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A evolução do teatro turco: da tradição ao sucesso dos musicais

Descubra como o teatro turco evoluiu ao longo dos séculos e hoje brilha com shows de grande sucesso que conquistaram plateias mundialmente

O teatro turco possui uma história incrível, com muita cultura e riqueza. Suas raízes apontam para as tradições do Império Otomano. Naquela época, o teatro estava crescendo aos poucos, passando por altos e baixos. Entretanto, com o passar do tempo, a arte teatral evoluiu muito, abraçando o folclore, a religião e a modernidade, tornando-se uma expressão cultural vibrante reconhecida nos dias de hoje.

As origens do teatro turco
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Foto: reprodução/Daily Sabah

A história do teatro turco começou não muito tempo atrás. Foi no século X que os antigos habitantes turcos, os povos tribais, começaram a interagir entre si, promovendo arte e cultura na região com performances teatrais. Uma das maneiras que a população viu para promover o teatro foi com a performance Karagöz e Hacivat, que imortalizou um estilo teatral de sombras muito popular na época do Império Otomano e que envolvia marionetes. Elas  eram projetadas em uma tela, enquanto quem estava por trás delas trazia questões sociais e políticas, mas sempre com um toque de humor e sátira. 

Além desse estilo, tem o Meddah, que se trata de um ator e contador de histórias. O artista chegava com enredos e dramas de tirar o fôlego. Por fim, temos o Ortaoyunu, um gênero muito popular e queridinho que se originou e ganhou fama no século XIII. Sua apresentação consiste em atores encenando em praça pública, ao ar livre, com um peregrino, um velho tolo, um jovem e uma mulher frívola.

Com o passar do tempo, a Turquia foi se modernizando. No século XIX, com o Império Otomano, trouxeram para o país influências do teatro europeu. Tütüncüoğlu Michael Naum Efendi, por exemplo, construiu o primeiro teatro turco no século XIX, o Teatro Naum (Naum Tiyatrosu), em IstambulTambém dizem que o primeiro teatro, com pessoas se apresentando e performando suas artes, é o Gedik Pasha, fundado em 1869 também em Istambul. Nele, os atores turcos nativos encenavam suas peças, em turco, e faziam performances mundiais, desde Shakespeare até Heiner Müller.

O teatro turco na modernidade
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Foto: reprodução/Cultura.Istanbul

Após a proclamação da República da Turquia, em 1923, houve pautas e esforços para transformar o teatro em uma parte importante do país, um patrimônio cultural. Além disso, anteriormente, em 1914, a Municipalidade de Istambul criou o Teatro Imperial Otomano Darülbedayi (Casa das Belas Artes). Em 1935 foi fundado o Teatro Municipal da Cidade de Istambul e o primeiro teatro infantil turco da cidade. Sua mente visionária e generosidade fizeram com que o chamassem de pai do teatro turco.

Um dos grandes nomes do teatro moderno é Muhsin Ertuğrul, visto como o pai dessa arte. Ele contribuiu para a profissionalização da arte teatral, trazendo contemporaneidade aos palcos. O teatro, por exemplo, ao passar dos anos, foi se diversificando e se atualizando sobre as questões sociopolíticas recorrentes. Outro ponto também é a influência do ocidente no teatro oriental; é uma mistura do oriente com o ocidente. 

Atualmente, os teatros na Turquia são divididos nas categorias governamentais, municipais e independentes. A cidade de Istambul abriga o maior número de teatros municipais, enquanto Ancara, a capital da Turquia, possui a maioria dos teatros governamentais. 

Agora, os teatros privados surgiram em Istambul, rodando em diversas cidades do país, com atores famosos no comando deles. Instituições importantes, como o Teatro Estatal da Turquia e algumas companhias independentes, ajudaram e ainda ajudam a democratizar e expandir o acesso e a popularidade das peças teatrais pelo país.

Teatros históricos turcos
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Foto: reprodução/Éfeso

Quando for à Turquia, visite os magníficos teatros históricos que costumavam promover a arte nas cidades antigas. É uma experiência única e imperdível. Um deles é o Teatro de Éfeso, localizado na província ocidental de İzmir. Atualmente, esse teatro ao ar livre recebe artistas e orquestras famosos do mundo todo para aproveitar a acústica única. A galera enche o lugar para apreciar o espaço e ver as apresentações. Sua capacidade é de 20 mil pessoas.

A província de Muğla, localizada no ocidente do país, é o lar do teatro do Período Imperial pré-romano conhecido como Teatro Antigo de Bodrum. Este antigo teatro podia acomodar cerca de 12 mil pessoas. Além disso, muitos teatros históricos estão na cidade mediterrânea de Antalya. Estes são Myra, Xanthos, Aspendos, Antiphellos e Termessos.

Teatros independentes turcos
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Foto: reprodução/E-GAZETE Anadolu Üniversitesi

Os teatros independentes se concentram mais em métodos para chamar a atenção do público. Nos últimos tempos, a maneira de contar histórias foi mudando, então é necessário trocar essa ideia com o público mais jovem. As produções do Tiyatrotem, fundado por Şehsuvar Aktaş e Ayşe Selen ilustram muito bem essa tendência. 

Eles estão trazendo o teatro de sombras tradicional turco, as marionetes, a contação de histórias e os elementos do teatro dramático de uma maneira que as novas gerações se sintam atraídas e gostem do teatro do país. Alguns teatros independentes usam seus palcos para cobrir tópicos sensíveis, como homossexualidade, questões de gênero, subculturas, machisto e muitos outros tabus e problemas sociais. 

Um exemplo de teatro independente é o que os artistas de Seyyar Sahne fazem. Eles experimentam textos não teatrais, como romances, e os interpretam de uma maneira única,  trazendo-os à vida no palco. O objetivo é mudar o senso comum que as pessoas têm do teatro e apresentar esta arte como uma força dinâmica. Eles misturam narrativa e teatro físico como o epítome de um único ator em um palco sem nenhuma decoração. Sua produção mais proeminente, Dangerous Games, é uma adaptação talentosa do romancista turco Oğuz Atay.

O teatro turco percorreu um longo caminho desde as suas formas tradicionais até a modernidade dos musicais de sucesso. Atualmente, o país se destaca por sua produção diversificada, que equilibra tradição e inovação. Para quem deseja conhecer mais sobre a cultura turca, assistir a uma peça ou musical é uma excelente porta de entrada.

 

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Leia também: Ervas na Turquia: tradição. sabor e cultura

 

Texto revisado por Cristiane Amarante, Isabella Pontes e Karollyne Silva

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XG lançará novo álbum com novas versões de seus maiores sucessos

O popular grupo de sete integrantes anunciou o lançamento do seu novo projeto, que traz versões repaginadas dos maiores sucessos do grupo

Sob a produção de Jakops Simon Junho Park, fundador e produtor executivo da XGALX, o álbum XDM Unidentified Waves é um projeto inovador que proporcionará aos fãs a oportunidade de explorar uma dimensão musical única e inédita do XG. 

A produção traz novas versões dos maiores sucessos do grupo, repaginados em estilos variados como Jersey Club, Big Room, Future House, Trance, Piano House e Hard Rock.

O álbum destaca a assinatura X do grupo, entregando faixas reinventadas e expressões ousadas do XG, proporcionando aos ouvintes uma experiência incomparável do X-POP. Todas as músicas ultrapassam fronteiras com uma frequência diferenciada, ampliando seu público e expandindo horizontes. 

Com a mensagem nova raça, quebrando fronteiras, o lançamento reforça a identidade da XGALX de romper barreiras para criar novas culturas dentro da música.

Sobre o XG

O XG é um grupo feminino inspirado no hip-hop/R&B composto por sete integrantes: Jurin, Chisa, Hinata, Harvey, Juria, Maya e Cocona. O nome do grupo, XG, significa Xtraordinary Girls, Garotas Extraordinárias, refletindo o compromisso delas em empoderar pessoas de diversas origens ao redor do mundo por meio de músicas e performances que rompem barreiras. 

Elas debutaram em março de 2022 com o primeiro single,Tippy Toes, e rapidamente fizeram história ao se tornarem as primeiras artistas japonesas a alcançar o primeiro  lugar na parada Hot Trending Songs Powered by Twitter da Billboard. O XG também foi o primeiro grupo feminino japonês a estampar a capa da revista Billboard dos Estados Unidos, conquistando feitos notáveis em escala global. 

O impacto global

Nos últimos anos, o XG vem conquistando espaço no cenário global. Em 2024, o grupo alcançou um grande marco no cenário global com o álbum AWE, que estreou na lista U.S. Billboard 200 e ranqueou no chart Billboard Heatseekers Album. O septeto também deu início à sua primeira turnê mundial, a XG 1st WORLD TOUR – The First HOWL, passando por 26 cidades, com 29 performances, atraindo um público total de aproximadamente 200 mil pessoas na Ásia, América do Norte, Inglaterra e Europa.

Em 2025, o XG continuará sua jornada global com shows adicionais no Japão, além de apresentações na Austrália, em fevereiro, e em março, a turnê segue para a China. Também está prevista uma passagem pela América do Sul, ampliando o alcance do grupo. Ainda em abril, o XG fará história como o único grupo japonês confirmado para se apresentar no Coachella Valley Music and Arts Festival 2025, marcando mais uma conquista significativa em sua ascensão global.

Os fãs e admiradores do XG podem esperar novas perspectivas e surpresas musicais no lançamento XDM Unidentified Waves, que estará disponível digitalmente a partir desta sexta-feira, 31 de janeiro.

Na expectativa para o novo álbum do XG? Comente nas redes sociais do Entretetizei – Insta, Face e X – e siga a gente para não perder as notícias do mundo do entretenimento e da cultura.

Leia também: 7 B-sides de K-pop que são tão incríveis quanto as faixas-título 

Texto revisado por Angela Maziero Santana 

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Başka Bir Sen: divulgado pôster oficial do filme

Um dos filmes mais aguardados do ano na Turquia ganha pôster e previsão de estreia

Com elenco de peso e um roteiro surpreendente, Başka Bir Sen é um dos filmes mais aguardados na Turquia para este ano. O longa, estrelado por Ezgi Mola e Giray Altınok, promete encantar o público abordando os desafios de se construir uma família. Filmado em Istambul, a produção da MGX Film será exibida no Disney+, com estreia prevista para março.

Confira o pôster:

Başka Bir Sen
Foto: divulgação/Disney+
Sinopse

A trama acompanha Mümtaz, que vive uma eterna bagunça, e Derya. Os caminhos dos dois se cruzam após um grande acidente. Esse encontro inesperado irá moldar ambos e vamos acompanhar como eles tentam, entre altos e baixos, se tornar uma família, enfrentando as dificuldades e as delícias dessa jornada. E claro, o amor deles será testado de todas as formas – o que inclui aprender a lidar com as surpresas que a vida reserva.

Atores confirmados na produção
Başka Bir Sen
Foto: reprodução/Onedio

Além de Ezgi e Giray, o elenco principal é constituído por Kerem Özdoğan (The Prince, 2023), Şükran Ovalı (Yeni Dünya, 2015), Nevra Serezli (Kocan Kadar Konuş, 2015), Hüseyin Avni Danyal (Yargı: Segredos de Família, 2021), Deniz Cengiz (Kusursuz Kiracı, 2022), Ömer Faruk Çavuş (Between Family, 2017), Cihat Tamer (O Milagre, 2015), Nergis Çorakçı (Hunting Season, 2010), Mine Teber (Cennetin Çocukları, 2008) e Osman Alkaş (Yeniden Başlamak, 2024).

 

Você conhece algum dos atores do elenco? O Disney+ Turquia não para de nos surpreender! Não se esqueça de acompanhar o Entretê nas redes sociais – Instagram, Facebook, X – e confira todas as atualizações do mundo do entretenimento.

Leia também: Kardelenler tem data de estreia divulgada

 

Texto revisado por Alexia Friedmann

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Notícias

CarnaUOL 2025 apresenta Christina Aguilera, Sean Paul, Steve Aoki, Ana Castela e muito mais

O festival está marcado para o dia 8 de fevereiro em São Paulo e, pela primeira vez, terá atrações internacionais no seu line-up

Com o início de 2025, o Carnaval já está batendo à porta! A 10ª edição do CarnaUOL está chegando e contará – pela primeira vez – com artistas internacionais entre as atrações do line-up, sendo eles: Christina Aguilera, Sean Paul e Steve Aoki. Também vão marcar presença na programação importantes nomes nacionais, como Cláudia Leitte, Belo, Ana Castela, Tony Salles, KVSH, DJ Sofia, Deekapz e Yori, dupla vencedora do Toca Revela, o Reality.

O evento, conhecido por iniciar a maratona de Carnaval na cidade de São Paulo, acontece no próximo dia 8 de fevereiro, no Allianz Parque, e será feito em parceria com a 30e, maior produtora brasileira de entretenimento ao vivo.

Sobre as atrações

Com uma série de sucessos e reconhecida por seus vocais incríveis, Christina Aguilera veio ao Brasil apenas para programas de TV e campanhas publicitárias. A participação da cantora marca uma mudança significativa para o festival. Com mais de 25 anos de uma carreira superlativa, espera-se que ela apresente alguns de seus maiores hits. Trazendo ainda mais musicalidade para o evento, o rapper jamaicano Sean Paul, ícone dos anos 2000, também irá apresentar clássicos que marcaram a sua trajetória, a exemplo de I’m Still in Love With You.

Para fechar a lista dos artistas internacionais, também haverá a presença de um dos maiores DJs do mundo, o americano Steve Aoki. Os representantes brasileiros escalados para o festival serão responsáveis por mostrar a amplitude e a diversidade musical do país. Claudia Leitte subirá aos palcos do CarnaUOL mais uma vez. Já Ana Castela, com uma carreira de destaque e uma base enorme de fãs, levará o sertanejo ao evento.

Informações

Data: 8 de fevereiro de 2025 (sábado)

Abertura dos portões: 12h

Local: Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo, 1.705 – Água Branca – São

Paulo/SP

Classificação Etária: 18+

Setores e preços:

Cadeira Superior – R$ 195,00 (meia-entrada) / R$ 234,00 (social) / R$

390,00 (inteira)

Cadeira Inferior – R$ 295,00 (meia-entrada) / R$ 354,00 (social) / R$

590,00 (inteira)

Pista – R$ 345,00 (meia-entrada) / R$ 414,00 (social) / R$ 690,00 (inteira)

Front Stage PagBank – R$ 945,00 (meia-entrada) / R$ 1.014,00 (social) / R$

1.290,00 (inteira)

Vendas on-line em: eventim.com.br

Bilheteria: mediante disponibilidade

 

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Leia também: I Wanna Be Tour: confira o line-up da 2ª edição do festival

 

Texto revisado por Layanne Rezende

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Precisamos falar sobre a americanização da música internacional

Como o mercado dos Estados Unidos está engolindo identidades culturais e transformando artistas globais em produtos genéricos

A música sempre foi um reflexo da cultura de onde ela nasce. Das batidas tradicionais da África às influências do samba no Brasil, passando pelo pop sul-coreano que domina o mundo hoje, a música tem o poder de carregar em si histórias, valores e identidades. Mas, em um mercado musical globalizado, onde o sucesso parece depender de conquistar o público norte-americano, artistas de várias partes do mundo estão se dobrando às regras dos Estados Unidos. E, com isso, não só eles perdem parte de sua autenticidade, mas nós, como público, também perdemos a chance de experimentar algo verdadeiramente novo e diverso.

O mercado americano é o novo Padrão Ouro? Spoiler: não deveria ser

A obsessão por entrar no mercado americano não é novidade. Desde sempre, alcançar sucesso nos Estados Unidos tem sido visto como o equivalente a “ter chegado lá”, como se esse fosse o ápice do reconhecimento artístico. E é inegável que estamos falando de um mercado gigantesco, com um poder econômico impressionante e uma influência cultural que alcança praticamente todos os cantos do planeta. 

Filmes, músicas, moda, tecnologia — tudo o que sai dos EUA parece ter um peso maior, uma espécie de legitimidade automática que outros mercados, mesmo relevantes, dificilmente conseguem alcançar. Mas será que precisamos continuar alimentando essa narrativa? Será que a busca pelo American Dream artístico não tem um custo alto demais?

O problema de enxergar o mercado americano como um Padrão Ouro está no molde imposto por essa ideia. Não é apenas sobre querer chegar lá, mas sobre as renúncias necessárias para que isso aconteça. Para artistas internacionais, essa conquista geralmente vem acompanhada de uma série de ajustes que vão muito além do natural. 

Se você é um artista latino, por exemplo, é quase inevitável sentir a pressão para cantar em inglês, como se sua língua materna não fosse suficiente para conquistar audiências globais. Músicos europeus enfrentam algo semelhante, muitas vezes precisando abandonar elementos culturais únicos de suas tradições em favor de uma sonoridade genérica e comercial, que se encaixe nos padrões americanos de pop ou rock.

Artistas asiáticos, embora tenham conquistado maior visibilidade nos últimos anos, ainda precisam trabalhar com estratégias calculadas para se alinhar às expectativas do mercado ocidental, moldando suas produções, suas letras e até sua estética para atender aos gostos americanos.

O resultado disso é uma padronização perigosa, que muitas vezes sufoca a autenticidade e a inovação cultural. Em vez de expandir o horizonte artístico global, essa busca por aceitação no mercado americano pode restringir a diversidade, transformando a arte em um produto homogêneo feito para agradar a um único público dominante. Não é raro vermos artistas que, ao tentar se adaptar a esse padrão, acabam perdendo a essência que os torna únicos em seus mercados de origem. 

E mais preocupante ainda é o fato de que essa adaptação não é uma escolha criativa, mas uma exigência da indústria, que prioriza o lucro e a familiaridade em vez de correr riscos com o novo e o diferente. Essa dinâmica não só reduz as possibilidades de inovação cultural, mas também reforça uma hegemonia americana que, no longo prazo, empobrece a arte enquanto ferramenta de expressão universal.

Måneskin e o preço do sucesso global

Pegue o exemplo de Måneskin. A banda italiana explodiu no Eurovision 2021 com Zitti e Buoni, uma música carregada de identidade, cantada em italiano e cheia de atitude europeia. Eles eram frescos, diferentes, e isso fez o mundo inteiro prestar atenção. Só que, ao buscar consolidar esse sucesso global — leia-se americano —, a banda passou por uma transformação evidente.

americanização da música
Foto: reprodução/Billboard

Agora, grande parte de suas músicas são em inglês, o visual parece mais uma releitura estilizada do glam rock americano, e o som perdeu um pouco daquela ousadia que fez deles uma sensação inicial. Além disso, o vocalista Damiano David, se lançou atualmente como uma versão fajuta de Harry Styles, mudando completamente o seu estilo e o de sua música.

americanização da música
Foto: reprodução/Hollywood Reporter

Será que precisamos de mais uma banda de rock em inglês? Ou será que o mundo teria mais a ganhar se Måneskin continuasse a representar a efervescência cultural da Itália? E isso não é uma crítica à escolha deles, mas à necessidade imposta pela indústria: se você quer ser grande, precisa soar universal, e o universal, nesse caso, é apenas um sinônimo para americano.

A fórmula do sucesso mata a diversidade! 

Essa americanização, no fundo, é uma fórmula industrial. As gravadoras e os executivos acreditam que, para vender um artista, é preciso torná-lo compreensível e acessível ao público dos Estados Unidos. Isso significa limpar sotaques, mudar línguas e transformar a sonoridade em algo que não incomode ou exija esforço de quem escuta.

O resultado? Músicas que poderiam trazer novas perspectivas acabam sendo encaixadas em padrões previsíveis. Artistas que têm tudo para serem inovadores e desafiadores, muitas vezes, soam genéricos. O público fica preso em um ciclo de consumir versões diferentes do mesmo produto, enquanto verdadeiras revoluções culturais são limitadas a nichos ou esquecidas.

O preço de trocar a autenticidade pelo mainstream 

Mas o que acontece quando artistas trocam autenticidade por mainstream? Eles podem ganhar números — streams, prêmios, seguidores. Mas perdem algo que nenhum gráfico do Spotify pode medir: a conexão real com suas próprias raízes e com públicos que buscam autenticidade.

Rosalía, por exemplo, é frequentemente celebrada por misturar flamenco com pop e reggaeton, mas mesmo ela já foi criticada por abraçar um som mais genérico em suas tentativas de alcançar um público maior.

americanização da música
Foto: reprodução/Billboard

No entanto, artistas que insistem em manter suas características únicas, como BTS ao cantar majoritariamente em coreano mesmo com um público global, mostram que é possível atingir um sucesso gigante sem abandonar quem você é. Ainda assim, a pressão está sempre ali.

americanização da música
Foto: reprodução/weverse
O problema vai além dos artistas: é também nosso!  

A americanização não é só culpa da indústria. Nós, como público, temos uma parcela de responsabilidade. Quantas vezes olhamos para artistas estrangeiros esperando que eles se encaixem nas nossas expectativas em vez de nos abrirmos para o que eles têm a oferecer? Aceitamos músicas em outras línguas, mas só quando se tornam virais no TikTok. Celebramos a diversidade, mas consumimos apenas o que é embalado e vendido de forma confortável.

@jainmusic

À vous de jouer! #posingideas #festival

♬ Makeba – Jain

@movieminglerecs

Rumänische Musik >> #shurakule #fyp #gönndochfy #gönnabodukek #spotifysonglyrics

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Enquanto público, precisamos parar de exigir que a música internacional seja traduzida — literalmente ou não — para que a gente possa entendê-la. Parte da magia da música é justamente ser um portal para outras culturas, para outros mundos.

É hora de redefinir sucesso e quebrar o monopólio cultural 

O sucesso global não deveria depender de agradar um único mercado. Chegou a hora de redefinir o que significa ser um artista de impacto mundial. Chegou a hora de derrubar a ideia de que o mercado americano é o único que importa.

Se quisermos um futuro musical que realmente reflita a pluralidade do mundo, precisamos apoiar artistas que se recusam a apagar suas raízes. Precisamos consumir músicas em outros idiomas sem achar que elas precisam de uma versão em inglês para funcionarem. E, acima de tudo, precisamos valorizar a autenticidade como o verdadeiro diferencial em um mundo onde o genérico está sempre na moda.

A música internacional tem o poder de conectar o mundo. Mas, para isso, precisa ser verdadeira — não uma sombra de um molde americano.

Qual a sua opinião sobre isso? Conte pra gente e nos siga nas redes sociais do Entretetizei — Facebook, Instagram e X — para mais novidades sobre o mundo pop.

Leia também: Prêmio Lo Nuestro 2025: Anitta, Karol G e Shakira estão entre as indicadas

 

Texto revisado por Kalylle Isse

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Especial | Orgulho e Preconceito: como a obra se atualiza 212 anos depois?

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Música Notícias

The Driver Era revela o novo single Same Old Story

A dupla passará pelo Rio de Janeiro em 30 de abril e em São Paulo em 2 de maio

Nesta terça (28), a dupla de alt-pop The Driver Era, formada pelos irmãos Ross e Rocky Lynch, anuncia seu quarto álbum de estúdio, Obsession, que será lançado em 11 de abril em todas as plataformas. Além disso, a dupla presenteia os fãs com mais um gostinho do álbum através do novo single Same Old Story, já disponível.

Confira aqui:

Same Old Story é uma faixa contagiante e que oferece um vislumbre do que os fãs podem esperar do próximo álbum. Movida por uma mistura de sintetizadores, a música combina tons inspirados nos anos 80 com uma produção pop moderna, criando um som que é verdadeiramente único para a banda.

Obsession, o sucessor do Summer Mixtape (2022), mostra a evolução da arte da dupla em uma direção dinâmica. Letras inteligentes, apoiadas por nuances melancólicas e grooves, destacam a mudança da banda para uma escrita mais confessional e a descoberta de sua identidade sonora. Ao longo das 11 faixas, o novo álbum explora temas como amor, saudade e perda através de um perfil sonoro único e envolvente, repleto de riffs elétricos, sintetizadores robustos e baterias marcantes.

A recente faixa segue os singles anteriormente lançados, como Touch, a incendiária Don’t Walk Away, que detalha um romance intenso, e a cativante You Keep Me Up At Night, todas presentes no próximo álbum. The Driver Era consolidou seu status como uma força dominante no gênero alt-pop, com mais de 400 milhões de streams, 58 milhões de visualizações no YouTube e 28 milhões de seguidores combinados nas redes sociais.

A dupla acaba de concluir uma série de shows na Austrália e Nova Zelândia e eles embarcam na turnê The Driver Era: Obsession Tour, produzida pela Live Nation, onde farão apresentações nos festivais Lollapalooza da América do Sul, e passam pelo Rio, em 30 de abril, no Sacadura 154, e em São Paulo, no dia 2 de maio, para tocar no Tokio Marine Hall. Saiba mais sobre datas e ingressos AQUI.

 

Você está ansiose? Conta pra gente nas redes do Entretê (Instagram, Facebook, X) e nos siga para ficar por dentro das novidades do entretenimento e da cultura!

Leia também: Lady Gaga anuncia data de lançamento do aguardado sétimo álbum, Mayhem

 

Texto revisado por Cristiane Amarante

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Latinizei Música Notícias

Festa latina recebe DJ Baila Lua na próxima edição de carnaval

Com o tema Fiesta de Disfraces, a nova edição da Festa Obsesión promete muita música latina, fantasias criativas e diversão

A Obsesión, uma das festas latinas de São Paulo, prepara uma edição especial para o pré-carnaval de 2025. Com o tema Fiesta de Disfraces, a noite promete ser um encontro imperdível de muita música latina, fantasias criativas e diversão. Esta edição está marcada pela aguardada estreia da renomada Baila Lua, uma das DJs mais queridas da cena latina da capital. O evento acontece no próximo dia 22 de fevereiro, no Mitte Bar, em São Paulo – os ingressos já estão à venda no Sympla.

Após uma série de edições temáticas que celebraram produções argentinas e a cena da música latina alternativa, a Obsesión retorna com uma de suas anteriores propostas: uma festa totalmente dedicada ao melhor do reggaeton e do pop latino. Nesta edição, hits de grandes estrelas como Shakira, Anitta, Karol G, Bad Bunny, Lali, Rauw Alejandro, entre outros, dominam os sets da noite.

Entre os DJs que prometem animar a noite do evento que marca o retorno dessa temática, os organizadores trazem a talentosa Baila Lua. Conhecida por sua conexão única com o público e por entregar os sets mais animados e latinos das noites de São Paulo, a DJ é presença registrada nos lines da festa latina Baila Bichota (SP), Baila Baila (RJ), e também prova sua versatilidade musical nas edições da Gororoba Mistureba Musical. 

É muito emocionante receber o carinho da galera porque me traz a certeza de que estou no caminho certo! O papel de um DJ é se conectar com o público através da música e saber que tenho conseguido fazer isso através da minha curadoria musical me faz amar mais ainda o que faço!”, afirma a artista.

Foto: divulgação

Lua iniciou a carreira em produção de eventos no ano de 2013, expandindo como DJ apenas dez anos depois, ao se mudar para São Paulo, onde percebeu que seu grande amor de infância, o reggaeton, tinha um espaço sendo consolidado e uma oportunidade enorme devido a comunidade latina presente na cidade. 

Com uma curadoria musical que atravessa fronteiras e traz a alma da América Latina, Baila Lua constrói seu repertório com um foco especial em ritmos como pop latino, reggaeton, funk, cumbia e seus subgêneros. Sua habilidade de criar sets atrativos e dinâmicos a transforma em um dos nomes mais promissores da cena.

Além de comandar as pistas, Baila Lua reforça e defende a presença feminina nos line-ups das festas e nos topos das paradas de gêneros urbanos, como Karol G

Com o match perfeito entre a Obsesión e a artista, ela chega com tudo na próxima Fiesta de Disfraces e fala sobre o convite de ser headline da edição de carnaval: “É uma honra! O carinho e o cuidado que tiveram ao me procurar para fazer o convite fez toda a diferença! Encontrar o público da festa pelas pistas é uma alegria sempre, tenho certeza que vamos bailar muito juntos y cantar todas con los pulmones!”, declara.

A conexão diferenciada de Baila Lua com o público e a energia contagiante nas pistas, chamou a atenção dos organizadores do evento. “Ter a Baila Lua com a gente em uma festa é realmente muito especial. Estamos muito felizes em anunciar a presença dela e temos certeza que será mais um set incrível. Vamos todos bailar juntos”, comentam.

Para tornar a noite ainda mais inesquecível e garantir que ninguém fique parado, a festa contará também com as performances dos DJs Gustavo Utopia e DJ Lilipe. Com uma seleção impecável de hits da música latina, eles prometem sets especiais para a Fiesta de Disfraces. 

Inspire-se no seu artista favorito, ponte tu mejor disfraz e venha curtir uma noite pré-carnaval de mucho perreo y reggaeton com a gente no Mitte Bar.

Serviço:

Evento: Festa Obsesión – Fiesta de Disfraces
Data: 22/02/2025
Horário: 20h às 03h
Local: Mitte Bar
Endereço: Rua Rego Freitas, 566 – Consolação, São Paulo
Ingressos: Garanta aqui

O que vai tocar?

Shakira, Anitta, Karol G, Bad Bunny, Rauw Alejandro, Nathy Peluso, Lali, Tini, Emilia, Maria Becerra, La Cruz, C. Tangana, Danna, Cazzu, Quevedo, Kim Loaiza, Aitana, Feid, Nicki Nicole, Bad Gyal, Natti Natasha, Becky G, Tiago PZK, Manuel Turizo, La Joaqui, Lola Indigo e muito mais.

Ficou curioso para ouvir o set da Baila Lua com os principais hits latinos? Comente em nossas redes: Insta, Face e X! E, se quiser participar de leituras conjuntas de livros de romances, entre para o Clube do Livro do Entretê!


Texto revisado por Karollyne de Lima

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Notícias Teatro

Conheça os principais festivais de teatro que acontecem no Brasil em 2025

Festivais teatrais contam com atividades como debates, workshops, além de espetáculos 

Os festivais de teatro são importantes para promover a arte e cultura, permitindo a popularização do acesso às produções teatrais e valorizando artistas locais, do Brasil inteiro. Além de também contribuir para a economia criativa, eles trazem temáticas que promovem reflexão social. Com o intuito de influenciar na formação de público e no intercâmbio cultural, através de uma programação diversificada.

Inclusive no Brasil, o número de festivais de teatro tem aumentado ao longo dos anos. Esses eventos são uma oportunidade para quem gosta dessa arte, mas também para aqueles que têm curiosidade de conhecer mais sobre o teatro.

Festival de Curitiba
Foto: divulgação/p+g

Confira abaixo alguns dos principais festivais de teatro brasileiros para você ficar de olho:

Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto — São Paulo

O Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT Rio Preto), que vai completar 56 anos em 2025, oferece anualmente uma rica programação com espetáculos, workshops e outras atividades relacionadas à arte teatral. Inclusive é conhecido por proporcionar um amplo espaço de discussão sobre as artes. Ao passo que o evento valoriza a diversidade e é um dos mais conhecidos do país. Para mais informações, acesse o perfil oficial do festival no Instagram: @fitriopreto. Em breve, serão divulgadas mais informações da edição de 2025.

Festival de Teatro de Curitiba — Paraná

Com mostras, oficinas e espetáculos, o evento acontece em Curitiba (PR) desde 1992. Além disso, é o maior evento de artes cênicas da América Latina. Com o intuito de ser um dos mais democráticos do país, ocupa espaços como teatros, ruas e praças. Aliás em 2024, o evento estreou a incrível Mostra Surda de Teatro. Em 2025, o evento chegará à sua 33ª edição, com início no dia 24 de março. Para mais informações, acesse o perfil oficial do festival no Instagram: @festivaldecuritiba.

Eram uma vez… Eram duas… Eram três — Paraná

Entre os meses de abril e outubro, acontece nas cidades de Curitiba e Paranaguá a 4ª edição do Festival Infantil Era uma vez… Eram duas… Eram três, com montagens adaptadas pela companhia de teatro Cia Abração. Portanto, serão 36 apresentações gratuitas, com seis espetáculos diferentes. Além disso, o público terá a oportunidade de conferir releituras contemporâneas de seis clássicos mundiais: Mágico de Oz, A Bela e a Fera, Pinóquio, Alice no País das Maravilhas, Peter Pan e O Flautista de Hamelin. Para mais informações, acesse o perfil oficial da produtora do festival no Instagram: @guanabaraproducaocultural. 

Festival Internacional de Teatro de Brasília — Distrito Federal

Um dos mais tradicionais do país, fundado em 1965, o Festival Internacional de Brasília faz um intercâmbio entre a produção teatral e a produção cinematográfica. O evento não apenas exibe uma vasta gama de filmes, longas e curtas-metragens, como também promove debates, palestras e espetáculos. Para mais informações, acesse o perfil oficial do festival no Instagram: @cenacontemporanea_brasilia. Em breve, serão divulgadas mais informações da edição de 2025.

Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia

O Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia tem como diferencial não apenas as performances de dança, mas também os espetáculos teatrais e oficinas. Com o intuito de causar provocações sobre o cenário atual das artes cênicas, o evento de grande relevância para o mercado nacional acontece anualmente em Salvador. Ao passo que é conhecido por ser um dos maiores festivais da América Latina, ele tem foco na diversidade e em promover reflexões sobre a cena cultural contemporânea. Para mais informações, acesse o perfil oficial do festival no Instagram: @fiacbahia. Em breve, serão divulgadas mais informações sobre a sua 16ª edição em 2025.

Porto Alegre em Cena — Rio Grande do Sul

O Porto Alegre em Cena, fundado em 1994, é um dos maiores festivais de artes cênicas da América Latina. Ademais, o evento, que ocorre anualmente na capital gaúcha, apresenta uma programação diversificada, com espetáculos de teatro, dança e outras formas de arte performática. Além disso, o festival também é famoso por trazer ao Brasil produções internacionais de grande relevância. Para mais informações, acesse o perfil oficial do festival no Instagram: @poaemcena. Em breve, serão divulgadas mais informações da edição de 2025.

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Texto revisado por Cristiane Amarante

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