A série Rebelde, que já está disponível na Netflix, traz de volta a Seita, organização que assombrou os bolsistas do Elite Way School
A Seita marcou história na primeira temporada de Rebelde. A Seita era uma organização que perseguia os alunos que possuíam bolsas de estudo no Elite Way School. Desde o começo, acompanhamos o personagem Miguel (Alfonso Herrera) ser atormentado pelos membros da Seita, que, por exemplo, reviravam e destruíam as coisas do aluno. A marca registrada da organização era um papel com uma mão preta que deixavam em todos os lugares que passavam.
Os membros da Seita não tiravam o sossego apenas dos bolsistas, mas também de seus amigos, sendo uma organização extremamente perigosa. Sempre que mostrado, os integrantes da Seita estavam mascarados, dando um certo mistério e atiçando a curiosidade do espectador para saber a real identidade daqueles alunos.
Todos os podres da Seita foram revelados por conta do personagem Téo Ruiz (Eddy Vilard), que aproveitou que seu irmão tinha sido um grande membro para se infiltrar e ajudar a derrubá-la. Porém, quem assiste não tem ideia que esse é o objetivo final de Theo. Ele entra na Seita após brigar com Josy (Zoraida Gómez) e Roberta (Dulce María), alegando que quer fazer parte disso tudo e exterminar os bolsistas que estão roubando o seu espaço.
A violência realizada pelo grupo era absurda, como uso de aranhas venenosas, cordas, vendas, além de realmente machucar fisicamente não só os alunos como seus próprios membros que os traíam.
Mesmo com todas as reclamações dos estudantes, o diretor do colégio, Pascoal Gandia (Felipe Nájera), acredita ser tudo uma grande mentira. Desde o princípio, Gandía não podia ouvir falar da Seita, porque além de não haver provas concretas sobre a existência da organização, isso difamava o colégio, que era um dos melhores do país.
Membros da Seita
Ajudando Theo, Giovanni (Christian Chávez), que descobrimos depois ser um dos membros da Seita, rouba todos os arquivos existentes sobre a organização que mostra o nome de todos que já passaram por ela ao longo dos anos. Gandía, então, decide expulsar todos os participantes, incluindo Giovanni, para dar paz aos bolsistas.
Veja a lista dos participantes da Seita:
Aldo Mascarô
Ana Celia Contreras
Daniel Ferrer Escudero
Edgar Adrian Flores
Estebán Moreno
Giovanni Méndez
Inácio Ruiz
Jorge Alberto Vidal
Laura del Castillo
Pilar Gandía
Rodrigo Santiestebán
Téo Ruiz
A Seita no novo Rebelde
Após a descoberta da Seita na primeira temporada de Rebelde, o grupo chegou ao fim. Pelo menos era o que achávamos. O reboot de Rebelde, que foi lançado hoje na Netflix, já tinha mostrado nos trailers que a temida e violenta organização estava de volta.
O que já sabemos sobre o retorno da Seita é que ela agora se chama Associação, e caça os novos alunos do Elite Way School. A nova série traz a participação das veteranas Celina Ferrer (Estefanía Villarreal) e Pilar Gandía (Karla Cossío) que, como vimos na lista acima, já fez parte da organização. Será que Pilar está envolvida com as novas atividades da Seita?
A sinopse oficial de Rebelde diz: “Enquanto uma sociedade secreta que aparentemente desapareceu por 18 anos retorna para atrapalhar os sonhos e ambições musicais dos novos alunos, eles tentarão encontrar o melhor entre os melhores para formar suas próprias bandas”. Além disso, sabemos que acontecerá uma investigação de quem compõe a Associação. Assista o trailer de Rebelde que mostra o retorno da Seita:
Você já assistiu Rebelde? O que achou? E a Seita? Quantas perguntas! Comente sobre Rebelde com o Entretê nas nossas redes sociais – Insta,FaceeTwitter.
Hayao Miyazaki está completando 81 anos de idade e tem o título de diretor japonês mais amado do mundo, segundo as vozes das nossas cabeças
Não é fácil chegar aos 81 anos de idade, ainda mais tendo vivido no Japão durante a Segunda Guerra Mundial, mas Hayao Miyazaki fez isso muito bem.
Usando experiências pessoais e consciência coletiva e necessidade de silêncio, Hayao Miyazaki conquistou o mundo inteiro com seus filmes delicados e inspiradores, além de bem feitos.
Hoje, para comemorarmos essa data tão importante da história do mundo (porque Hayao Miyazaki é sim uma obra de arte histórica), decidimos explorar a existência do diretor de cinema mais amado do Japão e do mundo. Vem com a gente comemorar o aniversário desse gênio da animação.
Vento, Areia e Estrelas
Se você já se perguntou como Hayao Miyazaki consegue ter tanta delicadeza e sensibilidade em seus filmes, deveria parar um pouco e analisar os gostos dele.
O livro Wind, Sand and Stars, escrito por Antoine de Saint-Exupéry, é uma das obras preferidas do diretor, e isso fica muito nítido em seus filmes.
Junto com sua paixão pelo Ma (o termo usado para determinar minutos ininterruptos de silêncio), Hayao Miyazaki tirou da obra de Saint-Exupéry o prazer por apreciar os detalhes e observar ao seu redor com cuidado e sutileza.
Fora isso, Hayao Miyazaki aprendeu com Saint-Exupéry a amar a aviação, e desse amor criou as mais belas cenas de voos em seus filmes. E as mantém como uma arte infinitamente sua, com exclusividade da beleza em estar no céu.
Miyazaki já assumiu que leu e releu a obra de Saint-Exupéry muitas vezes na juventude, e que nunca se cansou, pois acha linda a forma como o autor se expressava e descrevia a vida como piloto, assim como suas observações sobre o céu e o clima.
O cenário de guerra
Hayao Miyazaki nasceu em meio da Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937 – 1945) e também entre os conflitos da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
Tudo isso lhe rendeu um peso histórico sem medidas, e transformou a criança em um adulto observador e valoroso, disposto a ouvir e compreender, além de observar antes de criar.
Ao pegar o projeto O Castelo Animado, que é inspirado em uma obra literária da inglesa Diana Wynne Jones, e originalmente batizado de Howl’s Moving Castle.
O roteiro do filme seguiu a história original com esmero, e conseguiu descrever a guerra da história com muita delicadeza.
Sua experiência como uma criança vítima de homens tiranos que queriam dominar o mundo aos seus próprios jeitos, Hayao Miyazaki usou de cuidado para passar uma mensagem linda na trama, e lembrar ao público que podemos encontrar humanidade em todos ao nosso redor, mesmo que tenha bombas explodindo do lado de fora de nossas janelas. E apesar de não querermos bombas do lado de fora das nossas janelas, podemos sempre rememorar a capacidade humana em transformar dor e sofrimento em um tipo único de arte. E não à toa, O Castelo Animado bebe muito dessa fonte de inspiração, e faz da Guerra um acontecimento inevitável, mas também faz dela apenas o cenário de uma história sobre relações humanas calorosas e amores gentis.
O filme Nausicaä do Vale do Vento também explora essa temática da guerra em um sentido pacifista, e é um filme com roteiro do próprio Miyazaki, já que foi ele quem criou o mangá da história, anos antes da adaptação cinematográfica ser lançada. E claro, por ser do Hayao Miyazaki, a gente indica que você assista esse filme o mais rápido possível!
A feminilidade
Hayao Miyazaki teve uma relação amorosa e próspera com sua mãe durante seu crescimento, e sempre ligado aos acontecimentos sociais que movimentavam o mundo ao seu redor, tomou o cuidado de explorar a feminilidade em suas obras.
Com narrativas quase sempre vividas pela perspectiva feminina, Hayao Miyazaki se contrapõe ao padrão ocidental de feminino e masculino, e apresenta protagonistas fortes e determinadas, que jamais esperam por um homem para salvá-las de seus problemas.
Por muito tempo a cultura pop o comparou com Walt Disney, e insinuou que Miyazaki fosse uma versão japonesa do diretor estadunidense, mas esse foi um apelido rejeitado por ele desde o começo.
Sua forma de representar o feminino casa muito melhor com as posições feministas, expondo a força feminina como uma tempestade libertária que só serve para trazer prosperidade para um mundo em equilíbrio, enquanto as produções da Disney tendem a reforçar mulheres passivas e esperançosas (mesmo que no atual momento a Disney esteja se esforçando para criar protagonistas mais independentes e questionadoras).
Hayao Miyazaki tem o hábito de abordar caráter, mesmo que as relações heterossexuais estejam presentes em tela. Ele nunca representa mulheres como seres indefesos usando vestidos e saltos de cristal, mas sim como pessoas tão racionais e guerreiras quanto os homens, e com isso cria relações muito mais sinceras e realistas, sem se importar com ensinamentos focados em gêneros e papéis sociais considerados importantes para as sociedades baseadas no patriarcado.
Capacidade de inspirar
Hayao Miyazaki é uma referência para muitos diretores e artistas, e segue inspirando o público de formas curiosas e afetivas.
Em filmes como A Viagem de Chihiro, o diretor ensina ao público infantil sobre imaginação e princípios, além de lealdade e senso de aventura. Já para o público adulto, o mesmo filme fala sobre o tobogã capitalista e a pressão social por uma vida de aprendizados e trabalhos intensos.
Outro queridinho aqui do portal é o diretor Wes Anderson, que cria roteiros, cenários e personagens com profundidade observadora e crítica posturas sociais padronizadas, assim como reforça a força feminina e apresenta um constante humor ácido na tela. E não por acaso, Wes Anderson já declarou seu amor à obra de Hayao Miyazaki, e é muito fácil encontrar todas essas referências em seus próprios filmes.
Guillermo del Toro é outro grande fã do diretor, e como tal, exibe filmes com um trabalho cuidadoso e apaixonado, conquistando o público com delicadeza, perfeccionismo e universos mágicos e complexos.
Hoje nós desejamos um feliz aniversário para o diretor japonês mais amado do mundo, e celebramos a obra de alguém que sempre lutou por seus ideais e nunca perdeu o amor por seu trabalho.
Hayao Miyazaki é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores diretores de todos os tempos, e as vozes das nossas cabeças reafirmam o sentimento de amor por sua obra.
“Quando você olha de cima, as coisas se revelam para você. É assim que qualquer cidade vira um filme mágico” – Hayao Miyazaki
Vem conversar com a gente sobre o diretor japonês! Estamos te esperando lá nas redes sociais – Twitter,Instae Face -, para celebrarmos esse aniversário com uma lista dos melhores filmes de Miyazaki.
O remake sul-coreano de A Love So Beautiful nos lembra de como é puro o sentimento de amar pela primeira vez
A Love So Beautiful (2020) é um dorama produzido pela Netflix, remake de um drama chinês que carrega o mesmo nome, mas que conseguiu se sobressair pela pureza estampada nos olhares de todo o elenco. A história acompanha a jovem Sol-i (So Joo-yeon), uma estudante de 17 anos que há anos está loucamente, perdidamente (e até exageradamente) apaixonada pelo seu vizinho e colega de classe Cha Heon (Kim Yo-ham), que não parece estar muito feliz com as investidas da amiga, já que não demonstra nenhuma reação com a presença dela e suas loucuras de amor. Não importa o que ela faça, o mocinho nunca reage de uma forma favorável.
Desconfiada de que seu final feliz com seu grande amor está cada dia mais distante, Sol-i decide se afastar de vez de Cha Heon, o que permite que a jovem se entregue para o novo colega Woo Dae-sung (Yeo Hoi-Hyeon), um talentoso nadador que acabou de ser transferido para o colégio da protagonista. E é aí que toda a história de amor e conquista começa. Com um ciúmes até então velado, Heon tenta se aproximar de Sol-i aos poucos, tentando, de um jeito mega estranho, demonstrar seus reais sentimentos pela garota.
Além do triângulo amoroso, o casal de amigos Kang Ha Young (Hye-jo Cho) e Jin Hwan (Jung Jin-Hwan) roubam a cena em alguns episódios mostrando o avanço de seu relacionamento, sendo os responsáveis pelas maiores risadas e tiradas de “own” do público.
Roteiro
Com um roteiro muito bem escrito, é possível acompanhar a evolução de todos os personagens, sejam eles os protagonistas ou até mesmo parte do elenco de apoio. A história começa com os jovens no último ano do ensino médio, e vai passando pelo processo de vestibular, a escolha e as dificuldades de ingressar numa faculdade, a difícil tarefa de se dar bem no mundo dos negócios e o casamento, com o eterno felizes para sempre. Toda essa construção dos personagens e essa passagem de tempo faz com que o público se identifique e crie um carinho por cada história, já que podemos acompanhar o crescimento em grupo, mas também individual, em que cada um carrega um peso.
Apesar de num primeiro momento a história parecer bobinha, ela se mostra cada vez mais profunda e necessária conforme os episódios vão avançando. Em uma indústria na qual o amor é mostrado de uma forma escancarada, e as ações são rápidas, cabe aos dramas asiáticos manter a timidez, a investida e a delicadeza do gostar, querer e conquistar alguém. Em A Love So Beautiful, o amor é colocado em primeiro lugar, e vem antes de toda demonstração carnal do sentimento, deixando as emoções falarem beeem mais alto do que qualquer coisa.
O ponto chave do dorama é, sem dúvidas, a sua curta duração. Com 24 episódios de, no máximo, 24 minutos, a história não tem pra onde fugir, não há espaço para investir em ganchos que talvez não fariam sentido aos personagens e que só serviriam para encher linguiça. Uma única temporada já se mostrou o suficiente para que a história fosse contada da melhor maneira possível.
Cuidado, pode conter spoiler!
Cenas fofas? A Love So Beautiful é, sem dúvidas, recheada delas. Mas a que mais se destaca é o musical que acontece no casamento de Ha Young e Ji Hwan, no qual o noivo, junto dos dois melhores amigos: Heon e Dae – Sung, dançam e dublam a música tema da série Lovesong que, diferente de outras produções, é citada diversas vezes durante a série, cantada até pela protagonista na cena do karaokê.
Dá só uma olhadinha nesses três amigos dançando e cantando:
Além desse momento, outro que tirou um suspiro de mim – e acredito que de todo mundo que assistiu – foi o último episódio, em que a história é contada através da versão de Heon, no qual ele confessa de uma vez por todas que sempre foi apaixonado por Sol-i, não tão exageradamente quanto a protagonista, mas que o sentimento sempre existiu.
E, cá entre nós, esse sentimento foi demonstrado em alguns episódios. Nas cenas pós-créditos deu pra ver que, em certas situações desesperadoras em que a protagonista se metia, era Heon que sempre contornava a situação, protegendo ela de alguma forma. Fofo, né?!
Por fim, A Love So Beautiful conseguiu trazer um amor simples, mas grandioso, verdadeiro e tímido entre os jovens. A história conseguiu ultrapassar, em diversos aspectos, a versão original, mesmo se tratando do mesmo roteiro. As atuações, de longe, foram extremamente superiores, a direção de arte e fotografia conseguiu trabalhar muito bem em todos os aspectos que fizeram com que a história fosse o sucesso que é. Não é à toa que o drama, desde o seu lançamento, entrou para o Top 10 dos dorameiros apaixonados por um bom romance.
A Love So Beautiful é a promessa de que dá pra rir, chorar, e sentir nostalgia a respeito do seu primeiro amor, que é o mais simples e forte. Não tem ironia, não tem aspectos que empobrecem a história e nem uma duração grande o suficiente para que sua essência seja perdida. É um ótimo investimento para quem procura um guilty pleasure ou uma série de conforto. A Love So Beautiful está disponível na Netflix.
Conta pra gente o que achou da resenha! E para acompanhar as novidades do mundo do entretenimento, é só seguir a gente lá no perfil doEntretetizeinoInsta,Twitter e no Face!
A série de comédia de mistério é estrelada por Selena Gomez, Martin Short e Steve Martin
[Contém spoilers]
O Star+ chegou no ano passado já fazendo barulho. Logo que a plataforma foi lançada, já tivemos acesso a série Only Murders in the Building, uma comédia de mistério estrelada por Selena Gomez, Martin Short e Steve Martin. A série conta com dez episódios de aproximadamente 30 minutos, no qual cada um deles nos leva a mais uma descoberta sobre a morte de um dos moradores do edifício Arcadia. Assista o trailer de Only Murders in the Building:
A história começa mostrando um pouco da rotina de cada um dos três protagonistas: Mabel (Selena Gomez), Charlie (Steve Martin) e Oliver (Martin Short), que são completamente obcecados por histórias de crime e fãs de um podcast de crime. Os personagens acabam se cruzando dentro do elevador junto com Tim Kono (Julian Cihi), personagem que, mais tarde, é dado como morto em seu apartamento, por suicídio.
Com esse crime, o trio acaba se encontrando em um restaurante próximo ao prédio para ouvir o novo episódio do podcast e discutir sobre. A partir disso, eles começam a suspeitar que Tim Kono não teria se suicidado e sim assassinado.
Essa história toda os leva a produzir o próprio podcast intitulado Only Murders in the Building que, surpreendentemente a Star+ publicou como um podcast nas principais plataformas digitais, e você pode ouvir no Spotify. Assim, os fãs podem ouvir as histórias contadas pela voz de Charlie, que não são mostradas na íntegra nos episódios da TV, fazendo com que o público tenha uma experiência ainda mais imersiva no mundo da série.
A partir disso, eles começam a investigar a morte de Tim Kono. A cada episódio, um personagem diferente fica responsável pela narração, levando o espectador ao íntimo deles e a descobrir um pouco mais de suas personalidades e histórias. Enquanto isso, Mabel, Charlie e Oliver vão desenterrando cada vez mais os segredos por trás da morte do vizinho.
Only Murders in the Building é uma série recheada de reviravoltas e muitas surpresas. Porém, nos últimos episódios já fica bem claro o que podemos esperar de um final clichê, em relação a identidade do assassino. Mas, mesmo com um final previsível, os últimos segundos da série deixam qualquer um em choque: Mabel é encontrada por seus amigos Charlie e Oliver na cena de um outro crime, coberta de sangue ao lado do corpo de Bunny (Jayne Houdyshell), a síndica do prédio. Logo em seguida, a polícia encontra os três na cena do crime e os leva presos.
Only Murders in the Building tem feito muito barulho, sendo indicada aos prêmios Critics Choice Award, Golden Globe, Satellite Award, People’s Choice Award e I Talk Telly Award, sendo que nesses dois últimos, a produção levou o prêmio para casa.
A série vale muito a pena ser assistida, e é daquelas que te prende até o último minuto do último episódio. Não vejo a hora de poder assistir a segunda temporada de Only Murders in the Building.
Você já assistiu a produção do Star+? Se sim, gostou da história? Vem contar para o Entretê, nas nossas redes sociais Insta,FaceeTwitter.
Virginia Woolf foi uma das escritoras mais feministas do século passado, e trouxemos três livros dela para você conhecê-la melhor
Nas últimas semanas, a editora Rocco lançou a primeira edição de um livro com os diários de Virginia Woolf.
A obra reúne escritos pessoais da autora durante os anos de 1897 e 1941. E como nós sabemos que nosso público está sempre ligado nas publicações de livros, decidimos reunir três obras imperdíveis da autora para você ler o mais rápido possível. E, claro, se apaixonar por ela no processo.
Um Teto Todo Seu
Essa obra imperdível reúne referências históricas femininas pela voz de Virginia Woolf, que faz uma crítica imperdível sobre as limitações femininas durante o século XIX.
Virginia Woolf usa esse ensaio para panfletar o movimento feminista, que ainda nem tinha surgido, e estimular mulheres a assumires as rédeas de suas próprias vidas.
Orlando
A obra abraça o movimento feminista com mais força e acolhe a comunidade LGBTQIA+, criando um impacto forte sobre a ideia de gênero fluido.
Orlando é uma pessoa que transita em séculos diferentes, e se passa por homem e por mulher, sempre encontrando caminhos que mais lhe agradam dentro de uma sociedade focada em determinar gêneros. A leveza da obra a torna atemporal, e abocanha debates modernos com um tom ácido e observador.
Mrs. Dalloway
Sem dúvida uma das obras mais famosas de Virgínia Woolf, Mrs. Dalloway a tira do centro de uma autobiografia complexa escrita em Orlando e a centraliza em uma apreciação da vida pacata da Inglaterra de seu tempo.
Com uma protagonista irresistível, Woolf aborda temas como sexualidade, estresse pós-traumático, padrões sociais e papel da mulher em um círculo burguês. Ainda mais fluente no sistema de fluxo de consciência, Virgínia Woolf abraça todas as causas que se sente capaz, e expõe questões de saúde mental e sexualidade em um tempo onde tudo isso era um tabu rigoroso na sociedade inglesa.
Nós, as minas aqui do Entretê, sabemos que ler Virginia Woolf é de extrema importância para qualquer mulher em busca de autoconhecimento, e como um projeto feito delas e para elas, enaltecemos escritoras e obras que seguem o mesmo conceito. Foi por isso que reunimos essas três indicações (de forma bem reduzida para causar vontade de ler mesmo) nesse post.
E, claro, indicamos que você compre o livro dos diários dela, caso isso seja possível, para mergulhar ainda mais na mente dessa mulher sensacional que foi Virginia Woolf.
Mas nossa conversa sobre ela não acaba por aqui! Estamos te esperando lá nas redes sociais – Twitter,Instae Face – para conversarmos sobre o lançamento da editora Rocco e para sabermos quais são os seus livros preferidos da autora.
Jovem e descolada, a série aproveita as diferenças de personalidade e contexto de suas quatro protagonistas para falar de empoderamento feminino e sororidade
[Contém spoiler]
Desenfrenadas (Aceleradas em português) é uma série mexicana original da Netflix criada por Diego Martínez Ulanosky, narra a história de três amigas que em um momento de crise saem da Cidade do México para esquecer os seus problemas. Até que uma nova passageira muda os planos das três.
Vera (Tessa Ia), uma blogueira de moda que acredita ser a reencarnação de Kurt Cobain, chega ao fundo do poço no trabalho e começa a sentir que seu relacionamento co-dependente com homens da moda não a satisfaz mais, Rocío (Bárbara López), estudante de neurocirurgia, atleta e filha modelo com uma vida supostamente perfeita, mas sufocante, está prestes a se mudar para a Suécia com o seu noivo Juanpi (Tomás Ruiz), mas a memória de Sofía (Camila Valero), sua irmã mais nova falecida recentemente, deixou a margem para questionar suas prioridades e Carlota (Lucía Uribe), poeta com ideias feministas, incapaz de compartilhar suas criações com o mundo por medo de julgamento, vive com uma mãe dominante e passa os dias flertando com um namorado cibernético que ela não conhece na vida real.
As três mulheres na metade dos vinte anos são amigas desde a infância, apesar de terem atitudes muito diferentes entre si, têm um ponto em comum: nenhuma delas estão realmente felizes com a direção que suas vidas tomaram.
Na véspera da partida de Rocío, Vera propõe uma viagem de despedida na qual elas podem relaxar e esquecer tudo em Oaxaca, mesmo contra a vontade de seu pai, Ignacio interpretado por Fernando Ciangherotti, Rocio deixa a Cidade do México com as suas amigas. No entanto, durante uma parada em uma loja de conveniência, elas encontram Marcela (Coty Camacho), uma garota com histórico de violência, abuso e um relacionamento muito destrutivo com Joshua (Diego Calva), que ameaça as jovens para levarem para Oaxaca para encontrar o seu irmão.
Enquanto as jovens estão no veículo, a família da Rocío a procura, e as pessoas da agência de moda que a Vera trabalha também a procuram, devido ela ter levado os vestidos que iriam ser usados para uma sessão de fotos, dando um prejuízo de cerca de 30 mil.
Entre as meninas, Rocío e Carlota são as únicas que sentem pena de Marcela e tentam ajudá-la, enquanto Vera passa por uma crise em seu trabalho com a divulgação de um vídeo que acaba com toda a sua reputação.
Em meio a tanta confusão, Rocío perde a sua carteira com todos os cartões e dinheiro, e Vera tem seus cartões cancelados por seu pai que decide não bancar mais ela, assim, as meninas são obrigadas a aceitar ajuda de alguns estranhos, o que as levam a ter novas experiências, passam a enfrentar seus medos e a se conhecerem.
Com classificação para maiores de 16 anos, Desenfrenadas possui muitas cenas de sexo. Durante os 10 episódios da primeira temporada, temas como feminismo, abuso sexual, abuso psicológico, relacionamento tóxico e tráfico de drogas são abordados. A trama explora nuances de uma geração de mulheres já afetada por mudanças de comportamento individuais, mas ainda refém de opressões estruturantes — de raça e classe, inclusive.
Desenfrenadas, teve um retorno incrível do público, por abordar temas pouco falados na televisão mexicana, apesar disso, a série não foi renovada para a segunda temporada.
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Hilda Hilst foi responsável por criar um verdadeiro centro cultural em sua casa, além de levar poesia para todos os cantos do Brasil
ALERTA DE GATILHO: ESQUIZOFRENIA/ASSÉDIO
Hilda Hilst é uma porta de entrada para a literatura nacional e feminina, poeta por escolha e curiosa por questões ocultistas, ela criou um verdadeiro Sol para a arte brasileira.
Viveu plenamente, aproveitou tudo que a vida lhe ofereceu, escreveu obras maravilhosas e alimentou a cultura nacional com tudo que podia dar, ou seja: ela mesma e todas as suas complexidades.
As complexidades de berço
Nascida em 21 de abril de 1930, no interior de São Paulo, Hilda era filha única da relação matrimonial de seus pais, mas tinha um irmão por parte materna, de um primeiro casamento.
Filha de fazendeiros, Hilda teve noção de arte com o pai durante a infância, que era um apaixonado por arte e chegou a escrever cartas para o Correio Paulistano, nas quais ele falava sobre sua frustração em relação ao movimento modernista.
Apesar de ter tido o exemplo do pai como um grande admirador das artes, Hilda Hilst não tinha proximidade direta com ele, porque seu pai esperava um filho e não uma menina da gravidez da esposa. Foi seu pai o responsável por declarar a frase “Que azar!”, quando soube que o bebê era do sexo feminino.
Quando falamos que ele foi um exemplo para Hilda, é porque foi ele quem sempre marcou a escrita tão direta da filha, presente das mais diversas formas em sua obra crítica.
“Escrever, então, é para mim sentir meu pai dentro de mim, em meu coração, me ensinando a pensar com o coração, como ele fazia. […]” – Hilda Hilst
Espírito anarquista
Hilda Hilst estudou em um internato paulista chamado Santa Marcelina, e por lá foi marcada por atos determinados como delinquentes pelas freiras que comandavam o local.
Talvez sua anedota mais popular seja sobre o dia em que Hilda Hilst roubou o vinho que seria usado na missa de domingo e se embebedou, o que causou uma comoção geral entre a comunidade religiosa, especialmente por ser tão jovem.
Mas talvez Hilda estivesse se preparando para o peso de reencontrar o pai, aos 16 anos. Diagnosticado com esquizofrenia, o pai de Hilda Hilst a confundiu com sua mãe e propôs a ela que passasse com ele o fim de semana de forma romântica.
Não sabemos ao certo o que houve entre eles além do constrangimento da situação que aconteceu em ambiente público, mas fica a suspeita de que Hilda tenha se sentido assediada pelo pai – e seguimos com a esperança de que nada mais grave tenha acontecido entre eles.
Depois disso, Hilda Hilst estudou advocacia (tal como Clarice Lispector), mas foi no ambiente estudantil que Hilda teve a oportunidade de conhecer a também escritora Lygia Fagundes Telles, que foi homenageada na faculdade onde Hilda estudava. O encontro marcou o início da compreensão de Hilda Hilst como poeta, pois ela se apresentou para Lygia como tal, chegando até a entregar alguns de seus manuscritos para a autora renomada.
Vale lembrar que Lygia Fagundes Telles foi uma grande amiga de Hilda Hilst, e tudo graças a esse encontro entre as duas.
Vinícius de Moraes e as questões femininas
Depois de publicar três livros muito bem elogiados pela crítica e subir os patamares de reconhecimento como a artista que era, Hilda Hilst conheceu o poeta Vinicius de Moraes.
Existem textos conflitantes sobre a dupla, já que há quem alegue que Hilda e Vinicius tiveram uma relação de amantes durante um curto período de tempo, mas há quem diga que ambos jamais se envolveram. A biografia de Hilda Hilst confirma a curta relação e exibe o par como apaixonados em um primeiro momento, para se tornarem trovões raivosos e ressentidos um do outro em seguida.
Para curar a alma ferida, Hilda Hilst partiu do Brasil rumo à Europa, e por lá tentou se aproximar do ator Marlon Brando. Em uma aventura na madrugada, Hilda se passou por uma jornalista a fim de entrevistar o ator, mas foi descartada sem hesitação.
De volta ao Brasil, em 1959, Hilda Hilst publicou o livro Roteiro do Silêncio, onde aborda suas confidências mais pessoais em poemas e sonetos, descartando os amores frustrados que tinha vivido até então. E por esse livro, Hilda Hilst se tornou um alvo para os críticos, que deram mais importância à sua aparência do que ao seu talento, e esqueceram que Hilda Hilst já era um nome na sociedade literária.
Anos mais tarde, Hilda apadrinhou de volta seu anarquismo juvenil e escreveu o livro Sete Cantos do Poeta, Para o Anjo, inspirada por seu romance com um homem oito anos mais novo que ela.
Casa do Sol
Ao encontrar um parceiro ideal, Dante Casarini, Hilda se mudou com ele para Campinas, no interior de São Paulo, onde constrói uma casa.
Nesse momento de sua vida, ela se conectou com a natureza que abraçava a nova casa e então começou a se ver mais ligada ao misticismo, o que foi um grande impacto na sua obra a partir de então.
A Casa do Sol, como era conhecida, foi a casa em que Hilda morou pelo resto de sua vida, e onde viveu cercada de amigos e personalidades famosas, sempre com muitas festas e encontros.
No período inicial na nova casa, ela se dedicou a escrever peças de teatro, todas encenadas por alunos universitários e, justamente por isso, em 1969, Hilda Hilst recebeu o prêmio Anchieta.
Foi por volta do fim dos anos 1960 que Hilda se separou de Dante, mas continuou vivendo com ele sob o mesmo teto até o fim de sua vida. A Casa do Sol ainda abrigou uma nova parceira de Dante Casarini, e eles viveram em harmonia completa, já que a paixão tinha se tornado companheirismo amistoso.
Na Casa do Sol, Hilda também alegou ter visto um disco voador e declarou que vivia situações sobrenaturais na sua rotina, e tudo isso a deixava extremamente curiosa e interessada pelo oculto. Inspirada por uma leitura que falava sobre conversas com pessoas mortas por meio de rádio, Hilda Hilst se arriscou a tentar alguma coisa nesse sentido, buscando conversar com o pai e a mãe, ambos já falecidos.
Em vida
Hilda Hilst publicou mais de 28 livros durante sua vida, mas não era lida como outros grandes nomes do mercado editorial. Pelo contrário, Hilda foi abandonada pelas grandes editoras e o grande público, marginalizada por seu temperamento intempestivo e sua força considerada bruta em demasia.
Ela foi uma das principais críticas do mercado editorial brasileiro, que dava um espaço enorme para nomes estrangeiros e desprezava a cultura nacional. Hilda Hilst também foi uma grande inimiga do sucesso de Paulo Coelho, porque alegava que o autor era fantasioso em sua obra e que sua capacidade em se tornar um best seller ofendia as outras publicações nacionais que não fossem escritas por ele.
Seu maior sonho era ser comprada por uma grande editora e conseguir alcançar o mercado literário de modo mais relevante, mas apenas em 2018 Hilda Hilst se tornou um nome nos grandes catálogos literários. Como muitos outros nomes da cultura mundial, Hilda Hilst só ganhou reconhecimento depois de sua morte.
Cansada da falta de amor do seu povo por sua obra, Hilda mergulhou de cabeça em obras mais pornográficas, e assim satiriza que sua obra seria finalmente lida, pois estava descendo muitos níveis de qualidade.
Agora e para sempre, Hilda Hilst
Diagnosticada com câncer de pulmão, Hilda Hilst se submeteu a uma cirurgia de remoção do tumor, o que comprometeu sua saúde de forma irreversível.
Em fevereiro de 2004, Hilda Hilst faleceu por complicações de saúde, e deixou para trás uma obra crítica e de grande importância para a literatura feminina e brasileira.
A Casa do Sol resistiu ao tempo e hoje serve de um tipo de museu que homenageia Hilda Hilst. Fora isso, Hilda foi homenageada – finalmente – pela FLIP, em 2018.
Sua obra e sua vida também foram lembradas na biografia Eu e Não Outra, organizada por Laura Folgueira e Luisa Destri, que reúne muito mais sobre a existência da poeta.
Essa foi Hilda Hilst, uma mulher que enfrentou o descaso editorial, foi desprezada pelo pai e driblou as normas de moral social para ser lida e conhecida como autora. E agora que você já aprendeu um pouco mais sobre ela, te esperamos lá nas redes sociais – Twitter,Instae Face – para conversar sobre quais os livros dela que você mais gosta, ou que mais quer ler.
Em preto e branco, Malcolm & Marie fala sobre a tragédia de vidas complexas e relacionamentos viscerais
Malcolm & Marie conta sobre a discussão do casal homônimo que acabou de voltar para casa depois da estreia do filme de Malcolm.
Enquanto tenta desfrutar os louros de ter tido uma estreia estonteante e sem comparações, Malcolm (John David Washington) compartilha com a namorada, Marie (Zendaya), suas alegrias e frustrações com a noite. Ela, por outro lado, quer satisfações importantes sobre ter sido esquecida no discurso de agradecimento e substituída em um papel que narra, essencialmente, sua história de vida.
Com um cenário único que se concentra em uma casa afastada e com apenas os atores principais durante todo o filme, a obra retrata relações de tragédia, amores falidos e sensações distorcidas de pertencimento. E é lindo!
Detalhes técnicos
A atuação de John David Washington e Zendaya hipnotiza o público durante todos os minutos de filme, e sem nenhum momento de descanso de seus rostos em cena, compartilham suas frustrações em relação à noite e em relação um ao outro.
Todo filmado em preto e branco, o roteiro transborda drama e tragédia, expondo as relações humanas em pratos limpos. Sonhos, desejos, infortúnios e mágoas compõem um roteiro cheio de verdades quase nunca ditas em voz alta.
A iluminação também ajuda a contar essa história, e coloca focos mais claros em momentos tensos, e enquadramentos mais escuros em situações que deveriam ser vistas como pontos positivos naquela relação.
Malcolm & Marie dialoga com o público de forma limpa, priorizando bons resultados e uma visão emocional sobre aquele casal complexo, e usa de jogos de câmeras, cortes, iluminação e takes longos em monólogos dramáticos para conquistar a crítica técnica, enquanto abraça as pessoas leigas que assistem ao longa.
Os debates
Com monólogos inteiros que assustam de tão profundos, Malcolm impõe sua opinião sobre a indústria do cinema e de como ele, por ser negro, sempre será responsável por criar filmes transcendentes segundo a crítica. Suas posições sobre uma repórter branca que os adulou e resenhou se estendem, e o tema vira piada nos momentos de tranquilidade em que o casal não está brigando.
Marie, por outro lado, quer explicações sobre ter sido abandonada no projeto, sobre ter sua história de vida exposta de forma tão crua em cena, e usa o discurso do namorado como desculpa para tocar nos pontos importantes da sua crítica.
Com um monólogo final extremamente emotivo, Zendaya eleva Malcolm & Marie para o tipo de filme que deve ser assistido por casais em todos os tipos de relações. O peso da sensibilidade conjugal estraçalha o público, e somos atingides por sensações familiares de descontentamentos emocionais e afetivos.
Representatividade
A principal crítica de Malcolm é sobre como, por ele ser preto, seus filmes sempre serão vistos como algo crítico e fora dos padrões. Em determinado momento em que ele critica o sistema social em relação ao seu trabalho, Marie toca no nome de Angela Davis, acusando que ele ser preto e fazer arte sempre será um ato de resistência.
E eis aí a maior questão: a cor da pele realmente muda alguma coisa?
Obviamente que as perspectivas sempre serão diferentes entre raças e gêneros pela simples questão de vivências e preconceitos, mas na verdade nem toda obra é um grito político só porque foi feita por uma pessoa preta, asiática, indígena, judaica, muçulmana e assim por diante. Nem toda existência artística é resistência, apesar de toda existência diversa ser um tipo de resistência.
As complexidades humanas estão escancaradas em Malcolm & Marie, e nós só podemos sentar e ver todo esse drama se chocar com força contra a nossa própria vivência.
A produção é trágica e fatalista, tal como é realista, e ganha créditos de essencialidade para autoconhecimento e estudo de relações. Vale muito a pena essa estreia não tão recente.
E você, também gostou do filme? Acha que ele ofereceu tudo que prometeu? Queremos saber a sua opinião sobre ele lá nas nossas redes sociais: Twitter,Instae Face.
Após a polêmica envolvendo o novo quadrinho do Superman, separamos seis personagens que também são LGBTQIA+
A quinta edição de Superman: Son of Kal-El, que se tornou extremamente polêmica e conhecida antes mesmo de seu lançamento, foi lançada em novembro. Acontece que neste quadrinho, Jon Kent, o filho de Clark Kent e atual Superman, se assume bissexual.
Essa revelação causou um super barulho na internet, tanto para o lado negativo quanto para o lado positivo. Como lado negativo, vivenciamos o caso de homofobia do jogador de vôlei Maurício Souza e as ameaças de morte aos ilustradores do quadrinho.
A explosão de vendas dos exemplares, que levou a DC Comics a reimprimir diversas cópias, que, mesmo não tendo sido lançadas na época, bateram recordes de vendas e, o mais importante, apresentar diversidade portando o selo DC Pride, usado pela editora para celebrar seus personagens LGBTQIA+, trazem o lado positivo de toda essa história.
Por isso, hoje, o Entretetizei traz uma lista de seis outros personagens da DC Comics e Marvel Comics que também são LGBTQIA+. Confira:
Loki
Loki, irmão e vilão dos filmes do Thor e do primeiro Vingadores, é uma pessoa de gênero fluido, ou seja, ele transita entre as identidades de gênero. Isso rola porque Loki, assim como outros personagens dessa lista, é capaz de mudar de forma. Por esse motivo, o vilão já foi visto como bissexual, pansexual e transgênero, podendo ser visto em forma de mulher e de homem.
Recentemente, a série Loki (2021) declarou o personagem bissexual em uma conversa com a personagem Sylvie, sua versão feminina de um outro universo. Vale lembrar, também, que durante a saga do Pecado Original, Odin reconhece Loki como filha e filho, ao mesmo tempo.
Arlequina
Arlequina é mais conhecida por ser a namorada do Coringa. Porém, o que nem todo mundo sabe é que ela é bissexual. A personagem foi criada para ser capacho do palhaço, o que realmente aconteceu por anos, mostrando um relacionamento altamente abusivo nos quadrinhos.
O que acontece em Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa realmente aconteceu nos quadrinhos, mas de uma forma diferente. Após longos anos em um relacionamento com o Coringa, Arlequina finalmente consegue sair da relação tóxica com a ajuda de Hera Venenosa, com quem mais tarde passa a se relacionar.
O filme Esquadrão Suicida (2016), que mostra um Coringa apaixonado e disposto a qualquer coisa por sua amada Arlequina, não tem fidelidade nenhuma com os quadrinhos. Já o filme de Aves de Rapina e a série Harley Quinn, são extremamente fiéis a sexualidade da personagem trazendo, inclusive, seu romance com Hera na série animada.
Mulher-Maravilha
Diana veio de uma sociedade apenas de mulheres, Themyscira. Por isso, durante anos, os fãs de Mulher-Maravilha se perguntavam sobre a sexualidade da heroína. Em 2016, o criador Greg Rucka confirmou que a Mulher-Maravilha já se apaixonou e se relacionou com mulheres, mas não definiu uma sexualidade para ela: “Uma Amazona não olha para outra Amazona e diz ‘Você é gay.’ Elas não fazem isso. O conceito não existe”, afirmou Rucka.
Pela popularidade da personagem, é óbvio que a revelação causou um super impacto nos fãs, mas a verdade é que não alterou em nada a essência e a força da Mulher-Maravilha. No universo cinematográfico, ainda não foi abordado a questão da sexualidade de Diana, porém, os fãs fazem campanhas pedindo que a bissexualidade da heroína seja retratada na franquia estrelada por Gal Gadot.
Deadpool
O anti-herói Deadpool é um dos preferidos dos quadrinhos e, desde 2016, dos cinemas. A principal e mais amada característica dele são as piadas de duplo sentido que rolam com os personagens e o próprio público, quebrando a quarta parede. Por conta disso, o personagem é sempre visto paquerando seus adversários e companheiros, independente do gênero. Alguns roteiristas afirmam que Deadpool é pansexual. Porém, um dos criadores, Fabian Nicieza, afirma que o personagem não tem uma sexualidade definida e que a orientação sexual de Deadpool muda a toda hora, caracterizando uma sexualidade fluida.
Apesar da incerteza em relação a sexualidade de Deadpool, uma coisa é certa: o personagem sofre muito com queerbaiting e queer coding. Ou seja, as cenas de romances homoafetivos nunca se concretizam de verdade. Além disso, por diversas vezes ele se encontra em roupas femininas e em posições ou situações geralmente atribuídas a mulheres.
No universo cinematográfico, o mais próximo que Deadpool (Ryan Reynolds) chegou em mostrar sua pansexualidade ou sexualidade fluida foi a química extremamente forte que compartilhava com o personagem Colossus, no filme Deadpool 2 (2018).
Mística
Mística é mais uma personagem que é capaz de mudar sua forma. Porém, a vilã dos X-Men é bixessual. Embora a sexualidade da personagem tenha sido evitada por muitos anos nos quadrinhos, em Uncanny X-Men #265 foi confirmado ao público o relacionamento dela com Irene Adler, a vidente Destino. As duas tiveram um relacionamento longo e, inclusive, foram mães adotivas da mutante Vampira. Mesmo que já tenha se relacionado com diversas figuras masculinas, como o Wolverine, Deadpool e o Homem de Gelo, o amor da vida da Mística sempre foi Irene.
Ela é mãe biológica do mutante Noturno, porém, segundo o criador da personagem, Chris Claremont, Mística seria originalmente pai do Noturno. Ele seria filho da Mística com Irene, mas a história acabou sendo descartada por ser muito polêmica.
Mulher-Gato
Não é novidade que Selina Kyle, a Mulher-Gato, tem sua sexualidade questionada. A anti-heroína da DC Comics é bissexual e só teve essa confirmação no ano de 2015, pela roteirista Genevieve Valentine. O primeiro beijo entre a Mulher-Gato e outra mulher ocorreu de forma inesperada, o que acabou sendo uma surpresa para Selina.
Desde o começo, a história da Mulher-Gato sempre esteve atrelada com a história do Batman, já que os dois têm uma relação de amor e ódio. Quando a roteirista fez a revelação nada surpresa sobre a personagem, ela afirmou que, mesmo quando ela está com mulheres, seu coração se mantém aberto ao homem morcego.
Esses foram alguns outros personagens LGBTQIA+ do universo dos quadrinhos, além de Superman. Você lembrou de mais algum? Comente com a gente lá nas nossas redes sociais Insta,FaceeTwitter.
Documentário Fédro será lançado dia 5 de janeiro no Star+ com produção da Phaedrus
A arte está aí para excitar o público e esse é um dos ensinamentos que o ator e diretor José Celso Martinez Corrêa passa na obra Fédro de Marcelo Sebá. O longa-metragem é um reencontro entre o ator Reynaldo Gianecchini e José, que o dirigiu há 20 anos no Teatro Oficina e que agora tem a mesma oportunidade em uma produção de Phaedrus que será lançada no streaming Star+ em 5 de janeiro. O Entretizei já assistiu e fizemos uma resenha para você.
Foto: divulgação
O documentário é carregado de reflexões que partem da leitura do texto Fedro de Platão com diálogo entre o jovem Fédro (Reynaldo Gianecchini) e Sócrates (José Celso Martinez Corrêa). A produção intimista começa com Reynaldo se preparando para a leitura do texto que perdura pelo filme inteiro. Assim que José adentra o cenário, o ator preenche todo o ambiente e é quase intimidante, o que deixa Reynaldo desconfortável em muitos momentos mas o desconforto não é maior que o afeto que trocam no primeiro abraço do reencontro. Trajados com roupas casuais, os atores se encontram em um lugar intimista do artista ao qual normalmente não temos acesso, e o longa nos dá essa oportunidade de observar sua preparação.
Com o decorrer do filme, é interessante observar o despir mental do ator Reynaldo Gianecchini, se sentindo cada vez mais à vontade com José, chamado de mestre. E fica claro do porque a admiração tão grande do ator com as diversas reflexões que José aborda, sempre influenciando na maneira de atuar de seu pupilo, e com suas posições políticas profundas. Manifestações sobre “Parangolé” de Hélio Oiticica, sobre o Tropicalismo, questões da época da ditadura e a necessidade dos artistas se despirem, no momento atual, como fizeram antes, em nome da arte causando uma revolução são pautas presentes.
E sendo o amor imprescindível à revolução, não seria estranho que fosse o assunto principal do texto platônico escolhido e adaptado por José Celso com um humor singular. Parte da leitura se passa em uma cama, cenário que estamos acostumados a relacionar ao amor e que José aproveita para relacionar à obra de arte, “palco-cama”, pois a obra está para o palco assim como o amor para a cama.
Falando em amor, o diálogo tem foco em uma teoria de Lísias, amante de Fédro, e que Sócrates, apaixonado por Fédro, aproveita para contestar se aproximando intimamente do jovem e, paralelamente, podemos observar a aproximação de Gianecchini e José quando despem suas roupas e pensamentos.
E o despir também se encontra na descolonização da arte, assunto em que ele aproveita para citar nomes importantíssimos para a cultura indígena, como Sônia Guajajara, Ailton Krenak e Davi Kopenawa. Os cortes entre texto, reflexões sobre o teatro e análises são comuns no documentário e falas com críticas ao monoteísmo, ao governo atual e, no geral, a coisas que limitam o artista são fundamentais para entender o trabalho do Zé que se faz cada vez mais íntimo a cada minuto do longa.
O “despir” tão presente em Fédro aparece ainda no começo do longa, com a música Cacilda interpretada por Maria Bethânia, que introduz ao filme a ideia do descobrimento de si próprio em um exercício contínuo dos atores em se entregar ao diálogo interpretado, às experiências de cada um, à arte. E o longa finaliza com a mesma trilha sonora que não poderia ser mais propícia em uma obra carregada de reflexões.
Nas lágrimas que derramei de mim pra mim / Em espetáculo me dei / Mirei no teu espelho e vi o espelho de ninguém
Mas na lábia pequena em que me descobri / Da boca de cena nasci / Pra grande lábia de viver o gozo de existir
E com você / Saber enfim / Que sim
Fingir, fingir, fingir / E atingir / O ser / De atriz (José Miguel Wisnik)
Fédro é um discurso contra o preconceito, um documentário excitante, delicado e reflexivo! Siga o Entretetizei no: Twitter,Instae Face para mais resenhas e notícias do mundo do entretenimento.
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