inaugurou uma nova era para a cultura kawaii.

Kawaii
burikko-ji | Foto: reprodução/sweet magic

O impacto foi tão grande que o kawaii transcendeu o consumo juvenil, entrando no cotidiano de todas as faixas etárias. Hoje, ele está presente em praticamente todos os aspectos da vida no Japão, desde objetos escolares até documentos oficiais. Sua versatilidade é o que o torna tão marcante: o kawaii pode ser usado para criar laços emocionais com consumidores, suavizar mensagens corporativas ou até humanizar instituições públicas. Essa evolução de algo rebelde e juvenil para um símbolo nacional é um reflexo da capacidade japonesa de transformar tendências culturais em movimentos globais.

Fofura estratégica: como o Japão usou o kawaii para mudar sua imagem no cenário global

O kawaii não é apenas uma estética charmosa; é também uma estratégia diplomática e econômica que ajuda o Japão a conquistar corações no mundo todo. Durante as décadas de 80 e 90, quando o Japão consolidava sua posição como uma potência econômica, personagens como Pikachu, Sailor Moon e Doraemon começaram a aparecer como embaixadores culturais não oficiais. Ao adotar o kawaii em seus produtos e campanhas, o Japão criou um vínculo emocional com públicos internacionais, associando sua imagem a algo acessível e amigável, em vez de imponente ou distante.

Kawaii
Foto: reprodução/roteiro nerd

Esse “soft power” se provou uma ferramenta incrivelmente eficaz. Em vez de se prender a narrativas históricas ou disputas regionais, o Japão usou sua cultura pop para projetar uma identidade global atraente e única. No cenário econômico, o impacto é igualmente poderoso: o kawaii ajudou a impulsionar a indústria de animação, games e turismo, com milhões de fãs viajando ao Japão em busca da cultura “fofa” que conhecem através da mídia. É uma forma de conquistar o mundo não pela força, mas pela simpatia, criando uma conexão emocional que transcende fronteiras.

O lado obscuro da fofura: o kawaii como uma cortina de fumaça para questões históricas

Embora o Japão seja admirado por sua cultura kawaii, críticos argumentam que essa estética pode ser usada para desviar a atenção de temas mais sérios. Durante a Segunda Guerra Mundial, o país foi responsável por atos que ainda geram tensões regionais, como o Massacre de Nanjing e a exploração de “mulheres de conforto”. Apesar dessas feridas históricas, o Japão, através de seu branding kawaii, frequentemente destaca uma imagem de inocência e acolhimento que contrasta com essas realidades.

Kawaii
Foto: reprodução/qg magazine

Essa estratégia de “adoçar” a percepção global do Japão não passa despercebida. Acadêmicos apontam que o sucesso do kawaii pode criar uma falsa sensação de proximidade e desconectar o público internacional das questões complexas que ainda afetam a região. Ao evitar confrontar o passado de forma transparente, o Japão corre o risco de perpetuar tensões com vizinhos como China e Coreia do Sul, que continuam demandando reparações e reconhecimento histórico. Assim, o kawaii pode funcionar como um véu que, mesmo involuntariamente, esconde debates essenciais.

O sucesso cultural que evita diálogos profundos e necessários sobre o passado

A ascensão do kawaii como símbolo global de uma nação moderna e criativa é algo a ser celebrado, mas também precisa ser analisado criticamente. A estética fofa e acessível pode, de forma sutil, atuar como uma distração dos diálogos necessários sobre as responsabilidades históricas do Japão. Ao se concentrar em personagens adoráveis e produtos culturais leves, o país constrói uma narrativa que privilegia o presente e o futuro, deixando o passado em segundo plano.

Kawaii
Foto: reprodução/ISI

O impacto dessa escolha é duplo: enquanto o Japão ganha prestígio no cenário global, ele também enfrenta críticas por não abordar questões históricas de maneira mais aberta. Para muitas pessoas, especialmente nos países vizinhos, a popularidade do kawaii simboliza não apenas uma fuga do passado, mas uma oportunidade perdida de construir pontes através do reconhecimento e da reconciliação. Assim, o Japão continua navegando entre o apelo cultural e a necessidade de enfrentamento histórico.

Entre a doçura e a realidade: o kawaii como parte da identidade japonesa e seu desafio histórico

O kawaii é, sem dúvida, uma das maiores forças culturais do Japão, mas também levanta uma questão crucial: qual é o limite entre a estética e a identidade nacional? A fofura, que tanto encanta o mundo, é uma ferramenta poderosa para o Japão projetar uma imagem acessível e inovadora. No entanto, ao depender tanto dessa estética, o país pode perder a chance de mostrar ao mundo uma narrativa mais completa e equilibrada.

Kawaii
Foto: reprodução/ghibli

Aceitar o kawaii como parte integrante da cultura japonesa não significa ignorar sua história. Na verdade, o verdadeiro desafio é equilibrar a doçura com a honestidade, criando um diálogo global que valorize tanto os acertos quanto o aprendizado com os erros assumidos do passado. Afinal, uma nação que celebra sua diversidade cultural e enfrenta suas próprias complexidades se torna ainda mais admirável. 

O Japão tem um potencial infinito para combinar sua criatividade única com a coragem de revisitar sua trajetória histórica, mostrando ao mundo que ser “fofo” e ser responsável não são opostos, mas sim complementares.

Você já conhecia toda a história por trás do ‘universo kawaii’? Contem pra gente e nos sigam nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia também: Sukeban: as garotas rebeldes que marcaram uma geração no Japão

Texto revisado por Angela Maziero Santana

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Cultura asiática Séries

Música, amor e perda: 6 motivos para assistir ao BL taiwanês First Note of Love

First Note of Love mistura música, superação e romance de uma forma envolvente, trazendo personagens cativantes e histórias paralelas que vão te conquistar

Músicas incríveis, mulheres quebrando padrões e a chance de não só conhecer seu ídolo pessoalmente, mas também se apaixonar por ele — tudo isso e muito mais te espera em First Note of Love (2024), um BL taiwanês que fala sobre música, amor e como superar a perda.

A história gira em torno de Neil (Charles Tu), vocalista de uma banda que está numa fase complicada desde que perdeu o irmão e colega de banda de forma repentina. Tudo muda quando Sea (Michael Chang), um prodígio da música que é fã dele em segredo, entra na sua vida para ajudar com seu retorno. Aos poucos, Sea traz de volta a esperança e a inspiração que Neil tinha perdido.

Aqui vão seis motivos pra você começar a assistir First Note of Love agora, se ainda não viu.

Aviso: pode conter uns spoilers leves!

Mostra de um jeito especial como é possível se curar e seguir em frente

A história começa com uma premissa triste: a perda do irmão querido de Neil. Apesar de já terem se passado alguns anos, ele ainda está profundamente abalado. Todos os personagens que conheciam o irmão de Neil também sentem o impacto dessa perda de maneiras diferentes e, ao longo da série, cada um lida com essa dor à sua própria maneira.

A situação não é minimizada nem resolvida em um ou dois episódios, o que é ótimo. Apesar de a perda ser de partir o coração, a série também fala muito sobre comunicação, crescimento e esperança.

First Note of Love
Foto: reprodução/soompi
As músicas são realmente incríveis

Como já era de se esperar, o drama entrega várias músicas incríveis, e isso faz todo sentido. A série gira em torno da colaboração musical entre Sea e Neil, com participações especiais do músico tailandês Orca (Jame Kasama Kranjanawattana) em algumas performances. Com certeza você vai sair da série com novas músicas para colocar na sua playlist.

First Note of Love
Foto: reprodução/soompi
Se apaixonar pelo seu ídolo

Quem tem um ídolo já deve ter sonhado em conhecê-lo pessoalmente algum dia. Mas, além disso, se aproximar e criar uma conexão real? Parece coisa de fanfic no Wattpad, mas é exatamente o que acontece com Sea. É muito divertido assistir a um fã tímido se apaixonar pelo seu ídolo de longa data e ser correspondido. As tentativas de Sea de disfarçar sua admiração profunda e o crush inocente por Neil são simplesmente adoráveis.

First Note of Love
Foto: reprodução/soompi
A atuação de Michael Chang como Sea

Não se engane: todos os atores e atrizes dessa série fazem um trabalho incrível, mas é impossível não destacar a performance de Michael Chang como Sea.

Ele interpreta um gênio musical super apaixonado, mas também tímido e sem experiência profissional. Quando descobre que seu ídolo é quem ele vai produzir, dá para ver a luta dele para manter uma postura séria e profissional, enquanto segura olhares e sorrisos. O jeito tímido de seu personagem e suas microexpressões são muito bem trabalhados. Parece tão natural que não tem como não sentir a timidez e o coração acelerado de Sea através da tela.

First Note of Love
Foto: reprodução/soompi
As mulheres icônicas

As maiores ícones dessa série são, sem dúvida, as mulheres. E se você já acompanha o gênero BL há um tempo, sabe que isso nem sempre é o caso.

Em First Note of Love, Ting Fei, interpretada por Kaia Lee, é uma ex-colega de escola e futura amiga de Sea. Ela quebra todos os estereótipos do que você espera de uma personagem feminina em um BL. Desde o começo, ela é autêntica e sua personagem não se resume a atrapalhar o casal principal ou ser uma donzela em apuros.

First Note of Love
Foto: reprodução/soompi

Ting Fei é a personificação da atitude, autossuficiência e talento. Durante o dia, é uma universitária de óculos e MacBook na mão; à noite, trabalha como garçonete e sabe se impor.

No escritório de Neil, temos outra ícone, Xiao Mei (Amanda Liu). Ela é engraçada e super identificável, mas também sempre exibe uma atitude de mulher poderosa no trabalho.

O casal secundário é tão interessante quanto os protagonistas

Sempre melhor em dobro. Bem, nesse caso, é mesmo.

O casal secundário, Orca e o gerente de Neil, Reese (Liu Min Ting), é tão interessante e merece atenção tanto quanto o casal principal. A relação deles é um pouco mais complicada, pois eles têm um passado que remonta aos primeiros dias da banda de Neil.

Eles têm aquela tensão e o vai e vem que falta na relação entre Sea e Neil. Você vai precisar assistir até o final para ver se conseguem superar seus problemas e ficar juntos.

First Note of Love
Foto: reprodução/soompi

Já conheciam o BL? Contem pra gente e nos sigam nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre a cultura asiática.

Leia também: Uma seleção de títulos de BL e GL para o Mês do Orgulho

Texto revisado por Alexia Friedmann

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