Categorias
Cinema Entretenimento

45ª mostra exibe filmes no Museu da Imigração e da Acnur

Programa a ser apresentado nos dias 22 e 23 de outubro tem o patrocínio do Museu da Imigração e da Acnur (agência da ONU para refugiados)

Os 7 Prisioneiros, Capitães de Zaatari, Pegando a Estrada e Medo, são os títulos que formam a programação da 45ª Mostra no Museu da Imigração.

Os filmes, que têm como tema o deslocamento humano forçado, serão exibidos em sessões ao ar livre, em estrutura exclusivamente criada para a ocasião, com distanciamento de um metro entre as cadeiras. O ingresso custa 10 reais para cada sessão e pode ser adquirido com antecedência na página de cada título, no site da Mostra, ou no local, somente no dia da exibição. O espaço oferece 300 lugares.

Foto: Divulgação

O Museu da Imigração do Estado de São Paulo está localizado na sede da extinta da Hospedaria do Imigrantes, na Rua Visconde de Parnaíba, 1316, Mooca, em S. Paulo.

A 45ª Mostra exige o comprovante de vacinação e uso de máscara, inclusive durante as sessões.

Com três títulos de ficção e um documentário, a mostra conta com o cenário brasileiro pelo título 7 Prisioneiros, drama familiar com Pegando a Estrada e com discussão sobre preconceitos raciais com Medo. O documentário, Capitães de Zaatari fala sobre os campos de refugiados e sobre futebol.

Leia também: Confira os filmes da Universal Pictures presentes na 45ª Mostra Internacional de Cinema

Você que é aqui de São Paulo: qual desses títulos você quer ver? Conta pra gente nas nossas redes sociais: Insta, Face e Twitter.

*Créditos da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Cinema Entretenimento Especiais

Pequena Miss Sunshine: 15 anos de filme e seis temas importantes

O filme Pequena Miss Sunshine completa 15 anos do seu lançamento e já trazia temas importantes para discussão social

AVISO DE GATILHO: DEPRESSÃO/SUICÍDIO

ALERTA DE SPOILER

O filme Pequena Miss Sunshine estreou em 20 de outubro de 2006 e naquela época trouxe alguns assuntos importantes para a discussão social, fazendo o público se chocar com a sinceridade da família Hoover.

Escrito por Michael Arndt e dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris, Pequena Miss Sunshine reuniu um elenco de peso e até um pouco inusitado para encarnar a família Hoover, com nomes como Abigail Breslin, Toni Collette, Steve Carell e Greg Kinnear.

Os Hoover estão passando por uma fase mais do que complexa em suas vidas e a relação familiar tem se tornado cada dia mais difícil, e para piorar eles se enfiam em uma viagem de dois dias de carro até a Califórnia, para a caçula da família, Olive, participar do concurso de Pequena Miss Sunshine. Em situações que vão piorando a cada dez segundos, como a kombi amarela que para de funcionar e o trabalho do pai que vai se esgotando, o filme debate sobre questões de grande relevância social.

Para comemorar os 15 anos de estreia, decidimos falar sobre como cada personagem traz um tema para a roda de debate.

Richard Hoover e o coach

Foto: Divulgação

Richard (Greg Kinnear) é o pai da família Hoover, e como todo desesperado por prover sua família, ele cai na cilada de um figurão dos negócios e tenta vender sua ideia de como se pode vencer a vida em nove passos, confiando na proposta de se tornar um coach famoso.

Em 2006, a palavra coach não era tão popular e vendo o filme por uma perspectiva momentânea, achamos que a ideia de vender regras de como ganhar a vida pode ser bobagem, mas então lembramos do termo coach dos tempos mais modernos.

Longe de nós criticar o trabalho de quem vende propostas de melhoria de vida e autoajuda, porque sabemos que isso realmente melhora a vida de milhares de pessoas, temos que lembrar que a discussão que Richard acrescenta em Pequena Miss Sunshine é: todo coach que vende prosperidade é próspero?

Richard tem medo do fracasso, cria ideias preconceituosas e reforça padrões heteroxessuais e de corpos perfeitos, e tudo isso o torna uma pessoa antiquada e irritante, que passa a vida tentando empregar suas regras e estilo de vida ideal para pessoas que não estão nem um pouco interessadas. A existência de Richard torna o filme um constante debate sobre o que é felicidade genuína e o que é vendido como felicidade.

Sheryl e as muitas jornadas femininas

Foto: Divulgação

Sheryl (Toni Collette), a mãe da família Hoover, é uma mulher cansada e cheia de coisas na cabeça. Tentando equilibrar o papel de mãe e esposa, ela ainda tem que se ver diante do dilema de cuidar do irmão depressivo, Frank.

Enquanto assistimos todos os personagens do filme se desgastarem e se alterando aos poucos, Sheryl já começa o filme com uma aparência cansada e suada, nitidamente desesperada por ser boa e compreensiva com cada membro da família.

No filme não é dito se Sheryl trabalha fora de casa além de tudo, mas podemos concluir que mesmo que ela não trabalhe, a função dela no roteiro é mostrar ao público como o papel da mulher é sempre o mais cansativo, e ainda assim, ela ainda tem que parecer bem e afetuosa.

As muitas jornadas de trabalho e existência feminina tem sido um debate forte e impactante nos tempos modernos, se intensificando com a era digital, mas já é possível ver essa questão ganhando foco no filme. Ser mulher e viver em um mundo machista,cheio de padrões e normas, torna a existência feminina muito mais complexa e faz com que o peso de tudo recaia sobre os ombros da mulher, sem nem mesmo existir a pergunta: aquela mulher quer mesmo enfrentar isso? Ela é capaz de lidar com isso sozinha?

Frank e a depressão grave

Foto: Divulgação

O tio Frank (Steve Carell) é, de longe, o personagem mais sensível e humano de todo o filme. Ele é responsável por incluir debates sobre homossexualidade e depressão, assim como o suicídio, mas tudo de uma forma surpreendentemente leve.

Dando uma explicação bem sincera sobre a vida dos adultos para a pequena Olive logo nos primeiros momentos de filme, sendo o mais apaixonado e o mais carinhoso, é o tio Frank o responsável por unir os diferentes temperamentos familiares, e também o responsável por antagonizar o desespero por conquistas e vitórias que Richard tem.

Com um humor ácido e um temperamento gentil, Frank consola a irmã infeliz, simpatiza com o pai do cunhado, se impõe contra Richard, acolhe o sobrinho tímido e incentiva e protege a sobrinha. Ele é o responsável por impulsionar algumas das conversas mais fortes em um filme de 2006 e cria peso dramático para uma família com senso exclusivista.

Frank não está preocupado de ter fracassado e não liga se vai ser julgado pelas escolhas que fez, assim como entende que sua condição psicológica é uma consequência da vida dele e que falar com seus entes queridos apenas das partes ruins não faz sentido, especialmente com os sobrinhos. É Frank quem antipatiza com Richard quando ele pressiona a filha de sete anos sobre conquistas e corpo perfeito, e é ele quem tem uma conversa sincera com o sobrinho desolado.

Vovô e o luto

Foto: Divulgação

O vovô (Alan Arkin) está em pé de igualdade com o tio Frank, e faz da família Hoover um centro de explosão emocional e realista.

Responsável por treinar a neta para participar do concurso, por incentivar o neto a viver todo o auge da sua juventude e por usar de lábia e gentileza para nadar contra os padrões exigentes do filho e o cansaço da nora, o vovô é o personagem que causa alívio cômico quando a situação está tensa.

Quando o vovô falece no meio da viagem e a família decide transportar ele até a Califórnia enrolado em um lençol no porta-malas da kombi, entendemos que sem ele nada daquilo teria acontecido e que a importância da sabedoria – por mais tola que pareça – é responsável por guiar os passos de gerações e gerações.

Na última noite de vida do vovô, Olive teve carinho e afeto, foi confortada e apaziguada pelo amor que o avô tinha a lhe oferecer. A forma da família lidar com o luto também é um debate de total responsabilidade desse personagem inusitado e apaixonante, e nos faz refletir sobre perdas e superação, e sobre como a vida pode ser leve, antes que ela acabe.

Dwayne e o daltonismo

Foto: Divulgação

Tendo um começo que não parece muito promissor, Dwayne Hoover (Paul Dano), o irmão mais velho de Olive, se mostra uma figura fria e distante da família, disposto a se afastar de todos eles na sua primeira oportunidade. Mas ao decorrer do filme a coisa muda, e entendemos que Dwayne é um adolescente sensível e carinhoso, que está sempre disposto a ajudar a irmã caçula e a protegê-la.

Com a descoberta repentina do seu daltonismo, Dwayne se vê diante do problema de estar impossibilitado a se tornar piloto de avião – seu grande sonho – e em um desabafo tenso, Dwayne quebra seu voto de silêncio e desconta na mãe o desespero de um sonho falido.

Criando um debate sobre aceitação e superação, um curto diálogo positivo com o tio e o amor incondicional pela irmã, Dwayne se torna um dos personagens mais queridos de todo o circuito familiar de cinema.

Ele é o responsável por criar representatividade no cenário do filme, e apesar de não ser uma representação muito impactante, o fato de ter um daltônico em um filme feito em 2006 já é de grande valia e inicia as conversas para que pessoas com deficiência possam começar a serem vistas com mais originalidade e realidade no cinema, mesmo que o daltonismos seja apenas uma condição ocular e não uma deficiência visual.

Olive e os grandes sonhos

Foto: Divulgação

A grande responsável pela viagem acontecer e a personagem mais forte do filme, Olive Hoover (Abigail Breslin) é a criança de sete anos mais sonhadora da história do cinema, criando uma narrativa de esperança e união.

Responsável por gerar uma comoção absoluta entre os membros da família e os unir em uma cena final inesperada, em pleno palco do concurso Pequena Miss Sunshine, Olive usa da inocência infantil para sonhar alto e ter esperança naquilo que quer.

Os sonhos de todos os adultos da família já foram fracassados, e é Olive a única que se vê diante de um futuro inteiro pela frente, com a proposta de que algo para ela também vai dar errado, mas que está tudo bem, porque ter esperança e perseverar é o que importa. E como a boa aprendiz do avô, Olive garante que se divertir é sim a palavra de ordem.

Todos nós podemos ter um pouco de Olive, e essa é a ideia principal do filme!

Foto: Divulgação

Pequena Miss Sunshine é um marco na história do cinema e tem infinitos debates e relevâncias, servindo de inspiração até para clipe musical brasileiro, então vale muito que você pare tudo e corra para ver – ou rever – esse filme maravilhoso.

Estamos te esperando nas nossas redes sociais – Twitter, Insta e Face – para falar mais sobre esse filme. Vem conversar com a gente!

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Entretenimento Latinizei

Latinizei | Tarsila do Amaral: brasileira, artista e mãe solo

Tarsila do Amaral foi artista, modernista e mãe solo que fez muito mais do que te obrigar a pintar o Abaporu

Tarsila do Amaral te fez repintar suas obras na escola e te ensinou o que era arte e, além de ser uma artista incrível, foi uma mulher forte e resiliente.

Depois de trazer Frida Kahlo para o Latinizei, agora voltamos com outra mulher latino-americana que merece mais do que menções honrosas nas aulas de arte do fundamental um.

Nascida em 1 de setembro de 1886, Tarsila do Amaral era filha de uma família rica produtora de café e cresceu entre luxos e estudos, sendo muito bem educada e incentivada ao intelecto. Mas mais do que isso, Tarsila morou na Espanha para finalizar seus estudos e quando voltou, se casou e então começou a se tornar um marco da luta feminina por espaço na sociedade.

Divórcio e maternidade

Foto: Divulgação

Não tem como falar sobre Tarsila do Amaral e pular o momento da sua vida no qual ela teve que escolher entre viver os costumes e padrões da sua época e o seu sonho de ser artista. E como tal, assim somos forçadas a escrever sobre o primeiro casamento de Tarsila. E, consequentemente, sobre o seu divórcio.

Quando voltou de Barcelona, Tarsila se casou com André Teixeira Pinto e teve uma filha, chamada Dulce. Logo após o nascimento da filha, Tarsila decidiu que não iria ficar  em casa sob a sombra conservadora do marido e por isso pediu a separação e voltou para a casa dos pais, no interior de São Paulo.

Sendo mãe solo, Tarsila partiu do Brasil para a Europa, rumo à Paris, para estudar arte e por lá estreitou seu relacionamento com a também pintora Anita Malfatti e com o movimento modernista.

A relação de Tarsila com sua filha Dulce não é o foco dos estudos sobre a carreira e vida da pintora, mas é deixado claro que Tarsila era próxima da filha e que sem a maternidade ela não teria sido a mulher que se tornou.

Oswald de Andrade e o movimento antropofágico

Foto: Divulgação

Ao retornar ao Brasil, Tarsila conheceu o escritor Oswald de Andrade e estabeleceu com ele um romance que, assim que conseguiu a oficialização do divórcio, se tornou um casamento aparentemente próspero. Mas como uma tendência das grandes pintoras latinas do seu tempo, assim como Frida Kahlo, Tarsila se viu em um casamento infeliz e fadado ao fracasso, já que poucos anos depois Oswald se apaixonou pela escritora Pagu.

Apesar do relacionamento rápido e do divórcio, Oswald de Andrade foi mais do que um marido para Tarsila. Sendo um dos nomes do Grupo dos Cinco, Oswald se inspirou na obra da então esposa, Tarsila, a tela Abaporu, para dar voz ao Movimento Antropofágico.

A tela batizada de Abaporu foi pintada em 1928 e foi um presente de aniversário de Tarsila para Oswald, e recebeu esse nome depois de uma pesquisa feita no dicionário de tupi-guarani do pai de Tarsila. O nome da tela é uma junção das palavras Aba, que significa homem, e Poru, que significa que come.

O Movimento Antropofágico tinha a ideia de pegar a cultura europeia e a sintetizar com elementos brasileiros, criando um espaço de orgulho e encaixe da cultura brasileira, e o quadro Abaporu traduzia bem o sentimento do movimento: sendo o homem que sai da terra e come o homem.

União Soviética e prisão

Foto: Divulgação

Depois de perder o marido Oswald por conta da traição com Pagu e ver o lado financeiro da sua família despencar, Tarsila partiu para a Rússia ao lado de seu novo namorado, o psiquiatra Osório César.

Por lá Tarsila se envolveu com reuniões do partido socialista e seu apreço pelos discursos comunistas fizeram de Tarsila do Amaral uma inimiga do estado, e assim  voltou ao Brasil, nos primeiros anos da década de 1930.

Tarsila era uma ouvinte do movimento por fazer companhia ao namorado, mas isso a tornou alvo e a levou à prisão por cerca de um mês.

O trauma causado pela prisão deixou Tarsila longe da política de forma permanente, mas é inegável que sua tela Operários, de 1933, é uma forte representação da sociedade brasileira e seu estilo de governo daquela época.

Depressão e deficiência

Foto: Divulgação

Em 1949, a única neta de Tarsila, Beatriz, acabou falecendo ao tentar salvar uma amiga do afogamento em um lago da cidade de Petrópolis, e nenhuma das duas sobreviveu ao incidente. Anos depois, em 1966, Dulce, única filha de Tarsila, também faleceu. 

Entre as perdas da neta e da filha, ela precisou fazer uma cirurgia na coluna e isso a deixou paraplégica por causa de um erro médico.

Ligada ao espiritismo no fim da vida e já longe das pinturas, Tarsila do Amaral faleceu em 1973, com depressão e vivendo com uma falta de movimentos nas pernas que lhe foi imposta.

Moderninha

Foto: Divulgação

Tarsila do Amaral é um ícone da luta feminina, seja por  crença na sua arte e abandono dos padrões machistas impostos em seu tempo, seja  por escolha de viver no Brasil e honrar sua terra em sua obra de arte.

Mais do que Abaporu, Operários e suas criaturas tarsilianas, por isso ela foi e ainda é um marco na história da arte e na luta da mulher latino-americana.

Responsável por encabeçar o movimento modernista, uma das principais figuras do antropofagismo, amiga de Pablo Picasso e Anita Malfatti, revolucionária no direito da mulher ao divórcio consecutivo e da pessoa com deficiência, sendo depressiva, Tarsila do Amaral é inspiração e nos faz ter orgulho de ser mulher e nascer latina, tal como nos faz repensar e apaixonar pelo nosso Brasil.

Agora corre nas nossas redes sociais – Twitter, Insta e Face – e fala pra gente o que você mais gosta na obra da Tarsila. Qual foi a primeira obra dela que você conheceu?

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Cinema Entretenimento Resenhas

Resenha | Mathilde: uma história sobre o último tsar russo e o ballet

Mathilde fala sobre poder, amor e história, e traz algumas verdades sobre o último tsar da dinastia Romanov

Mathilde é um filme de 2017 que se baseia em fatos reais e conta uma história de amor e poder. Sem focar muito na realidade central dos fatos, o filme conta sobre a solista do ballet russo, Matilde Kschessinska.

No filme, Mathilde conhece Nicolau II e se envolve com ele, o que era extremamente comum naquela época. No meio do seu romance com Mathilde, o pai de Nicolau II, Alexandre III, falece e isso acelera os preparativos para que Nicolau assuma o trono. E para assumir, Nicolau precisa de uma esposa. Uma boa esposa real.

Mathilde tinha um stalker com quem teve uma relação anterior a sua com o futuro tsar. Além disso, vivia um romance simultâneo – e até então platônico – com o primo de Nicolau, e com o fim repentino do romance dos dois, Mathilde se ofende e passa a perseguir o futuro tsar russo, causando problemas até na sua coroação.

Triângulo amoroso

Foto: Divulgação

Com uma teia amorosa do lado de Mathilde, com um ex amante, o tsar e seu primo que tenta ser o namorado da bailarina – e que na vida real se casou com ela -, o filme foca no romance da bailarina com o futuro tsar e a terceira ponta óbvia do triângulo: Alexandra Feodorovna.

Apesar de se basear em fatos reais, o filme russo narra uma futura tsarina neurótica e fã do ocultismo, e isso por si já mostra como o povo russo ainda vê a última tsarina Romanov.

Conhecida por ter entregado muito de sua vida privada nas mãos do místico Rasputin, Alexandra fez isso nos últimos anos de sua vida porque acreditava que o homem chamado de santo era capaz de curar os diversos traumas que seu filho – e futuro tsar da Rússia -, Alexei sofria por causa da sua hemofilia. Na verdade, Alexandra recorreu ao misticismo no auge do desespero materno, e ainda assim acreditava fortemente que Rasputin era fiel às crenças de Deus, já que Alexandra era ortodoxa.

Fatos reais

Foto: Divulgação

Nicolau II de fato namorou com a bailarina Mathilde por alguns anos quando era solteiro, mas não há nenhuma prova de que ela se enraiveceu com o fim do relacionamento ou que interferiu no casamento de Nicolau. É de conhecimento geral, na verdade, que Nicolau II era fiel e apaixonado por Alexandra – até onde os estudos provam -, e que na verdade foi ele quem escolheu cortejar Alexandra quando ela ainda usava o nome de batismo, Alice de Hesse e Reno.

Ao que se sabe, a relação entre Nicolau e Mathilde durou por uns três anos, e apesar de ter terminado por causa do casamento que ele viria a ter, não houve traumas.

Fora das telas, a verdadeira Mathilde se casou com um primo de Nicolau II e se tornou mesmo uma Romanov, mas por ser apenas uma nobre, Mathilde conseguiu escapar da Revolução Russa (19917 – 1923) que levou Lênin ao poder e manteve a União Soviética até 1991. Sua casa, inclusive, foi usada como palanque para um discurso de Lênin e depois serviu de escritório para membros do governo.

Mathilde morreu em 1971, na França, muitos anos depois da chacina contra o tsar.

Cenário e figurinos

Foto: Divulgação

Com muito respeito pelo tempo e pela ostentação da época – seja nos palcos ou na corte -, o filme tem uma produção imperdível e nos faz suspirar por cada figurino usado nas cenas.

Os cenários são belíssimos e completamente apaixonantes, e fazem o público aprender e conhecer mais sobre as grandiosas arquiteturas russas. A fotografia tem um tom limpo, usando de muita luz natural e tons de branco e dourado.

O diretor Alexei Uchitel foi cuidadoso, e tudo no filme foi bem pensado para ser vistoso para o público. Incluindo as cenas de ballet, que são lindas e contam com apresentações caprichadas, cenários bem pintados e fidelidade ao sistema de aulas que são empregados em academias tradicionais.

Você já sabia sobre o relacionamento de Nicolau II, pai da grã-duquesa Anastásia e último tsar russo, com a bailarina Mathilde? Queremos saber da sua resposta lá nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Cinema Entretenimento Notícias

Crianças ao Sol é o drama indicado pelo Irã para concorrer ao Oscar

Crianças do Sol é o drama indicado pelo Irã para concorrer a uma vaga no Oscar 2022, e estreia em 22 de outubro 

Dirigido por Majid Majidi, primeiro cineasta iraniano a ser indicado ao Oscar em 1999 – por Filhos do Paraíso -, o drama Crianças do Sol é o próximo que está indicado para concorrer ao Oscar e estará disponível, a partir de 22 de outubro para compra e aluguel nas seguintes plataformas digitais: Claro Now, Amazon, Vivo Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Filmes. A produção foi escolhida pelo Irã para disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar em 2022. 

Com distribuição da Synapse Distribution, o longa estará disponível nas versões dublada e legendada.

Protagonizado por crianças locais em situação de rua, o filme conta a história do jovem Ali (Roohollah Zamani) e seus amigos. Para sobreviver e sustentar as suas famílias, eles vivem entre bicos e pequenos furtos. Ao descobrirem a existência de um tesouro, escondido dentro de um túnel, eles decidem fazer de tudo para conseguirem o que querem, inclusive se matricular em uma escola. 

De acordo com o diretor, a situação enfrentada pelos meninos do filme é a realidade de pelo menos 152 milhões de crianças da região, que trabalham para sustentar suas famílias. “O filme mostra as habilidades e humanidade dessas crianças e que todos somos responsáveis por elas, muitas das quais extremamente talentosas. O elenco juvenil principal é composto por garotos em situação de rua e eles provaram ser atores surpreendentes”, conta o diretor. 

O longa foi premiado no Festival de Veneza de 2020 nas categorias Lanterna Magica Award (para o diretor Majid Majidi) e Melhor Jovem Ator (Roohollah Zamani). O roteiro é assinado por Majid Majidi e Nima Javidi.

E você? Se animou com a proposta do filme? Conta pra gente nas nossas redes sociais: Insta, Face e Twitter.

*Créditos da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Cinema Entretenimento Notícias

Amazon Prime Video anuncia produção do filme Um Ano Inesquecível – Outono

Segundo filme da franquia nacional e Original Amazon, Um Ano Inesquecível, recebe anúncio de início da produção

Baseado no livro homônimo com contos das autoras Thalita Rebouças, Paula Pimenta, Bruna Vieira e Babi Dewet, o longa terá direção de Lázaro Ramos e contará com a cidade de São Paulo e a Avenida Paulista como pano de fundo para a história musical. Um Ano Inesquecível – Outono adapta o conto escrito por Babi Dewet e será lançado no Prime Video em mais de 240 países e territórios.

O filme conta a história de Anna Júlia e João Paulo, um típico casal improvável. Ela odeia música e tudo o que mais quer é um estágio e estabilidade para ajudar o pai em casa. Ele é um jovem músico de rua que sonha em viver da sua arte. Mesmo assim, a paixão entre os dois acontece, e em um dos lugares mais simbólicos de São Paulo: a Avenida Paulista. A movimentada capital é o cenário ideal para a desafiadora jornada que ambos terão que enfrentar para ficar juntos.

Além da direção de Lázaro Ramos, a produção conta com o roteiro de Keka Reis, colaboração de Thamyra Thâmara, e com a consultoria de Marcelo Saback e Vince Marcello, autor e diretor da franquia Barraca do Beijo.

Figura: Divulgação/Filmow

A franquia terá quatro filmes, começando com Um Ano Inesquecível – Outono, seguido de Um Ano Inesquecível – Inverno, depois Um Ano Inesquecível – Primavera e terminando com Um Ano Inesquecível – Verão. O elenco conta com talentos como os protagonistas Gabz e Lucas Leto, a atriz Larissa Luz, os atores Pedro Blanc, Raphael Ghanem, Vittor Fernando e Enrico Cardoso, entre outros. A produção e a supervisão artística da franquia são de Rodrigo Montenegro e Mara Lobão, da Panorâmica.

Após a estreia de séries como Manhãs de Setembro e Dom, o anúncio dos primeiros filmes nacionais originais mostra o foco do Amazon Prime Video em fornecer conteúdo local diversificado para membros Prime em todo o mundo. A franquia Um Ano Inesquecível se juntará a milhares de programas de TV e filmes no catálogo de Prime Video, incluindo outros Originais Amazon Brasileiros, como 5X Comédia, Soltos Em Floripa, Tudo ou Nada: Seleção Brasileira e Desjuntados, além de produções premiadas e séries globais Originais Amazon aclamadas pela crítica.

Agora conta pra gente qual dos quatro filmes da franquia você mais quer ver? Queremos saber lá nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Entretenimento Livros

Resenha | O Serviço de Entregas Monstruosas: infanto-juvenil brasileiro para o seu Dia das Crianças

Livro infanto-juvenil que revive a criança dentro de nós foi escrito por autor brasileiro e merece a sua atenção

O Serviços de Entregas Monstruosas, de Jim Anotsu, conta a história de Gustavo e de como uma entrega que ele tinha que fazer deu errado.

Vivendo em uma Belo Horizonte em que os humanos vivem em harmonia com os monstros, com um dialeto próprio e com muitas aventuras inesperadas, Gustavo só queria terminar sua entrega e manter o nome da empresa da família muito bem, mas era impossível prever o que ia acontecer…

Fugindo de uma organização cruel que quer roubar seu novo bichinho, um dragão ameaçado de extinção, Gustavo se mete em furadas seguidas e tenta manter o equilíbrio e a segurança.

Personagens e Universo

A construção das personagens é exemplar e Anotsu teve todo o cuidado do mundo ao construir personalidades distintas, fazendo toda a diferença na ideia final da narrativa.

O Universo inventado também é um charme à parte. Com um idioma pessoal, importâncias próprias e cheio de discussões que transitam entre a Belo Horizonte de Gustavo e o nosso mundo real, o senso de humor do autor toma o cuidado de levantar importantes observações sobre o mundo atual para as crianças.

O debate sobre extinção e tráfico animal estão ali, sempre presentes, e essa ideia nos faz lembrar de como o filme Rio debateu esse mesmo tema com tanta excelência, tal qual Jim Anotsu fez agora, com seu livro.

Expectativa x Realidade

Figura: Divulgação/Arquivo pessoal

Quando eu pedi esse exemplar, eu esperava uma narrativa que misturasse o universo de Os Serviços de Entregas da Kiki, filme de 1989, feito pelo perfeito Hayao Miyazaki e algo como Monstros, S.A, de 2001, lançado pela Pixar.

A realidade me surpreendeu para o bem!

A narrativa de Jim Anotsu foge completamente de qualquer coisa nesse estilo. Apesar de falar sobre um serviço de entregas, a comparação com o filme de Hayao Miyazaki para por aí mesmo, e com Monstros, S.A. a história nem chega perto.

 Agora nos conta lá nas nossas redes sociais se você quer ler esse livro também: Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Cinema Entretenimento

Top 5: filmes que toda criança deveria assistir

Hoje é Dia das Crianças e, para não passar em branco, nós fizemos uma lista com cinco filmes imperdíveis para todas as crianças 

Para não perder o Dia das Crianças, reunimos cinco filmes que fazem todo o sentido nesta data. Não só para festejar as crianças que conhecemos, mas porque esses filmes também fazem sentido para as nossas crianças interiores e para causar nostalgia.

Pequena Miss Sunshine (2006)

Foto: Divulgação

Lançado durante os primeiros anos do século XXI, Pequena Miss Sunshine conta sobre a família Hoover, e como a pequena Olive sonha em ser miss. Seu treinador é seu avô e para chegar a tempo no concurso de pequena miss, a família se vê obrigada a passar horas dentro de uma kombi amarela que não é lá muito boa.

Com o pai, a mãe, o avô, o tio e o irmão, Olive aprende sobre família, objetivos, dores, frustrações e riscos. E, por incrível que pareça, se divertir é a palavra de ordem.

A gente destaca o momento clássico do filme quando Olive, minutos antes de entrar no palco, se olha no espelho e tenta se ver como uma menina mais magra, mas em seguida ela mesma se elogia.

Luca (2021)

Foto: Divulgação

A gente ama um filme da Pixar e é lógico que Luca não poderia ficar de fora desta lista de filmes que toda criança deveria assistir.

Luca é uma criatura do mar que teme os humanos porque foi ensinado que todos os humanos são monstros, mas com uma curiosidade aguçada e um temperamento gentil, ele acaba fazendo amizade com Alberto, uma criatura marinha que adora o mundo humano.

Luca é um filme que debate sobre amizade, família e medos, assim como fala sobre curiosidade e inocência. As crianças podem aprender muito sobre como lidar com sentimentos negativos, que não são nada além de sentimentos e, por isso, precisam existir e serem sentidos.

O Expresso Polar (2004)

Foto: Divulgação

Para reviver a magia do Natal que toda criança já sentiu pelo menos uma vez na vida, O Expresso Polar é um filme muito importante para as crianças que fomos e para as gerações que vamos criar.

O filme conta sobre um menino que não acredita em Papai Noel e tenta convencer a sua irmã mais nova de que a magia do Natal não passa de uma farsa inventada pelos adultos e pelas corporações de vendas de brinquedos. Até que, na véspera de Natal, um trem expresso para bem na sua porta. O expresso vai ao Polo Norte, levar algumas crianças para conhecer o Papai Noel.

Embarcar na magia do natal – seja na época do ano que for -, é como restaurar nossa fé no mundo. E, a grande moral de que acreditar tem que ser o bastante, faz com que toda criança aprenda uma valiosa lição: a de ver magia e acreditar no sentimento de esperança.

Viva – A Vida É uma Festa (2018)

Foto: Divulgação

É Pixar que não acaba mais! E a gente ama.

Miguel vem de uma família de sapateiros, mas tudo que ele mais quer é ser cantor. Apaixonado pela descoberta de que seu bisavô pode ter sido o famoso músico Ernesto de la Cruz, ele parte para uma aventura no mundo dos mortos, bem no Día de los Muertos.

Encontrar seus entes queridos já falecidos, aprender sobre herança e tradição, e desafiar a si mesmo e seguir seu instinto são algumas das lições mais importantes do filme. Com cores e festejos mexicanos, as crianças aprendem sobre cultura também e, de bônus, conhecem a comemoração do dia dos mortos do país e ainda descobrem artistas que fizeram do México um lugar tão artístico.

A viagem de Chihiro (2001)

Foto: Divulgação

Depois de ser obrigada a mudar de cidade, Chihiro se vê presa em uma terra mágica e completamente sozinha, já que seus pais acabam virando porcos logo no início da aventura.

Amadurecimento, autoconhecimento, coragem e confiança são temas centrais, mas a principal lição que Chihiro nos ensina é sobre como lidar com traumas de infância e como fortalecer o caráter e se entender como uma pessoa capaz.

A história é linda e traz a cultura japonesa para bem perto de nós, usando de silêncio e espera para nos mostrar que nem tudo na vida é ação. Em alguns momentos somos só observação. E isso também é válido.

Você ainda revive a sua criança interior ou vai usar as dicas para as crianças da sua família? A gente quer muito saber! Nos conta lá nas redes sociais:  Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Cultura Latina Entretenimento Latinizei

Latinizei | Frida Kahlo: latina, militante e PcD

Frida Kahlo é um ícone da cultura POP atual e além de militante, era uma pintora renomada de seu tempo, latina com orgulho e Pessoa com Deficiência

Talvez você conheça a figura de Frida Kahlo, que o feminismo atual reproduz em blusinhas, quadros e até fantasias. Frases da pintora e até mesmo alguns de seus quadros são constantemente lembrados em contextos atuais, e o Museu Frida Kahlo recebe visitantes do mundo todo há anos…

Mas você sabe quem foi Frida Kahlo para além da marca comercial que ela se tornou?

Se a resposta for não, tudo bem. A gente, aqui do Entretetizei, te apresenta as várias faces dela. E se a resposta for sim, você pode usar esse post para aprender ainda mais sobre essa figura incontestavelmente genial.

Pessoa com Deficiência

Foto: Divulgação

Frida Kahlo nasceu em 6 de Julho de 1907, e é habitual passar despercebido o fato de que ela se tornou uma Pessoa com Deficiência ainda na infância.

Com seis anos de idade, Frida foi acometida pela poliomielite e isso fez com que uma de suas pernas se tornasse mais curta e a garantiu um andar coxo que a acompanharia pelo resto da vida. Isso a afastou das outras crianças durante a infância por causa do bullying, mas nunca a impediu de ser exatamente quem queria ser.

Frida sofreu, aos 18 anos de idade, um terrível acidente de bonde que a mandou para o hospital em estado grave. Uma barra de ferro a atravessou ao meio e isso gerou problemas permanentes em sua vida. Mas foi justamente esse acontecimento que a  permitiu se tornar uma pintora genial.

Estimulada pelo pai, de quem era muito próxima, Frida começou a pintar ainda no hospital, acamada, com a ajuda de um cavalete especial e um espelho sobre sua cama.

Tanto a poliomielite da infância, quanto o acidente aos 18 anos, foram cruciais e determinantes para a aparência de Frida – que adotou grandes saias para esconder as pernas -, e para a sua importância de representatividade para todas as Pessoas com Deficiência, em seu tempo e nos dias de hoje.

Bissexual e livre de padrões femininos

Foto: Divulgação

Não é difícil ler sobre os comportamentos não binários de Frida Kahlo, e sendo reconhecida em algumas biografias como uma pessoa andrógina, é possível encontrar fotos de família no qual Frida se veste com os padrões de vestimenta masculinos de seu tempo.

Diferente do que se pode deduzir por questões de conduta da época, a família Kahlo não considerava estranho ou alarmante Frida fugir da figura socialmente aceita como feminina, e nunca houve retaliação pelo gosto dela em transitar entre os gêneros de forma espontânea.

Frida Kahlo também era bissexual, e vivia sua sexualidade com liberdade, inclusive sendo muito estimulada a manter relacionamentos com outras mulheres por parte de seu marido, Diego Rivera.

Apesar da chateação de Diego com casos envolvendo outros homens de Frida, a ideia de mulheres não o assustava, e mesmo sabendo que isso é só um machismo velado de progressão, já que a idade de duas mulheres é erotizada pelo sistema patriarcal, Frida tinha liberdade de usufruir de sua sexualidade igualmente fluída, sem nenhum tipo de pressão ou constrangimento familiar ou marital.

A aparência não binária de Frida pode ser vista em retratos de família e até mesmo em sua obra Autorretrato com Cabelos Cortados.

Militante

Foto: Divulgação

O casamento com Diego Rivera foi crucial para que Frida aprendesse ainda mais sobre direitos iguais e abraçasse a causa marxista para si.

Tendo tido o estímulo familiar para estudar cultura, política e filosofia, ensinada a manter a mente alerta, a apreciar seu povo e suas raízes, Frida encontrou em Diego Rivera mais do que o amor de sua vida, e um artista irreverente e popular. Diego era membro do partido socialista e incentivou Frida a aderir à causa.

Em 1937, o casal Rivera chegou a receber Leon Trotsky e sua esposa, Natália, em sua casa. Eles vinham ao México procurando asilo, já que Trotsky era um revolucionário comunista perseguido em sua terra natal, a Rússia.

Mas antes de receber o casal Trotsky e de pensar em ter um caso com Leon, Frida já era parte do partido comunista mexicano e levantava a bandeira da igualdade entre os gêneros e as classes. E ainda antes disso, Frida Kahlo se via diretamente ligada às constantes batalhas civis de seu país.

Tendo vivido uma infância no México que vivia em revoluções por conta da Guerra de Independência, Frida Kahlo era uma revolucionária militante por natureza e adorava ir contra o costumeiro silêncio feminino típico de seu tempo.

Surrealista? Feminista?

Foto: Divulgação

É impossível falar sobre Frida Kahlo e não falar sobre feminismo ou sobre surrealismo. Os ismos eram um marco indiscutível na vida da artista.

Chamada para participar e integrar o meio artístico de seu tempo, incentivada a dividir espaço artístico com os grandes artistas do movimento surrealista, que não só tinha força em seu tempo, como também tinha concentração criativa na boêmia Paris dos anos 20. Frida Kahlo chegou a ir à Europa, mas recusou a ideia de igualar sua obra com o que encontrou no movimento surrealista.

As pinturas de Frida eram sempre sobre o realismo psicológico que ela tinha em sua vida pessoal, e obras como A Coluna Partida e Hospital Henry Ford (ilustrada acima), são provas indiscutíveis disso para que Frida se permitisse ser vista como surrealista.

Hospital Henry Ford é uma obra que explora a perda de uma mãe que sonha com um bebê que não pode ter. Incapacitada de ser mãe biológica por causa do acidente de bonde sofrido aos 18 anos, Frida teve abortos dolorosos e traumáticos, e jamais realizou o sonho da maternidade.

Até mesmo a lesma em sua tela tem um significado, explicado por ela mesma alguma vez: é uma referência à lentidão do aborto.

E falar sobre seu relacionamento abusivo, suas dores causadas pelo acidente de bonde e seus abortos, fez de Frida Kahlo uma mártir feminista. Apesar de nunca ter levantado a bandeira feminista diretamente, é compreensível que ela tenha sido sim uma militante da causa.

E por que não ver suas obras como um grito de guerra para nós, feministas do século XXI?

Frida Kahlo na arte atual

Foto: Divulgação

Pessoa com Deficiência, bissexual, militante, educadora, pintora, ícone fashion, feminista, livre e, sem dúvida, uma sobrevivente da própria vida. Frida Kahlo é uma das maiores provas de que a mulher latina é mais do que a visão eurocêntrica e preconceituosa que o mundo tem sobre todas nós.

Frida Kahlo foi um ícone em todos os sentidos e ainda hoje é retratada em espaços culturais e lembrada em diferentes meios de arte.

O filme Frida (2002) é uma ode a existência de Frida Kahlo e é, sem dúvida, a forma mais rápida e educativa para se conhecer um pouco mais da biografia da artista. Mas não é só de conteúdo complexo vive a memória da pintora…

No longa da Pixar, Viva – A Vida É uma Festa (2018), é possível encontrar uma Frida Kahlo pensada para o público infantil, mas sem perder o encanto cru de quem a pessoa real foi em vida.

 Agora conta para a gente: você já sabia tudo isso sobre Frida Kahlo? E também queremos saber quem mais você quer ver aqui no Entretê… Nos conta lá nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

Categorias
Entretenimento Livros Resenhas

Resenha | Amor & Azeitonas: uma Grécia para se apaixonar

Amor & Azeitonas é um romance leve e apaixonante, que merece mais do que sua atenção 

Liv Varanakis é uma garota que decidiu o tipo de vida que teria: um namorado perfeito, a imagem parisiense dos sonhos e uma armadura sobre Atlântida e sobre a Grécia. O problema é que bem perto de ir para a viagem de formatura do seu namorado perfeito, Liv recebe um cartão-postal da Grécia, que veio diretamente do seu pai.

Isso seria completamente normal, se seu pai não tivesse simplesmente sumido no mundo quando ela tinha oito anos, e simplesmente abandonado ela e sua mãe para se virarem por aí.

Quando sua mãe a obriga a ir para a Grécia, em resposta ao pedido que seu pai fez no cartão-postal, Liv acha que sua vida vai desmoronar. E isso acontece mesmo, quando ela pisa em solo grego e conhece Theo, o ajudante de seu pai em um projeto misterioso.

Autora

Foto: Divulgação

Jenna Evans Welch é o tipo de autora que sabe muito bem o que está fazendo, e para não decepcionar, ela escolhe um país para cada uma de suas protagonistas.

Primeiro com Amor & Gelato, depois com Amor & Sorte e agora com Amor & Azeitonas, Jenna apresenta ao seu público sua visão de mundo. Literalmente falando.

Se você já tinha se apaixonado pela Itália e pela Irlanda que a autora criou em seus romances anteriores, agora chega a vez de conhecer a Santorini, em solo grego, que ela escreveu com tanto amor. E todo o amor que ela criou por lá!

Em um padrão de sua escrita leve e sempre em primeira pessoa, Jenna Evans Welch tem o dom de criar uma representação fofa de aventuras que ela mesma poderia ter vivido, e que cada pessoa também poderia viver.

A escrita

Foto: Divulgação

A escrita é muito gostosa e o romance convence bastante. Jenna é uma autora que adora dar um clima autêntico para cada uma de suas personagens.

Mas vale lembrar que, mesmo o livro sendo muito bem escrito e tendo uma capacidade apaixonante enorme, não há nenhuma grande novidade na grade de roteiro da autora, porque tudo é muito parecido no seu jeito de comunicar uma história, seja nos anteriores ou nesse livro.

O que eu mais gostei em Amor & Azeitonas, foi como ela usou a lista de itens que o pai da Liv deixou para trás… Cada item da lista é um capítulo do livro, então descobrimos como cada um desses tópicos tem uma ligação direta com Liv e seu pai Nico, e como isso se encaixa com a versão dele de Atlântida.

A edição

Foto: Divulgação

A editora tem uma jogada própria, e seu padrão permite que suas capas sejam sempre como as originais, que vemos por aí em bookstagrams gringos.

O cuidado da edição é impecável e eu amei como existe um padrão entre esse livro e os outros livros da autora, também publicados no Brasil pela Intrínseca.

Tive a oportunidade de ver a versão original do livro, e a tradução também foi feita com muito esmero, vale a pena tentar entender as duas versões para quem está aprendendo um novo idioma: seja você um falante de português que quer ler as duas edições ou um falante de inglês que está aprendendo português.

Agora conta para a gente – nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face -, o quanto você se empolga com a ideia de ler esse romance bem clichê?

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

plugins premium WordPress

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Acesse nossa política de privacidade atualizada e nossos termos de uso e qualquer dúvida fique à vontade para nos perguntar!