Dirigido pelo mesmo diretor de Vincenzo, Soundtrack #1 estreia em 2022
Alô, dorameiras de plantão, depois de passar dois anos servindo no exército sul-coreano, o príncipe dos doramas Park Hyung Sik está de volta. Além do drama recém lançado, Happiness, foi anunciado ontem (28) que Park e Han So Hee protagonizarão Soundtrack #1 (Why Did You Come To My House), novo dorama dirigido pelo mesmo diretor de Vincenzo, Kim Hee Won.
Soundtrack #1 será um musical sobre um homem e uma mulher que estão apaixonados há mais de 20 anos. Quando os dois se reencontram, acabam indo morar juntos por duas semanas, o que faz com que seus sentimentos um pelo outro fiquem ainda mais intensos.
Park Hyung Sik protagonizará o dorama no papel de Han Su Woo, um fotógrafo em ascensão de poucas palavras, mas com uma grande personalidade. Han So Hee vai estrelar como Lee Eun Soo, uma letrista divertida e sem papas na língua. Já dá pra imaginar o casalzão vindo aí, né?!
Soundtrack #1 está programada para estrear em 2022, e ainda não há informações sobre onde será possível assistir.
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*Crédito da imagem de destaque: Divulgação / Entretetizei
A quinta edição da premiação contará apresentação inédita de um Cypher Indígena e tributo à Marília Mendonça
Este ano acontece a quinta edição do Women’s Music Event by Music2! (WME), a primeira premiação totalmente dedicada às mulheres do universo musical. O WME é uma plataforma de música, negócios e tecnologia criada para aumentar o protagonismo da mulher na indústria.
Idealizada em 2016 por Claudia Assef e Monique Dardenne, a plataforma estreou em março de 2017 com a WME Conference, em São Paulo. Desde então, já foram 5 edições da WME Conference, com mais de 80 horas de conteúdos digitais, dezenas de shows, painéis e workshops ao vivo, impactando um público de cerca de 10 milhões de pessoas em sua história e gerando, a cada ano, cerca de 300 empregos diretos e indiretos.
Neste ano, a premiação contará com a participação musical de mais de trinta mulheres icônicas da música, entre elas estão Luísa Sonza, Marina Sena, Sandra de Sá, Paula Lima e Karol Conká. Só mulher talentosíssima!
O grande destaque desta edição será a presença inédita de um Cypher Indígena no palco. As cantoras indígenas Ray, Aby Llanque e Lyryca serão responsáveis pela apresentação, que será traduzida em forma de poemas e manifestações artísticas em prol da cura, conexão e resgate das raízes latino-americanas.
A cantora Sandra de Sá, uma das grandes homenageadas deste ano, ganhará um maravilhoso e verdadeiro baile black. Intitulado Baile da Sandra, a apresentação promete ser inesquecível, e será realizada ao lado de Preta Gil, Fernanda de Abreu, Paula Lima e Negra Li.
Alice Caymmi, Majur e Bia Ferreira também se apresentarão na premiação, para homenagear ninguém mais que Cássia Eller. As três farão jus à voz marcante de uma das rainhas do rock brasileiro, cantora, compositora e multi-instrumentista, que faleceu há 20 anos.
Para celebrar a popularização da cultura dos bailes, Mc Dricka, Mc Trans e Mc Mari trarão o funk para o evento. Marina Sena e Luísa Sonza também estão confirmadas no palco da premiação e prometem surpreender o público com uma apresentação inédita. A cantora Karol Conká também está de volta aos palcos da premiação, desta vez para apresentar uma música nova.
O Women’s Music Event Awards by Music2! não poderia deixar de prestar sua homenagem à eterna rainha da sofrência, Marília Mendonça, que foi indicada em diversas edições da premiação e chegou a ganhar uma estatueta do WME. Este ano, é uma das indicadas em duas categorias, Música Mainstream e Compositora.
Para honrar a artista, grandes nomes da música brasileira se uniram em um vídeo no qual celebram a história e o brilho de Marília, mantendo sempre a alegria que a artista levava junto de si. Elza soares, Iza, Céu, Roberta Miranda, Daniela Mercury e Negra Li são algumas das artistas confirmadas na homenagem.
A quinta edição do WME Awards by Music2! acontecerá no dia 16 de dezembro, às 20h30, e será transmitida ao vivo pela TNT .
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*Crédito da imagem de destaque: divulgação/ Facebook
Em um clipe descontraído, o grupo de K-pop vira ajudante do Papai Noel
Foi aqui que pediram oito ajudantes de Papai Noel? Hoje (29), o Stray Kids lançou o seu single natalino Christmas EveL, que mostra os integrantes como ajudantes do bom velhinho mega atrapalhados e descontraídos.
Christmas EveL faz piada com as diversas dificuldades trazidas pela véspera de Natal, fugindo completamente das tradicionais músicas natalinas. E não para por aí: como presente para os Stay’s (nome do fandom do Stray Kids), o single veio acompanhado de um EP que inclui outras três músicas temáticas.
Confira o MV de Christmas EveL:
Comeback
O último comeback do grupo foi há três meses, com o lançamento de 소리꾼 (Thunderous), um single realmente estrondoso e que marcou o retorno do Stray Kids para as paradas de sucesso.
O single foi produzido pelos integrantes Bang Chan, Chag-bin e Han, conhecidos como 3RACHA, uma sub unit do grupo, e apostou em um forte hip-hop. O MV, assim como a música, impressionou ao misturar efeitos de animação com os cantores, além, claro, da coreografia magnífica. O single veio junto com o álbum e foi o primeiro comeback do grupo neste ano e o segundo disco.
E você, Stay, o que achou do comeback do Stray Kids? Conta pra gente! E para acompanhar as novidades do mundo do entretenimento, é só seguir a gente lá no perfil doEntretetizeinoInsta,Twitter e noFacebook!
Estrelada por Giovanna Lancellotti, Gabz, Jorge Lopez e André Luiz Frambach, a aguardada série estreia no 1º semestre de 2022
Uma das séries brasileiras mais esperadas de 2022 acaba de ter suas primeiras imagens oficiais divulgadas. Temporada de Verão, da Netflix, foi anunciada no evento virtual TUDUMe já deixou todo mundo morrendo de curiosidade.
A série se passará no badalado Hotel Maresia, localizado em uma ilha paradisíaca, onde Catarina (Giovanna Lancellotti), Yasmin (Gabz), Diego (Jorge López) e Miguel (André Luiz Frambach) vão se conhecer e viver o verão mais inesquecível de suas vidas.
Dirigida por Isabel Valiante e Caroline Fioratti, a produção acaba de ganhar suas primeiras imagens oficiais, matando um pouquinho da nossa curiosidade e já criando expectativa para o lançamento. Confira:
A Netflix garante muita diversão, romance e confusão para aqueles que passarem pelo Hotel Maresia enquanto o grupo de funcionários ‒ que foi trabalhar no resort para conseguir aquela grana extra durante as férias ‒, vai viver experiências que vão mudar suas vidas.
Ainda sem data definida, Temporada de Verãoestreia no primeiro semestre de 2022. E para ficar por dentro de todas as novidades sobre o aguardado show, fique ligado nas nossas redes sociais – Insta,FaceeTwitter.
*Crédito da foto de destaque: divulgação/Aline Arruda/Netflix
A competição de sopradores de vidro mais famosa do streaming ganha versão especial para as festas de final de ano
Quem não ama um bom reality de competição, para maratonar tudo de uma vez e vibrar junto com os participantes? Pensando nisso, Vidrados no Natal é uma ótima opção de entretenimento para você que quer se divertir com algo rápido, criativo e com os dois pés no espírito do Natal.
A produção é uma temporada especial de Vidrados, também da Netflix, que apresenta artistas sopradores de vidro de vários lugares do mundo em uma competição incrível. A arte de moldar e esculpir vidro é fantástica, trabalhosa, demanda muito esforço físico e possui uma imensa quantidade de técnicas diferentes. Acompanhar o trabalho de cada um dos participantes é super satisfatório, e o resultado das artes são de tirar o fôlego.
Junte tudo isso ao clima de Natal, com muita inspiração, paixão e lindas decorações temáticas assim nasce Vidrados no Natal, que resgata participantes da primeira e da segunda temporada de Vidrados que estão em busca do prêmio novamente. O melhor competidor volta para casa com o prêmio de 10 mil dólares, além de, especialmente nesta temporada, uma doação da mesma quantia em dinheiro para a instituição de caridade escolhida pelo participante. Tudo isso sem falar, é claro, no título de campeão do Vidrados, desejado por todos que retornam à competição.
Competição saudável
Se você gosta de acompanhar um programa como esse, já deve ter percebido que, nesse formato, é comum que os jurados sejam rígidos e grosseiros com os participantes, o que, particularmente, sempre me incomodou muito. No entanto, Vidrados no Natal foge dessa máxima, com Bobby Berk e Katherine Gray avaliando as belíssimas esculturas de vidro com rigor técnico, mas tratando todos com gentileza, educação e respeito pela arte de cada um.
Totalmente imerso no espírito natalino, o reality canadense é uma competição saudável, divertida, respeitosa e uma incrível porta de entrada para que o público conheça o trabalho dos sopradores de vidro.
E então, o que você achou da proposta de Vidrados no Natal? Vai conferir a produção na Netflix? Conta pra gente nas nossas redes sociais – Insta, Face e Twitter – e nos acompanhe para ficar por dentro de outras novidades do mundo do entretenimento.
O produtor e diretor cinematográfico japonês, Hayao Miyazaki, decidiu que a aposentadoria poderia ser deixada de lado se fosse para lançar mais um filme de boa qualidade
Hayao Miyazaki é um dos sócios e fundadores do Studio Ghibli, que é a marca responsável por filmes como A Viagem de Chihiro, O Castelo Animado e Meu Amigo Totoro, todos eles dirigidos pelo próprio Miyazaki.
Nossas expectativas já estavam altas quando, em 2020, o Studio Ghibli afirmou que estava com dois novos projetos em andamento, e que Hayao Miyazaki estava a frente do filme How Do You Live? (traduzido para o inglês, do título original Kimi-tachi wa Dō Ikiru ka).
Quando a notícia foi dada, há um ano atrás, era esperado que os projetos fossem lançados em 2020, antes dos Jogos Olímpicos de Verão, em Tóquio. Mas com todas as reviravoltas que a covid-19 causou no último ano, a data de lançamento foi atrasada para 2021 ou 2022.
Mas agora, depois de uma entrevista que Hayao Miyazaki deu para o New York Times, mais informações sobre o longa-metragem foram descobertas. Entre elas, que a obra How Do You Live? é inspirada em um romance de 1937, escrito por Genzaburō Yoshino.
Como todos os tipos de filmes que Hayao Miyazaki assina a direção, How Do You Live? trata sobre temas profundos e sociais, discutindo assuntos como luto, novas adaptações e vida em sociedade.
Na última entrevista que Miyazaki deu sobre o tema, ele foi perguntado sobre como vive ‒ por causa do título do filme, que na tradução livre para o português seria: como você vive? ‒, e, sendo a pessoa direta e prática que sempre se mostrou ser em suas entrevistas anteriores, respondeu: “Estou fazendo esse filme porque não tenho essa resposta”.
A equipe do Entretetizei já está empolgada com essa nova produção, e estamos esperando ansiosamente por um 2022 com lançamentos de Hayao Miyazaki nos cinemas. E você, também não vê a hora? Vamos conversar sobre isso lá nas nossas redes sociais: Twitter,Instae Face.
Maid é uma história emocionante e sensível, que une mulheres e suas jornadas, relações abusivas, maternidade e superação emocional
ALERTA DE GATILHO: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA/RELAÇÕES ABUSIVAS
[Contém spoiler]
A narrativa da primeira temporada de Maid aborda temas complexos demais para serem ignorados, e isso por si só já torna a história uma grande provocação para uma sociedade com homens doentes e mulheres cansadas, com pessoas se entrelaçando em caminhos confusos e problemáticos. Mas a verdade é que é uma bela história de superação.
Alex é uma mulher frustrada com a sua vida, dentro de uma relação abusiva, com uma família complicada e uma filha para sustentar. Quando ela decide abandonar o marido alcoólatra e violento, levando a filha de três anos, no meio da noite, toda a sua história muda.
Maid é uma minissérie pesada, e isso não se discute. Temos agressão emocional e verbal logo no primeiro episódio, com o desespero de uma mulher para se manter intacta e de uma mãe que quer o melhor para sua filha.
Não existem frases curtas para falar sobre a série. Exceto essa afirmação anterior. Então decidimos fazer uma resenha que disseca a vida de Alex (Margaret Qualley) e toda a sua luta por espaço, superação e liberdade.
Mas vale sempre lembrar: Maid é uma história de amor incondicional.
Stephanie Land
Não podemos começar a falar de Maid sem conversar sobre as origens dessa história.
A grande inspiração veio de um livro homônimo, publicado por Stephanie Land. O site Goodreads descreveu o livro como uma história que explora o ponto fraco da classe média alta da América, e como uma forte exposição da pobreza.
Stephanie Land escreveu essa obra inspirada na sua época de faxineira. Ela limpava casas de pessoas de classes mais altas para poder sobreviver e sustentar seus filhos. E nessa fase ela colheu muitas informações sobre essas pessoas, e lhes presenteou com um livro sobre seus luxos comparados com a necessidade de sobreviver ao mundo.
Não é impossível perceber que desde que os EUA começou a crescer de forma financeira e se tornou uma grande potência mundial (depois de muitas guerras e jogos de poder), eles tentam vender para o resto do mundo uma imagem idílica sobre as condições de vida por lá. Falam sobre famílias estruturadas, casas boas e confortáveis, maridos carinhosos e vivência coletiva extremamente agradável. Quase nenhum produto de audiovisual expõe o outro lado da moeda. Mas Maid é uma narrativa de coragem.
“Uma das coisas que mais me orgulha nesta série é ser tão emocionalmente verdadeira com o livro. Há personagens e histórias que não estão na obra, mas acredito que, emocionalmente, a série conta uma história similar e que ambos têm o mesmo fim e a mesma mensagem”, disse Molly Smith Metzler, showrunner de Maid.
Assim como Alex, Stephanie passou anos vivendo abaixo da linha da pobreza, existindo com auxílios do governo e com um salário miserável que recebia de uma empresa de faxina que a contratou. O sonho de Stephanie, tal como o de Alex, era ser escritora, e ela se viu em todos os tipos de situações de desespero para poder sustentar a si e a filha, enquanto estudava e lutava por um diploma.
Relações abusivas [GATILHO]
Se já sentimos o peso da trama triste por saber que Alex é inspirada em uma pessoa real, imagine ver os problemas de Stephanie Land – e milhares de outras mulheres – sendo exposto na tela com tanta realidade.
Sean (Nicki Robinson) é um marido abusivo, que usa de abuso emocional e psicológico para manter Alex sob sua vigilância constante, e manipula muito de seu temperamento agressivo para trazê-la de volta a todo custo.
Com o discurso do alcoolismo, Sean conquista certa simpatia piedosa por sabermos de sua doença com o vício no álcool, mas quando o vemos quebrar coisas, usar de abuso moral e se aproveitar da vulnerabilidade de Alex por conta da filha, sentimos que nem toda dependência química do mundo é capaz de lhe render perdão.
Maid trata com realidade, e corre o risco de ser sincericida, sobre agressão doméstica. É difícil não sentir mal estar, até mesmo quando não passamos por aquela exata situação.
Sean é mais um homem dentre todos aqueles que formam uma lista de mais de 80 mil mulheres agredidas ao redor do mundo. Com cenas fortes em que ele quebra coisas e taca objetos em Alex, momentos em que ele abusa da substância do álcool e destrói o pouco que ela já tentou reconstruir, com a fuga de Alex e seu sono no acostamento da estrada, somado aos momentos em que ele usa de tons agressivos e demonstra grosseria até mesmo com a filha, são pontos certeiros em uma sociedade falida, cheia de relações amorosas que são desastres absolutos.
É ainda mais desesperador perceber que Alex também é uma filha do abuso doméstico. O abandono do pai na sua hora de necessidade já é um grande indicativo de que, não à toa, Sean é sempre um pobre coitado perante seus olhos, enquanto a mãe, desligada da relação com a filha, pensa que os problemas com Sean não são tão graves assim.
Mas como uma vítima de abuso doméstico, não tratada sobre seus traumas, veria problema em um homem psicologicamente abusador? Temos que partir do ponto que, mesmo parecendo absurdo: os traumas das mães vítimas dessas relações podem ser cruciais para que não vejam isso em seus genros igualmente abusivos especialmente quando elas querem acreditar que suas filhas estão seguras.
Crianças nascidas dos traumas
Como um assunto puxa o outro, o nosso próximo pontinho vermelho no mapa da vida de Alex é a dor de crianças que saem de relações como essa.
Quando o público começa a perceber os sinais de que Alex está fugindo de um homem agressivo, e não o primeiro em sua vida, começa a entender que a disfunção familiar a tornou alguém disposta a suportar certas situações, afinal, Sean é o pai da sua filha. E sobre voltar para ele? Por que não? Se sua própria mãe foi capaz de aguentar tanto de seu pai, e depois procurar por homens que fizeram as mesmas coisas que ele com ela, como ela se atreveria a não continuar no poço sem fundo que é sua relação com Sean?
Mas será mesmo que apenas ela é uma filha de uma relação doente?
Sean é um personagem interessante nesse aspecto. Quando dissemos que ele gera certa empatia piedosa, não é só porque Nicki Robinson tem um rostinho fofo, mas sim porque ele expressa suas questões familiares com mais frequência que Alex.
Enquanto ela usou de seu trauma para se tornar uma pessoa passiva e se permite ser saco de pancada, Sean usa de sua infância conturbada, com sua mãe dependente química (a mãe de dele é uma ex-usuária de drogas pesadas), para se aconchegar ainda mais no seu alcoolismo. Ele é uma criança tão ferida quanto sua ex-esposa, mas sua forma de lidar com isso foi começar a usar substâncias lícitas, ainda na infância, para lidar com o peso da sua família complicada.
Isso é deixado bem claro quando Alex está conversando com Nate (Raymond Ablack) e pergunta se ele cresceu em um lar com pais casados e felizes. Para Alex, Nate nunca vai entender as coisas que a fizeram se sentir ligada emocionalmente a Sean, e como ela passa por cima (com facilidade) das coisas que a própria mãe faz. E a verdade é que Nate não vai entender mesmo. E provavelmente mais ninguém vai entender. Só quem passou por experiências parecidas.
Na minissérie também conhecemos um personagem curioso e completamente desencontrado em toda a trama central: Barefoot Billy. Esse personagem não é desenvolvido, porque ele não tem uma importância direta para a história, mas ele está ali, presente como uma sombra na floresta. É por causa dele que Alex descobre alguns de seus traumas, e nesse momento a trama discursa um pouco sobre abuso familiar com suas crianças de uma forma mais direta.
Para entender melhor sobre o Billy, você pode ler essa matéria, mas é importante para o nosso texto que você perceba que Maid trata sobre crianças machucadas, tanto de formas agressivas, como o pequeno Billy ou o próprio Sean, como de formas mais passivas, como a Alex ou sua filha Maddy (Rylea Nevaeh Whittet) – que, inclusive, reproduz comportamentos de defesa da própria mãe quando criança.
E os padrões comportamentais?
E já que estamos falando sobre traumas e crianças feridas, por que não falar sobre o Nate?
Ele é um homem gentil, amigo antigo de Alex, e não hesita em ajudá-la em todas as questões que ela precisa. Seja uma carona, um carro emprestado, seja o seu sofá. Nate tinha tudo para formar um par ideal, se Maid não fosse tão visceral e realista.
Enquanto assistimos, torcemos para que Alex não fique com Nate, não porque ele seria ruim para ela, mas pelo pensamento: “e se ele for?”
Apesar de ser sempre muito afetuoso e gentil, de estender a mão para Alex e tentar ser uma figura masculina reconfortante para a pequena Maddy, Nate tem tudo para ser o esquerdomacho perfeito, e isso assusta muito, mesmo que a gente chegue a acreditar que ele goste mesmo da Alex.
Quando começamos a ver ele forçar uma certa situação, ou insinuar esperanças de ser mais do que um bom amigo para ela, nos perguntamos se o Nate bonzinho é mesmo tão bonzinho, porque ele começa a soar um mau-caráter dos grandes. Quando Alex assume ter tido uma noite intensa com sua mãe e ter se entregado para uma recaída ao lado de Sean, que naquele momento estava tentando ser um bom pai e bom amigo para ela, Nate deixa de ser tão bonzinho assim.
Não estamos dizendo que o Nate deveria manter ela por perto depois do que houve entre ela e o Sean, mas se ele era um homem bondoso, também divorciado e que estava vendo a situação de desespero daquela amiga antiga e sua filha, não poderia tentar entender que recaídas acontecem? Em um mundo perfeito, o Nate olharia isso com olhos empáticos e seguiria o conselho do filme Simplesmente Complicado (2010), de que algumas relações precisam de uma segunda chance para ter certeza de que acabaram.
Óbvio que se tratando de uma relação abusiva, terminar nunca deve ser vista como uma oportunidade de perdão e segunda chance, mas só quem pode decidir isso é o casal envolvido. Não julgamos o Nate por seu coração ferido, mas por ele ter criado expectativas quando sabia que a Alex precisava de um tempo para entender todos os seus próprios problemas.
A (não) Alex do futuro
Se vamos falar sobre saúde mental em Maid, temos que olhar com simpatia para a mãe de Alex, Paula (Andie MacDowell).
Paula é uma mulher com uma infância obscura para o público, mas se descobre que ela tem tendência a entrar em relações abusivas e que se mantém nelas. Enquanto cria uma realidade alternativa em sua cabeça, na qual tudo é feliz e nada pode dar errado em suas relações, Paula escapa de um marido cruel e corre para outro, sem nem perceber o que está fazendo.
Passamos os 10 episódios da minissérie torcendo para que ela se integre ao grupo de mulheres que Alex se viu obrigada a frequentar, e que use isso a próprio favor, para aprender que seus traumas são passíveis de conserto. Mas enquanto não vemos esse encontro de Paula com pessoas como ela, aprendemos a descobrir os poréns dessa personagem, que sofre suas dores de formas novas e intensas, que sente tudo como arte e que tenta superar seu passado com uma visão apaixonada pela vida.
Talvez Paula seja a inventora dos nomes chiques para situações horríveis, especialmente quando a vemos usar um estacionamento de loja de departamentos como casa, e insistir que aquele é um convívio coletivo. Mas não é bobagem quando ela floreia as coisas que está passando, porque esse é o seu próprio escudo contra um passado doloroso que ela não está pronta (ou disposta) a enfrentar.
Alex passa todo o tempo dizendo que a mãe é problemática, complexa e que tem bipolaridade não diagnosticada, mas a verdade que vemos ali é outra. Claro que ela talvez até seja mesmo bipolar, mas não existe uma prova de que todas as coisas que diz e faz não sejam apenas parte do seu jeito de lidar com suas próprias questões. E é doloroso ver sua filha recusando isso de forma bruta, só porque seu jeito de lidar com os problemas parece menos excêntrico que o de sua mãe. Mas não seríamos todas um tipo de imagem melhorada das dores de nossas próprias criadoras?
O curioso da trama é que Andie MacDowell e Margaret Qualley, Paula e Alex, respectivamente, são mesmo mãe e filha. Isso aumenta o peso das situações e gera uma tensão no público que teme por conflitos maiores entre as duas. É surpreendente ver a força de uma mãe apaixonada por sua filha e por sua força feminina, e é ainda mais curioso ver como Paula rejeita a forma com que Alex enfrenta seus problemas de forma tão intensa quanto o oposto.
Maid preza pelas relações de maternidade e toca em temas sobre ciclicidade familiar e comportamentos repetidos, assim como fala sobre superação feminina em diferentes bolhas e visões.
Essa minissérie é fantástica e merece toda a atenção do mundo, e também nos alegra com a possibilidade sobre uma segunda temporada – mesmo que já saibamos que não seria sobre a Alex, afinal de contas, a sua história já foi completamente contada.
Agora corre lá nas nossas redes sociais – Twitter, Insta e Face – e conta pra gente a sua opinião sobre Maid, e sobre a sua possível sequência. Estamos te esperando!
Onde Fica o Paraíso tem uma narrativa linda e comovente, envolve o público e implora por ser assistida e sentida
[Contém spoiler]
Se você se lembra do meme “não sei nem dizer, só sei sentir”, já está de coração pronto para assistir Onde Fica o Paraíso. Esse filme é lindo, comovente e visceral, com um roteiro feito para ser amado.
Com atuações exemplares, Onde Fica o Paraíso conta sobre Alice Lamb, interpretada por Gemma Arterton quando jovem e por Penelope Wilton na velhice. A protagonista mora em uma pequena cidade inglesa, sozinha, e é conhecida por ser insensível com as crianças e impaciente com os adultos.
Tudo muda com a Segunda Mundial e a evacuação das crianças da capital para o interior. Sem expectativa nenhuma de fazer parte daquilo, a Alice jovem recebe um menino em idade escolar em sua casa, o jovem Frank (Lucas Bond).
Mesmo não tendo se voluntariado para cuidar de nenhuma criança e repudiando a ideia de qualquer criança perto de si, ela aceita o menino quieto e educado que é deixado em sua porta.
Com tramas e mais tramas, Onde Fica o Paraíso entrega uma história de amor, delicadeza e superação.
Mitologia
Alice Lamb é uma escritora de teses científicas. Ela escreve sobre os mitos antigos, como a fada Morgana, por exemplo, e dá explicações científicas para todas aquelas histórias que parecem contos de fadas.
Por causa disso, o filme conta vários trechos sobre contos mitológicos e explora algumas dessas narrativas para ilustrar o imaginário infantil.
O nome original do longa já indica isso ao público, já que se chama Summerland. É explicado, em certo momento da trama, que Summerland é o lugar para onde as almas vão, segundo o paganismo ancestral, depois da morte.
A gente já explicou um pouco sobre como o cinema retrata as bruxas naturais e a cultura pagã, mas esse filme passou despercebido na lista por não ser sobre bruxaria exatamente.
Alice é, constantemente, chamada de bruxa pelas crianças locais, e por isso faz tanto sentido ter esse tema no longa, mesmo que na verdade ela nem acredite em qualquer crença religiosa. Porém, Alice Lamb é uma mulher sábia e estudiosa, e usa de seus conhecimentos para falar sobre o paganismo de uma forma científica.
Summerland ainda é a Terra do Mortos para praticantes da religião Wicca, e é chamado assim porque é um lugar como o nosso, mas com um verão permanente, habitado por seres mitológicos e deuses, onde podemos renascer como seres de luz e de magia. E é exatamente assim que Frank aprende a lidar com a morte e com o que é feito com todas as vidas que estão sendo perdidas na guerra.
A delicadeza de escolher essa forma de falar sobre a perda é imensa, e nos apaixonamos pelo conceito de se falar assim para crianças que não entendem muito bem o que fazer com suas dores.
Um romance de tirar o fôlego
Onde Fica o Paraíso é um filme sobre a Segunda Guerra, mas que só a usa de cenário para algo maior.
O filme fala sobre como era quase impossível uma relação homossexual na década de 1940, e enquanto eu via Alice contar ao Frank sobre o amor de uma forma leve, só era capaz de pensar em Virginia Woolf escrevendo sobre o mesmo tema seu livro Mrs. Dalloway. A representatividade era nula, o existir era impossível e o espaço era um sopro de desespero entre pessoas prontas para tentar viver em uma sociedade machista.
Mas passando por cima de tudo isso, Onde Fica o Paraíso expande os horizontes e prova que algumas pessoas não se permitem viver infelizes por causa de escolhas sociais ou conceitos. E mesmo com as cenas em que é deixado claro todo aquele peso de se ser lésbica em uma realidade muito mais homofóbica do que a que vivemos hoje, o preconceito é um tapa na nossa cara, mas de uma forma que reflete sobre enfrentamento e superação.
Onde Fica o Paraíso também prova que não existe nada mais forte do que o amor, e que um amor só pode ser superado por um sonho que envolva um amor ainda maior e mais incondicional, o que torna a narrativa ainda mais apaixonante.
A simplicidade com que Frank também é confrontado com aquela realidade homoafetiva também é doce, e chega a ser poética. Não tem como não amar a sutileza de Alice quando vemos seus muros começando a cair, e a vemos deixar a pele de alma solitária para se tornar alguém mais caridosa e gentil.
Maternidade
É importante lembrar que Onde Fica o Paraíso é um filme sobre maternidade não planejada. Mesmo que Frank não tenha saído de Alice, ele foi entregue a ela por alguém que confiava nela mais do que qualquer outra pessoa, e que via nela uma segunda mãe para ele. E ela foi se tornando exatamente o que essa pessoa esperava dela.
Quando Vera (quando jovem interpretada por Gugu Mbatha-Raw) manda seu único filho para Alice, sua escolha é calculada. Foi ela quem abandonou aquela relação porque queria ser mãe, foi ela que escolheu ter uma vida socialmente aceita e heterossexual por seu sonho gerar um bebê. Mas Alice foi escolhida: antes por Vera, e depois pelo próprio Frank, que se apaixonou pela mãe postiça que lhe deram, e que a enxergou como a pessoa em quem ele mais poderia confiar.
Também podendo ser visto como um tipo de adoção tardia (que é um tema muito importante entre os casos de adoção), a relação dos dois cria esse impacto sobre o público de Onde Fica o Paraíso, e expande sua importância em uma sociedade que ainda preza pela adoção (quando a enxergam com bons olhos) apenas de bebês e crianças pequenas.
Vale ressaltar que a maternidade não é sempre uma escolha de todas as mulheres. Algumas de nós não se sentem desejosas desse papel e recusam as causas e efeitos de uma criança em suas vidas, porque nem toda mulher tem instinto materno. O filme lida com isso de forma gentil também, e apresenta uma Alice que nunca quis ser mãe, e que não entendia o ponto de vista de Vera, e mesmo sendo obrigada a adotar Frank, ela ainda não tinha o instinto maternal.
Se você assistir ao filme esperando que a adoção possa despertar em Alice esse instinto, vai se frustrar. Ela, na verdade, se torna uma amiga para o menino, e passa a vê-lo como um amigo também. No futuro, quando ela assume de volta o papel de importância que tinha na vida de Vera e então o adota como parte de sua família, ela ainda não sente que Frank despertou seu instinto materno (já que ela continua não gostando de crianças). Ela decidiu amar Frank como um filho, mas não de forma maternal, apenas por um amor anterior por sua mãe. E isso também é lindo!
Agora conta pra gente se você já assistiu e o que achou do filme. Ou se essa resenha te inspirou para assistir a obra. Te esperamos lá nas nossas redes socais: Twitter, Insta e Face.
Confira o single Não Tem Jeito junto com o videoclipe super verão gravado em Ubatuba
Vicky Luz acaba de lançar seu primeiro single Não Tem Jeito, por meio da Alma Music Group. Vicky é uma cantora e compositora argentina, mas que mora no Rio de Janeiro desde bebê. A faixa é uma composição de Vicky em parceria com Antonio Eudi e Arthur Favero. O single, que é um pop romântico viciante, também ganhou um clipe, gravado em Ubatuba.
Sobre Não Tem Jeito, Vicky comenta: “A música foi inspirada em um sentimento de saudade de um amor, de uma experiência de uma amiga muito próxima. A composição foi uma das que fluíram mais rápido até agora“. Ela ainda complementa falando sobre como se sente sobre o lançamento do seu primeiro single: “Este é meu primeiro lançamento de single e estou muito feliz e ansiosa para todo mundo conhecer minhas músicas e que todos possam se sentir identificados com elas!“
A cantora também conta que sempre gostou de música e desde pequena toca piano. Além disso, ela revela que desde os 12 anos de idade compõe e canta suas próprias músicas. Segundo Vicky, Lady Gaga, Adelee Dua Lipa fazem parte das cantoras que a inspiram. Confira a capa e a letra de Não Tem Jeito:
E quanto mais eu penso ficar longe
A saudade não tem jeito
Não tem mais jeito, não
Tô chegando tarde
Espero não atrase
Penso em você
E a turbulência, vai me mate
Ai que saudade
Daquela tarde
Que pena que o amor
Foi se perdendo com vontade
Coração, coração diz
Volta luz, volta luz please
Coração, coração diz
Nem sabe tudo, tudo o que eu fiz
E quanto mais eu penso ficar longe
A saudade não tem jeito
Não tem mais jeito não
(2x)
A vida sem você é outra
Tá difícil de esquecer sua boca
Te falo que não quero, mas quero
Só pra você saber
Vicky Luz sabe que seu primeiro single é apenas o início de uma linda jornada: “Meumaior sonho na música é chegar no estágio em que possa fazer shows e a plateia cantar todas as minhas músicas! Quero sempre levar alegria e que todos possam se conectar com as minhas composições“, conta. Confira o clipe de Não Tem Jeito:
O Entretê esteve presente na apresentação de Vicky Luz no Alma Music Fest e pudemos conferir de pertinho a potência e o talento da nova cantora, além de dominar o palco com uma super presença. Temos a certeza que ainda vamos ouvir muito sobre a cantora e você pode ficar de olho nela no Instagram.
O single Não Tem Jeito já está disponível e você pode ouvir na sua plataforma digital preferida aqui. E para ficar por dentro de todas as novidades do mundo do entretenimento, não deixe de nos acompanhar em nossas redes sociais Insta,FaceeTwitter.
*Crédito da foto de destaque: divulgação/lavi comunicação & mkt
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